Pedras
Parideiras
Por José Rafael Trindade Reis
Pedras Parideiras é o nome dado a um fenómeno de granitização, único no
país e raríssimo no mundo inteiro. Para além de Portugal, apenas há
conhecimento da existência deste fenómeno geológico numa zona próxima de São
Petersburgo, na Rússia.
Esta “pedra-mãe”, que data de há mais de 280 milhões de anos, é um
afloramento granítico onde estão incrustados pequenos nódulos em forma de
discos biconvexos e que têm entre 2 e 12cm. Oscilações térmicas ou os efeitos
da erosão fazem com que esses nódulos sejam libertados da rocha-mãe e se
espalhem à sua volta, deixando marcado nela o seu vazio, em baixo-relevo. Estas
pequenas “pedras-paridas” são compostas pelos mesmos elementos mineralógicos do
granito, a camada externa é composta por biotite (mineral de aspecto escuro e
brilho metálico) e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico.
Nesta região portuguesa, as Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na
tradição ancestral. As populações locais crêem que o colocar de uma das
pequenas pedras-filhas debaixo da almofada de dormir, pode aumentar a
fertilidade.
O fenómeno não está completamente explicado cientificamente e por isso
levanta grande curiosidade e até crenças locais. Na Castanheira, a Casa das
Pedras Parideiras – Centro de Interpretação, aberta ao público em 2012, faz a
contextualização geológica e pedagógica do fenómeno, e organiza visitas ao
local.
O Arouca Geopark é um território onde se chega e fica. Onde a descoberta começa com a viagem. Não muito longe de eixos viários como a A1 e a A32 (a oeste), a A4 (a norte), a A24 e a A25 (a sul), a uma hora de carro das cidades de Aveiro e do Porto, a cerca de uma hora e meia das cidades de Coimbra, Viseu e Braga, a praticamente duas horas das cidades da Guarda e de Vila Real, e a três horas de Lisboa, está um destino único, inesquecível, onde vai querer voltar para descobrir novas surpresas.
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