Sistema suíço de desemprego: uma rede de manipulação que penaliza os trabalhadores
Na Suíça, o sistema de apoio
ao desemprego, operado pela RAV (Reintegração no Mercado de Trabalho), é alvo
de inúmeras críticas pela forma como prejudica os trabalhadores, através de
erros de cálculo, falta de transparência e uma rede de manipulação entre
instituições. Um trabalhador recentemente denunciou publicamente os erros
cometidos pela RAV, ao destacar uma série de falhas na gestão do seu caso, que
exemplificam como o sistema pode ser injusto e confuso.
O erro de registo e
cálculo do período de benefício:
Um exemplo claro da falha do
sistema é o erro que foi encontrado em relação ao saldo de dias de benefício.
No caso relatado, a RAV enviou uma carta informando que o trabalhador tinha um
saldo de 45,1 dias de benefício pendente até 01/01/2026. No entanto, 45,1 dias
correspondem a cerca de dois meses, e a data indicada está a 10 meses de
distância, o que torna os cálculos completamente incorretos. A falta de clareza
sobre como é feito o cálculo e quais critérios são utilizados é um dos maiores
problemas, o que leva os trabalhadores a questionar onde está o erro real.
O direito ao
prolongamento do período de subsídio:
Outro exemplo de falha grave
é a falta de recálculo do período de benefício após o trabalhador ter
regressado ao trabalho. No caso, o trabalhador trabalhou até dezembro de 2024 e
voltou a trabalhar em março de 2025. Ao fazer isso, ele tem direito a um prolongamento
do seu período de subsídio, conforme as regras. No entanto, a RAV não parece
ter considerado este regresso ao trabalho no cálculo do seu direito ao
subsídio. A RAV está a tratar o período de trabalho como se fosse um
não-desemprego, o que é injusto, pois o trabalhador continua a descontar e
cumpre com os seus deveres.
A desinformação e abuso
da inscrição na RAV:
Outro exemplo de como o
sistema está a falhar ocorre com os trabalhadores temporários. Quando há pouco
trabalho disponível, muitos trabalhadores são forçados a voltar para casa,
enquanto os trabalhadores fixos continuam empregados. Nesses casos, o trabalhador
deve inscrever-se na RAV para garantir que o subsídio de desemprego seja pago.
No entanto, como o trabalhador pode ser forçado a regressar ao trabalho a
qualquer momento, o simples ato de se inscrever e desinscrever da RAV cria uma
confusão adicional. Uma situação específica envolve a Baraterine, que pediu ao
trabalhador para se desinscrever da RAV, e quando ele voltou a ficar em casa,
não recebeu o pagamento durante algum tempo. Isso resultou em um sentimento de
engano e frustração, já que o trabalhador fez tudo conforme as regras e ainda
assim não recebeu os devidos benefícios.
A rede de manipulação e a
falta de responsabilidade da RAV:
Esses exemplos deixam claro
que a RAV tem um controlo absoluto sobre o processo, enquanto sindicatos como a
Unia Arbeitslosenkasse são usados como ferramentas para mascarar o verdadeiro
problema. A RAV manipula o sistema e cria uma rede onde a responsabilidade
nunca é clara, levando os trabalhadores a ficar à mercê de um sistema onde a
transparência é inexistente. A crítica central é que a RAV tem o domínio total,
usando sindicatos como a Unia para desviar a culpa, criando uma fachada de
responsabilidades externas.
Conclusão:
A situação é um reflexo de
um sistema que, ao invés de proteger os trabalhadores, cria uma rede de
manipulação onde as falhas são constantemente escondidas. A falta de uma
explicação clara sobre como são feitos os cálculos, a confusão causada pelas
mudanças de status no trabalho, e os erros no registo do saldo de dias de
benefício, tudo isso contribui para um sistema injusto que não respeita os
direitos dos trabalhadores. Esses erros não são apenas falhas administrativas,
mas sim uma demonstração de como o sistema suíço de desemprego pode ser
manipulativo, criando obstáculos artificiais e prejudiciais para aqueles que
mais precisam do apoio.
Os trabalhadores merecem
mais do que respostas evasivas. Eles merecem um sistema transparente que
garanta que os seus direitos sejam respeitados de forma clara e justa.
Nota Breve:
É essencial que os
trabalhadores temporários compreendam que não devem ignorar o Fundo de
Desemprego da RAV em situações de trabalho instável. Como é sabido, muitos
trabalhadores temporários, quando o trabalho escasseia, acabam por regressar a
casa, enquanto os trabalhadores fixos permanecem. Além disso, poucas são as
empresas que respondem aos trabalhos enviados, o que leva a uma sensação de
discriminação.
Nessa situação, quando
regressam ao trabalho depois de um período em casa, os trabalhadores não podem
deixar de se inscrever na RAV, pois, caso contrário, voltam a ficar em casa e a
RAV não paga. Há relatos de trabalhadores que, uma vez inscritos na RAV, foram
instruídos pela Baraterine a desinscreverem-se, e quando voltaram a ficar em
casa, não receberam durante algum tempo, o que gerou a sensação de terem sido
enganados.
Esses trabalhadores sabem
bem o que fazem, conhecem os seus deveres e os seus direitos, e, caso estejam
errados, procurarão a verdade. A língua nunca será um obstáculo para
eles.
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