“VEM”? Não, obrigado. Já nos disseram “Emigrai”
Estamos em época de eleições legislativas, e mais virão — autárquicas e presidenciais. Em tempos assim, surgem ideias recicladas, velhas fórmulas disfarçadas de novas oportunidades. Uma delas chama-se Programa VEM, que mais não é do que uma nova tentativa de manipulação política.
Não gostei da ideia antiga — “Emigrai!” — nem gosto da nova — “VEM!”. Cada cidadão deve ter a liberdade de escolher onde quer viver, sem ser empurrado por programas oportunistas. Quem emigra deve contribuir para o país que o acolhe, seja ele português ou estrangeiro. E quem decide regressar, fá-lo por vontade própria, não por obrigação nem por propaganda.
Infelizmente, muitos que regressam deixam para trás os filhos e os netos. Que amor é esse? Eu, se algum dia regressar, quero fazê-lo com os meus. E não quero nada do governo — a não ser o respeito pelos meus direitos.
É tempo de acabar com os impostos fraudulentos, com a cobrança injusta de tributações sobre quem já trabalhou uma vida inteira. O chamado Programa Regressar é uma fraude. A verdade é que regressaram apenas pessoas sem qualificações. E o mesmo acontece com muitos imigrantes que chegam a Portugal — são recebidos sem estrutura, sem dignidade.
VEM? Sim, mas de livre vontade. E com direitos claros: direito à reforma, à pensão, a não pagar duplo imposto, a não ser prejudicado por ser considerado RNH (Residente Não Habitual), a não pagar IMI. Uma vida de trabalho deve garantir uma reforma sem mais castigos fiscais.
Seria bom que investissem nas famílias que desejam regressar juntas. Mas não o fazem. Infelizmente, são poucos os que regressam com os filhos, e isso mostra o fracasso do modelo.
Não me identifico com estas políticas enganadoras. A liberdade está em decidir — sem manipulação, sem propaganda, sem partido. E essa liberdade ninguém nos tira.
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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