PS; Projeto de Voto 521/XVI/1 de Congratulação
Projeto de Voto 521/XVI/1
De Congratulação pela Participação de Empresas, Operários e Artesãos Portugueses na Reconstrução da Catedral de Notre Dame de Paris
A reconstrução da Catedral de Notre Dame de Paris, uma obra de extraordinária complexidade técnica e exigência de rigor, envolveu mais de dois mil trabalhadores e cerca de 250 empresas. Entre estas, destaca-se a importante participação portuguesa, que merece ser assinalada e reconhecida.
A catedral foi severamente afetada por um incêndio de grandes proporções a 15 de abril de 2019, o qual provocou o colapso da torre, a perfuração da abóbada e a destruição de uma parte significativa da sua estrutura de madeira com séculos de história. O incêndio também derreteu a estrutura de chumbo, ameaçando seriamente a estabilidade do icónico monumento.
O Vaticano classificou a reconstrução da catedral, que reabriu a 8 de dezembro, como uma "aventura humana e tecnológica". Esta obra envolveu centenas de operários especializados e artesãos que replicaram as técnicas e materiais de construção originais, respeitando a história da catedral cuja inauguração remonta ao ano de 1345.
Entre os contributos mais relevantes está a participação de empresas, técnicos, artesãos e operários portugueses. Merece destaque a empresa Centralpose, presidida pelo franco-português Arthur Machado, natural de Leiria. Esta empresa contou com a colaboração de dezenas de operários, artesãos e técnicos portugueses, incluindo 17 calceteiros. A Centralpose, reconhecida em França pelo seu trabalho no assentamento de pavimentos, já realizou obras em locais emblemáticos como a Place de la République e os Invalides.
Foi da sua responsabilidade a colocação de todo o pavimento do adro de acesso à catedral, com cerca de 10 toneladas de lajes em 5 mil metros quadrados. Cada peça foi desenhada individualmente num projeto desenvolvido ao longo de seis meses, liderado por Carlos dos Santos, engenheiro português do Fundão, e implementado por calceteiros portugueses sob a direção de Firmino de Jesus, de Leiria.
Outra empresa portuguesa de destaque foi a Beetsteel, com sede em Braga, especializada em serralharia de produtos em inox. Esta empresa foi responsável pela instalação dos passadiços corta-fogo.
A excelência dos trabalhos realizados e o contributo dos técnicos, artesãos e operários foram amplamente reconhecidos pelo presidente francês, Emmanuel Macron, pelas autoridades eclesiásticas francesas e pelo Vaticano. O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, destacou: “Todas essas mãos precisas e habilidosas merecem respeito e admiração. O que eles fazem é sempre extraordinário. Trabalhar com tanta precisão, com tantas técnicas diferentes para encontrar o espírito do lugar.”
Dado o impacto e a relevância desta participação, a Assembleia da República considera essencial prestar reconhecimento às empresas, artesãos, técnicos e operários portugueses que contribuíram para a reconstrução deste emblemático monumento mundial. Esta homenagem também sublinha a importância da presença portuguesa em França, onde a comunidade lusófona é influente e relevante em diversos domínios da sociedade.
Assim, a Assembleia da República congratula-se pela participação portuguesa de empresas, artesãos, técnicos e operários na reconstrução da Catedral de Notre Dame de Paris, reconhecendo o seu papel para a valorização da comunidade portuguesa em França e para a projeção de Portugal.
Palácio de São Bento, 5 de janeiro de 2025
As Deputadas e os Deputados:
Paulo Pisco
João Paulo Rebelo
Edite Estrela
Eurico Brilhante Dias
José Luís Carneiro
Gilberto Anjos
André Rijo
Pedro Sousa
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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