Problemas com a Entrega de Livros pelos Correios
Comuniquei por escrito e por telefone à Post e
aos CTT, a solicitar ajuda para resolver uma situação complicada que tem
afectado a minha relação com os serviços de correios, tanto na Suíça quanto em
Portugal.
Enviei, na mesma data, três livros da Suíça: dois
para Portugal e um para os Açores. O livro destinado a Portugal foi devolvido,
e os outros dois foram perdidos e não chegaram ao destinatário. Na reclamação
por escrito e por telefone, fui informado pelos CTT portugueses que, em vez de
três livros, seriam quatro. Não identificaram um dos códigos de um livro
enviado noutra data e identificaram outro livro cujo recibo eu havia perdido e,
portanto, não sabia o código. Este livro ainda não tinha sido dado como não
recepcionado pelo destinatário. Mais tarde, recebi o segundo livro devolvido de
Portugal. Nos contactos, consegui deliberar sobre um livro que estava prestes a
ser devolvido dos Açores e dei ordem para retomarem o envio. Este livro de
Ponta Delgada ainda está a aguar a recepção pelo destinatário, assim como o
livro de Barcelos que foi devolvido. O segundo livro devolvido não foi
identificado pelos CTT, mas mesmo assim veio de volta porque não foi entregue
em Lisboa. Quanto ao quarto livro enviado para Silves, nada se sabe; espero que
seja devolvido!
Apesar de ter pago todas as despesas de envio e
aduaneiras, os livros não foram entregues conforme esperado. A situação
tornou-se frustrante e custosa, tendo em conta que cada envio custou 20, 20 e
27 francos suíços, mais 15 francos de aduaneira, totalizando 82 francos suíços,
acrescidos do quarto livro, com mais 20 francos de envio e 5 francos de
aduaneira, e ainda nada sabemos.
Em contacto com os CTT portugueses, fui informado
de que um dos livros foi devolvido a pedido do destinatário, o que não é
verdade. Um dos livros ainda não foi recepcionado em Portugal. Quanto ao livro
dos Açores, foi-me dito que o destinatário não respondeu a questões colocadas
sobre a encomenda, mas sei que o destinatário preencheu um formulário e
devolveu à aduaneira, e nada foi feito. Como mencionei, deliberei o livro para
retomar o envio aos Açores, mas está novamente num impasse de muito tempo de espera.
Tristes Correios. Triste Aduaneira. Triste Governo! Os CTT sugeriram que eu
verificasse junto ao operador postal de origem o motivo do atraso na expedição
e que a Post suíça deveria contactar os CTT internamente para averiguar a
situação dos livros não encontrados.
Os correios têm de ter uma boa comunicação entre
quem envia, neste caso o remetente, e quem recebe, neste caso o destinatário. A
aduaneira está no meio e são os correios que fazem a ligação, entregando os
livros ou encomendas à aduaneira, que depois os fazem chegar ao cliente. Quando
o material chega à aduaneira, esses serviços contactam o destinatário com
perguntas parvas, para depois, indirectamente, extorquirem dinheiro ao
destinatário para pagar a aduaneira uma segunda vez. Este custo já foi pago antecipadamente
pelo remetente. O destinatário pode não saber o que contém aquele embrulho,
especialmente se for um livro de oferta. O Governo português precisa de
entender que nós, autores, temos nossas obras intelectuais expostas em prol da
cultura e desenvolvimento de Portugal e dos seus povos. Estas são transcritas
nos livros, que contêm ideias e conhecimentos para uma melhor cultura enraizada
em cada escritor.
Pedi encarecidamente à Post suíça para telefonar
aos CTT portugueses e tratar desta situação, com o objectivo de resolver o
problema, já que havia três livros perdidos e um devolvido que ainda não tinha
chegado. Contudo, pedi que os livros perdidos fossem entregues ao destinatário
final. Além disso, solicitei o reembolso dos valores pagos, tanto pelos envios
(67 francos suíços) como pelas taxas alfandegárias (15 francos suíços).
Conforme mencionado na comunicação anterior da Post suíça, foi acordado o reembolso
total de 82 francos suíços devido à minha qualidade de cliente fiel e sério. E
assim foi feito; recebi os 82 francos da Post suíça! Claramente, não sabia do
quarto livro e, para não abusar da boa vontade da Post suíça, não vou pedir
mais 25 francos. Ficam em suspenso, e caso haja mais livros nesta situação de
não entrega, perdidos ou devolvidos em mau estado, entrarão também na
contabilidade, pois sabem pelos códigos que os livros não foram entregues.
Também pedi aos CTT um reembolso adicional de 75
euros pelo valor dos três livros não entregues ou devolvidos em mau estado.
Este foi o caso de um dos três livros devolvidos, mais de um mês depois, em mau
estado, esbeiçado. Agora somam-se dois livros devolvidos em mau estado, um
perdido e um prestes a ser entregue, devolvido ou perdido. Já não sabemos com
uns serviços tão desestabilizados que são os correios portugueses.
Importa referir que, enquanto autor, paguei todas
as despesas de envio e aduaneiras, pelo que os livros devem ser entregues aos
destinatários sem que estes tenham de pagar qualquer taxa ou IVA. Já paguei o
IVA na gráfica onde foram impressos, bem como todas as taxas de envio e
aduaneiras. Além disso, os destinatários não têm de provar nada à aduaneira
sobre o que vão receber, até porque se trata de uma oferta e era uma surpresa
que só saberiam ao receber o livro em casa.
Pedi a colaboração para solucionar essa questão,
pois a ineficiência dos serviços postais tem prejudicado a minha actividade e a
confiança que os meus clientes depositam na entrega dos livros.
Apesar de ter enviado provas aos CTT de recibos
dos envios e das taxas alfandegárias, facturas dos livros e fotografia do livro
devolvido em mau estado, eles negaram o pagamento. A Post suíça diz que não se
pode envolver nos assuntos burocráticos de outros países, apesar de saberem que
os livros estariam na aduaneira. Devolveram os valores que reclamei, enquanto
os CTT portugueses negaram e não responderam mais às questões colocadas, ao
contrário da Post suíça. Vou pressionar os CTT portugueses a pagar os valores
dos livros perdidos e devolvidos em mau estado. Hei-de trazer à ribalta para
que os autores saibam e protestem contra o sistema que o Governo português
impôs, causando esta dramática situação de envios de livros pelos autores. Isso
tem de mudar. Já fiz chegar a questão ao Gabinete do Presidente da República
Portuguesa e ao Governo institucional português, e ainda vai correr muita
tinta, porque não me vou calar. Sou activista e luto pelos meus direitos e
pelos direitos dos outros. Todos juntos temos de abrir os olhos aos governantes
para que mudem a Lei da Aduaneira, porque o livro não deve passar pela
aduaneira. Deve ser enviado directamente, tal como se envia uma carta simples
ou registada. Cada autor sabe como quer enviar. Nem vale a pena enviar pelo
lucro, porque se o envio custa tanto como o livro, o envio só cobre o valor do
livro e dá para pagar as despesas do envio. Vale a pena porque fazemos leitores
e amigos felizes e trabalhamos com amor à causa.
Nota Adicional
Os livros enviados sem pagar aduaneira têm sido
entregues normalmente em quase todos os Continentes e, portanto, à parte deste
problema entre os correios e a aduaneira, o sucesso é evidente. Atribuo a culpa
à funcionária da Post que me obrigou a enviar os livros pela aduaneira,
induzindo-me em erro ao dizer que pagaria 5 francos, mas que, caso os livros se
perdessem, eu seria reembolsado. Por isso, acredito que a Post suíça tem
seguros e não foi por acaso que me reembolsaram aqueles valores.
Crítica
Os serviços de correios, tanto na Suíça como em
Portugal, têm demonstrado uma grande ineficiência e falta de responsabilidade
na entrega de objectos. A situação dos meus livros é apenas um exemplo de
muitos problemas que ocorrem devido à incompetência e à falta de esforço dos
funcionários em realizar as entregas devidamente. É inaceitável que, mesmo após
o pagamento de elevados custos de envio e taxas alfandegárias, os livros não
cheguem aos destinatários e, em alguns casos, sejam devolvidos ou perdidos. Este
tipo de serviço é uma vergonha nacional e precisa de ser urgentemente revisto e
melhorado.
autor: Quelhas, João Carlos Veloso Gonçalves
Repórter Editora