Glaciares em risco:
impactos nos Alpes e na Antártida
O impacto das mudanças climáticas em glaciares e nível do mar: realidade e as
controvérsias na voz dos cientistas cujo há quem discorde.
A infiltração de água do oceano por baixo do "Glaciar do Juízo
Final" na Antárctida, também conhecido como Glaciar Thwaites, tornou-o
mais susceptível ao degelo do que se pensava anteriormente. Esta revelação
alarmante provém de um estudo que utilizou dados de radar espaciais para
examinar detalhadamente este glaciar crucial. A investigação indica que a água
salgada e relativamente quente do oceano está a causar uma fusão vigorosa na
base do Thwaites, o que pode significar que as previsões actuais sobre a subida
do nível do mar estão subestimadas. A ameaça é significativa: o colapso total
do Thwaites poderia resultar numa subida do nível do mar de cerca de 3 metros,
uma situação catastrófica para as comunidades costeiras mundiais.
Nos Alpes Suíços, o Glaciar Corbassière perdeu mais de metade do seu volume
desde os anos 1930, uma tendência observada em muitos glaciares alpinos.
Imagens de satélite mostram uma diminuição na área e na massa superficial do
glaciar, que recuou e escureceu devido à falta de neve. Os investigadores têm
recolhido amostras de gelo para estudar as condições ambientais do passado, mas
o derretimento à superfície tornou muitos destes núcleos de gelo inutilizáveis
para a investigação.
Em resposta ao degelo, algumas estâncias de esqui na Suíça estão a tentar
mitigar a perda cobrindo os glaciares com lençóis brancos para reflectir a
energia solar. Contudo, é importante notar que estas medidas estão a ser
implementadas em zonas de melhores acessos aos automóveis, portanto em
altitudes mais baixas. A Revista Repórter X discorda da gravidade do
cenário apresentado, salientando que, nos últimos 16 anos, os Invernos têm sido
longos e os Verões curtos, com neve visível nas serras durante todo o ano,
incluindo no Verão. Além disso, destaca que catástrofes naturais, como secas e
inundações, são frequentes em todo o mundo e que muitas vezes os alarmismos são
infundados.
No debate sobre a subida do nível do mar, houve alegações nas redes sociais
de que os níveis do mar permaneceram estáveis desde o fim do século XIX,
baseando-se em imagens do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. Este argumento,
comum entre os cépticos das mudanças climáticas, sugere que seria exagerado
dizer que o oceano está a avançar devido ao aquecimento global. No entanto,
especialistas refutam essa ideia, explicando que o aumento do nível do mar não
afecta todas as partes do mundo de forma uniforme. As imagens isoladas de um
local não são uma forma eficaz de medir a elevação global do nível do mar.
Além disso, o derretimento do gelo marinho, embora não afecte directamente
a subida do nível do mar, expõe as camadas de gelo costeiras e os glaciares às
águas quentes do oceano, tornando-os mais susceptíveis ao derretimento. O
controlo dos recursos hídricos é outro ponto de tensão, exemplificado pela
gestão do fluxo do rio Ródano no Lago de Genebra. A Suíça controla a barragem
Seujet, mas a França, enfrentando escassez de água e a necessidade de arrefecer
reactores nucleares, quer influenciar a gestão da água.
O João Gonçalves, sustenta que muitas das notícias alarmistas são
fabricadas para vender jornal e aumentar os salários daqueles que trabalham em
investigação e jornalismo. Apesar das evidências científicas sobre o impacto
das mudanças climáticas nos glaciares e no nível do mar, permanece um espaço
para o debate e a necessidade de uma abordagem crítica e bem-informada sobre
estas questões complexas.
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