O Consulado que nos envergonha em Toulouse:
Sexta-feira, em Toulouse, sul de França, o deputado pela Europa, José Dias Fernandes, do Chega, visitou o espaço que deveria representar Portugal e servir os seus emigrantes. O que ali encontrou não dignifica o nome da Pátria. Um edifício pobre, cansado, sem condições mínimas, sem alma e sem respeito por quem ali trabalha e por quem ali procura auxílio. Na sua descrição, sente-se a vergonha de quem ama o seu país e vê a sua imagem ferida pela incúria e pelo esquecimento.
Um consulado não pode ser um lugar apertado, frio, improvisado, onde os funcionários cumprem o seu dever sem meios e os utentes aguardam como quem espera esmola. Não pode faltar um simples Multibanco, obrigando os emigrantes a pagar em dinheiro como se estivéssemos parados no tempo. Não pode faltar um refeitório digno, uma casa de banho decente, um espaço humano onde se sinta pertença. Os emigrantes não são estrangeiros de segunda, são Portugueses, são a continuação viva da Pátria para além das fronteiras.
O consulado de Toulouse envergonha-nos enquanto Nação. A imagem que transmite é de abandono, desinteresse e distância. Não basta cobrar taxas e carimbar papéis. Portugal deve estar presente com dignidade, com respeito, com a honra que se deve aos seus. Os consulados não podem ser cofres que arrecadam dinheiro, devem ser casas abertas, porto seguro para quem vive com a saudade à flor da pele.
Portugal deve lembrar-se dos seus filhos que partiram, mas não deixaram de ser Portugueses. Deve olhar para eles com respeito, cuidar deles como se cuida de quem se ama. A bandeira que flutua no mastro só tem valor se for acompanhada da dignidade de quem a representa.
Quem parte leva Portugal no coração. Quem chega deve encontrar Portugal vivo e de pé.
Autor Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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