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sábado, 12 de dezembro de 2020

Autoritá Regionale di Protezione de menores no Ticino retira filho a mãe por mudar de Cantão, procurando uma vida melhor em Luzerna, considerando um rapto.



Autoritá Regionale di Protezione de menores no Ticino retira filho a mãe por mudar de  Cantão, procurando uma vida melhor em Luzerna, considerando um rapto.

 


Sónia é uma cidadã Flaviense, que reside actualmente em Luzern. Anteriormente vivia no Ticino, de onde trouxe um grande fardo para a sua vida. Tem dois filhos de pais diferentes, sendo que o mais velho lhe foi retirado, sendo esse o tema da entrevista. Salientamos que após a primeira conversa entre a Revista Repórter X e Sónia, o ex-companheiro, mesmo estando de relações cortadas com ela, manifestou disponibilidade para uma conversa.

Lian nasceu em 2014, e desde o seu nascimento, a relação de Sónia com o pai da criança nunca foi fácil, bem como com a família do mesmo. Sónia cita um massacre psicológico desde que o filho nasceu, bem como a persistência que esta família tinha em aparecer diariamente em sua casa, para ver o seu filho. Afirma que nunca impediu a família de ver o seu filho, a própria sempre fez questão de o levar ao fim de semana à casa dos avós, acompanhada na altura por Pedro, ainda seu namorado, apenas pedia que não o fizessem todos os dias, à hora do descanso (das 20h em diante), como faziam. Antes de Lian nascer tinham uma relação cordial, mas após o nascimento as coisas mudaram pelos motivos citados anteriormente. Pedro nunca fez nada para tentar chamar os seus pais à razão, foi preciso o seu irmão tentar fazê-lo. Passado um ano, depois de já estar separada do companheiro, a ARP do Ticino (Autoridade de Protecção de Menores), decidiu que a guarda da criança seria partilhada. Nesta altura viu-se obrigada a deixar de amamentar o seu filho, pois o menino ficaria sobre guarda do pai da sexta ao domingo. Nessa altura, Sónia, ponderou regressar a Chaves, mas para não afastar o filho do pai, decidiu manter-se na Suíça.

Em 2017, o restaurante onde trabalhava fechou, o seu permisso acabava brevemente a validade e aí viu-se mesmo quase obrigada a deixar a Suíça. Sempre lhe foi dito que podia regressar a Portugal com o filho, pois este é português, até que chegou o dia que a ARP lhe confiscou os documentos do filho.
Quando contratou uma advogada para que esta lhe ajudasse a tratar de tudo para regressar a Portugal, a ARP pediu uma perícia parental, para averiguar se a criança estava bem com a mãe e com o pai. A ARP não autorizou Sónia a deixar a Suíça, e Pedro também não aceitou essa mudança. De 2015 até 2018 a guarda foi partilhada com o pai.

Depois de receber uma proposta de trabalho e casa em Luzern, comunicou ao pai a mudança de cantão, ficando acordado apenas verbalmente, que a criança ficaria com a mãe durante a semana, uma vez que Lian tinha que frequentar a escola, e ao fim de semana, ficaria com o pai. A advogada de Sónia responsabilizou-se por comunicar à ARP do Ticino que a progenitora tinha um contrato de trabalho em Luzern, mas não o fez, e aí começaram os piores problemas. Inesperadamente recebeu uma visita das autoridades do Ticino, bem como do ex-namorado, que devido à falta de comparência da criança na escola do Ticino, o levaram de forma forçada, sendo ela acusada de raptar o próprio filho. A ARP alega que a mudança de escola, língua, amigos, e todas as alterações inerentes à troca de cantão, seriam traumáticas para o seu filho.

Sónia nunca foi informada pela sua advogada que não podia trocar de cantão sem que houvesse uma autorização por escrito, e viu-se ainda obrigada a ter encargos de rendas da sua casa do Ticino e em Luzern onde estava actualmente, tendo mesmo que se endividar para conseguir suportar todas essas despesas. Sónia alega que a autorização de boca por parte do pai foi propositada e até possivelmente aconselhada pela advogada do mesmo, para que mais tarde a pudessem acusar e ficar com a guarda total do menino, como aconteceu. Fez algumas viagens até ao Ticino para visitar o filho, mas foi impedida. Mais tarde, teve direito a visitas vigiadas, mas em 2019, estas sempre foram desmarcadas. Numa dessas visitas, Sónia alterou-se pois não aceitava que continuassem a impedi-la de ver o filho, e foi internada de forma forçada.

Actualmente não tem qualquer contacto com o filho, e desde essa altura nunca mais o viu. O pai da criança bloqueou o contacto da mãe, e Sónia apenas tem noticias do filho pela irmã, considerando que se está afastada do filho é por culpa de Pedro e da ARP.

Lian pensa que a mãe deixou de se importar com ele, e o ex-companheiro também faz essa afirmação, mas Sónia apenas refere que não perdeu o interesse no filho e quer, com a ajuda de um advogado, conseguir de forma legal usufruir dos seus direitos como mãe. Como é considerada uma pessoa explosiva e impulsiva, não quer de forma alguma prejudicar-se e deixar de ter a oportunidade de lutar para ter o seu filho de volta. A progenitora recorreu à Repórter X para tentar obter alguma ajuda, e conseguir fazer ouvir-se pelas autoridades responsáveis por este tipo de casos.

Esta mãe tem agora uma nova família, uma bebé de poucos meses, e afirma ter condições para dar uma vida estável a Lian, e por isso, gostaria que esta guarda fosse partilhada com o pai da criança.

Em forma de conclusão, Sónia assegura que a ARP está a dificultar a vontade de guarda partilhada dos pais. João Quelhas esteve ao telefone com o ex-namorado de Sónia, que por sua vez manifestou vontade e abertura para dialogar com Sónia, e dessa forma tentarem chegar a um consenso e equilibrar a vida do filho. Sónia diz que apenas irá falar com Pedro quando tiver um advogado competente que a possa ajudar a resolver as coisas legalmente, pois já foi enganada uma vez e não quer cometer o mesmo erro.

As declarações supracitadas são única e exclusivamente da responsabilidade da entrevistada, sendo que esta autorizou a publicação das mesmas nos meios de comunicação social. A Revista Repórter X é isenta de opinião, apenas tem como objectivo ajudar na resolução deste tipo de questões, bem como tentar proporcionar uma relação de cordialidade entre os progenitores, e dessa forma melhorar a vida destes e da criança em questão.

 

Entrevista; Quelhas

Entrevistada; Sónia Coelho

Transcrição; Patrícia Antunes

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