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sábado, 17 de maio de 2025

Apelo ao Chega e a todos os partidos nas Legislativas de 18 de Maio de 2025

Apelo ao Chega e a todos os partidos nas Legislativas de 18 de Maio de 2025

Por João Carlos Quelhas, pré-candidato à Presidência da República Portuguesa


A maior parte dos imigrantes que escolhem Portugal como porta de entrada na Europa — nomeadamente brasileiros, angolanos, moçambicanos, timorenses e cidadãos de países africanos de expressão portuguesa como Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e, mais recentemente, a Guiné Equatorial — chegam com um objectivo claro: obter o título de residência português.

Este documento, além de lhes permitir viver legalmente em território nacional, é muitas vezes o primeiro passo para realizarem o verdadeiro sonho: poderem circular livremente pelo espaço europeu, buscando melhores condições de vida, oportunidades de trabalho ou o reencontro com familiares espalhados por vários países.

Todos os imigrantes têm o direito de entrar em Portugal — tal como os portugueses têm o direito de viver e trabalhar na Suíça, em França, na Bélgica, no Luxemburgo, entre outros países. Falo com conhecimento de causa: também eu vivo no estrangeiro e respeito as leis do país que me acolheu. Mas esse direito vem acompanhado de um dever essencial: trabalhar e contribuir.

Não se pode aceitar que alguém vá para outro país apenas com o objectivo de viver à custa da segurança social. A solidariedade entre nações deve existir, sim, mas baseada na responsabilidade mútua. O sistema só é justo quando todos contribuem para ele — e o trabalho digno é o principal pilar dessa contribuição.

Quero ainda deixar um recado ao partido Chega. Apoio muitas das suas posições, e reconheço que o Chega tem razão quando diz que é preciso "encostá-los à parede". Mas encostar à parede quem? Todos aqueles que se portam mal. Todos os que entram num país para causar problemas, para roubar, para desrespeitar as leis, para promover desacatos. Esses, sim, devem ser responsabilizados e, se necessário, expulsos.

Mas é importante não generalizar. Há muitos imigrantes honestos, trabalhadores, pais e mães de família que só querem uma oportunidade para viver com dignidade. Não devemos permitir que os maus exemplos destruam a imagem de uma comunidade inteira.

É urgente que Portugal, enquanto Estado membro da União Europeia, assuma o seu papel com responsabilidade e justiça, sem esquecer o seu passado de nação emigrante. Não podemos continuar a ignorar que muitos destes imigrantes não querem apenas ficar em Portugal, mas sim usar o país como um ponto de partida legítimo, dentro das regras europeias, para uma vida melhor — e isso deve ser feito com dignidade, com trabalho e com respeito por quem os acolhe.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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