Mãe é despedida durante baixa médica apesar de promessa de progressão na carreira
Uma funcionária dedicada, que trabalha numa instituição educativa em Zurique desde 2013, veio a público relatar o seu despedimento inesperado e considerado abusivo, ocorrido no final de Abril de 2025. A mulher, que regressou ao trabalho após uma licença de maternidade, encontrava-se a cumprir uma baixa médica parcial de 40 % devido a uma depressão pós-parto, quando foi confrontada com uma carta de despedimento, alegadamente por “motivos organizacionais”.
A funcionária iniciou o seu percurso profissional na instituição através de um estágio, tendo mais tarde concluído uma formação profissional de três anos como Técnica de Apoio à Infância. Com um histórico de doze anos de colaboração (incluindo uma breve interrupção), regressou à equipa em Novembro de 2021 e manteve-se, segundo refere, sempre empenhada nas suas funções.
A par da sua actividade profissional, frequenta actualmente uma formação Montessori para educadora de infância, prevista para terminar em Outubro de 2025. Esta formação, segundo a própria, teve um impacto profundamente positivo na sua saúde mental e contribuiu para o seu equilíbrio emocional durante o período difícil após o parto.
No início de Abril deste ano, a mãe e funcionária recebeu da direcção da escola uma promessa verbal de que passaria a exercer oficialmente como educadora de infância a partir do Verão, com um horário de 90 %. A promessa foi confirmada por e-mail, incluindo referência a um salário bruto de 6.500 francos suíços, valor que reflectiria a nova função. No entanto, dias após reiterar o seu pedido para que o diploma Montessori fosse devidamente reconhecido no cálculo do salário e das férias, foi surpreendida com a rescisão do contrato.
A funcionária afirma que, antes mesmo do regresso da licença de maternidade, expôs abertamente à direcção a sua condição psicológica e solicitou uma reintegração faseada, o que, segundo refere, não foi aceite nem acompanhado de qualquer apoio específico. Foi reintegrada directamente no serviço habitual sem medidas de protecção, o que considera uma violação do dever de cuidado da entidade patronal.
O caso inclui também alegações de comportamento inadequado por parte da direcção, nomeadamente ataques verbais e acusações de ingratidão, numa reunião em que a funcionária procurava esclarecer o seu futuro profissional e partilhar as suas dificuldades emocionais.
Documentos médicos apresentados comprovam que a mulher sofre de sintomas traumáticos pós-parto, está em tratamento psicoterapêutico e ainda não alcançou estabilidade completa. Relatórios internos da própria instituição – incluindo um certificado de desempenho muito positivo emitido em Março – contradizem os motivos apresentados para o despedimento.
A funcionária contesta a legalidade do desconto salarial durante a baixa médica parcial, alegando inexistência de regulamento interno que o justifique. Além disso, questiona a falta de reconhecimento do diploma Montessori, comparando a sua situação à de outras colegas com a mesma qualificação que exercem já funções de educadora na mesma instituição.
Segundo a própria, o despedimento ocorreu logo após insistir em condições justas e proporcionais à sua qualificação, e após ter recebido garantias de progressão profissional. Neste contexto, apela a apoio jurídico para contestar o que considera ser um acto discriminatório e injusto, motivado por questões de saúde e por um pedido legítimo de reconhecimento profissional.
O caso encontra-se agora sob apreciação e poderá vir a ser analisado judicialmente. A Revista Repórter X continuará a acompanhar a situação, em defesa da justiça laboral e dos direitos das mães trabalhadoras.
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