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sábado, 13 de janeiro de 2024

Escândalo na GNR: Militares Condenados por Humilhar e Agredir Imigrantes

Escândalo na GNR: Militares Condenados por Humilhar e Agredir Imigrantes

A revista Repórter X, na Suíça, traz uma adaptação do texto sobre abusos de poder da GNR sobre o elo mais fraco:

"Tínhamos uma ideia diferente daqueles militares durante uma viagem entre o Algarve e o Minho, com passagem pelo Alentejo, mais precisamente em Milfontes. A equipe da Repórter X falou, tirou impressões e fotografias com a GNR e o Jipe, no qual ficamos deslumbrados e contentes com a proximidade e simpatia daquele grupo da GNR. Agora, ficamos tristes com estes desfechos."

Os três militares da GNR, que exerciam funções no posto territorial de Vila Nova de Milfontes, foram condenados em 2020 e 2023 em dois processos por agressões a imigrantes. Suas penas definitivas foram fixadas entre quatro anos e dois meses e oito anos e oito meses de prisão.

No primeiro processo, envolvendo agressões a imigrantes em desacatos num restaurante em 2018, os militares, amigos do dono, foram à casa deles, agredindo-os. Após a detenção, a Polícia Judiciária descobriu nos seus telemóveis vídeos e fotos que protagonizavam cenas de humilhação e agressões a imigrantes, dando origem ao segundo processo. Eles responderam por crimes de violação de domicílio, ofensa à integridade física qualificada, sequestro e abuso de poder.

Ruben Candeias, inicialmente condenado em 2020 a quatro anos de prisão e a seis anos no segundo processo, viu a soma das penas ser reduzida para quatro anos e oito meses pelo Tribunal da Relação de Évora. Agora, em cúmulo jurídico, recebeu a pena única de oito anos e oito meses de prisão efetiva e foi expulso da GNR em setembro do ano passado. João Lopes, condenado a cinco anos com pena suspensa em um processo e a quatro anos e dois meses em outro, foi agora condenado a oito anos e sete meses de prisão.

Finalmente, Nelson Lima, também condenado em ambos os processos, fica agora com a pena única de quatro anos e dois meses, suspensa na condição de pagar nos próximos 90 dias as indemnizações às vítimas.

O juiz-presidente foi bastante duro com os três guardas, acusando-os de terem "personalidades com tendências criminosas". Ao se referir a Nelson Lima, expressou estupefação pelo mesmo continuar "em funções na GNR", afirmando que ele "não pode ser GNR, porque não tem idoneidade e não merece confiança". Ruben Candeias e João Miguel Lopes aguardam em liberdade o trânsito em julgado do acórdão de ontem.

Dos nove arguidos nos dois processos, os três guardas cujas penas foram agora alvo do cúmulo jurídico são os únicos reincidentes em ambos. Outro polícia, André Ribeiro, foi condenado em 2020 a seis anos de prisão efetiva, pena que ainda está a cumprir.



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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