Esclarecimentos sobre o artigo de opinião “Os emigrantes vão pagar cara a
factura das eleições legislativas”
Exmo. Senhor Carlos Pereira, LusoJornal
A Revista Repórter X tomou atenção ao seu artigo de opinião publicado a 18 de Junho de 2025 e sente a necessidade de prestar alguns esclarecimentos essenciais para uma análise justa e rigorosa da representação política das Comunidades portuguesas no estrangeiro.
Em primeiro lugar, relativamente ao Senhor Paulo
Pisco, importa clarificar que, embora o seu artigo não afirme explicitamente
que ele é um “político de Lisboa”, o foco dado ao candidato principal da
Aliança Democrática, José Manuel Fernandes, político de Lisboa e Ministro,
acaba por sugerir uma distância entre os candidatos emigrantes e os políticos “de
Lisboa”. Paulo Pisco é, de facto, um político com raízes sólidas na
emigração, tendo vivido e militado no Luxemburgo, tal como Carlos Gonçalves,
emigrante em França. Portanto, é fundamental valorizar que ambos são
representantes autênticos das Comunidades e que não se deve reduzir a luta
política no estrangeiro a nomes “de Lisboa”.
Importa ainda salientar que, como bem afirma, o
PSD apresentou como cabeça de lista José Manuel Fernandes, que não cumpriu o
mandato e passou o lugar ao segundo candidato, Carlos Gonçalves, emigrante. Tal
prática, em que um político “de Lisboa” assume a candidatura principal e
depois passa a pasta ao segundo da lista, ignora o respeito pela representação
directa e genuína dos emigrantes, situação que ninguém concordaria ver num
Presidente da República, por exemplo.
Quanto ao Deputado José Dias Fernandes, eleito
pelo Chega, cumpre esclarecer que também é emigrante, com ligação à França. O
seu trabalho tem sido notório e relevante para os emigrantes na Suíça e noutras
partes da Europa, tendo dado voz a questões cruciais como as crianças roubadas
pela KESB, os problemas dos lesados com a SUVA, o RNH – Emigrante Não Residente
e o Duplo Imposto. A Revista Repórter X tem acompanhado e divulgado diversas
vezes as ações do Deputado José Dias Fernandes, que se empenhou de forma ativa
em reuniões no Consulado, associações e encontros diplomáticos, incluindo uma
recente com pais e com lesados da SUVA, com a presença do Consulado, Embaixada
e dois membros do Governo, numa reunião promovida pela Repórter X associada a
estes problemas sociais.
Por isso, causa estranheza que o seu artigo
desconsidere esta realidade, focando-se apenas na figura do líder nacional,
André Ventura, sem reconhecer o papel efetivo do Deputado junto das
Comunidades.
É evidente que o seu foco direcionado a Paulo
Pisco suscita a sensação de um posicionamento enviesado, em prejuízo de uma
análise mais equilibrada e objectiva, quando Paulo Pisco não é um político “de
Lisboa”, mas sim um verdadeiro representante da emigração, tal como Carlos
Gonçalves e José Dias Fernandes.
Carlos Pereira perdeu um pilar forte, Paulo Pisco,
e sabe que, sem ele, o PS enfraquece nas Comunidades. Usa o nome de José Luís
Carneiro para tentar mascarar essa verdade, mas o tom manhoso e a intenção
ficam claras. É política dura, onde interesses pessoais se sobrepõem à
realidade dos emigrantes.
A Revista Repórter X continuará empenhada em dar
voz aos verdadeiros militantes e representantes das Comunidades, sejam eles
quem for. Desta feita, serão José Dias Fernandes e Carlos Gonçalves, como aliás
já tiveram voz no passado na Revista Repórter X e que se prontificaram a vir à
Suíça para debater os problemas acima citados, eles que certamente vão
valorizar sempre a transparência e a coerência na defesa dos interesses dos
portugueses no estrangeiro.
Carlos Pereira que não ignore o que lhe enviam,
que não omita a verdade ou que seja mais cuidadoso nas afirmações.
Com
os melhores cumprimentos,
Revista
Repórter X
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