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sábado, 6 de maio de 2023

À conversa com Euclides Cavaco na Revista repórter X


À conversa com Euclides Cavaco

 

Foi reportado o patrocínio a esta conversa, pela agência César's AG.

Iniciou-se a conversa entre amigos, dando temas para exploração pelo poeta Euclides Cavaco. Começou por dizer que a Páscoa, na diáspora lusa, é um acontecimento visto pelos portugueses, e da sua experiência no Canadá, como uma festa religiosa de família.

Euclides Cavaco nasceu em condições de pobreza, numa aldeia de Mira, Coimbra (Beira Litoral). Sentiu, na sua infância, que não havia futuro na terra e migrou para Lisboa, onde foi trabalhador estudante.

Ao desafio da naturalidade de Quelhas, Euclides Cavaco aproveitou para esclarecer as raízes romanas de Braga, da Bracara Augusta e sua importância na Galécia. De seguida, referiram como se conheceram, pelo mesmo interesse de divulgar a realidade da diáspora lusa, que os aproximou entre o Canadá e a Suíça. Inclusivamente, já fizeram programas em conjunto, com poemas e fado, na rádio "Clube do Emigrante", e que ainda estão disponíveis no youtube, já há muitos anos, embora não consigam precisar quando.


Tocando na época festiva que se vive, Euclides leu um poema alusivo à Semana Santa:

 

 

SEMANA SANTA

Poema e voz de Euclides Cavaco

 

Dobram tristes na igreja

Na torre que se agiganta

Os sinos p’ra quem deseja

Viver a Semana Santa.

 

Morreu Cristo numa cruz

Pela bondade ser tanta

P’lo martírio de Jesus

Se evoca a Semana Santa.

 

Há cânticos da paixão

Que algum povo crente canta

Cultos de celebração

Próprios da Semana Santa.

 

Há quem faça penitência

E se almoça já não janta

Em jejum e abstinência

Durante a Semana Santa.

 

Neste mundo atormentado

Que a maldade desencanta

Devia ser transformado

P’ra sempre em Semana Santa.

 

O mais profundo sentido

Que tem a Semana Santa

É quando Cristo remido

Do sepulcro se levanta!…

 

Euclides Cavaco

 

 

Após isto, chamou a atenção para que tem o cuidado de indicar estas leituras no site dele, de excelente orador e declamador; aproveitou para declamar outro poema, intitulado de "Quaresma":

 

TEMPO DE QUARESMA

 

Quaresma no seu sentido

É tempo de reflexão

De viver mais recolhido

Penitência e oração.

 

Inicia Quarta Feira

De cinzas, nas liturgias

Durando a quaresma inteira

Cerca de quarenta dias.

 

Relembrando o sofrimento

E a morte de Jesus

Do tão cruel tormento

Que sofreu por nós na cruz.

 

Quadra de contrição

Aos cristãos do mundo traz

Num outorgar de perdão

Mais bondade, amor e paz.

 

Tempo de meditação

Para todo o que tem fé

Que crê na ressurreição

De Jesus da Nazaré.

 

E quando a Páscoa chegar

Pela aleluia trazida

É tempo de celebrar

A ressurreição e vida.

 

Euclides Cavaco

 

 

E, declamou outro, de seguida, intitulado "Perdão":

 

PERDÃO

 

Ser capaz de perdoar

É nobilíssima acção

Tem alma maior que o mar

O que concede o PERDÃO.

 

O outorgar do PERDÃO

É qual gesto de humildade

Que emana dum coração

Onde há fecunda bondade.

 

Quem sabe dar o PERDÃO

Mesmo a quem não se arrepende

É uma excelsa lição

Que nos fascina e transcende.

 

Grande exemplo do PERDÃO

Foi-nos dado por Jesus

No tormento da paixão

Antes de expirar na cruz.

 

Euclides Cavaco

 

 

Rematou com outro poema, intitulado "Santa Páscoa":

 

SANTA PÁSCOA

 

"Santa Páscoa em alegria

Amigos para este dia

Neste poema hoje traço

Trazendo com simpatia.

A todos vós um abraço

Paz, saúde e bem-estar

Apraz aqui desejar

Sem muita formalidade.

Com humildade leal

O meu abraço Pascal

A todos com amizade."

 

Euclides Cavaco

 

 

Apesar da sua riqueza vocabular, fluidez de discurso e alusões de críticos, Euclides Cavaco não se considera o melhor poeta da actualidade e diz que cada um tem a sua qualidade e diferença. Não aceita que Quelhas o considere como melhor poeta, como não aceita que ninguém se considere tal. Considera que apenas junta palavras e dá um sentido às mesmas. A poesia é a elegância da língua e tem vários formatos com o seu valor específico.

Quelhas considera que as pessoas não vivem em comunhão e há mais individualismo que no passado das aldeias, talvez em resultado das redes sociais. Euclides Cavaco acha que a recordação das coisas do passado, na escrita, é uma forma de regresso ao passado de bem. É a forma de rejuvenescer e fazer novos formatos diferentes de acção, para reorientar para o futuro. Com o que sabemos do presente, temos sempre a sensação de todos terem uma parte boa e outra má, mas cada um deve ter cuidado na selecção de amigos, para saber em quem depositar confianças.

Reportaram o livro de Euclides Cavaco "terras da nossa terra", onde o poeta aprofunda o conhecimento dos locais mais conhecidos de Portugal. Com o prefácio de José Seara Matias, que Quelhas leu "É fácil escrever um livro, que seja difícil de perceber, mas é dificil escrever um livro, que seja fácil de compreender. Em terras da nossa terra, Euclides Cavaco traz-nos um sopro da epopeia lusitana, que raro, mesmo hoje, em livro se identifica. De fácil leitura, profusa com excelentes poemas, onde adequadamente documenta as terras da nossa terra. Euclides Cavaco conquistou o mérito de ser um dos melhores poetas vivos da língua de Camões, com uma obra intensa valiosa."

Quelhas quis fazer uma comparação diferenciada entre a sua qualidade poética e a de Euclides Cavaco, lendo o seu poema "Minho". Euclides Cavaco apenas regista que contacta com todos os poetas e agradece também a contribuição de Quelhas, o qual considera ser um expoente da divulgação da cultura portuguesa além-fronteiras. Assim, rapidamente se pronunciou numa homenagem amiga, no poema "Quelhas":

 

 

QUELHAS Nobre filho da PÓVOA DO LANHOSO

 

O QUELHAS,  é o filho mais famoso

Figura que me apraz cantar em verso

Que nasceu na Póvoa do Lanhoso

A Terra que se orgulha ser seu berço.

 

Mas um dia por destino ou opção

Não deixou qual vontade ser omissa

Num impulso e por sua decisão

Resolveu ir viver para a Suíça.

 

Levou prà Diáspora na bagagem

Do seu Minho a semente cultural

E funda com relevo e com coragem

Em língua portuguesa um JORNAL.

 

Exalta nos seus livros e artigos

Sua Terra e do Minho o horizonte

Entrevista o povo e os seus amigos

Divulga quem foi Maria da Fonte.

 

Seu portal com altruísmo propala

Cultura , poetas e escritores

D’artistas seus talentos assinala

Divulga a nossa música e cantores.

 

O QUELHAS, este poema retrata

Num perfil exemplar e de valor

Da cultura singular diplomata

Merece ter áurea de EMBAIXADOR!...

 

Euclides Cavaco

 

 

Neste seguimento, quis dedicar outro poema ao Quelhas, considerando ser um dos pilares da comunidade portuguesa emigrada, e sentindo-se norteado pela profunda admiração que nutre por Quelhas.

 

AO TALENTOSO AMIGO QUELHAS

 

O nosso amigo Quelhas

P’la sua nobre missão

Merece rosas vermelhas

E preito de gratidão.

 

Por difundir Portugal

Deve sentir-se orgulhoso

Da sua Terra Natal

Que é a Póvoa do Lanhoso.

 

Um verdadeiro altruísta

Mui genuíno e com arte

P’lo seu trabalho conquista

Amigos em toda a parte.

 

O seu empenho na Net

É a mais bela moldura

Quão notável que reflecte

Padrões da nossa cultura.

 

Tudo faz sem exigir

Nada por tudo o que fez

O Quelhas faz-nos sentir

Orgulho em ser Português.

 

Que continue a acender

Na cultura estas centelhas

P’ra sempre poder dizer

Obrigado amigo Quelhas!...

 

Euclides Cavaco

 

 

Quelhas agradece e confirma que sente tudo o que foi dito nos poemas acima. Mais, está a explorar uma nova veia criadora em si, no campo da elaboração de letras para músicas, a par das galas culturais da revista Repórter X.

 

Em retribuição pela consideração que Euclides Cavaco tem por Quelhas, leu-lhe um verso de homenagem:

 

Homenagem: Euclides “Cavaco” poeta de sonhos

Locutor de rádio, Compositor & Poeta – London, Canadá

 

Euclides Cavaco, amigo

Homem de grande valor

Faz dos poemas declamados

Palavras e melodias d´amor…

 

Euclides Cavaco, amigo

Confunde também corações

O povo está contigo

E com tuas canções…

 

Euclides, Homem de talento

Contamina os apaixonados

Com palavras ao vento

Nos seus Links dourados…

 

Euclides, suas obras literárias

São livros evidentes

Tem menções honrosas

E ideias convincentes…

 

Euclides na média

E muitas dedicatórias

Uma rica Biografia

E propostas calorosas…

 

Por esse Mundo fora…

 

autor: Quelhas

 

Euclides Cavaco diz contribuir também para divulgar a cultura portuguesa, no outro lado do atlântico, no Canadá. Diz que Canadá é o seu País e Portugal a sua pátria.

Por isso, escreve em língua portuguesa e tem 8 livros publicados, valorizando a diáspora portuguesa.

Faz notar que a diáspora portuguesa representa um terço dos portugueses, ultrapassando já 5 milhões. Algo que é ignorado pelos governantes, que considera charlatães, nada fazendo pela cultura portuguesa no exterior e no mundo; a contrariar isso, muito tem sido feito pelos portugueses emigrados, com o seu contributo além-fronteiras. Portugal já devia ter um ministério para as comunidades emigradas, pelo peso das comunidades lusas emigradas. Os políticos olham sempre do lado do caciquismo partidário de conceder favores onde estão os apoiantes. Nesta fase da conversa e surgindo da indignação, Euclides Cavaco declamou uma sátira:

 

 

OS   POLÍTICOS

 

P’ra conseguir o seu tacho

Brigam e põem-se abaixo

Passam o tempo a mentir

Fingem pra nos agradar

E depois de nela entrar

Não querem de lá sair.

 

São como um galo matreiro

Que p’ra subir ao poleiro

Usam suas artimanhas

Mas depois das eleições

Transformam-se em galifões

Deixando tudo às aranhas.

 

Iguais às faces do vento

Mudam a cada momento

Nunca nos inspiram fé

Mostram sempre o que não são

Fazem promessas em vão

E quem se trama é o Zé.

 

Seu fulcro é só aparência

Mas a sua incompetência

É insolente e ousada

São apáticos à crítica

E só vão para a política

Por não saber fazer nada.

 

Suele Cid

 

 

 

A conversa, para amenizar a ira, foi conduzida para o Fado. Euclides Cavaco acha dar vida ao Fado, escrevendo para os fadistas, tendo gravado 250 temas para serem musicados, e têm sido cantados por muitas vozes. Já tem cerca de 150 fados gravados, em todo o mundo, por fadistas, que usam as suas letras, embora nunca tenha comercializado nenhum poema para Fado. Só exige que seja colocado o seu nome de autor do poema. Quelhas também fez poemas para Fado. Euclides nunca faz juizos de valor do trabalho dos outros e guarda para si a apreciação, bem como tem dificudade em avaliar a qualidade crítica dos seus; contudo, gosta mais de uns temas do que de outros. Salienta, em si, o maior gosto pelo poema "Novo Mundo".

Euclides Cavaco já cantou algumas vezes o Fado e achou que afugenta os espectadores, pelo que não mais insistiu nisso. Na última vez, numa sala apinhada de ouvintes, cantando de olhos fechados, como sempre fez, quando os abriu no final do fado, reparou que só uma pessoa estava na sala. Questionando aos funcionários o que se tinha passado, ouviu que se tinham levantado e saído, fazendo debandada geral.

Rumaram para os assuntos históricos, tendo referido a figura histórica de Mumadona, representada numa estátua em Guimarães; para dizer que o povo diz que há quem tem duas caras e quando vêem um político dizem que este tem duas caras. Segundo Euclides Cavaco, a Mumadona Dias foi fundadora da cidade de Aveiro e nada mais sabe do que isso em relação a essa figura lendária, que foi muito anterior à fundação de Portugal, pelo que levou a conversa para o seu contributo ao elogio da história de Portugal.

Euclides Cavaco tem feito hino de muitas efemérides históricas, a partir da que considera ser a primeira, a batalha de S. Mamede. Falando de estátuas, Quelhas refere a da "Padeira de Aljubarrota e outra a de "Maria da Fonte". Focando na de "Maria da Fonte", Euclides Cavaco considera que o nome é simbólico e não real, sendo o nome de um acto histórico. A questão é saber quem era a Maria da Fonte. Iguala-a a Catarina de Eufémia, no Alentejo. Na batalha de Aljubarrota considera haver um misticismo sobre a "Padeira" e sobre a "ala dos namorados". Talvez estas duas lendas sejam apenas mitos aliados da verdade, em que o protagonismo foi do condestável Nuno Álvares Pereira, pelo engenhoso processo de tácticas de combate.

A diáspora lusa é também repleta de heróis e é valorizada pelos próprios emigrantes e não pelos dirigentes e elites. Porque a sociedade é de elites e que não se aproximam das bases e grupos sociais; não os move o amor ao povo e logo nem à pátria. Quem dá vida à portugalidade são os grupos associados de emigrantes, que dinamizam actividades. Cada um é reconhecido pelas comunidades, onde dinamizam e aparecem, pelo que Euclides Cavaco tem mais de 250 troféus, em reconhecimento do seu contributo para os grupos, durante 50 anos. Reconhece que tem também condecorações dos politicos, sobretudo no Canadá, onde a comunicação social o declarou como rei do pequeno Portugal. Já foi agraciado pelo Presidente da República e por intermédio de Manuela Aguiar ou José Lello, não sabe bem precisar qual, como secretário de Estado das comunidades.

Considera que os deputados, pelo círculo da Europa e fora da Europa, não residem junto das comunidades, sendo uma lacuna inconcebível. Não há ninguém para proteger os portugueses perseguidos nas comunidades estrangeiras, sobretudo quando dificultam as legalizações. Euclides Cavaco acha que só a própria comunidade lusa da diáspora se dinamiza para ajudar os seus conterrâneos em dificuldade, embora Euclides Cavaco ache que não tem garra para essa tarefa. Em resposta a uma questão, de se achava ser merecedor de medalha de comendador, diz que isso seria uma pedrada na paródia de Zé das medalhas, em que as medalhas são dadas a quem nada merece, embora saibam do excelente trabalho de outros não considerados. Mais facilmente os políticos atribuem medalhas a quem nada faz pelo país, como foi o caso da atribuição da chave de Lisboa a uma individualidade, que nada tem a ver com o nosso país e nada faz pelo povo português e suas iniciativas comunitárias.

A este propósito de engrandecimento luso e dinamização das comunidades emigradas, Quelhas alude à próxima gala da revista Repórter X, na Suíça, onde terá movimentação de pessoas e por quem se interessa por falar de Portugal. Falou também da cooperação com o jornal "Bom dia", do Luxemburgo, onde a revista Repórter X escreve sobre viagens, reveladoras de locais agradáveis da Europa.

Terminaram com agradecimentos mútuos e Boa Páscoa.

Quelhas fechou a conversa, promovendo o último livro de Euclides Cavaco e a sua missão de divulgação da cultura de Portugal, sobretudo na rádio "Amizade". Enalteceu a revista Repórter X, no contributo de divulgação destes e todos os artistas da diáspora lusa deixando mais uns poemas que o Quelhas desconhecia...

 

 

 

REPÓRTER X

Dedicatória ao jornal Repórter X e ao seu autor QUELHAS

 

Com origem na cidade de Zurique

É editado o jornal REPÓRTER   X

Em português p'ra que o mundo a saber fique

Que mesmo ausentes amamos nosso País.

 

O QUELHAS, é o autor deste Jornal

Onde divulga as letras, cultura e arte

Com relevância p'ras coisas de Portugal

E portugueses que existem por toda a parte.

 

Entre os artistas e o povo é uma ponte

Que promove com desmedido altruísmo

E onde evoca a nossa Maria da Fonte.

 

Síntese de coragem e heroísmo

REPÓRTER X, é viva luz no horizonte

Parabéns QUELHAS, pelo teu portuguesismo.

 

Euclides Cavaco

 


 

AO   REPORTER   X

Parabéns pelos 11º aniversários

 

Ao nosso Repórter X

Com toda a pompa merecida

Que seja muito feliz

Nos seus onze anos de vida.

 

Um projecto de cultura

E tarefa nada amena

Embora por vezes dura

Decerto valeu a pena.

 

Desejos de anos felizes

E um futuro com progresso

Consumando directrizes

De prestígio e de sucesso.

 

Parabéns ao Director

O QUELHAS pela nobreza

Ser grande divulgador

Da cultura portuguesa.

 

Como poeta agradeço

Toda a sua simpatia

E o seu valor reconheço

Dado ao mundo da poesia.

 

Fazer dos meus versos quis

Um poema relicário.

Auguro ao Repórter X

Um feliz Aniversário!...

 

Euclides Cavaco




Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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