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domingo, 6 de dezembro de 2020

Eléctrico 28, um novo trabalho de António Pinto Bastos no ano que comemora 50 anos de carreira

Eléctrico 28, um novo trabalho de António Pinto Bastos no ano que comemora 50 anos de carreira

Fado: António Pinto Bastos em Zurique dá entrevista ao Repórter X https://www.youtube.com/watch?v=0mbNQFAAv50


Caro João Quelhas
No seguimento da nossa troca de mensagens, aqui envio alguns dados referentes ao meu novo CD "Eléctrico 28".

Foi um CD com um tempo de "gestação" bastante longo. Demorou 7 anos!! Isso proporcionou que fosse recolhendo muitos temas que me deram vontade de os gravar. E, quando constatei que o iria lanças em 2020, então decidi que teria 20 temas! São 17 originais que entendo como Fado. Depois tem mais três "brincadeiras", fora do Fado, como sejam o tema do cancioneiro popular dos Açores "Olhos negros" em que canto com o meu filho Gustavo (que já está lançado na carreira de fadista), o velhinho tema cubano, dos anos 40, "Quizás, quizás, quizás", em que canto com os meus dois filhos mais velhos, Egas e Gustavo e, ainda, "Açorda d'alho" (remontando às minhas raízes alentejanas) em que canto com esses meus dois filhos e, no côro final, entram os meus cinco filhos e alguns elementos do grupo Cante Alentejano da Damaia.
Relativamente ao "principal", os 17 originais, tenho autorias de nomes conhecidos na praça, como Mário Moniz Pereira, Rosa Lobato de Faria, José Luis Gordo, Amadeu Diniz da Fonseca, Silvestre Fonseca, Tiago Torres da Silva, Paco Bandeira, Florbela Espanca, entre outros. Duas músicas são da minha autoria. Também canto 5 fados ditos "Fados tradicionais" com novas letras nas músicas dos "Fado Santa Luzia", "Fado Britinho", "Fado Maria Rita", "Fado Súplica" (este com versos meus) e "Fado Moleirinha".
O produtor do CD é Jorge Quintela e vários foram os músicos que me acompanharam. Entre eles, Dinis Lavos, Jaime Santos, Jorge Silva, Mário Estorninho, Diogo Lucena e Quadros e Gustavo, entre outros.
O título "Eléctrico 28" deveu-se ao facto de eu ter reparado que, além desse próprio eléctrico ser mencionado num  poema de um fado (Rua da Conceição), ele estava, de certo modo, ligado a mais três fados conotados com o seu percurso (A Graça, A Caixeirinha do Grandella e Primeiro encontro - este porque fala da Brasileira do Chiado). Mas depois, constatei um motivo que achei bem mais profundo e bonito como o facto de, saindo este CD no ano que comemora 50 anos de carreira, o eléctrico 28 ser um, já dos poucos, que mantém a sua carreira, a sua linha, os seus objectivos, os seus destinos.
Este "Eléctrico 28" é lançado 50 anos depois do meu primeiro disco, um vinil, "Povo Sagrado", lançado em 1970. 

Com um abraço,
António Pinto Basto

P.S. - Aproveitei para lhe enviar o fado de abertura do CD.

Eléctrico 28, um novo trabalho de António Pinto Bastos no ano que comemora 50 anos de carreira


ANTÓNIO PINTO BASTO

Biografia:
Nasceu a 6 de Maio de 1952 em Évora, no Alentejo e cedo demonstrou grande gosto pela música em geral e, em particular, pelos cantos tradicionais e pelo fado que, desde a adolescência, começou a cantar em festas particulares.
Entre 1970 e 1974, enquanto iniciava os estudos de engenharia no I.S.T. que, anos depois, viria a concluir com êxito, gravou 3 E.P.s com os quais confessa não ter, agora, grande identificação uma vez que reconhece ter evoluído bastante, desde essa altura, na sua forma de interpretar o fado. De 1974 a 1988 assumiu não gravar, embora inúmeras oportunidades tivessem surgido, por entender que o fado exige dos seus intérpretes mais do que a simples intuição natural. Há que armazenar emoções. Foram anos de amadurecimento, interiorização e prática constantes, durante os quais não deixou de se apresentar em público, quer em Portugal quer nos E.U.A., Brasil, Espanha, França e Angola e sempre com assinalável sucesso.
Em 1988 decidiu, enfim, gravar; sentindo estar pronto para a grande prova, preparou com invulgar profissionalismo o seu 1º L.P. “Rosa Branca”, que a PolyGram editaria no final do ano. O êxito foi imediato e fulgurante, coroado por uma “tournée” de mais de 120 concertos em 1989, no final do qual seria editado o duplo L.P. “Maria”. O sucesso de críticas e de vendas repetir-se-ia.
António Pinto Basto venceu a prova a que decidira submeter-se, deixando antever uma longa, sólida e brilhante carreira como cantor e compositor.
Em 1991 é editado o seu 3º L.P. intitulado “Confidências à guitarra”. No primeiro semestre de 1992 visita quatro continentes, levando-lhes o seu fado: Começa por Toronto, no Canadá, vai a Macau a propósito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e a sua estada é aproveitada para um concerto em Hong-Kong, oferecido pelo Cônsul de Portugal aos diplomatas locais. Daí segue para Angola, onde tem mais que uma actuação e, retornado à Europa, vai até Sevilha para uma noite de fados inserida no âmbito da Expo.92.
Ainda antes de terminar o ano de 1992 e em consequência do êxito obtido da 1ª vez, volta ao Canadá para quatro concertos e, de seguida, vai aos Estados Unidos efectuar outro concerto, perto de Nova York e uma apresentação numa rede portuguesa de TV.
Fazendo um interregno em termos de gravações e passando por duas experiências, com êxito, de produtor discográfico, a carreira de A.P.B. prossegue sobretudo através dos espectáculos, quer por todo o país, quer na TV, quer no estrangeiro  — novamente Canadá, África do Sul e Japão.
No final de 1993 a sua editora lança o CD “Os grandes sucessos de António Pinto Basto”, compilação das anteriores três edições.
 
Em Outubro de 1994, um momento especial na sua carreira: É convidado pelo Instituto Cultural de Macau para ser solista numa digressão que a Orquestra Chinesa de Macau vai efectuar em Portugal. Esta Orquestra, para além dos músicos de Macau, integra músicos oriundos de mais cinco orquestras chinesas (de Pequim, Xangai, Cantão e Hong-Kong) num total de 68 elementos. António Pinto Basto interpreta dois fados acompanhado pela Orquestra Chinesa naquilo que se pretendeu que fosse uma fusão das culturas Ocidental e Oriental. A digressão, em Novembro, percorre algumas cidades de Portugal, incluindo dois espectáculos em Lisboa, um no Teatro S. Luis incluído no âmbito de Lisboa 94, Capital da Cultura e outro, de gala, no Teatro Nacional de S. Carlos.
No seguimento desta acção, é convidado a participar, como solista, no VI Festival de Artes de Macau que decorre neste território, em Março de 1995. Neste mesmo mês efectua dois concertos em Goa, na Índia, com enorme sucesso.
No final deste ano de 1995, lança uma videocassete intitulada “António Pinto Basto em Évora” com alguns “vídeo-clips” e baseada, principalmente, num concerto efectuado na sua terra-natal.
Em Dezembro de 95, actua em Palermo, Sicília, Itália, representando Portugal num Festival de Música Mediterrânea. Ainda em Dezembro vai a Caracas, Venezuela, integrado no grupo de artistas que realizam o espectáculo da Festa das Comunidades Portuguesas promovido pela R.D.P.I.
No início de 1996 dá-se uma transferência de editora, passando para a BMG e, em Maio, é lançado o CD  “Desde o berço” seguido de um novo convite para actuar no Canadá, desta feita num concerto promovido pela “Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário” integrado nas comemorações do Dia de Portugal. No final de 1996 tem a oportunidade de conhecer mais uma comunidade de portugueses no estrangeiro, desta feita em Inglaterra, realizando um espectáculo em Londres.
Maio de 1997: A convite da Comissão Europeia e da Embaixada de Portugal em Ancara, efectua dois concertos na Turquia, em Izmir e em Ancara, nas comemorações do “Dia da Europa”.
Outubro de 1997: Actuação em Bruxelas no Jantar de Gala integrado nas “Jornadas do Cavalo Lusitano”, seguindo para mais uma actuação no Canadá, desta feita na reabertura da sede do “First Portuguese Club”.
1998: Após uma pequena digressão europeia, prepara uma semana de actuação na EXPO’98, em Lisboa, bem como a experiência de produtor de espectáculos para cinco semanas, no palco de Fado da referida exposição universal da capital portuguesa, enquanto inicia os trabalhos relacionados com o seu próximo disco.
 
Em 1999, a destacar uma digressão pelo Norte da América, com actuações em Montreal, Toronto, Ottawa, num espectáculo organizado pela Embaixada de Portugal e Newark, este organizado pelo Consulado desta cidade. Ainda em 99, no Brasil, apresentações em S. Paulo e Rio de Janeiro.
 
Já em 2000 integra o grupo “Land of Fado”, que se apresenta no auditório do NJPAC, em Newark, E.U.A..
Também neste ano recebe o honroso convite da Radiotelevisão Portuguesa para apresentar um programa semanal dedicado ao Fado, nos canais R.T.P.I. e R.T.P.África, intitulado “Fados de Portugal”.
 
Em 2001 é chamado para levar, ao cabo de um intervalo de cerca de 30 anos, o Fado a Timor, o que antes havia sido feito unicamente por Amália. Daí segue para a Califórnia, onde se estreia com grande êxito, o que provocou que tivesse voltado aquelas paragens por mais quatro vezes nessa época.
 
Nos anos que se seguem salienta-se o seu contrato com a nova Editora ZonaMúsica onde grava dois CD, em 2002 e 2003, respectivamente “Rendas Pretas” e “Letras do Fado Vulgar”, dois trabalhos que se afastam um pouco da sua linha mais tradicional mas que não deixam de manter as raízes no fado.
 
Em 2004, a convite da Produtora C2E, é um dos fundadores do Grupo «Quatro Cantos», juntamente com Maria Armanda, José da Câmara e Teresa Tapadas. Com este grupo, que monta um excelente espectáculo multimédia e revivalista, lembrando o fado desde os anos 20 até aos anos 70, actua em diversas cidades de Portugal e no estrangeiro e grava dois CD e dois DVD.
 
Em Dezembro de 2007, mais um CD, “Bodas de Coral” que marca o seu retorno à linha de Fado tradicional e que, como o nome indica, comemora 35 anos do seu “casamento” com o Fado.
Mantém a sua actividade quer a solo, quer integrado no grupo «Quatro Cantos» e, ainda, em espectáculos a duo, especialmente com Teresa Tapadas ou Maria João Quadros.
Em 2010 lança o CD  “Prata da Casa”em que faz uma compilação de todos os temas com assinatura Pinto Basto.
 
Continuando a manter inúmeras actuações no estrangeiro, é de realçar uma "tournée" pela Austrália, em 2014, em que actua em quatro cidades com assinalável sucesso.
Em 2017 é convidado a cantar em Doha, Qatar, no âmbito de comemorações do Dia de Portugal. Em 2019 volta ao Japão.
O ano de 2020 estava planeado para ser um ano de festejo dos seus 50 anos de carreira mas, dada a pandemia que assolou o mundo inteiro, limitou-se ao lançamento do CD "Eléctrico 28", um CD com 20 faixas, sendo 17 originais.
 
Discografia:
1970 — EP «Povo Sagrado»
1973 — EP «Saudades Peregrinas»
1974 — EP «Tem Fé Caminheiro»
1988 — LP/MC/CD «Rosa Branca»
1989 — 2LP/MC/CD «Maria»
1991 — LP/MC/CD «Confidências à guitarra»
1993 — CD «Os grandes sucessos de António Pinto Basto»
1994 — MC/CD «O Melhor dos Melhores — António Pinto Basto»
1995 — Videocassete «António Pinto Basto em Évora»
1996 — MC/CD «Desde o berço»
2001 — CD «Rendas Pretas»
2003 — CD «Letras do Fado Vulgar»
2007 — CD «Bodas de Coral»
2010 — CD «Prata da Casa»
2020 — CD «Eléctrico 28»
1996 – Com José Gonçalez - MC/CD «Natal em Família»
1999 – CD «100 anos de Fado», com João Braga, Manuel de Almeida, Carlos Zel, Miguel Sanches e José da Câmara
2001 – CD «No Outono, em Lisboa», com João Braga, Carlos Zel, Miguel Sanches, Ana Sofia Varela e Maria Ana Bobone
2004 – Participação no CD «Chillfado V.01»
2004 – No Grupo “4 Cantos” – CD/DVD «Cinco décadas de Fado»
2005 – No Grupo “4 Cantos” – CD «Afinidades»
2005 – No Grupo “4 Cantos” – DVD «Do passado ao presente do Fado»
2010 – Com José Gonçalez – CD «Viagem p´lo Fado»
2012 – CD «Solidários em tom de Fado», com Teresa Tapadas, Filipa Maltieiro e Gustavo
2012 – CD «Fado» com Dina do Carmo
2017 – Participação no CD «Saudades» de Estrada Fado Group
 
Várias participações em gravações de e com outros artistas.
 
 Galardões:
“Revelação” — Grande Prémio R. Renascença 1988
“Sete de Oiro — Revelação” 1988
“Sete de Oiro — Fado” 1988
“Popularidade” — Grande Prémio R. Renascença 1989
“Popularidade” — Casa da Imprensa 1989
“Popularidade” — Casa da Imprensa 1990
“Prémio Popularidade Despertar” 1991
“Trofeu Neves de Sousa” — Casa da Imprensa 1998
“Prémio Carreira” – Casa da Imprensa 2006
“Prémio Excelência Música” – Revista Mais Alentejo 2012
“Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro” – C.M.Lisboa 2012
“Medalha Dourada da Restauração do Concelho” - C.M.Alcochete 2016
Homenagem pela Associação das Colectividades do Distrito de Lisboa 2019
Discos de Prata, Ouro e Platina «Rosa Branca»
Discos de Prata, Ouro e Platina «Maria»
Disco de Prata «Confidências à guitarra»




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