A incerteza sobre Camões
A vida e a figura de Luís Vaz de Camões, na qual a incerteza fala mais
alto, diz a lenda que nasceu em 1524 e faleceu a 10 de Junho de 1580, portanto,
completou supostamente em 2024 os 500 anos do seu nascimento. Camões é o
célebre autor de "Os Lusíadas", estando envolto em controvérsias e
incertezas, lançando dúvidas sobre muitos aspectos da sua biografia. Não há autor que não descreva as suas origens, nome e data de nascimento! Embora
seja amplamente reconhecido como o maior poeta da língua portuguesa, muitas
informações sobre a sua vida permanecem nebulosas e são frequentemente baseadas
em conjecturas e tradições orais.
A data e o local de nascimento de Camões são objecto de disputa. Embora se
acredite que ele tenha nascido em Lisboa por volta de 1524, isso não é
confirmado. A falta de registos concretos alimenta especulações e controvérsias
sobre as suas origens e até por onde passou em vida. A afirmação de que os seus
pais eram Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo também carece de provas
conclusivas, o que questiona a certeza sobre as suas raízes familiares.
Provavelmente não existem documentos nos notários!?
A educação de Camões é outro ponto de discórdia. Supõe-se que tenha
estudado em Coimbra, possivelmente com o apoio do seu tio, Dom Bento de Camões,
frade e chanceler da Universidade de Coimbra. No entanto, essas suposições
baseiam-se em hipóteses e não em evidências documentais sólidas. A narrativa da
sua formação académica em Literatura e Filosofia é, portanto, mais uma
suposição do que um facto comprovado.
O mesmo se aplica às suas aventuras e desventuras. Acredita-se que tenha
perdido um olho em combate em Ceuta e que tenha tido uma vida agitada, marcada
por confrontos e prisões. No entanto, esses relatos são muitas vezes baseados
em histórias orais e lendas, o que torna difícil separar o mito da realidade.
A alegação de que Camões viveu na pobreza extrema também é questionável.
Para quem estudou, não bate certo a ideia de ser pobrezinho. Embora se diga que
ele foi encontrado como um indigente em Moçambique e que morreu na miséria, o
facto de ter viajado extensivamente e participado de acções militares sugere
uma vida mais complexa e talvez menos desprovida de recursos do que muitas
biografias tradicionais afirmam. A tença anual concedida por D. Sebastião é um
ponto que contradiz a imagem de completa penúria.
Estas lacunas e contradições tornam a biografia de Camões uma espécie de
enigma, há quem diga de mentira. As poucas informações disponíveis foram muitas
vezes ampliadas e romantizadas ao longo dos séculos, muda-se um conto, muda-se
um ponto, criando uma figura que pode ter sido em parte inventada ou pelo menos
amplamente reinterpretada. Essa incerteza assemelha-se a outras figuras
históricas envoltas em mistério, como Maria da Fonte e a Padeira de
Aljubarrota, cujas histórias são também carregadas de controvérsias e lendas.
Em conclusão, a vida de Luís de Camões, tal como a conhecemos, é repleta de
suposições e falta de dados concretos. Isso levanta a questão de até que ponto
a figura que celebramos hoje corresponde à realidade histórica, ou se é mais um
mito construído ao longo dos séculos. O Dia de Portugal é também o Dia de
Camões, assim os políticos o quiseram, Camões personagem do panorama histórico
português controverso, quiçá uma personagem inventada, cujos Lusíadas pode ter
sido escrito por Camilo Castelo Branco ou qualquer outro escritor... a grande
crítica do autor: Quelhas ao génio da literatura e da língua portuguesa, aquele
que não conhecemos a sua legítima história, fica aqui como apontamento de
vários factos, como por exemplo, não foi ele que inventou a língua como a maior
parte dos portugueses pensa, não foi, iniciou-se com o Cancioneiro Geral de
Garcia de Resende e a criação das primeiras gramáticas foi por Fernão de
Oliveira e João de Barros.
Luís Vaz de Camões, o renomado poeta português do século XVI, desempenhou
um papel crucial na formação e consolidação da língua portuguesa. A sua obra
mais famosa, “Os Lusíadas”, narra a descoberta do caminho marítimo para a Índia
por Vasco da Gama e descreve a história dos portugueses, herói colectivo desta
epopeia. No entanto, “Os Lusíadas” não se cingem ao relato das aventuras dos
descendentes dos lusitanos “por mares nunca de antes navegados”. A obra também
oferece uma oportunidade para reflectir sobre Portugal e sobre a língua que
esses navegadores acabaram por difundir por vários lugares.
Antes de Camões, a língua portuguesa já havia passado por etapas
significativas. Em 1290, foi decretado que o português seria a língua oficial
do reino de Portugal pelo rei D. Dinis I. O salto para o português moderno
ocorreu durante o Renascimento, com o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
(1516) sendo considerado um marco importante. A normatização da língua teve
início em 1536, com a criação das primeiras gramáticas por Fernão de Oliveira e
João de Barros.
Actualmente, a língua de Camões (ou português) tem expressão mundial, sendo
falada por mais de 260 milhões de pessoas em todo o mundo e alcançando a
posição de quarta língua mais falada, depois do mandarim, inglês e espanhol.
Muito provavelmente o próprio Camões não imaginaria que o idioma que cultivou
tivesse, nos dias de hoje, uma grande diversidade de uso, a nível do léxico, da
sintaxe e das suas sonoridades. E como declamam os falantes de português do
século XXI os versos d’Os Lusíadas?
Que diferenças existem na entoação e na pronúncia de, por exemplo, “As
armas e os barões assinalados”?
Alguns alunos do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa tentaram
responder a esse desafio e demonstraram as variações que, muitas vezes, existem
na forma como se pronuncia esse primeiro verso da epopeia. É curioso observar
que nem todos o recordam de forma rigorosa. Há quem o faça correctamente,
conforme a edição de 1572, mas também há aqueles que usam estratégias métricas
que nem sempre vão ao encontro daquilo que foi exactamente escrito por Camões.
Existe quem opte por abrir o primeiro artigo definido do verso quando declama
“As armas”, e, noutro plano, há quem omita o artigo definido “o” e diga apenas
“barões” e não “os barões”.
Em resumo, Camões desempenhou um papel fundamental na consolidação da
língua portuguesa, e a sua obra continua a influenciar a forma como a língua é
usada e apreciada.
O Novo Acordo Ortográfico é controverso e gera debates. Alguns consideram
que ele afecta a identidade da língua. No entanto, a língua é dinâmica e evolui
ao longo do tempo, reflectindo mudanças sociais e culturais. Os escritores mais
velhos não compactuam com o Novo Acordo Ortográfico e, se Camões estivesse cá,
faria algo de certo aquilo que fizeram de errado, isto se ele existiu na
realidade, pois que são mais as incertezas do que as certezas sobre todas as
histórias contadas ou impingidas…
Este texto do autor português, Quelhas, é duro, é verdadeiro, e a crítica
aplicada pode não ser bem interpretada, mas há um conjunto de factores que
levou a descrever este raciocínio! O texto, por sua vez, apresenta uma crítica
rigorosa e detalhada sobre a figura de Luís de Camões e a forma como a sua
biografia e a sua obra são vistas. A crítica aponta as incertezas e as lacunas
nas informações históricas sobre Camões e sugere que a figura dele pode ter
sido, em parte, romantizada ou até inventada.
Para alguns, o texto pode ser duro ou desmedido, dependendo de alguns
factores. O texto é objectivo ao mencionar a falta de provas documentais e as
especulações sobre a vida de Camões. Isso é uma abordagem válida num contexto
académico ou histórico e também num ponto individual do autor ou de cada
leitor. O tom pode ser percebido como crítico, especialmente em trechos que
questionam a veracidade da existência de Camões ou a autoria de "Os
Lusíadas". Para alguns leitores, isso pode parecer desrespeitoso ou
desmedido, especialmente se eles têm uma visão romantizada do poeta.
O propósito do texto do autor Quelhas é desafiar percepções estabelecidas e
incentivar uma revisão crítica da história; então, a crítica aplicada é
apropriada. No entanto, se o público-alvo é sensível a críticas sobre figuras
históricas nacionais, o texto pode ser considerado duro, mas puro. A verdade da
crítica é baseada em questões legítimas sobre a falta de documentação histórica
e a tendência de romantizar figuras históricas. Acadêmicos e historiadores
frequentemente lidam com essas incertezas e revisões críticas. Questionar a
narrativa tradicional pode levar a uma compreensão mais precisa da história.
Para evitar a percepção de que o texto é excessivamente duro, pode-se
equilibrar a crítica com reconhecimento das contribuições inegáveis de Camões
para a literatura e a língua portuguesa. Se o tom do texto não é de todo neutro
e torna a crítica rigorosa e menos palatável, temos pena. Exemplifica-se a
frase "há quem diga que é mentira", a qual poderia ser reformulada
para parecer menos confrontativa, mas o objectivo é "chamar os bois pelos
nomes"; “Provérbio Popular”. O autor Quelhas quis apoiar as afirmações com
referências a estudos académicos e fontes históricas e também pessoais, o que
pode fortalecer a argumentação e tornar a crítica mais convincente e menos
subjectiva.
Em resumo, o texto aborda questões válidas e importantes, mas a forma como
a crítica é apresentada pode influenciar a percepção dos leitores sobre a
dureza ou a justeza das observações feitas. No entanto, é isso que se pretende,
uma vez que o autor Quelhas não é apenas um poeta como Luís Vaz de Camões, mas
sim também um crítico literário, cujos próprios poemas podem não falar todos de
AMOR e sim também de CRÍTICA social construtiva.
1 comentário:
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Dia de Portugal
Que vai um pouco mal
Afinal…
De Camões
E suas reflexões
E ilusões…
Das Comunidades
Com vaidades
E realidades…
Enfim;
Da poesia
E da alegria
Do dia-a-dia…
Da tolerância
E da arrogância
Em tempo d'esperança…
Da liberdade
Sem ponto final
Actual…
Camões, Camões;
Homem e poeta
Com muitas ambições
Homem das nações…
Tiveste direito a feriado
A nascer com a República
Na República…
Pelo povo amado
Recebes-te sua honra
Na tua sombra…
Na qual foi ditada
Ao génio da Pátria
A nossa Pátria…
E por ti enamorada
A partir do Estado Novo
Da história d'um povo…
No regime de António de Oliveira Salazar
Homem do desprazer
E azar…
O Dia de Portugal
De Camões
Das multidões…
Que traça o grande mal
De Portugal
E internacional…
Das Comunidades Portuguesas
E das suas defesas
Postas nas mesas…
Como em tempos memoriais
Na altura dos Cabrais
Dos liberalismos reais…
Do tempo da Ditadura
Que mesmo após o 25 d'Abril
Ainda perdura…
Mas Camões nada tem a ver
Apenas a data refere
A quem confere…
O falecimento do Poeta
Na pessoa de Luís de Camões
Homem das ocasiões…
E lembrada aos portugueses
Fora de Portugal
A lembrar a Pátria Natal….
Camões Tornou-se célebre
Escreveu "Os Lusíadas"
Corrigiu dactilografias…
Semeou então
O acordo ortográfico
E a ortografia…
Escreveu Poesia
Sonetos D'amor para ti...
Para mim...
Afinal;
Com muito amor a Portugal!
autor: Quelhas
Enviar um comentário