Será exibido no Programa da RTP Memória, no
Programa Inesquecível, no dia 13 de Janeiro, pelas 23:00 e no dia 14 de
Janeiro, pelas 18:00, com o incontestável apresentador Júlio Isidro, e o convidado
de honra, Rui Ferrer Trindade, Escritor, filho do homenageado, o tributo ao
Maestro e Compositor Ferrer Trindade, autor da conhecida Canção do Mar, a nível
nacional e internacional, que faria 100 anos de idade em 9 de Dezembro de 2017.
Celebrou-se no dia 9 de Dezembro, pelas 21:00, no
Auditório Municipal Augusto Cabrita no Barreiro, o Centenário do nascimento do
Maestro e Compositor Ferrer Trindade, em sua homenagem, tendo como convidado e orador
de honra, o seu filho Rui Ferrer Trindade, Escritor conhecido a nível nacional
e internacional.
• Nasceu no Barreiro, a 9 de Dezembro de 1917, uma
altura ainda conturbada, em que tinham passado somente 7 anos após a
Implantação da República. Maestro, Compositor, Autor e arranjador, que desde
cedo descobriu a sua sensibilidade musical.
• Começou como músico amador no conjunto "Os
Timpanas", um grupo de cordas percutidas e dedilhadas. Mais tarde foi para
a Banda d'"Os Franceses" onde aprendeu a tocar clarinete.
• Mais tarde, formou a sua primeira orquestra, no
início utilizando o nome "Ferrer Trindade e sua Orquestra", vindo
mais tarde a chamar-se "Orquestra Ritmo". Entretanto, trabalhava de
dia e estudava à noite, matriculando-se como aluno externo no Conservatório
Nacional de Música.
• Completou o seu curso do Conservatório, em menos
tempo do que estava previsto na altura.
• No Conservatório cursou diversos instrumentos de
sopro, violino, piano, composição, acústica e história da música, contando
entre os seus mestres, Abílio Meireles, Wenceslau Pinto, Luís de Freitas
Branco, Carlos Gonçalves, Padre Tomás Borba e Tomás Lima.
• A nível profissional, estreou-se como executante
de clarinete na Banda da Armada, tendo como maestro Artur Fão.
• Na Orquestra Filarmónica de Lisboa concretizou a
sua estreia com o violino, dirigido pelo maestro Ivo Cruz.
• Nesse período decidiu formar a sua própria
Orquestra, que actuaria nos Casinos da Póvoa do Varzim, Figueira da Foz,
Espinho e Estoril, onde contactou com os maiores artistas nacionais e
estrangeiros.
• Foi o primeiro a dirigir uma Orquestra no
período experimental da Rádio Televisão Portuguesa é esteve na Emissora
Nacional, nos Companheiros da Alegria com Igrejas Caeiro.
• O seu ingresso na Armada Portuguesa, foi
bastante longo, como voluntário, pertencendo à Banda da Armada e onde
secretamente pertenceu à lista de democratas contra o regime do Estado Novo,
que só veio a conhecimento público, após a Revolução dos cravos.
• Ferrer Trindade escreveu muitas revistas
musicais, dezenas de canções e marchas populares, entre as quais se contam
alguns sucessos inesquecíveis. Amadeu de Vale, Aníbal Nazaré, Nelson de Barros,
Carlos Lopes, Gonçalves Preto, Frederico Brito, César de Oliveira, Henrique
Santana e Francisco Nicholson, António José, foram alguns dos poetas e autores
a quem Ferrer Trindade musicou os textos.
• No seu currículo consta um primeiro prémio no
Festival da Figueira da Foz, com canção "Olhos de Veludo", e um
terceiro prémio com a canção "Sombras da Madrugada", ambas com versos
de António José.
• No Festival de Luanda conquistou o primeiro
prémio "Welvichia de Ouro" e o segundo "Dalila de Prata",
bem como outros de relevo nacional e internacional.
• Dirigiu a orquestra em que a "Canção da
"Desfolhada", do seu grande amigo é autor musical, Nuno Nazareth Fernandes,
com a voz de Simone de Oliveira, ganhou o primeiro prémio do Festival da Canção
em que participou. Ferrer Trindade deixou melodias suas gravadas pelos melhores
artistas portugueses, incluindo Amália Rodrigues, Mourão, Lurdes Resende, Mara
Abrantes, Anita Guerreiro, Artur Garcia, Carlos Ramos, António Calvário, Lenita
Gentil, bem como em artistas estrangeiros, como Chico Buarque, Roberto Carlos,
entre outros.
Hobby relevante:
• Foi ainda pintor, como hobby, fez o seu primeiro
desenho mais complexo, uma cabeça de cavalo, aos 6 anos de idade, fazendo diversos
desenhos e quadros, que nunca revelou publicamente, mas somente a nível
familiar.
Dedicação familiar:
• Um homem muito dedicado à família, pois sempre
que viajava para compromissos profissionais, levava consigo a sua esposa e o
seu filho Rui Ferrer Trindade, de tenra idade.
Condecorações
relevantes:
• Entre as muitas condecorações, obteve a Medalha
de Ouro da Emissora Nacional, em 1958, condecoração atribuída a compositores
consagrados, a Medalha de Mérito Artístico, pelo Governador Civil do Distrito
de Setúbal e a Medalha da Cidade de Setúbal atribuída pela Câmara Municipal,
com base no reconhecido mérito da sua carreira musical e o seu elevado valor
artístico, bem como outras de índole meritória.
Autores da sua
preferência:
Beethoven e Bach
Após reforma:
• Foi convidado após a reforma, a fazer parte da Direcção
Musical e da Chefia de Bandas, em diversas associações e sociedades filarmónicas,
até ao fim da sua vida, destacando-se pela sua mestria e experiência na
execução e dedicação artística, bem como no ensino musical.
• Foi professor de muitos dos artistas da
actualidade, como Camané, entre outros.
• Deu aulas de violino e outros instrumentos,
devido aos cursos que detinha, a diversos músicos colocados em grandes
orquestras nacionais e internacionais actuais.
Convivência artística
e obras relevantes:
• Conviveu com inúmeros artistas internacionais,
como Frank Sinatra, Bárbara Streisand, Chico Buarque, entre outros.
• Canção "Aí é tão bom", que entrou no
filme "Uma hora de amor", com Madalena Iglésias e António Calvário.
• A "Canção do Mar" deixou o seu nome
imortalizado.
• Foi ouvida na Raiz do Medo, filme americano, com
Richard Geer, em que entrou como parte da banda sonora, numa parte do filme e
ainda fez parte da novela "Pupilas do Senhor Reitor", como banda
sonora do genérico, bem como de outros importantes eventos, nomeadamente da
desagregação de Portugal a Macau.
• ''O'' bico de pardal'', foi uma das peças
musicais que também o destacou na Armada Portuguesa e conhecida e tocada por
muitos maestros nacionais e internacionais.
• A "Canção do Mar" foi utilizada como hino
na cedência da Administração Portuguesa de Macau à China, imortalizando o momento.
Residência em Itália:
• Residiu em Itália durante cerca de 7 anos, onde
tirou cursos musicais.
Falecimento:
• Aos 81 anos, em 1999, Ferrer Trindade faleceu
vítima de infecção respiratório dos brônquios, esteve em câmara ardente na Basílica
da Estrela, seguindo para o cemitério dos Prazeres.
• Tem o seu nome imortalizado em diversas artérias,
nomeadamente no Concelho do Barreiro (Alto do Seixalinho), Lisboa
(Lumiar), Setúbal (Palmela, Freguesias do Sado e Fernão Ferro), Oeiras (Freguesia
de Paço D'Arcos), Cascais (Fontainhas), em locais onde residiu.
Artigo exclusivo para a revista repórter X
Rui Ferrer Trindade
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