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sábado, 13 de abril de 2024

Hoje, a maior opressão é a política, o poder, as elites

Hoje, a maior opressão é a política, o poder, as elites.

 


Você faz parte do sistema que acredita que vai vencer, e se no final das contas você estiver entre os derrotados, ou se você os apoiou, logo terá a pressão sobre si por todos os lados. Você não pode ir contra eles, especialmente sobre eles, e não pode opinar, senão nunca terá apoio para superar algo que é útil não apenas para si, mas para a sociedade. A política é a maior porcaria já existente numa sociedade que se diz cultivada. O mundo está a mudar para pior, cada vez mais as pessoas são mais individualistas e só há jogos de interesses políticos, associativos e afins. O mundo está adverso. Dou o exemplo de haver gaivotas em terras gélidas de neve em vez de estarem no mar. Logo, quero dizer com esta metáfora, que as pessoas não sabem ocupar o seu lugar. Eu nunca vou ser influenciável, mesmo que para isso não tenha apoio de coisa alguma!

 

autor: Quelhas

 

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 12 de abril de 2024

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Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Peça já um livro de Sobradelo ao autor João Carlos 'Quelhas' da Repórter Editora

"Sobradelo da Goma, uma terra esquecida no tempo que o tempo ainda lembra"

 


Peça já um livro de Sobradelo ao autor João Carlos 'Quelhas' da Repórter Editora. O livro que já faz sucesso, lançado dentro da igreja matriz de Sobradelo da Goma e na Praça da Alegria na RTP1. Custa 20 culturas, mais envio!

Pode ser enviado pelo para todo o mundo através dos correios.


Revista Repórter X Editora Schweiz
Glasistrasse 9
8180 Bülach
Suisse


IBAN
CH59 0900 0000 8937 0140 6


Ou pode ir buscar directamente em mãos, ligando antes para o número:

+351 969 087 835

Dr. José Macedo de Barros, na vila da Póvoa de Lanhoso.



Para receber pessoalmente em Bülach, Suíça, pode pedir na rede social ou no Whatsapp, número:

0041 76 402 96 16

 

Cumprimentos,
João Carlos Veloso Gonçalves



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Felicitações aos deputados pela Europa: (Não se esqueçam de que exigimos que levem ao Parlamento Português e Europeu casos como os da Suíça, que bem conhecem).

Felicitações aos deputados pela Europa: (Não se esqueçam de que exigimos que levem ao Parlamento Português e Europeu casos como os da Suíça, que bem conhecem).

 


Caro Paulo Pisco,

Felicito-o pela conquista do seu lugar. Não se esqueça de que exigimos que leve ao Parlamento Português e Europeu casos como os da Suíça, que bem conhece.

 

Quanto aos emigrantes que contribuíram significativamente para o estado na reforma, estive com alguns retornados que nunca descontaram em Portugal. Saíram para a Suíça aos 17 e 18 anos, descontaram por 40 anos e agora recebem meros 2.000 euros, sendo ainda obrigados a pagar IRS, quando deveriam receber no mínimo 2.800 euros. Estão indignados com o governo, pois são eles que sustentam a Segurança Social enquanto outros se aproveitam indevidamente.

 

Além disso, queremos acabar com o imposto sobre riqueza, no qual pagamos dois impostos, em Portugal e na Suíça, e ainda um terceiro imposto para quem adquire riqueza acima dos 150.000 euros. É imperativo rever a situação dos pais que perdem a custódia dos filhos para instituições suíças e também das instituições que não respeitam os direitos daqueles que os têm, principalmente na doença e acidente.

 

A comunicação social na diáspora precisa de apoio ou deixamos de existir. Queremos voto presencial, pois este ano muitos não receberam os boletins de voto.

Desejamos ter voz por meio dos cinco conselheiros, que podem levar nossos problemas aos Deputados pela Europa e estes à Assembleia da República Portuguesa. Queremos ser mais protegidos e ter mais diálogo com o governo português, para que este possa dialogar com os partidos na Suíça, além do governo suíço.

 

Os deputados devem estar mais próximos do povo que os elegeu, não apenas em tempo de eleições. Devem aumentar o número de deputados para abranger mais e saber mais das preocupações dos emigrantes. Nossos conselheiros precisam ter as mesmas regalias que os governantes em Portugal, para que possam trabalhar eficazmente. A revista "Repórter X" é a união entre o povo emigrante e o estado português, para que através deles possamos pedir os nossos direitos junto do estado suíço.

 

Felicito ainda o José Dias Fernandes, que conseguiu um resultado histórico na europa pelo Chega e dirijo os mesmos pedidos nos quais faço chegar ao Deputado do PS, Paulo Pisco.

 

  Revista Repórter X

 

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 11 de abril de 2024

A saúde na Suíça está mal de saúde

A saúde na Suíça está mal de saúde

 

Reclamação de paciente gera controvérsia sobre atendimento médico no Hospital Universitário de Zurique

 


Uma recente reclamação enviada por escrito ao Hospital Universitário de Zurique (USZ) evidenciou a insatisfação de um paciente com tratamentos médicos recebidos, desencadeando um debate sobre a qualidade dos atendimentos e os procedimentos adoptados pela instituição.

 

O paciente, expressou a sua frustração em relação à recusa do médico assistente J. Hess em prescrever Losartan para tratar hipertensão durante a visita realizada em 8 de Abril de 2024. Em vez disso, o paciente foi encaminhado para o médico de família para obter a prescrição, uma decisão que foi criticada pelo reclamante devido à urgência da situação e à incapacidade física motora do mesmo paciente. O médico assistente ter-á-passado outras receitas de outros medicamentos cujo mesmo medicamento, Losartan, também está registrado no sistema, mas teve má vontade, senão teria acrescentado tal prescrição. Já no passado os mesmos médicos do Hospital Universitário de Zurique (USZ) no The Circle (USZ), recusavam passar a baixa-médica ao paciente, mas com reclamações escritas como esta e também presencialmente, cobrou-se o feitiço e hoje já prescrevem as baixas-médicas, pois a contestação foi a mesma que esta de hoje aqui relatada!

 

O reclamante argumentou que o paciente frequentou exclusivamente esse dia o Hospital The Circule em Kloten (USZ) neste caso de urgência e que a distância até o médico de família, localizado em Langstrasse, Zurique, tornava a viagem impraticável, especialmente longínqua e também devido às dificuldades financeiras enfrentadas pelo paciente, que não recebe nenhum auxílio financeiro da IV-Invalidez. Ele ressaltou os gastos adicionais com transporte e a necessidade de uma nova consulta médica no qual se podia evitar mais gastos em consultas, como motivos para contestar o encaminhamento.

 

Em resposta à reclamação, o Secretário do Hospital Universitário de Zurique (USZ) justificou a decisão de encaminhar a paciente ao médico de família, destacando que a prescrição de medicamentos para condições crônicas como hipertensão não deveria ser parte do tratamento de emergência da dermatologia. No entanto, a persistência do reclamante nas suas críticas ressaltou questões mais amplas sobre a competência e empatia, má vontade dos profissionais de saúde, bem como a necessidade de uma abordagem centrada no paciente.

 

O reclamante também levantou preocupações sobre a falta de coerência em todos os tratamentos médicos em geral oferecidos, alegando que o paciente está sempre a ser submetido a experiências desnecessárias com medicamentos e poucas vezes está a receber a devida atenção médica.

 

Em suas palavras, o reclamante afirma ainda de que tentam declinar este e muitos outros casos, só não sabem que o reclamante é um dos “defensores dos direitos humanos”, e quando reclama nunca é por acaso, é sempre com a intenção de poder ajudar a melhorar os serviços e não pela crítica em si. Ele enfatizou que, o paciente cujo aqui relata, paciente de longo prazo do hospital, e que a médica ou qualquer médico em qualquer altura, em qualquer consulta tem a obrigação de passar qualquer medicamento registrado no sistema electrónico do hospital.

 

O reclamante também destacou outro incidente preocupante, afirmando de que além disso, ultimamente retiraram a injeção ao paciente que estava a fazer-lhe mal e voltaram a receitar um medicamento que no passado também lhe fez muito mal, assim é há meia dúzia de anos. Achando o reclamante que usam os doentes como cobaias no Hospital Universitário (USZ) , recorrendo o paciente a outros estabelecimentos de saúde, verifica que tudo é mais do mesmo e na aflição lá volta ao Hospital Central de Zurique (USZ) ou The Circle em Kloten (USZ). O reclamante repetiu o dito; “estão a matar o paciente aos poucos, quando podiam acertar com a medicação, mas o paciente é sempre atendido por estagiários e assistentes de médicos, operários com pouca experiência, em vez do paciente ser sempre atendido entre um, dois ou três médicos profissionais e com muita experiência, para conseguirem ter uma melhor percepção da medicação que podem dar e a consequente melhora!?"

 

A Revista Repórter X continuará monitorando o desenvolvimento desta e outras situações no sistema de saúde na Suíça e levá-la até aos nossos políticos, fornecendo actualizações conforme disponíveis.

 

Revista Repórter X

Na Póvoa de Lanhoso, a vitela assada vai ser o prato principal no próximo fim-de-semana

Na Póvoa de Lanhoso, a vitela assada vai ser o prato principal no próximo fim-de-semana





 

Seguindo a calendarização dos fins-de-semana gastronómicos, os restaurantes aderentes a esta iniciativa vão confecionar vitela assada para apresentar a todos/as quantos/as queiram visitar a Póvoa de Lanhoso e deliciar-se com este prato típico.

 

“Sente-se à mesa com a gente” é uma estratégia de promoção que autarquia continua a impulsionar, que tem como objetivo divulgar os produtos regionais e alavancar o turismo gastronómico dando visibilidade aos restaurantes do concelho.

Mas também a filigrana, esta arte milenar tão identitária da Póvoa de Lanhoso, se destaca! Os/as clientes dos restaurantes aderentes recebem entradas gratuitas para a Torre de Menagem e um cupão que habilita ao sorteio de um coração de filigrana certificada de Portugal, produzido pelos filigraneiros locais. A continuidade da realização deste sorteio pretende reforçar a identidade da Póvoa de Lanhoso como terra da Maria da Fonte, do Castelo de Lanhoso e da Filigrana e a divulgação do nosso território, com um cardápio rico e completo.

 

Os/as visitantes que optarem por ficar alojados/as na Póvoa de Lanhoso poderão usufruir de um desconto de 10% em todos os empreendimentos turísticos associados a esta iniciativa, sendo esta uma forma de aliar a oferta da gastronomia e da restauração ao alojamento.

 

São 27 os restaurantes aderentes a esta iniciativa que se estende até novembro, com o objetivo de promover o que de melhor se faz, na Póvoa de Lanhoso, em termos gastronómicos. O fim-de-semana de 18 e 19 de Maio será dedicado ao Sr. Bacalhau; nos dias 30, 31 de Agosto e 1 de Setembro o rei é o Bife à Romaria; a 19 e 20 de Outubro teremos Pica no Chão e, a 23 e 24 de Novembro, teremos Papas de Sarrabulho e Rojões.

 

Se é apreciador da boa mesa, consulte a lista de restaurantes (e empreendimentos turísticos aderentes) e visite a Póvoa de Lanhoso nestes dias. https://bit.ly/49yji6t

 

 

 

Melhores cumprimentos,

Cláudia Oliveira da Silva


claudia


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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Informação: Denúncia sob ilegalidade perante imigrantes lesados

Informação: Denúncia sob ilegalidade perante imigrantes lesados


A denúncia expõe problemas nos pagamentos de seguros de saúde e ainda a tentativa de extorsão de dinheiro, pois o lesado recebeu mais de 30 facturas todas juntas para pagar vários valores de Correcções inexistentes.






10 Abril 2024


Caros senhores,


A denúncia apresentada recentemente ao Tribunal Federal de Luzerna, seguido do pedido no Tribunal da Segurança Social de Winterthur, revelou uma série de irregularidades nos pagamentos de seguros de saúde e tentativa de extorsão de valores em Correcções.

 

Segundo a denúncia, há alegações de que a SUVA, (seguro mãe na Suíça) responsável pelos pagamentos diários, começou a pagar ao seu beneficiário, que anteriormente era pago pela AXA-Seguros. No entanto, a SUVA interrompeu esses pagamentos algum tempo depois e já lá vão dois anos à data de 2024. O denunciante diz que sabe muito bem quais são os seus direitos e os seus deveres num país democrático. Acrescenta o denunciante de que só é possível avançar para o Tribunal Federal com um advogado ou sem ele, dês que eles assumam as despesas, pois, não tem recursos financeiros para defesa, referimos de que o lesado pediu um advogado ao Tribunal da Segurança Social de Winterthur e deve ser transitório. Conclui-se de que a SUVA ao atravessar-se à frente da AXA-Seguros, ilibou aparentemente esta seguradora de problemas com os devidos pagamentos ao paciente por doença. (“Informamo-nos com a Infodona, Beratungsstelle, no qual nos disse que a AXA-Seguros era obrigada a pagar 24 meses, pois que o operário trabalhou 14 anos para a Firma”).

 

Além disso, a denúncia afirma que a SUVA pagou valores 7.390,95 CHF em Março de 2022 à CSS-Krankenkasse, que repassou o dinheiro ao beneficiário e depois solicitou parte desse valor de volta 2.313,95 CHF, acrescentam ainda juros de 25.00 CFH a mais em cada cheque. Considerados uma ameaça e um abuso de poder ao acrescentar juros para intimidar!

 

Houve também alegações de tentativas de influenciar através de telefone, empresas e hospitais por parte da SUVA. A denúncia acusa ainda a SUVA de querer corromper o Empregador para despedir e o Hospital para não passar a baixa-médica.

 

Tanto a SUVA quanto a AXA-Seguros foram acusadas de pressionar e intimidar o beneficiário a inscrever-se na RAV-Seguro Desemprego, mesmo a saber dos problemas de saúde do beneficiário que o impossibilitaram de trabalhar. (Logo quem se inscreve na RAV-Seguro Desemprego, tem de estar apto para trabalhar. Coisa que não é correcto, mas pensamos que era para se deitarem de fora dos compromissos, se o paciente estivesse a receber da RAV-Seguro Desemprego!)

 

Além das questões com a SUVA, a denúncia menciona problemas com a CSS-Krankenkasse, que enviou facturas, designadas por Correcções, desde 2016 até 2022, alegadamente relacionadas à SUVA. O denunciante afirma que a CSS-Krankenkasse exigiu o reembolso de valores sem explicação adequada. Não se entende o porquê da SUVA usar a CSS-Krankenkasse a pressionar o paciente a pagar através do Serviço de Execução de Dívidas, no qual eles também não sabem muito bem e por isso o denunciante não foi obrigado a pagar, remetendo o caso para Tribunal.

 

Apesar das tentativas de contacto por carta e telefone, o denunciante afirma não ter obtido respostas concretas da SUVA e da CSS-Krankenkassen. Também a Protekta, que defende os seus sócios, deliberou o caso para o Tribunal da Segurança Social de Winterthur e este por sua vez remete ao Tribunal Federal de Luzerna.

 

A denúncia foi encaminhada ao Tribunal Federal de Luzerna para investigação e possível acção legal. Caso não decidam nada a favor do lesado, avança-se para o Tribunal Europeu.

 

Nota Breve: este e muitos problemas de portugueses emigrados na Suíça, estão a ser denunciados com o Governo Português, Embaixada de Portugal e Consulados na Suíça, além das instituições envolvidas. Contamos vivamente com os novos Conselheiros das Comunidades para fazerem força junto do NOVO GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA e seus representantes pela Europa. 


Cumprimentos, 


Revista Repórter X


Glasistrasse 9

8180 Bülach


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O imbróglio do bloco central: Chega

O imbróglio do bloco central:


O Chega conseguiu colocar os partidos governativos, entre a espada da excelente estratégia comunicacional de Ventura e a parede das promessas eleitorais, assumindo a principal oposição ao governo!

O objectivo será continuar o aumento de simpatizantes e militantes, que, com bom ardil, dará uma vitória nas próximas eleições antecipadas, tendo em conta a evolução negativa do cenário internacional..., pois o PS não estará interessado em ficar queimado no resultado do processo governativo de um PSD inepto, e tentará regressar ao papel de líder da oposição...!

 

Dr. José Macedo de Barros,

sociólogo político



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 5 de abril de 2024

O Presidente da República sugere a Montenegro uma governação pisca-pisca, que faça acordos com o PS em questões de regime, mas que seja "aturado" em matérias como o OE nas negociações com o Chega.

Discurso do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa

na tomada de posse do XXIV Governo Constitucional



É para os portugueses a minha primeira palavra. O vosso voto foi um voto de fé na democracia, ao inverter a abstenção que parecia imparável. Querendo dizer, nos 50 anos do 25 de Abril, que o voto vale sempre a pena, a liberdade vale sempre a pena, a democracia vale a pena. Que bom recordá-lo neste 2 de Abril, no mesmo dia em que há 48 anos se realizou a votação final global da Constituição, em que tive a honra de participar, uma Constituição debatida em plena e conturbada Revolução.”

 

O Presidente da República opta por não marginalizar nenhum voto, rejeitando qualquer ideia de que a redução da abstenção — por ter criado instabilidade ou ter feito crescer forças nos extremos do espectro político — passa a ser má. Que, por mais que tenha crescido uma força política com posições que o próprio discorda politicamente (o Chega), ele, como Presidente, não distingue entre votos bons e votos maus.

 

Senhor primeiro-ministro acaba de assumir funções por ter encabeçado a candidatura mais votada pelos portugueses. Para substituir quem liderou o mais longo governo neste século e o segundo em democracia, sempre com sensibilidade internacional, em particular europeia, que foi e será de interesse nacional.  A vitória eleitoral foi difícil, porventura a mais estreita em eleições parlamentares, mas, imagino que, talvez por isso, a mais gratificante.”

 

Marcelo justifica que, perante um cenário de um Parlamento ultra fragmentado — e sem uma maioria alternativa ao que classificaria minutos depois de “hemisfério político” à direita — não tinha outra opção se não escolher para primeiro-ministro o líder do partido mais votado. E começa por relativizar a existência de uma eventual instabilidade que o Governo possa ter em comparação com o anterior que, em matéria de longevidade, foi quase de exceção: Costa foi o segundo primeiro-ministro da história da democracia que esteve mais tempo funções. O chefe de Estado deixa ainda uma pincelada que remete para o futuro europeu de António Costa, lembrando que o agora ex-primeiro-ministro tinha uma apurada “sensibilidade europeia”.

 

Ao votar os portugueses fizeram três escolhas e o somatório dessas três escolas define o mandato recebido pela coligação, mas também pelo seu líder: escolheram, pelo aumento da participação, exigir do Governo saído das eleições a reforçada aproximação às pessoas e aos seus problemas;”

 

O Presidente da República começa por avisar Luís Montenegro que o resultado fragmentado das eleições significa uma exigência dos eleitores para que o Governo seja dialogante e responda às várias sensibilidades e reivindicações da sociedade. Que a redução da abstenção e o crescimento de um partido anti-sistema como o Chega é um alerta para quem governa não ignorar os problemas reais das pessoas, sob pena de as mesmas deixarem de acreditar na política e no regime democrático que se cimentou desde o 25 de Abril.

 

Escolheram, depois, mudar de hemisfério de governo. Não deram maioria ao partido que dispunha da maioria absoluta de mandatos uma nova maioria, nem lhe deram minoria que fizesse maioria absoluta com outros partidos do mesmo hemisfério. Nem deram, e aí por uma diferença muito exígua, ao principal  partido desse hemisfério a vitória eleitoral;”

 

Marcelo Rebelo de Sousa volta às justificações, aludindo àquele que era o entendimento político e constitucional até 2015: o partido com mais votos tem o direito a formar governo. Mas não ficou por aí. O Presidente reforçou que os portugueses, por terem retirado a maioria ao PS e terem dado a vitória ao PSD, mostraram que queriam uma mudança da cor política de Governo — o que chama de “mudança de hemisfério”. Ao mesmo tempo sugere que o PSD não deve deixar de negociar com o PS, lembrando que a diferença de votos entre os dois maiores partidos foi “muito exígua”.

Escolheram finalmente dar ao vitória ao setor moderado e não ao setor radical do outro hemisfério“.

 

É mais um aviso à navegação feito pelo Presidente: quem ganhou foi a AD, não foi o Chega. Marcelo quer que Montenegro corresponda aos anseios dos eleitores do Chega, mas avisa que não foi o partido de André Ventura que venceu. É uma forma de o chefe de Estado dizer que o PSD não se deve descaracterizar por pressão do crescimento do Chega, já que foram mais os que votaram na direita moderada (AD) do que na direita radical (Chega).

 

O mandato parece óbvio, mas é complexo, por quatro razões: o panorama internacional, a governação económica e social interna, a base de apoio político e o tempo disponível. Primeiro o panorama internacional. O mundo está pior em 2024 do que em 2023. E pode piorar, dependendo da influência das eleições norte-americanas nas guerras. E da influência das guerras na economia, na inflação e nos juros. O que pode Portugal pode fazer é pouco e é muito. Pouco porque o mais importante depende outros. Muito porque podemos ter bom senso e fazer na Europa e no Mundo o que resolva problemas e não os agrave. E manter a coerência e a credibilidade política e financeira que tanto trabalho nos tem dado a criar e a recriar ao longo de anos de democracia.

 

Marcelo avisa que o contexto internacional é complexo e pode piorar ainda. O Presidente da República está preocupado com as eleições nos EUA, em particular sobre a incerteza que possa significar o regresso de Donald Trump ao poder. A vitória do republicano pode precipitar uma mudança total de rumo da Guerra da Ucrânia que afete por completo a economia e estabilidade do espaço europeu. Além, claro, do Médio Oriente. Daí que todo o cuidado seja pouco. E começa, noutro aviso, a advertir Luís Montenegro para não desbaratar a credibilidade externa do país (que é o novo bom aluno europeu e cada vez mais bem notado pelas malfadadas agências de rating).

 

Segundo, a governação económica e social interna. Aqui o papel é nacional: onde não temos problemas, não os devemos criar. Como no consenso em mais crescimento, investimento e exportações; no equilíbrio das contas públicas, na atenção à dívida externa pública e privada, no aproveitamento das vantagens da segurança e certeza nacionais perante a insegurança e incerteza internacionais. Onde temos problemas, de custos ou disfunções económicas e sociais, que possam romper estruturas fundamentais do Estado ou aéreas sensíveis do tecido social, não há como não intervir com o cuidado de não atingir o núcleo crucial daquilo que não é problema.

 

Numa altura em que as várias áreas setoriais fazem reivindicações (algumas bem dispendiosas para os cofres públicos), Marcelo Rebelo de Sousa tem o seu momento ‘não há petróleo no Beato’. A ideia criada dos alegados cofres cheios não deve desvirtuar a trajetória das contas certas e o equilíbrio que o país tem tido com défices equilibrados (até com superávites) e um caminho de redução da dívida pública. Fernando Medina já garantiu, em Bruxelas, que Montenegro e Miranda Sarmento vão defender o rigor orçamental. Marcelo exige-o.

 

Terceiro: a base de apoio político. Com uma representação parlamentar como a obtida, importa saber com o que conta o Governo e o que deve alcançar. Conta com o apoio solidário e cooperante do Presidente da República, que aliás nunca o regateou ao seu antecessor, mas não conta com o apoio maioritário na Assembleia da República. E tem de o construir com convergências mais prováveis em questões de Regime: política externa, de Defesa, financeira de repercursões internacionais. Ou de compromissos eleitorais semelhantes. Para convergências menos prováveis, noutros domínios, o diálogo tem de ser mais aturado e muito mais exigente. Para decisões como reformas estruturais ou Orçamentos de Estado, essa exigência é ainda de mais largo fôlego.”

 

É uma das frases-chave do discurso de Marcelo. Em primeiro lugar, o Presidente promete respaldo a Luís Montenegro e que terá em Belém um apoio para que o Governo continue de pé. Sempre preocupado com a leitura que a frase pudesse ter, de favorecimento da sua área política de origem, acrescentou de imediato que deu o mesmo apoio a António Costa nos últimos oito anos. Sobre a forma como Montenegro deve gerir o seu apoio político no Parlamento, Marcelo sugere aquilo que em tempos o hoje líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, classificou de governo pisca-pisca: faz acordo com umas áreas à esquerda e, com outras à direita. Para as “questões de regime”, em áreas como a política externa, Defesa e contas públicas, Marcelo empurra o Governo da AD para acordos com o PS. Já para Orçamentos de Estado, caso não consiga o apoio do PS, o Presidente diz que Montenegro pode procurar “convergências menos prováveis” (leia-se, com o Chega), mas que aí deve ser mais exigente e ter mais cuidado. Pede-lhe até um diálogo mais aturado, paciente e resiliente que tenha prudência a dois níveis: no grau de confiança que tem no Chega e para não caucionar as contas públicas para responder a exigências mais dispendiosas daquilo que chama de “setor mais radical do hemisfério”.

 

Conta para tudo isso de um apoio popular, que lhe deu a vitória, mas para o qual tem de conquistar muito mais portugueses. Ou porque próximos nas ideias ou porque convencidos de que o trabalho que faz merece esse apoio alargado.”

Marcelo adverte Montenegro que não há como ignorar quem votou no Chega (e até no PS). E que só pode conquistar essas pessoas se elas sentirem que as suas vidas estão a melhorar. O aviso é muito claro: Montenegro não pode ignorar os 1,2 milhões de pessoas que votaram no Chega e deve conquistar o apoio de parte dessas pessoas para alargar a sua base de apoio popular. Só assim, avisa Marcelo, vai sobreviver.

 

Quarto, o tempo disponível. É muito longo em teoria, porque é de quatro anos. Na prática, para o que é muito urgente e para o que foi prometido em campanha, é muito curto. Para a saúde, plano de emergência, sem esquecer a estabilização de todo o modelo de gestão do SNS. Para a habitação, maior abertura ao privado e ao social, atenção à classe média, sem esquecer sempre os que necessitarão sempre de habitação de iniciativa pública; educação, pacificação dos anos letivos, em especial na escola pública, sem esquecer os professores; para a permanente aceleração do PRR e crescente foco do Portugal 2030, para a localização do novo aeroporto, a solução da TAP e a continua aposta na ferrovia, para a mais visível eficácia da Entidade da Transparência no combate à corrupção. Noutro plano, mas muito urgente, mais ainda em tempo de guerra, para a valorização do estatuto militar; em tempo segurança, para o fim da discriminação entre as várias forças; em tempo de novos consensos sobre justiça, para a superação de bloqueios e incompreensões que travem a economia, a sociedade, a justiça e a democracia”.

 

Marcelo adverte que a legislatura dura quatro anos, mas só no papel. Aliás, para que não seja um governo-relâmpago, Montenegro tem de conseguir cumprir as suas promessas no mais curto prazo de tempo. É mais um aviso à navegação. O Presidente da República diz a Montenegro que tem de começar a tomar medidas já. Mesmo que antes no discurso tenha pedido contenção orçamental, agora pressiona-o a cumprir as promessas que fez. E faz-lhe um caderno de encargos particularmente longo: pede-lhe que resolva os problemas na saúde, na habitação, que pacifique a escola pública, que execute o máximo possível o PRR, que decida a localização do Novo Aeroporto de Lisboa, que resolva a questão da privatização da TAP, que coloque a funcionar a Entidade da Transparência e que valorize as carreiras dos militares e das forças de segurança. O sinal de Marcelo é claro: o governo da AD tem de fazer muito e rápido. Caso contrário, não durará.

 

Senhor primeiro-ministro, em suma: o mundo não ajuda, a governação económica e social interna pode ajudar, a base de apoio político, tal como o tempo, dependem do alargamento da primeira e do uso do segundo. E de como atuarem aqueles que só ganham com soluções estáveis para o regime e para os portugueses. Será uma missão impossível? Não o creio. Francisco Salgado Zenha gostava de dizer que há sempre soluções em democracia. E será muito difícil? Certamente. Um clássico, Frei Manuel Bernardes escrevia no final do século XVII, uma obra intitulada de “O pão partido em pequeninos”, o que aplicável o a esta situação significa: parte-se o problema em vários mais pequenos e resolve-se um a um, sem perder a vista do todo. Com paciência, sem elevar expectativas ou criar ambições ilusórias. Pode não ser espectacular neste tempo de emoções, paixões, seduções pela sensação imediata, mas poderá ser um caminho com virtualidade.


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