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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Censura selectiva nas redes sociais: quando a cultura é bloqueada e a pornografia passa impune

Censura selectiva nas redes sociais: quando a cultura é bloqueada e a pornografia passa impune

Por João Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz

A liberdade de expressão nas redes sociais tem vindo a ser cada vez mais questionada. Recentemente, o Facebook — agora sob a administração da Meta — voltou a bloquear uma publicação legítima, com conteúdo cultural, sem qualquer justificação plausível. A publicação em causa continha apenas seis fotografias de um evento artístico: o lançamento de um single ao vivo de uma artista e a apresentação do 7.º livro do autor Quelhas. Três das imagens incluíam o próprio autor, e todas foram tiradas por si.

Não havia qualquer conteúdo ofensivo, violento, sexual ou de cariz sensível. Era cultura. E mesmo assim foi bloqueado.

O problema não está apenas neste caso isolado. Está no absurdo da selectividade com que se aplica a censura digital. Enquanto se restringem criadores, artistas, jornalistas e cidadãos de bem, proliferam nas mesmas plataformas conteúdos inaceitáveis: pornografia disfarçada, ofertas de jogos de azar dirigidos a menores, comércio clandestino de animais, fraudes, esquemas de investimento e vídeos de violência explícita. E tudo isso passa impune aos olhos de uma inteligência artificial que, ao que parece, não sabe distinguir cultura de lixo.

Desde que a Meta assumiu o controlo do Facebook e impôs sistemas automáticos baseados em inteligência artificial, o ambiente nas redes sociais tornou-se opressor e incoerente. A cultura está a ser esmagada, e a nova censura digital já não vem de governos, mas sim de algoritmos cegos e políticas opacas.

É importante lembrar que não compete ao Facebook decidir o que um autor pode ou não publicar, quando esse autor conhece bem os limites da legalidade e do bom senso. Não precisamos de filtros automáticos a decidir por nós — precisamos de moderação humana, isenção e bom senso.

E mais: é urgente proteger os jovens e os adultos dos verdadeiros perigos da internet. Basta um clique para aceder a pornografia explícita, para cair numa armadilha financeira, ou para ser exposto a conteúdos altamente nocivos. O que deveria ser controlado — isso sim — continua a circular livremente, em vez de ser travado.

É tempo de dar prioridade à cultura, à verdade, à educação e ao respeito.
E se alguém está a ser bloqueado injustamente ou a receber conteúdos indesejados, convidamo-lo a partilhar connosco. A Revista Repórter X Editora Schweiz dará voz ao que os sistemas tentam calar.

Porque a liberdade não se negocia. E a cultura não se cala.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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