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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

SO Travel & Events Boutique, especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal


  Programa 4

SO Travel & Events Boutique, especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal

SO Travel & Events Boutique é uma empresa especializada no desenvolvimento de roteiros turísticos e organização de eventos, em Portugal. Fundada em 2015 pela Ana Sofia Oliveira, actualmente a residir em Zürich, com um percurso profissional ligado à Hotelaria em Portugal, fundou a empresa devido ao seu grande amor por Portugal e para dar oportunidade a toda a gente de perceber as razões dessa sua admiração pelo seu País. Trabalhamos com grupos e com individuais que pretendem visitar Portugal em negócio ou em lazer.
Descobrir Portugal, com a SO Travel & Events Boutique, é uma viagem pelas tradições, pela história, pela gastronomia Portuguesa.
Realizar um evento com a SO Travel & Events Boutique é criar memórias para toda a vida.

O que distingue a SO Travel & Events Boutique:
A equipa SO Travel está em constante descoberta, viaja extensivamente por todo o Portugal para identificar o que não se pode perder quando se visita Portugal; os seus colaboradores têm um profundo conhecimento do destino, o que lhes permite criar roteiros, onde se dá a oportunidade, a quem procura os nossos serviços, de conhecer o Portugal turístico e o Portugal fora dos roteiros turísticos tradicionais.
Tendo sempre em muita consideração as preferências dos nossos clientes, o que faz com que tudo o que criamos seja personalizado e que vá de encontra aos desejos individuais de quem nos procura.

• Rotas temáticos baseados na gastronomia, desporto, arte, história, música e religião
• Eventos especiais, como casamentos, aniversários ou despedidas de solteiro
• Viagens de incentivo para empresas, actividades de team building, reuniões de negócios
São alguns das nossas ofertas de serviços”.

“Tivemos a honra de conversar com a fundadora desta empresa, Ana Sofia de Oliveira, que também esporadicamente colabora com a Repórter X, para ficarmos a conhecê-la melhor, bem como à SO Travel & Events Boutique.”

Ana Sofia é natural de Vila Nova de Gaia, refere que a empresa foi idealizada e fundada pela própria, em 2015. O que a levou a fundar a empresa é uma história que está muito ligada à sua história de vida. Quando surgiu a oportunidade de ir viver para a Suíça, lá se mudou um pouco contrariada. “Nunca tinha pensado em sair de Portugal”, mas decidiu aceitar o desafio.
Quando chegou à Suíça começaram a aparecer os primeiros sintomas de saudade. Sem planear, foram surgindo oportunidades de promover o seu país como destino turístico, dentro do seu núcleo de novos amigos, como no seu núcleo profissional, já que também é Guia de turismo na Suíça. E assim surgiu a SO Travel & Events Boutique de uma sucessão de oportunidades, uma empresa com uma visão bem clara, com uma boa base de contactos e o amor por Portugal.
A Ana Sofia e a sua equipa elaboram roteiros únicos e exclusivos para cada cliente, que vão de encontro aos seus gostos e desejos, tentando levar as pessoas a desfrutar de actividades que mais lhes agradem, podendo ser elas ligadas à gastronomia, história, arte, desporto, entre outras.
Com alguma regularidade, ela própria desloca-se a Portugal para receber os seus clientes e, quando não lhe é possível devido à sua outra actividade profissional, tem uma equipa igualmente entusiasta e calorosa que faz os seus clientes sentirem-se em casa.
A Ana e a sua equipa viajam por todo o Portugal, de forma a vivenciar pessoalmente o que aconselham aos seus clientes Hotéis, restaurantes, tours, atividades, sendo assim mais fácil fazer a ligação entre as vontades dos seus clientes e o que o destino tem para oferecer, tornando todos os roteiros personalizados; este é um grande fator de diferenciação entre a sua empresa e as outras empresas que atuam no mesmo mercado.
Sendo fácil para ela partilhar connosco alguns exemplos, a seguir mencionados.
Quando os seus clientes procuram roteiros, ligados à gastronomia, incluímos o tradicional, que passa por visitas a caves de vinhos a Quintas de produção, provas vínicas, refeições em restaurantes, mais regionais ou Gourmet, mas também menos tradicionais como a oportunidade de os seus clientes poderem jantar em casa de locais, serem convidados VIP em eventos gastronómicos, reservas em jantares muito exclusivos, ou mesmo visitarem quintas de produção de vinho que normalmente não recebem turistas.
Roteiros com uma forte componente de saúde e bem-estar, nos quais muitas vezes os viajantes trazem o seu próprio Personal Trainer, instrutor de yoga, instrutores de Golf, profissionais nessas áreas. Mas no caso de não se fazerem acompanhar dos seus próprios instrutores eles mesmo disponibilizam esses serviços e espaços para a prática dessas actividades; é muito frequente integrarmos consultas de nutrição, consultas de estética, roteiros relacionados com saúde e bem-estar, muitas vezes com o objectivo de alterações de comportamentos, uma boa alimentação aliada ao exercício e melhoria na performance.
Também organizam festas de aniversário e casamentos, o que para ela é uma grande responsabilidade.
Frequentemente, também são contactados por empresas que querem proporcionar aos seus funcionários momentos de lazer, muitas vezes empresas que têm escritórios em várias cidades do mundo e pretendem juntar todos os colaboradores num local para se conhecerem, para definirem objectivos, até mesmo para festejarem um bom negócio.
Portugal, cada vez tem mais procura, devido a um bom custo/beneficio, preços competitivos se compararmos com outros destinos Europeus, muitos anos de história, boas infraestruturas, boa comida, bom clima a empatia das suas gentes.
Ana Sofia prevê ainda um grande crescimento da sua empresa e pretende destacar-se ainda mais das outras empresas do ramo, pretende especializar-se cada vez mais e experienciar cada vez mais o nosso Portugal, de forma a poder mostrá-lo aos que querem visitá-lo. Isso vai envolver muitas mais viagens a Portugal e muito trabalho de pesquisa, mas Ana está disposta a fazê-lo.
Ana refere que a Revista Repórter X é um projecto com muito potencial, com um conteúdo muito interessante, que promove o convívio entre os Portugueses, tem um papel importantíssimo de servir de ponte entre Portugal e as comunidades Portuguesas, não só da Suíça, mas espalhadas pelo Mundo.

SO Travel & Events Boutique

Ana Sofia Oliveira
Managing Director

Locução Radiofónica: Quelhas,
Alexandre Faria, Sofia Oliveira

Redactor: Patrícia Antunes
Revisão editorial: Sociólogo político
Dr. José Macedo de Barros




Artista Alexandre Faria , especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal


  Programa 5

Artista Alexandre Faria , especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal
Foto: Cristina Salgado

Alexandre Faria, o cantor dos emigrantes, foi o nosso quinto convidado, como forma de agradecermos por todo o apoio prestado à revista.
Alexandre é natural de Felgueiras. Viveu até aos 30 anos em Felgueiras, sendo depois foi convidado por um produtor para trabalhar em televisão, deslocando-se assim para Santa Maria da Feira, onde aprendeu a fazer televisão, com a produtora que trabalhava para o Canal Viver. Fez imensas reportagens, produções, percorreu Portugal de lés-a-lés, a fazer reportagens, conhecendo muitos nomes como Lara Fabian, Martinho da Vila, Roupa Nova, entre outros.
Do Canal Viver passou para a Invicta TV, que hoje é o Regiões TV, canal que pode ser visto nas operadoras NOS e Vodafone. Durante meio ano trabalhou com o mentor do programa Big Show Sic, um programa de grande sucesso na altura.
Do Porto passou para Aveiro, a convite de Nel Monteiro, cujo escritório de gravações e editora se localizavam nessa cidade. Estabeleceu-se em Albergaria-a-Velha, trabalha com o Nel Monteiro, quando ele precisa, mas tem o seu próprio estúdio e a sua rádio, pois também Nel acabou por fechar a sua editora. Em tempos foi fotógrafo.
Há cerca de dez anos que Alexandre promove espectáculos musicais, principalmente para animar os emigrantes portugueses radicados na Suíça. Em 2017 foi condecorado na SIC Internacional e também pela Revista Repórter X, por José Figueiras. Alexandre ama a música desde pequeno. Em criança assistiu a um concerto do Dino Meira, o cantor que fazia músicas para os emigrantes. Queria muito ser um cantor como Dino Meira. Nos anos 80, os Modern Talking eram os seus ídolos. Com 17 anos pediu aos pais que o deixassem gravar um disco. Alexandre diz que nasceu para cantar.
Fundou a rádio Nasci para Cantar desde 2007. Além de cantar, sabe tocar um pouco de guitarra. Neste momento está a gravar um videoclip da música Nasci para Cantar.
Alexandre tem vários fãs que o acompanham, como por exemplo, Cristina Salgado e a família, que consideram Alexandre um membro da sua família, com quem tivemos o gosto de estar à conversa nesta emissão especial. Há 26 anos lançou um disco de Vinil e, já nessa altura, Cristina ouvia Alexandre Faria. Cristina gravava a música que passava na rádio numa cassete e depois ouvia mais tarde. Quando foi para a Suíça levou a música de Alexandre e ouvia nos momentos mais difíceis. Quando esta fã soube que o seu ídolo ia à Suíça, decidiu ir ao concerto com um casal amigo. No fim, aquando dos autógrafos, Cristina pediu uma foto a Alexandre. Nesse dia prometeu a si mesma que iria acompanhar Alexandre sempre que pudesse. Desde há 3anos, Cristina apoia Alexandre em tudo o que pode, na Suíça. Cristina também presta um grande auxílio à Revista Repórter X, em textos e fotografias, entre outras tarefas. Assim, a revista agradece muito a esta colaboradora por todo o seu apoio, desejando as maiores felicidades.
Alexandre conta com uma longa carreira musical, como compositor e vocalista. Tem uma vasta colectânea de discos, nomeadamente 13 álbuns editados, quer a solo quer em dupla. Em homenagem aos emigrantes na Suíça, gravou o seu último disco Emigrar para Vencer em terras helvéticas, em 2014. Conta com vários prémios, entre eles quatro discos de ouro. Trabalhou a solo durante alguns anos, em 2011 juntou-se a Marcelo fazendo a dupla Marcelo e Alex. Nessa época faziam muita televisão. Em 2013 Marcelo emigrou, acabando assim essa dupla mas, mais tarde, fez uma nova dupla com Miguel que também teve que seguir o seu caminho. Hoje está novamente a solo e sente que este é o caminho que deve seguir e sente-se realizado a cantar sozinho. Também tem 2 discos de platina, um deles o álbum dedicado à Mãe. Este disco foi muito difícil de gravar pois a sua mãe tinha partido há pouco tempo.
O disco de Natal foi também disco de platina. Alexandre tem ido muitas vezes à TVI, nomeadamente ao programa Somos Portugal. A sua editora Espacial tem ajudado muito na sua promoção, a quem agradece. Já a RTP não lhe tem aberto as portas. Alexandre lamenta que esse canal público, para o qual todos pagamos, não ajude os artistas portugueses a crescer.
Alexandre desloca-se à Suíça quase semanalmente. É o cantor mais requisitado pelos emigrantes que, sendo verdadeiros fãs, o acompanham, deslocando-se massivamente, nem que para tal tenham de percorrer longas distâncias, aos locais onde o cantor irá agraciar o público com as suas músicas e a sua inconfundível voz
Alexandre Faria é, assim, a figura do panorama musical português mais apreciada e acarinhada pelos emigrantes lusos radicados na Suíça, percorrendo mormente o cantão alemão, de forma a levar, ao seu público, canções que emocionam e encantam aqueles que, por motivos vários, se encontram longe da sua pátria.

“O cantor mostra-se agradecido, ao Repórter X, bem como ao seu público, pelo reconhecimento do trabalho em prol dos emigrantes portugueses, asseverando que “Fico muito feliz pelo facto de os portugueses, na Suíça, valorizarem as minhas criações artísticas, assim como a minha dedicação e empenho à arte maior que é a Música, a qual permite, indubitavelmente, mitigar a saudade do nosso país. Espero poder continuar a emocionar-me e a emocionar os nossos emigrantes com a minha música, que é também, sem dúvida alguma, a sua música.”

A Revista Repórter X agradece ao cantor dos emigrantes por todo o apoio prestado, por esta parceria, e deseja o maior sucesso, quer a nível pessoal como profissional.

Alexandre Faria
Nasci para Cantar

Locução Radiofónica: Quelhas,
Cristina Santos Salgado. Alexandre Faria

Redactor: Patrícia Antunes
Revisão editorial: Sociólogo político
Dr. José Macedo de Barros






Faleceu Manuel Beja - Ex. Conselheiro das Comunidades portuguesas na Suíça, Presidente da Comissão dos Fluxos Migratórios do Conselho Comunidades Portuguesas (CCP).



Condolências à família e amigos


Faleceu Manuel Beja.

“Sei que muitos portugueses não estão a ter uma vida fácil na Suíça” “Não creio que exista um futuro para o movimento associativo. O que vai existir são grupos de interesses privados”.





Nota de pesar:
O Ex. mo Sr. Manuel Afonso Lourenço Beja, natural de Alcobaça, Leiria, foi durante muitos anos o Conselheiro das Comunidades portuguesas na Suíça, Presidente da Comissão dos Fluxos Migratórios do Conselho Comunidades Portuguesas (CCP).

É com grande tristeza que publicamos a notícia do seu falecimento, ele que partiu deixando-nos muitas lições de vida, amizade, associativismo, profissionalismo, ética e humanidade.
As palavras que vamos transcrever aqui, são praticamente as últimas que o nosso admirável amigo citou junto dos políticos e da sociedade, que sempre o admirou, principalmente os nossos emigrantes na Suíça.

“Quero desejar as boas vindas aos membros do governo aqui em Zürich, desejar-lhes boa sorte neste tipo de reuniões, e dizer que é a primeira vez em cinco décadas como emigrante neste país, que vejo uma mesa tão bem representada, com membros do governo, a tentar falar com os portugueses aqui na cidade de Zürich, e também por toda a Suíça nas zonas onde passaram. Portanto, é uma iniciativa que louvo, que espero que seja realmente produtiva, e que as mensagens que nós deixamos aqui, possam ser ditas lá em Portugal. Quero dizer que é importante que a central de telefones da segurança social funcione melhor, porque muitos dos problemas que os portugueses têm aqui com Portugal e com a Segurança Social, estão ligados aos problemas telefónicos da mesma. Por isso, era bom que a central fosse renovada, e colocassem realmente um sistema mais eficiente nas respostas.

Senhor secretário de estado das comunidades, os portugueses na Suíça são bons pagadores de impostos, pagamos impostos por obrigação, é o nosso dever, mas há uma questão muito delicada, depois de décadas de trabalho na Suíça, pretendemos regressar a Portugal, e vamos com as nossas reformas, e ao chegar a Portugal, essas nossas reformas que nós pensamos que será uma reforma digna para que possamos usufruir dela, mas existem valores que nos impedem de regressar a Portugal, porque pertencemos ao sexto/sétimo escalão do IRS, e se eu regressar a Portugal terei que pagar 45% da minha reforma como impostos, ou seja quase metade, e realmente passei quase toda a minha vida na emigração, a trabalhar e a pagar para ter a tal reforma digna, e agora quando regressar a Portugal vão tirar-me praticamente metade, não me parece interessante.
É claro que há formas de dar a volta a esta situação, nós sabemos que elas vão ser praticadas, que estão a ser feitas, mas nós queremos cumprir com a legalidade, queremos ir para Portugal, pagar os nossos impostos como devem ser pagos, mas esta taxa de 45%, como é o meu caso e outros que estão aqui nesta sala, é demasiado elevado.

Quando fui conselheiro das comunidades portuguesas, apresentei este caso lá em Lisboa, houve uma reunião entre a Direcção geral dos assuntos fiscais e a Direcção geral dos assuntos consulares, na qual eu estive presente, há cerca de 3 anos, para discutir esse problema. A situação foi apresentada e ainda continuamos à espera de uma resposta. Portanto, não sei se seria possível, pois consta, não tenho certeza, que os quadros das multinacionais em Portugal, pagam apenas um valor de 20% sobre os seus salários.”

Durante muitos anos, Manuel Beja viveu os seus problemas e os problemas da comunidade portuguesa na Suíça, tal como podemos constatar no texto transcrito anteriormente.
A Revista Repórter X e toda a equipa que a compõe, deseja as maiores condolências a toda a família e amigos.


Director: Quelhas
Conselheiro: Pedro Nogueira
Revisão editorial, Sociólogo político:
Dr. José Macedo de Barros
Redactor: Patrícia Antunes
Ajuda Técnica, Sofia Oliveira
Correspondente: Maria Kosemund











Manuel Beja esteve presente no lançamento dos meus livros `Quelhas´: “O Livro da Criança e Terra das Marias da Fonte”. Esteve ainda nos Serões Culturais. Tivemos alguns encontros no qual reunimos para falar sobre a Comunidade. Participou algumas vezes na Revista Repórter X.
(Já conhecia o Manuel Beja, mesmo antes de emigrar para a Suíça).
Em agradecimento fiz-lhe um Blogue, que agora vou tentar remodelar em honra de Manuel Beja, homem, que fica para a história da Comunidade Portuguesa na Suíça.

“Divulgar a língua e cultura portuguesa fora de Portugal é sempre de louvar.
É bom que os nossos escritores se aproximem mais das comunidades.
Esse elo de ligação deseja-se se queremos colocar a nossa língua no plano que ela merece estar no mundo.
Obrigado João Carlos Veloso por esta passagem em Zurique.

Manuel Beja – Conselheiro das
Comunidades portuguesas na Suíça
Zurique O8-12-2007”










Ex. Conselheiro das Comunidades portuguesas na Suíça

MANUEL BEJA vive (u) os problemas da comunidade

“Sei que muitos portugueses não estão a ter uma vida fácil na Suíça” “Não creio que exista um futuro para o movimento associativo. O que vai existir são grupos de interesses privados”.
Mesmo afastado do mundo sindical, porque o Manuel Beja está reformado, acompanha bem de perto os problemas da comunidade. O Manuel Beja foi o primeiro sindicalista português e durante muitos anos foi uma voz ativa no seio da comunidade portuguesa. Critico, um acérrimo defensor dos seus ideais e dos valores que acredita que servem para que a sociedade seja melhor e mais solidária. Mesmo afastado do Sindicato e do Conselho das Comunidades, continua atento a tudo que diga respeito à comunidade portuguesa que vive na Suíça.

- Estás afastado das lides sindicais, dado que estás reformado, mas acompanhas ainda os problemas da comunidade portuguesa?
Manuel Beja – Eu vivo os problemas da comunidade portuguesa. Claro que acompanho à distância, mas com uma enorme preocupação. O passado é passado, vivi uma situação que me deixou muito satisfeito aquando do processo da integração da comunidade na Suíça, quando terminou o estatuto sazonal, mas nos dias de hoje as coisas mudaram, infelizmente. Sinto que existe uma maior precaridade nos dias de hoje, e muito pouca disponibilidade de as pessoas colaborarem com o mundo associativo.

- O que é que mais te preocupa?
Manuel Beja – Bem, estou numa situação em que já entrei na terceira fase da vida. Esta terceira fase da vida dá muito para pensar. Um dos assuntos que realmente preocupa é a situação dos pensionistas portugueses. Muitos gostariam de ir para Portugal gozar a sua reforma, muitas sem serem valores elevados, mas muitos não o fazem, porque Portugal é pouco sensível e fecha as portas a todas estas pessoas, que investiram uma vida no país, e que estão sujeitos a uma carga fiscal desproporcionada a quem nunca fez nada, mesmo nada, pelos seus filhos emigrantes. Portugal, para com os emigrantes, procedeu sempre com uma política de hipocrisia e de cinismo. Concedem muitos benefícios aos estrangeiros que desejam radicar-se em Portugal, mas ainda não encontraram uma solução para os emigrantes reformados que desejam radicar-se em Portugal.

 - Pensas que existe má vontade política?
Manuel Beja – Penso que há medo. Medo das pessoas, medo de assumir uma posição e medo do poder do capital. Porque na realidade o problema, como é o meu, dado que estou reformado e tenho a residência na Suíça, penso que se poderia conseguir uma solução equilibrada e justa, porque Portugal nunca contribuiu em nada para a minha situação e não é o país que me paga a minha reforma. Porque as cargas fiscais que Portugal aplica a todos os cidadãos portugueses, como é evidente, como a nós que um dia desejamos regressar em definitivo, são taxas exageradas e desproporcionais a quem nunca contribuiu e nada fez pelo nosso bem-estar. Seria aceitável Portugal encontrar uma taxa que fosse ao encontro do que as pessoas pagariam nos países de acolhimento.

- Mas existe um decreto-lei que isenta os portugueses por um período de 10 anos?
Manuel Beja – Conheço essa lei, sei que existe, mas, no entanto, essa lei não é clara e não é totalmente abrangente e precisa. E não é clara que se fique totalmente isento de impostos. Tem de haver uma política clara e um decreto que vá direcionado apenas para os portugueses que viveram e recebam reformas de um outro estado-membro, o que não é o caso. No meu caso, com a minha reforma, eu pagaria uma taxa fiscal de 45% em Portugal. Na Suíça pago 11%. Na minha situação existem milhares de portugueses, não só os que trabalharam na Suíça, como aqueles da França, Alemanha, Luxemburgo e todos os demais.

- Não será que se vive uma certa hipocrisia quando se evoca a política da saudade, do investimento e, quando é para esclarecer e clarificar uma situação, ninguém faz nada?
Manuel Beja – Sabes, o problema é que o Estado não tem interesse em nos ouvir. Este problema já foi levantado há muitos anos, e até à data ninguém nos quis ouvir. Nem querem. Sabes, eles evocam que todos os portugueses têm de estar em pé de igualdade. Acho muito bem. Mas a verdade é que estou fora de Portugal há mais de 40 anos e, se passar a minha morada fiscal para lá, mais de um 1/3 da minha reforma vai para os cofres de Portugal, tirando-me capacidade e alguma dignidade a uma qualidade de vida para qual eu trabalhei num outro Estado, e que Portugal nunca contribuiu. Como tal, seria mais justo encontrar uma taxa que fosse ao encontro do que se paga no país de acolhimento. Eu investi algo em Portugal, mas muitos portugueses investiram todo o seu suor na sua terra. E agora? Proporcionaram riqueza, proporcionaram bem-estar pelos seus investimentos, muitos até substituíram o Estado português ao ajudarem os seus familiares, e agora? Se recebes 3 mil, tens de deixar mil aos cofres do Estado. Com este decreto-lei em vigor não vamos a lado nenhum.
  
- Nunca a comunidade atingiu os números atuais, somos perto de 280 mil na Suíça. Como vês esta evolução?
Manuel Beja – Apesar da livre circulação de pessoas, a verdade é que sinto a comunidade muito mais insegura do que antes. No estatuto sazonal, sabíamos que era um estatuto discriminatório, tinhas as suas regras, mas sabíamos com o que poderíamos contar, neste momento estamos a viver uma insegurança, porque muitas das pessoas vivem na precariedade dos trabalhos a prazo e na dificuldade em encontrar o alojamento, que muitos por vezes não podem pagar, porque não têm um posto de trabalho estável. Depois, os ditos trabalhos à hora, em que os patrões se servem da disponibilidade destas pessoas, que ficam reféns de as chamaram ou não. Estou a falar do setor das limpezas, como exemplo. Existem outros. Como tal, existe uma precariedade e sei que muitas pessoas vivem com extrema dificuldade, até porque o preço dos alojamentos, o aluguer das casas, estão por preços exorbitantes, depois ainda se tem de somar o seguro médico. Sei que muitos portugueses não estão a ter uma vida fácil na Suíça. Tudo isto é um problema acrescido para uma plena integração das famílias portuguesas na Suíça. Também é verdade que a comunidade não se mobiliza como há uns anos. Por muito que se possa apontar o dedo aos Sindicatos, falo de todos os Sindicatos, as pessoas devem acreditar no trabalho destes, porque se muito foi conseguido nos últimos anos, estou a falar, por exemplo, no setor da hotelaria, da construção, este último com a reforma antecipada, aos 60 anos, uma grande vitória sindical, o setor das limpezas que tem agora um contrato coletivo, fraco, mas existe uma base de trabalho, tudo isso foi conseguido com o movimento Sindical. Se as pessoas que chegam agora à Suíça encontram algumas regras e benefícios, mas claro está que muito ainda se pode fazer, foi graças aos Sindicatos, e muitas delas agora afastam-se, o que é uma pena e uma injustiça pelo trabalho realizado. Claro que sei que há falhas, mas temos de ver o que de bom foi conseguido graças ao trabalho Sindical. E uma base de apoio e de mobilização passa pelos Sindicatos.

- E o movimento Associativo?
Manuel Beja – Está moribundo e em fase de desaparecer. Esta é a realidade. Muito poucas coletividades respeitam os valores associativos. Futuro? Não creio que exista um futuro para o movimento associativo. O que vai existir são grupos de interesses privados.

Artigo: Adelino Sá - Gazeta Lusófona

 Fotos de Arquivo

Hilário Novais, especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal


Programa 6

Hilário Novais, especial, espaço Revista Repórter X na rádio Nasci para Cantar e no MEO Canal
 Foto: Quelhas


Entrevista: Hilário Novais fala ao Repórter X duma vida na Emigração e em Portugal.

Hilário Novais, nascido em Portugal, mais concretamente em Louredo, na Póvoa de Lanhoso, terra da Maria da Fonte, vive na Suíça praticamente há 20 anos, mas tem intenção de voltar para Portugal dentro de cerca de um ano.

Este emigrante vê a emigração de forma positiva, na medida em que deu para organizar a sua vida, criar os seus filhos, mas pretende voltar breve, pois é muito complicado viver longe da sua família. Durante esta caminhada, como emigrante, fez grandes amizades, mas agora sente que está na hora de voltar. Hilário vê cada vez mais os emigrantes portugueses a deixar a Suíça e voltar à sua origem.

Hilário pretende voltar a Portugal, usufruir de umas férias e depois voltar ao ramo em que trabalhou durante 15 anos, antes de emigrar, voltar a ser calceteiro, talvez numa empresa de renome na Póvoa de Lanhoso nessa área.

Essa empresa pertencia ao irmão do senhor Hilário, António Novais, que o maldito cancro levou de entre nós. Fizemos uma simbólica homenagem a seu irmão na entrevista.

Hoje está nas mãos dos genros, que muito bem cuidam dela.
António Novais era um homem muito empreendedor e generoso.

Hilário começou com 14 anos a trabalhar na arte da calceta, aprendendo a trabalhar com um mestre da sua freguesia, Abílio Amorim.

Na Suíça, trabalha nas estradas, calceta, alcatrão, canalização, entre outros, tudo que envolve as estradas. Vive em Luzern, mas ultimamente tem-se deslocado até Zürich para trabalhar.
Com a perda do seu irmão decidiu deixar o seu país de acolhimento, pois entendeu, forçosamente, que a vida é demasiado curta para viver longe de quem gostamos.

Em termos de prestação de cuidados de saúde, louva a Suíça, pois refere que são muito prestáveis e prontos para atender e socorrer as pessoas. Gosta da facilidade que tem em deslocar-se com a quantidade de meios de transporte que existem na sua cidade, bem como da pontualidade que os cidadãos na Suíça cumprem, rigorosamente.

Frequenta também os centros portugueses na sua área de residência, vai ao karaoke e a restaurantes, entre outras actividades, para passar um pouco do seu tempo livre.
Durante estes anos foi aprendendo um pouco de alemão, para conseguir comunicar com os cidadãos da Suíça. Costuma ler o 20 Minuten para se actualizar um pouco, essencialmente na parte desportiva e meteorologia, vê ainda a televisão portuguesa. Recebe semanalmente o jornal português O Jogo.


“Hilário Novais, na Suíça, lê apenas em português, online, a Revista Repórter X para saber as novidades sobre os portugueses na Suíça e outros cantos do Mundo que a mesma tem referido ao logo de 78 edições.”

Hilário refere que a sua vida tem sido um pouco triste, mas está feliz por voltar a Portugal para poder dedicar-se à sua arte, dedicar-se um pouco à política, pois também é uma área que gosta muito. Em jovem, aos 16 anos, fez parte da juventude socialista e ajudou em algumas listas das eleições no seu concelho.
Este emigrante diz que visitará a Suíça em férias, um dia mais tarde, mas diz também que viver lá não é um mar de rosas e que os emigrantes fazem uma vida dura para conseguir fazer as suas poupanças e organizar a sua vida. Hilário diz que nunca foi escravo do trabalho, sai todos os fins-de-semana, vai aos centros portugueses, a festas, visita as montanhas, faz um grill com os amigos no lago, entre outros hobbies.
Lamenta que os portugueses, em vez de se ajudarem uns aos outros, se prejudiquem.

A Revista Repórter X deseja as maiores felicidades ao senhor Hilário Novais e que tudo lhe corra bem, neste último ano na Suíça, e no resto da sua caminhada por Portugal.

Hilário Novais
Morador na empresa Anliker AG
Facebook: Novaes Portugal

Locução Radiofónica: Quelhas,
Alexandre Faria, Hilário Novais

Redator: Patrícia Antunes
Revisão editorial: Sociólogo político
Dr. José Macedo de Barros




António Novais