As
mentiras sobre trabalhos na Suíça, não há tantas vagas como dizem, há sim muito
desemprego, pelo menos no Inverno.
Ao considerar
oportunidades de trabalho na Suíça, é crucial reconhecer as disparidades,
especialmente para trabalhadores do Leste, refugiados e aqueles de fora da
Europa. Muitos destes emigrantes sujeitam-se a ganhar qualquer valor, sem
contractos e sem descontos.
A preferência por
contractos estáveis frequentemente favorece os europeus, resultando em
condições mais precárias para outros grupos. Muitas empresas, notadamente nos
sectores de limpeza, hotelaria, restauração e lavoura, pagam em média 19
francos por hora, em maior parte são trabalhos pelo tempo de 30%, 40%, 50%, 80%
em contraste com a alegação de salários iniciais de 25 francos. Além disso, a
natureza instável de muitos empregos pode implicar que os ganhos não
correspondam a uma jornada de trabalho completa. Essa realidade destaca a
importância de uma abordagem cautelosa ao buscar trabalho na Suíça e a
necessidade de condições justas para todos os trabalhadores. Devem estes
trabalhadores informarem-se nos sindicatos, quem não vai gostar ó o empregador
que os põe na hora há porta se reclamarem.
Trabalhar na Suíça
com limpeza pode parecer atractivo, mas é crucial reconhecer as nuances
sazonais. Durante o Inverno, a escassez de oportunidades é evidente devido ao
frio intenso e à presença de neve, levando muitos a recorrerem ao
Fundo-desemprego por pelo menos três meses. Contrariamente à sugestão de
abundância de vagas com flexibilidade de turnos e horas, a realidade climática
impacta significativamente a disponibilidade de empregos na Suíça nesse setor
específico, porque a grande força desse trabalho é limpar janelas de grandes edifícios
privados e públicos e principalmente nas obras e estradas.
Embora a Suíça busque
trabalhadores qualificados que falem uma das quatro línguas oficiais (italiano,
romanche, francês e alemão), é relevante mencionar que, ao chegarem, muitos
profissionais altamente qualificados enfrentam desafios significativos. Apesar
de suas boas habilitações literárias e cursos sólidos, como doutores,
engenheiros e professores, etc… frequentemente são redirecionados para sectores
como obras, limpeza e restauração devido à exigência linguística e à
desconfiança na validade de seus certificados. A necessidade de adquirir novas
certificações e competências, ignorando suas formações anteriores, pode gerar
frustração nesse processo de integração no mercado de trabalho suíço. Este
cenário destaca as complexidades e desafios enfrentados por profissionais
altamente capacitados ao buscar oportunidades na Suíça.
Na
sequência deste texto anterior, vou deixar um texto já transcrito na versão
impressa na Revista Repórter X
Depois de várias
vezes ter dito que entrou na Suíça uma multidão de jovens através de Espanha,
espanhóis e sul-americanos, que obtiverem o Cartão do Cidadão espanhol/
europeu, 'entre outros povos', para trabalhar nos serviços de Temporário,
principalmente nas limpezas no qual são mal pagos e maltratados, venho a saber
muito mais que aquilo que presenciei sobre esta emigração à rasca, faminta e
preocupante para quem tem bom coração.
A maior parte deles
vem com um saco às costas, sem trabalho, sem tecto e sem comida, com uns euros
no bolso, apenas tem um ou outro conhecido a trabalhar já nos Temporários.
Todos eles resistem às dificuldades, a número um é a língua, a número dois é
ter onde dormir e comer nos primeiros dias enquanto não entra nenhum dinheiro.
(normalmente ajudam-se uns aos outros). Terceiro arranjar trabalho, (não falta
trabalho para limpar vidros no Verão!) Depois o factor número quatro é a sorte,
ter um guia para os orientar. Como orientam? Uns dão dormida e comida. Recebem
os seus conterrâneos sem condições por não terem cama onde dormir, mas não
dormem debaixo da ponte. Sustentá-los como podem, muitas vezes com dificuldades
acrescidas lá vão ajudando. Levá-los a um Temporário para obter trabalho
temporário. Normalmente quem ajuda, em maioria quer retorno, acabam sempre com
alguns conflitos. Uns vem para ficar e outros vem para ganhar uns trocos
durante os 3 meses permitidos na Suíça.
Há os que vem como Turistas e recebem à semana a negro para não pagarem
o Seguro obrigatório na Suíça e há os que recebem à semana e descontam e pedem
a Permissão ao Cantão Policial onde habita. Quase todos eles vão sofrer
discriminação racial, laboral e vão ser corrompidos nas horas de trabalho que
fazem diariamente.
Quando recebem à mão
a semanada, preocupam-se com os familiares que deixaram, ninguém vem nesta
aventura ao calhas! Logo tem à perna a pessoa que os está a ajudar, (enquanto
outros sem sorte dormem na rua) pois que a vida está cara, de quase todos os
emigrantes Temporários que conheço, deram-se mal com quem ajuda, os familiares
e amigos são os piores... A discriminação começa nos ordenados mal pagos e
valores roubados em horas laborais. Os que estão a negro nem sequer podem
reclamar. Os que descontam para poderem ter o direito ao Permisso B, também têm
de estarem caladinhos, senão ficam em casa e lá se vai o sonho de permanecer na
Suíça. Para ter direito a contracto de casa tem de ter no mínimo trabalho e na
sequência, o Permisso da Polícia e para ter trabalho permanente tem de ter
morada, ou seja, para trabalhar tem de ter documentos e para ter casa tem que
ter trabalho. (faz lembrar; quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha). A
discriminação passa também e logo a seguir por quem dá tecto de casa, quer logo
a semanada para cobrir despesas, não se importando com a vida pessoal e
familiar do próximo, logo se vê que ajudaram por interesse. Há outra
discriminação, as casas de Temporeiros fazem o empregado se deslocar para
outros cantões não pagando os transportes. O direito à refeição é evidente, mas
o pagamento nunca bate certo. Tiram um bocadinho de cada lado e enriquecem à
custa do trabalhador desgraçado.
No trabalho já vi a
berrar com os Temporeiros, atirarem-lhe com o objecto de trabalho pelo chão
adiante, portanto discriminação laboral, isto porque em vez de ensinar
primeiro, to.am atitudes perigosas. Esquecem-se que muitos destes Temporários
são formados em várias áreas sociais laborais! Reparei que há temporários a
trabalhar, que não comem na pausa das 9h e nem ao almoço pelo meio dia.
Oferecemos ajuda e tem vergonha e não aceitam.
Nas ruas de Zurique
muitos pedem roupas para dormir ao relento. Muitos roubam para comer e acabam
presos e é a solução para serem enviados de volta pela polícia. Se de início disse que um funcionário foi
atrás do rapaz que tirou algo para comer, para mim não é roubar, é sobreviver.
O funcionário procedeu mal, não lhe adiantou nada fazer essa palhaçada, como se
o Quiosque fosse dele. Eu já matei várias vezes a fome a pessoas na rua, eles
nem mastigavam, engoliam famintos, não falo em dar dinheiro, falo em dar
comida. Vê-los comer...
Revista Repórter X
Editora Schweiz.
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