Opinião:
Votos que não chegaram, votos que desapareceram: os emigrantes não são ignorantes!
O que se passou nas últimas eleições legislativas no Círculo da Europa é vergonhoso e merece uma investigação séria, independente e transparente. Não é admissível que, em pleno século XXI, milhares de emigrantes portugueses tenham sido impedidos de votar por razões que cheiram a má fé, a incompetência ou — pior ainda — a manipulação deliberada.
Falemos com clareza: os votos que não chegaram à Europa e fora da Europa alteraram a distribuição dos deputados. A Aliança Democrática (AD) acabou por conseguir dois mandatos. Caso os votos dos emigrantes tivessem sido todos contabilizados, muito provavelmente o Chega teria eleito três deputados contra um da AD, ou até quatro contra zero. Esta inversão de resultado não é uma suposição exagerada. É matemática simples.
Mas o que é ainda mais revoltante é o número absurdo de votos considerados nulos. Fala-se em cerca de 50% de votos anulados por não conterem a cópia do Cartão de Cidadão. Como é possível aceitar tal coisa? Desde quando se exige aos cidadãos que tenham de fazer cópias do seu documento de identificação num processo eleitoral que, por si só, já é moroso e confuso para quem vive fora de Portugal? Estão a tratar os emigrantes como se fossem ignorantes, e isso é absolutamente inaceitável.
Mais grave ainda é a suspeita de que alguém possa ter votado nos boletins que nunca chegaram aos seus destinatários. Onde estão esses boletins? Quem os recebeu? Foram mesmo destruídos como manda a lei, ou foram indevidamente preenchidos? Provem o contrário. O ónus da prova não está em quem denuncia, mas sim nas instituições que devem garantir a integridade do processo.
Está na hora de exigir eleições justas, limpas e transparentes. O Chega, como força emergente na oposição, representa a voz de muitos que estão fartos de pactos obscuros entre PSD e PS, de tachos e de arranjinhos de bastidores. Os tempos de impunidade política estão a chegar ao fim. Com o Chega a liderar a oposição, o sistema vai tremer. E se daqui a um ano houver novas eleições, não tenham dúvidas — André Ventura será primeiro-ministro com maioria absoluta, porque os votos não irão falhar e a força dos que exigem justiça será ainda maior.
Chega de injustiças. Chega de silenciar os emigrantes. Portugal é de todos.
Por João Carlos Quelhas, pré-candidato à Presidência da República Portuguesa
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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