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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

As perguntas do Quelhas e as respostas do Sr. Secretário de Estado na Revista Repórter X



Politiquice em Diálogo na Suíça I

As perguntas e as respostas do Sr. Secretário de Estado

Assunto: 2° Trecho da entrevista - Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Luís Carneiro, na Suíça.

Exmo. Senhor Quelhas director da Revista Repórter X, enviamos o questionário dirigido ao Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Luís Carneiro e que foi entregue aquando da última visita à Suíça. O Senhor Secretário de Estado esteve muito ocupado, pelo que só agora foi possível enviar o questionário.

Atentamente,
Miguel Cerqueira da Silva
Assessor de Imprensa


Perguntas de 11° a 16°

11 Fale-nos do Acordo Bilateral, da Declaração de Contas Bancárias e Património de Portugal na Suíça, se vamos pagar dois impostos?

12 Acha bem que a Suíça coma a carne e deixe os ossos aos nossos emigrantes em questões de saúde, quando alguém adoece ou fica inapto por acidente para o trabalho, enquanto espera decisões super demoradas, que a Suíça queira vender os bens em Portugal, para ajudar com o próprio dinheiro do doente, o mesmo doente? (O grande motivo e interesse da Suíça querer o Acordo Bilateral, foi para explorar os emigrantes, para ir buscar tudo e todos os bens que puderem e neste caso a Portugal, para investir na Suíça ou então obrigar as pessoas a regressar ao pais de origem para não correrem o risco, em caso de sobrevivência.)

13 Posto isto, acha bem o Acordo Bilateral que dá aos suíços mais poderes para tentarem iludir o emigrante a pagar impostos sobre a Fortuna, muita dela herdada e por último serem obrigados a vender os imoveis, caso peçam ajuda à Segurança Social por doença, ou serem obrigados a ir embora quando descontaram toda a vida para ter os seus direitos no país que os acolheu, a Suíça?

14 O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos fiscais, Dr. António Mendonça Mendes, no seu discurso repetitivo de político veio confundir mais as pessoas; então o porquê de corrermos o risco de pagar dois impostos e depois à posterior reclamar nos serviços Consulares e Embaixada para reaver o mesmo valor? Está um acordo mal assinado, ou a Suíça está acima da Lei?

15 Recordo que o Sr, Secretário de Estado disse que não podem condenar a Suíça, porque já nos deu muito. Sim, é verdade que deu muito no passado, quando a moeda no câmbio dava para por uns trocos no banco em Portugal e comprar casa e terrenos; hoje, quem adquire alguma coisa como dantes, depois de a moeda ter valor semelhante?

16 Sabia que a Suíça se tornou o maior explorador no trabalho perante os emigrantes? (Cada vez menos os ordenados acompanham a vida do dia-a-dia. O Câmbio que mudou. Cada vez que os empregadores mudam de Firmas, exemplo na Limpeza, o trabalho mais comum para quem não fala a língua, aumentam ao serviço e diminuem às horas e ordenados mantém-se. Se recusa tem logo cem pessoas para o seu lugar.) 




Respostas de 11° a 16°

“- Em primeiro lugar, gostaria de referir que foi muito gratificante ter tido a oportunidade de participar nos “Diálogos com as Comunidades”, na Suíça. Foi muito positivo ter tido a oportunidade de contactar, de perto, com comunidades residentes em diferentes cidades do país e, ao longo de várias horas, poder trocar ideias com os portugueses sobre os seus anseios e dificuldades. Ouvimos críticas, que são sempre construtivas e importantes para melhorarmos, mas também registamos algumas ideias positivas que nos permitiram olhar para as coisas de uma perspetiva diferente, o que é sempre positivo.
Esta noção foi compartilhada pelos intervenientes que me acompanharam nesta deslocação, desde o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, passando pelo Diretor-Geral de Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas e pelo Presidente do Instituto Camões, mas, também, de uma responsável do Gabinete da Secretária de Estado da Segurança Social.
Aliás, a deslocação destes responsáveis do Estado português permitiu que fossem feitos progressos em domínios importantes como a gestão dos assuntos consulares, mas também do ensino da língua portuguesa na Suíça, apenas para mencionar alguns.
Sobre os assuntos que referencia nas suas perguntas, gostaria de referir que estas alterações resultam de compromissos internacionais assumidos pelo Estado Português, nomeadamente da transposição de uma Diretiva da União Europeia (2014/107, de 9 de dezembro de 2014). Este é um acordo multilateral, que envolve vários países, e as suas administrações, na troca de informação fiscal. Não é um acordo exclusivo de Portugal para a Suíça. É um acordo que engloba os países da União Europeia e de países terceiros.
Esta legislação visa permitir às autoridades ter acesso a informação acerca da situação patrimonial no estrangeiro dos seus residentes, funcionando como mecanismo do controlo do cumprimento das obrigações fiscais.
 Naturalmente, não cabe ao Governo português pronunciar-se sobre a interpretação e aplicação de normas constantes de regimes fiscais em vigor noutros países.
Cabe, sim, atentos os compromissos internacionais assumidos pelo Estado português e pela Confederação Suíça relativos à cooperação administrativa no domínio da fiscalidade, cumpre ao Governo, em primeira linha, orientar os portugueses residentes na Suíça no sentido de cumprirem os deveres fiscais que resultem da sua condição de residentes na Suíça junto das autoridades tributárias suíças.
O que esta lei diz é que existe uma troca obrigatória de informações, isto é, a comunicação de informações predefinidas sobre residentes noutros Estados ao Estado de residência relevante, em intervalos regulares preestabelecidos e limitada à informação sobre contas financeiras.
            A Autoridade Tributária portuguesa está obrigada a disponibilizar os dados sobre contas bancárias tituladas por portugueses residentes na Suíça em instituições financeiras a operar em Portugal. E vice-versa. Cabe, aos interessados fazer chegar às autoridades tributárias suíças as informações necessárias ao enquadramento da informação, ou seja, esclarecer a forma como as contas detidas em Portugal são enquadradas na respetiva situação tributária perante a lei Suíça.”
           
Continua Pág. 06



 Foto: Quelhas









Politiquice em Diálogo na Suíça II

As perguntas e as respostas do Sr. Secretário de Estado

Continuação Pág. 05

“Para proteger os cidadãos de situações de dupla tributação, existe uma convenção entre Portugal e a Suíça. Esta aplica-se a impostos sobre o rendimento e sobre o património, podendo as autoridades tributárias suíças solicitar formalmente à Autoridade Tributária, em casos específicos, informações concernentes a rendimentos obtidos ou património existente em Portugal de portugueses residentes na Suíça.
Finalmente, caso da aplicação da lei tributária Suíça resulte uma situação de dupla tributação relativamente a rendimentos financeiros ou património imobiliário detido em Portugal, a Convenção de Dupla Tributação entre Portugal e a Suíça dispõe dos mecanismos necessários para mitigar ou eliminar essa dupla tributação, cabendo geralmente ao Estado da residência assegurar esses mecanismos.
De resto, para além de termos participado na iniciativa “Diálogos nas Comunidades”, o Governo português disponibilizou no Portal das Comunidades esclarecimentos e informação útil acerca desta situação e que pode ser consultada mais demoradamente no Portal das Comunidades (www.portaldascomunidades.mne.pt) e depois vendo a área “Destaques”. Ali, está um texto explicativo com o título “Esclarecimentos gerais sobre a aplicação de mecanismos de troca de informações com impacto na comunidade portuguesa residente na Suíça”.

Pergunta 17°

- Sabia que na Suíça tem muito desemprego, principalmente no grande Inverno? (Também sabe que dão o Fundo-Desemprego, mas no entanto ao mais pequeno pormenor de erro a preencher os Formulários, culpa da língua, cortam-lhe o valor a receber, penalizando por má-fé.)


Respostas à 17°

- Um dos objetivos do Governo Português passa por dar a conhecer mais oportunidades de emprego aos cidadãos portugueses que vivem no estrangeiro. Esperamos, a breve prazo, avançar com uma iniciativa que permita a divulgação de vagas não preenchidas existentes no nosso país. Neste momento a nossa taxa de desemprego está ao nível do que estava em 2004, o que se traduz cerca de 7,4%. É ainda insuficiente, mas é encorajador.
O país está de braços abertos para receber os emigrantes que queiram regressar. Aliás, a Suíça é um dos países onde o número de portugueses residentes tem vindo a diminuir.

Pergunta 18°

- Na Vossa vinda à Suíça, o Sr. Presidente Instituto do Camões, Dr. Luís Faro Ramos, não respondeu à minha pergunta e agora dirijo-a a si, porque não apoiam a Comunicação Social na emigração? (Nós e por exemplo a Revista Repórter X tem meios muitíssimo reduzidos. A Comunicação Social no estrangeiro tende acabar, ainda por cima, cada vez mais os nossos emigrantes leem menos e nossos filhos deixam de falar português, isto porque não há incentivo dos nossos políticos e nem ajudas para que nós na Comunicação Social sejamos capazes de ser o futuro.)

Respostas à 18°

- No Governo, a tutela da comunicação social encontra-se no Ministério da Cultura, portanto não poderia estar a imiscuir-se noutras dimensões que não me estão confiadas. Mas observo que tem existido, progressivamente, um movimento crescente de associação e de cooperação entre os órgãos de comunicação social da diáspora portuguesa. Penso que seria interessante, caso pudessem colaborar cada vez mais entre si e obter benefícios para todas as partes.

Pergunta 19°

- Que mensagem de ânimo e conforto quer deixar a todos os emigrantes lusos?

Respostas à 19°

- “Gostaria de aproveitar esta oportunidade para deixar uma boa notícia, há muito aguardada. Foram aprovadas a 18 de julho, na Assembleia da República, alterações às leis eleitorais, que vêm influenciar as condições de participação eleitoral dos portugueses no estrangeiro.
A primeira mudança tem a ver com a introdução do recenseamento automático, não obrigatório, a partir da morada inscrita no cartão do cidadão. Até aqui, os portugueses no estrangeiro, contrariamente aos que se encontram em território nacional, cuja inscrição nos cadernos de recenseamento é automática quando completam 18 anos de idade, tinham que se deslocar aos postos consulares, por vezes a centenas de quilómetros de distância, para efeitos de inscrição. Sendo automático, contudo, não é obrigatório. Significa isto que os portugueses no estrangeiro irão ser notificados pela administração eleitoral informando-os dessa inscrição numa base de recenseamento automática conferindo-lhe a possibilidade de suspenderem essa inscrição, caso seja essa a sua vontade. De acordo com os dados disponíveis, esta mudança poderá permitir passar de 318 mil recenseados para mais de um milhão e 380 mil recenseados.
As mudanças legislativas vêm ainda permitir a modalidade de voto antecipado no estrangeiro, tanto para os cidadãos emigrantes, mas também aos cidadãos em mobilidade; mantêm o voto por correspondência, agora gratuito, mas admite-se o voto presencial em países em que os serviços postais não garantam a expedição atempada. Quanto à eleição para a Presidência da República, o voto mantém a sua natureza presencial, embora fique estabelecida a possibilidade de abertura de um maior número de mesas de voto. Por último, há a referir a possibilidade de os cidadãos com dupla nacionalidade poderem ser candidatos à Assembleia da República, desde que não detenham funções de representação política nos órgãos do Estado de acolhimento ou cargos equiparados na administração pública.
Com estas opções, Portugal e as suas instituições políticas estarão mais acessíveis e mais próximos dos portugueses no mundo. Aprofunda-se o conteúdo do valor da igualdade entre todos os portugueses e a nossa vida democrática fica mais completa. Seguir-se-á, agora, um trabalho de informação e esclarecimento que competirá a todos.
Gostaria, ainda, de relembrar, como já foi anunciado pelo Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, que foram dadas autorizações pelo Governo para a contratação de funcionários para os serviços periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Estas contratações permitem dar um passo em frente na recuperação de capacidade de resposta dos serviços consulares.
Termino, esperando que todos tenham tido umas férias retemperadoras, alegres e repletas de momentos inesquecíveis, juntamente com a família e os seus amigos, nas suas terras de origem. Desejo, ainda que o regresso ao trabalho e às suas vidas nos países de acolhimento seja pronúncio de um ano marcado por sucessos pessoais e profissionais.”

Artigo: Secretário de Estado
Dr. José Luís Carneiro.
Miguel Cerqueira, Assessor Imprensa do Sec. de Estado. Adjunto, André Ferreira, Ministério dos Neg. Estrangeiros.



           


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