Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:
Os funcionários da ERZ – Entsorgung + Recycling Zürich, responsável pela gestão de resíduos e limpeza urbana na cidade de Zurique, têm vindo a denunciar más condições de trabalho e um ambiente hostil dentro da empresa. Entre as principais queixas estão a sobrecarga laboral, a falta de reconhecimento e um sistema que, segundo os trabalhadores, está estruturado para favorecer a administração em detrimento dos direitos dos empregados.
Os trabalhadores recorreram ao Provedor da Justiça e enviaram uma carta à Câmara Municipal de Zurique, expondo as suas reclamações. No entanto, a resposta das autoridades tem sido evasiva. A Direcção do ERZ e o Departamento das Infraestruturas e Gestão de Resíduos descartaram qualquer necessidade de uma investigação mais profunda, considerando que o processo de mediação interna seria suficiente para resolver os problemas relatados.
A administração da ERZ mantém uma posição firme, argumentando que a empresa cumpre com todas as normas estabelecidas e que qualquer descontentamento deve ser tratado internamente. No entanto, os funcionários relatam que os processos de mediação não passam de uma formalidade sem efeitos práticos, servindo apenas para silenciar os trabalhadores sem realmente resolver os problemas estruturais.
A Revista Repórter X vê a Suíça como um país incorrecto quando os tribunais estão sempre do lado das grandes empresas, como a ERZ, mas também entidades como a SUVA, a IV/AI, a AHB, o SVA, a EKZ, a KESB, a RAV, a Sozialamt, a Betreibungamt, a Spitex, a Strassenverkehrsamt, a Caritas, a Mobility, a Ecap, a SBB, as Redes Móveis e TV, as Telecomunicações, os Seguros, os Bancos e os Hospitais, etc. Pouco ou nada vale a pena reclamar, porque os tribunais raramente são a favor de funcionários ou clientes. Tudo o que esteja encostado ao Estado, seja empresas públicas ou entidades que beneficiam de influência estatal, acaba por ser protegido, enquanto os trabalhadores e cidadãos comuns enfrentam um sistema injusto e impenetrável.
Na prática, reclamar ou não reclamar resulta no mesmo: um sistema fechado e intocável que continua a operar sem qualquer escrutínio real. Os funcionários da ERZ acusam mesmo a empresa de assédio moral e psicológico. A Revista Repórter X reforça a ideia de que a Suíça tem um sistema injusto que mais parece uma bola de neve dos Alpes suíços, já sendo uma frase consistente no nosso vocabulário para criticar o sistema que lesa o cidadão comum e protege o país. Na Suíça, nem tudo o que reluz é ouro, pode ser luz do gelo.
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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