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sexta-feira, 21 de junho de 2024

A Burocracia Digital: o desabafo de um cidadão sobre o sistema nos Consulados

A Burocracia Digital: o desabafo de um cidadão sobre o sistema nos Consulados

 


Recentemente, um cidadão comum de Zurique expôs as suas dificuldades ao tentar alterar os dados de morada junto ao Consulado Geral de Portugal. A troca de e-mails com o Centro de Atendimento Consular (CAC) da Suíça revela os entraves burocráticos e tecnológicos que muitos enfrentam.

 

O cidadão iniciou o seu relato mencionando as dificuldades em se registar no sistema para regularizar os seus dados. Sem conseguir completar o registo, tornou-se impossível agendar um atendimento online. Ele destacou que este problema não é isolado, afectando milhares de pessoas que enfrentam a mesma burocracia, sublinhando que o sistema governamental não é intuitivo para pessoas comuns.

 

Em resposta, o CAC reiterou a necessidade de realizar um agendamento online, informando que estavam a realizar um estudo com a Universidade Nova de Lisboa para melhorar o atendimento. No entanto, o cidadão, frustrado, disse que mudar a morada no Cartão de Cidadão requer uma palavra-chave fornecida pelo Consulado, tornando inevitável a visita presencial. Ele sugeriu que os conselhos fossem mais simplificados, com agendamentos por e-mail ou telefone, evitando deslocações desnecessárias.

 

Além disso, o cidadão criticou a complexidade dos sites do Consulado, das Finanças, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e outros portais do Estado Português. Segundo ele, estas plataformas têm informações excessivas e confusas, sendo ineficazes para quem não domina a tecnologia. Ele apelou por uma interface mais directa e intuitiva, com formulários simples e de fácil acesso.

 

Durante a interação com o centro de atendimento, o cidadão expressou o seu descontentamento pela falta de resposta às questões específicas nos e-mails e pela insistência em resolver tudo online. Ele descreveu o site como "só para entendidos", onde pessoas comuns perdem horas a tentar navegar sem sucesso, até recorrerem ao atendimento telefónico para obter ajuda.

 

Através do telefonema, descobriu que o serviço de atendimento é externo, fora dos Consulados. Apesar disso, elogiou a paciência e a ajuda prestada pelos atendentes, mas destacou que o problema reside na estrutura dos portais governamentais. Eventualmente, com ajuda, conseguiu registar-se no Portal dos Negócios Estrangeiros e agendar a consulta necessária.

 

O CAC enviou-lhe uma confirmação de registo e agendamento, instruindo-o a verificar documentos e acompanhar-se do e-mail de confirmação no dia marcado. No entanto, o cidadão apelou por mais simplicidade e acessibilidade nos serviços. Ele argumentou que muitos ainda enfrentam dificuldades com a alfabetização digital e que os processos poderiam ser mais ponderados e acessíveis.

 

Propôs que os consulados registrassem as consultas no sistema, utilizando as ferramentas com que já estão familiarizados, e que os portais governamentais incluíssem formulários específicos para cada serviço. Se uma assinatura fosse necessária, o cidadão sugeriu que os documentos pudessem ser assinados em casa e enviados por correio ou e-mail após digitalização, simplificando todo o processo.

 

Esta situação evidencia a necessidade urgente de reformulação dos serviços digitais do governo português, visando uma maior acessibilidade e eficiência. A colaboração com a Universidade Nova de Lisboa é um passo na direção certa, mas há muito a ser feito para que os sistemas digitais atendam às necessidades de todos os cidadãos, evitando esforços desnecessários e facilitando o acesso aos serviços essenciais.

 

Revista Repórter X

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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