Atenção: Urnas encerradas no Consulado-Geral de Portugal em Zurique
As eleições antecipadas para os cidadãos portugueses deslocados decorreram na semana passada, enquanto esta sexta-feira, 17 de Maio, foi reservada à votação presencial no Consulado-Geral de Portugal em Zurique, exclusivamente para quem se encontrava previamente inscrito.
Apesar de muitos portugueses se terem deslocado ao consulado com a intenção de votar, vários foram impedidos de exercer esse direito. Alguns foram de manhã e encontraram o consulado encerrado, pois este apenas abriu às 14h00, propositadamente para os eleitores inscritos, os quais tinham conhecimento do horário. Tanto na votação antecipada como na presencial, surgiram múltiplos casos de eleitores que não receberam os boletins de voto ou que, tendo-os recebido, foram surpreendidos por falhas no sistema ou recusas injustificadas. A votação para deslocados ou presencial não permitia o voto a quem, no momento da renovação do Cartão de Cidadão, recusou o voto no consulado ou, caso não tenha recebido o boletim de voto, não o reclamou atempadamente. Quem não recebeu deveria ter enviado um e-mail ao consulado a pedir a segunda via — e não ir votar ao engano ao consulado.
Houve cidadãos que afirmaram não ter recebido o boletim de voto em casa, mas o sistema indicava que sim — inclusive com assinatura registada. O consulado respondeu que, nesses casos, se deveria confirmar se algum familiar assinou por engano ou esclarecer a situação junto dos Correios. Outros deslocaram-se ao consulado porque efectivamente não receberam nada, mas foram impedidos de votar por não estarem na lista de voto presencial.
Dois casos relatados ilustram o nível de desorganização: numa família de cinco pessoas, quatro receberam o boletim de voto e uma ficou de fora — precisamente a que tinha recebido noutras eleições. Mais insólito ainda: uma funcionária do próprio consulado recebeu o seu boletim… em Portugal. Isto, apesar de estar recenseada na Suíça e do sistema português não permitir o voto por correspondência dentro do território nacional.
Foram também registados inúmeros casos de boletins devolvidos por virem por correio registado. Um cidadão relatou que só conseguiu levantar o seu no último dia — caso contrário teria sido devolvido. A prática de enviar os votos por correio registado, obrigando os eleitores a levantá-los num curto espaço de tempo, levanta sérias dúvidas sobre a eficácia e justiça do processo.
As urnas foram encerradas pelos membros da mesa do consulado, com a presença de dois delegados do Chega (José e Quelhas) e um da CDU (Domingos). Quem não solicitou a tempo uma segunda via do boletim de voto perdeu o direito a votar.
Importa esclarecer que amanhã, sábado, o consulado estará encerrado. Todas as pessoas devidamente inscritas para o voto presencial já exerceram o seu direito. Quem não estava inscrito, ou quem não participou no voto antecipado para deslocados, já não poderá votar.
Para quem não está com a situação regularizada no recenseamento eleitoral, recomenda-se que, a partir de segunda-feira, se dirija ao Consulado-Geral de Portugal em Zurique, ou envie um e-mail, no sentido de regularizar a sua situação para as próximas eleições presidenciais, bem como para as legislativas — que esperamos que apenas voltem a realizar-se dentro de quatro anos.
Atenciosamente,
Ângela Tinoco
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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