Sobre a proposta do PS que revoga a
propina no Ensino de Português no Estrangeiro
A proposta do PS para revogar a propina no Ensino de Português no Estrangeiro foi aprovada no debate do Orçamento de Estado para 2025, com os votos a favor do PS, Chega, IL e PAN e os votos contra do PSD e do CDS. O Bloco de Esquerda, o PCP e o Livre abstiveram-se.
Estavam também em votação propostas de outros partidos para a revogação da propina no EPE, designadamente, do PCP, BE, Livre e Chega, mas foram todas rejeitadas. Assim, apenas a proposta do PS foi aprovada.
Segue em anexo a intervenção que fiz no plenário de hoje da Assembleia da República para pôr em destaque a importância da aprovação da proposta do PS, que revoga, passados 11 anos de ter sido introduzida pelo Governo do PSD-CDS, a propina no ensino de Português no Estrangeiro.
Melhores cumprimentos
Foi com um governo do PSD-CDS que a
propina no Ensino de Português no Estrangeiro foi introduzida e é com uma
coligação igual que 11 anos depois propomos a sua revogação no Parlamento através
de uma proposta do PS, já ontem aprovada parcialmente no essencial. A nossa
proposta é coerente e razoável e vem normalizar uma relação com um forte
simbolismo entre o país e as comunidades que durou 40 anos e só foi quebrada em
2013, quando a propina foi introduzida, causando sempre grande contestação.
A revogação da propina era um
compromisso do PS com as nossas comunidades, que agora honramos com esta
votação e que eu próprio sempre defendi, fosse na vigência de governos do PSD
ou do PS.
A Língua de Camões deve ser encarada
com a mesma ambição das línguas mais faladas, como o Inglês ou o castelhano,
por ser uma língua global com um grande valor académico e profissional, que por
isso mesmo deve ser promovida em todos os graus de ensino de português no
estrangeiro, da básico às universidades, para que mais jovens a possam
aprender.
Dada a relevância e dimensão da nossa
diáspora, eliminar a propina é uma forma de promover e projetar a Língua e a
cultura portuguesas no mundo e o seu valor económico, cultural, político e
diplomático, além de criar melhores condições de futuro para os jovens
portugueses e lusodescendentes e dar um importante contributo para reforçar a
sua ligação afetiva ao país dos seus pais e avós.
Revogar a propina é ainda mais
importante quando tem havido uma diminuição dos alunos nos cursos de português,
não obstante desde 2015 ter havido um aumento no número de professores a
lecionar. É, por isso, plausível pensar que a obrigação de pagar para a
frequência dos cursos possa ter um efeito dissuasor em muitas famílias, como
referem pais, professores e conselheiros do CCP.
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