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terça-feira, 7 de maio de 2024

Cessar fogo em Gaza? As perdas de 53 milhões na Santa Casa. E a história do padre espanhol que tentou matar João Paulo II

Fotografia de Pedro Raínho
Pedro Raínho

Enquanto dormia…

Caía por terra a esperança de um acordo imediato para o fim do conflito em Gaza.Haveria cessar-fogo entre Hamas e Israel? Feita assim, ainda na noite de segunda-feira, a pergunta deixaria margem para dúvidas. Um comunicado oficial do Hamas, divulgado durante a tarde, anunciava a “aprovação do movimento” à proposta do Qatar e do Egito para o cessar dos confrontos, que poderia prever, de acordo com jornais israelitas (e numa versão não oficial):

  • A libertação de reféns, de um lado, e de prisioneiros, do outro;
  • Em função de novas negociações, a retirada das forças israelitas de Gaza e a libertação dos restantes reféns israelitas e de mais prisioneiros;
  • O início da elaboração de um plano de reconstrução da Faixa de Gaza;
  • A entrega de mortos de ambos os lados, além de uma trégua nos combates que se iniciaria logo na primeira fase e continuaria nas fases seguintes do acordo.

O anúncio do acordo por parte do Hamas deu lugar a celebrações nas ruas de Gaza. Mas Israel veio alertar pouco depois que o Hamas tinha dado o seu “OK” a uma versão “suavizada” do acordo e que tudo não passaria de uma estratégia para comprometer a imagem internacional de Jerusalém. Por entre apelos da ONU a um cessar fogo efetivo, a posição final chegaria algumas horas mais tarde: “O gabinete de guerra decidiu unanimemente que Israel continua a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas.” Esta terça-feira começava, afinal, com bombardeamentos em Rafah e uma incursão das forças israelitas na cidade.

Mais clara foi a mudança que a ministra da Administração Internafez na PSP. Em comunicado, Margarida Blasco justificou-se com um plano de “reestruturação operacional da PSP”, dentro e fora de portas, para formalizar o afastamento de José Barros Correia, o Diretor Nacional que chegou ao cargo há apenas oito meses e que dirigiu a PSP precisamente no período em que se registaram os protestos mais significativos dos polícias nas últimas décadas. Barros Correia é substituído por Luís Carrilho, comandante desde há pouco mais de meio ano da Unidade Especial de Polícia. A decisão já mereceu reações de vários sindicatos (aquiaqui e aqui).

E no rescaldo de outra demissão — a da provedora da Santa Casa, Ana Jorge —, a Ana Suspiro olhava em detalhe para as contas da instituição, que atravessa um momento de crise: o relatório e contas do ano passado, que ficou fechado a 30 de abril, exatamente no dia seguinte à exoneração da ex-ministra socialista, mostra que já foram reconhecidas perdas de quase 53 milhões de euros em resultado das operações internacionais dos últimos quatro anos. Mas o valor pode não ficar por aí. Como se assume no próprio relatório, “poderão existir responsabilidades que não se encontram previstas no valor que se encontra reconhecido”. Esta semana são ouvidos no Parlamento antigos responsáveis da Santa Casa.

Ainda em ambiente de celebrações pela vitória no campeonato, era anunciado que o Sporting vai receber a taça de Campeão Nacional no fim de semana de 18 e 19 de maio, quando recebe em casa o Desportivo de Chaves para a última jornada da competição. Com duas vitórias no tempo em que está aos comandos do clube de Alvalade, impõe-se a análise ao “método Amorim”: terá o treinador do Sporting um segredo para o sucesso? É a pergunta que lança a História do Dia de hoje. O Bruno Roseiro fez ainda a análise do que correu mal no Benfica esta época e como o jogo com o Famalicão serve de espelho a todo o ano das águias: são sete parágrafos em que explicamos que o momento pode não ser propriamente de “crise”, mas faz o Benfica refletir. E hoje é dia de tomada de posse de André Villas-Boas como 34º presidente do FC Porto.

Na próxima segunda-feira, o Observador estreia um novo Podcast Plus. Contamos-lhe a história de Juan Fernández Krohn, um padre espanhol ultraconservador que, em maio de 1982, exatamente um ano depois de uma tentativa de assassinato de João Paulo II na Praça de São Pedro, veio a Portugal com uma missão: “Matar o Papa.” Enquanto não chega o primeiro episódio, pode ir ouvindo o trailer. Pode, também, acompanhar a edição do Contra Corrente, na Rádio Observador, a partir das 10h10. Em debate vai estar o tema da imigração e do racismo, depois do ataque no Porto a cidadãos estrangeiros por elementos ligados à extrema-direita e também depois da reação do autarca da cidade, que defendeu a “extinção do novo SEF”.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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