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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A troca de notas e as histórias insólitas de dinheiro perdido

A troca de notas e as histórias insólitas de dinheiro perdido


Uma questão curiosa acerca do dinheiro envolve tanto a sua produção como as regras que regulam o seu uso. Embora o dinheiro seja feito numa gráfica e haja normas globais sobre o seu surgimento, o foco aqui é outro.

Recentemente, foi reportado um caso de uma pessoa que encontrou 5.500 euros em dinheiro numa gaveta. No entanto, ao tentar depositá-los no banco, deparou-se com um obstáculo: o banco recusou-se a aceitar as notas. O motivo? As notas encontravam-se em mau estado, danificadas e sujas devido ao tempo de armazenamento inadequado.

A situação é semelhante a um caso internacional. Nos Estados Unidos, o Bureau of Engraving and Printing permite a troca de notas danificadas, mas o processo é demorado, podendo levar até três anos. Em Portugal, as regras do Banco de Portugal são claras: é possível trocar notas danificadas desde que certas condições sejam cumpridas. A autenticidade da nota tem de ser confirmada e, se a nota não estiver inteira, a parte apresentada deve ser superior a 50%. Se houver suspeitas de dano intencional, é necessário justificar a causa do dano e identificar-se.

Vou relatar duas situações: uma mulher guardou a maior parte dos cheques do ordenado do marido e, quando acabou o escudo e veio o euro, ela não conseguiu cambiar o cheque e recuperar o dinheiro. As razões foram duas: a moeda mudou e o tempo para cambiar expirou, além disso, a fábrica tinha encerrado por falência. Este caso mostra uma pobreza mental desta mulher e o retrato de muitos portugueses no passado.

Outra situação, antigamente nos meios rurais, os lavradores e caseiros escondiam o dinheiro no buraco das paredes nas cortes dos animais e, por vezes, mudavam-no de sítio. Lembro-me de uma vez que a GNR interceptou um rapaz e intimidou-o, acusando-o de roubar dinheiro. Afinal, o lavrador para quem ele trabalhava tinha mudado o dinheiro de um buraco na parede para outro, e o dinheiro acabou por aparecer. Há coisas do arco da velha.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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