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sexta-feira, 7 de março de 2014

Lições da Festa Literária Internacinal de Paraty (Brasil)

“Existe uma consciência cada vez mais clara de vários setores da produção intelectual brasileira de que os últimos anos foram estranhos, e é importante ter consciência dessas questões”, disse Safatle. “Há uma dificuldade para criar uma dinâmica interna em que uma obra remeta a outra, exerça influência. Comparando nosso cinema com o latino-americano, existe uma defasagem. Temos grandes escritores, mas não uma dinâmica de grupo. Essa é uma questão muito específica do Brasil.”


Uma das razões para esse problema, de acordo com Safatle, está no fato de que grandes decisões que afetam o meio cultural são tomadas por diretores de marketing de grandes empresas. “Isso vai impondo certo modelo de difusão, de veiculação, adequado aos interesses corporativos de certas empresas, e é claro que isso tem um impacto. Há 5.000 saraus em São Paulo do qual sequer sabemos porque, do ponto de vista financeiro, não têm o menor interesse. É preciso escapar desse modelo para que a cultura brasileira seja novamente ouvida como merece ser ouvida.”


Safatle, assim como Hatoum, foi chamado para substituir o poeta egípcio Al-Barghouti, que perdeu ou teve furtado seu passaporte em Londres e, portanto, não pôde participar do evento. Enviou, porém, uma carta para o público, lida por Ángel Gurría-Quintana no início do encontro. Em seguida, coube a Mamede Jarouche a leitura de Em Jerusalém, um dos poemas de Al-Barghouti, que viu sua obra ser cantada pelos manifestantes que ocuparam a Praça Tahrir há pouco mais de um ano.


Mas afinal, o que torna revolucionária uma obra de literatura? Mamede Jarouche, tradutor de As Mil e Um Noites, fez questão de diferenciar duas linhas. Na primeira, a literatura é um instrumento da revolução. Nessa vertente, estão os poemas, até os de má qualidade, que são feitos para animar soldados, por exemplo, entoados como cânticos de guerra. Na segunda, observa-se um movimento interno na literatura, que busca um novo modo de produção literária, revolucionária em si mesma.


Um exemplo? O Alcorão, disse Mamede. “Ele pode ser visto como texto revolucionário, na medida em que se propõe como uma releitura para repor as coisas no lugar, e mediante o qual foi criado um dos maiores impérios que a humanidade conheceu. Antes dele, não havia nada semelhante na poesia árabe.”



Hoje, segundo Jarouche, há uma eclosão de autores que se apresentam como revolucionários apenas porque escrevem sobre a revolução. “Não acho que seja uma literatura revolucionária. Esses querem instrumentalizar ou ser instrumentalizados pela revolução.”


Não há arte revolucionária sem forma revolucionária. A famosa frase de Maiakóvski foi citada por Safatle, que discorreu sobre como a forma que usamos para nos expressar está ligada à nossa forma de pensar. “A literatura tem a capacidade de expor o descontentamento contra nossa maneira de pensar em determinada época. Existe uma ordem social que busca se afirmar e essa ordem vai produzir um abalo na própria gramática. Há momentos históricos em que já não é possível falar na mesma forma, pensar do mesmo jeito.”


Milton Hatoum foi enfático ao apontar que a literatura não tem um caráter doutrinário, de convencimento ou explicativo. Voltando a Graciliano Ramos, sobre quem falou na Conferência de abertura, lembrou que o alagoano se indispôs com a cúpula do Partido Comunista por não aderir à linha do realismo socialista e da arte proletária e por ter se recusado a alterar Memórias do Cárcere. “Foi um franco-atirador dentro da própria militância”, disse Hatoum. “Graciliano tem um poder muito mais esclarecedor do ponto de vista da consciência social do que um texto doutrinário ou panfletário. E é aí que a força dele está.”


Hatoum encerrou a mesa com um dos textos que integram Um Solitário à Espreita, recém-lançado. Escrito em junho de 2012, Estádios novos, miséria antiga parece premonitório, ao dizer: “Caprichem na maquiagem urbana e escondam (pela milésima vez) a miséria brasileira, bem mais antiga que o futebol. E quando a multidão enfurecida cobrar a dignidade que lhe foi roubada, digam com um cinismo vil que se trata de uma massa de baderneiros e terroristas. Digam qualquer mentira, mas aí talvez seja tarde. Ou tarde demais.”

quarta-feira, 5 de março de 2014

Entrevista: Ângela Rodrigues Fernandes, nasceu em 1992 em Genéve na Suíça, é descendente de portugueses naturais de Barcelos.



Entrevista:




Ângela Rodrigues Fernandes, nasceu em 1992 em Genéve na Suíça, é descendente de portugueses naturais de Barcelos. As competências literárias são equivalentes ao nono ano e mais uma aprendizagem de três anos posterior ao nono ano na Poste Finanz. A Ângela trabalha em Zürich, porque a enviaram, foi obrigatório… Em Genéve fala-se o francês e em Zürich fala-se o alemão, daí as dificuldades acrescidas no alemão, (embora tenha sete anos de alemão) sobretudo porque em Zürich fala-se o schweizerdeutsch, ou seja o dialecto (suíço) em vez do hochdeutsch (alemão)


Quelhas - Ângela, você trabalha num local que se fala alemão e um dia quando acabar o seu curso e regressar à sua origem, acha que vai ter dificuldade de novo na sua profissão e na língua, nas formas diferentes de lidar, trabalhar e compreender a base de dados?


Ângela – Sim, vou ter, porque depois as palavras não conjugam, o francês é língua latina, embora deva superar tudo, pois domino bem a língua francesa.


- Que acha do Cantão de Zürich em relação ao Cantão de Genéve, na língua e nas pessoas?


- Os Cantões são idênticos, no que respeita à imigração são muito exigentes, no entanto acho que a maior diferença é que Zürich é mais acolhedor.


- Acha que os povos suíços são racistas?


- Racismo; há de tudo! Os mais velhos refilam e dizem mesmo: se não estão contentes ide para vosso país.


- Quanto aos portugueses acha que são racistas?


- As pessoas que vieram há trinta anos atrás não são racistas, eles habituaram-se. Os mais novos deixam muito a desejar, muitos vêm armados em finos.


- Acha que os portugueses são unidos e não são invejosos?


- A maioria dos portugueses são muito invejosos, vejo isso a começar nas famílias, imagino o resto da comunidade… Também acho que os portugueses procuram ser unidos por interesse e quando lhes convém.


- Que acha do referendo que quer quebrar o Acordo de Schengen com a europa e o não à imigração?


- Acho bem que cortem o Acordo de Schengen, porque vem para cá tanta gente, mal chegam pedem ajuda e a Suíça dá, para muitos a facilidade de viver sem trabalhar e ganhar sem fazer nada, ajuda a que muitos se portem mal, habituados a usos e costumes nos seu países de origem e também vem contribuir para a pobreza na Suíça e tirar emprego a quem cá está com a mão-de-obra mais barata e mesmo direi a trabalhar a negro.


- Que mudava na Lei suíça?


- Na Lei suíça não mudava nada! A Lei está bem-feita (não perfeita) em relação a Portugal. (talvez mudava a Lei dos presos, muitos apanham vinte anos de prisão e cinco anos depois estão em liberdade) 


- De que gosta mais na terra da Heidi?


- Nasci cá, trabalho cá, gosto de cá, está tudo dito! (as minhas férias vão ao encontro de Barcelos)


- Sabe quais são as principais indústrias na Suíça?


- Os famosos chocolates, o bom queijo, a indústria relojoeira e farmacêutica e talvez os grandes centros de cadeia alimentícia…


- Qual é o preferido desporto dos helvéticos?


- Hoje a suíça em relação ao passado já pratica todos os desportos, até o futebol que há anos apenas tinham equipes que nunca iam a competições europeias e nem participavam em provas de selecção. (não tivesse a Suíça instalado no Cantão de Zürich a FIFA) O desporto que reina mais e depende dos Cantões, será o hóquei em gelo, esqui, xadrez, rugby e ténis…


- Já visitou outros Cantões e qual gostou mais em relação a Zürich e Genéve?


- Visitei por exemplo Basel, Luzerna, Berne e Lausanne e todos têm semelhanças, a diferença é que em Zürich e Genéve, aqui eu vivo, nasci, cresci e trabalho, gostei de todos, das suas belas paisagens e das suas casas rusticas e tudo que envolve… porque afinal de contas foram apenas viagens!


- Já visitou os Alpes Suíços?


- Alpes? Não sou de montanhas! Hehehe, gosto mais da cidade que propriamente das serras e a aldeia, pelo ambiente e pelo movimento, temos tudo a nossos pés mesmo ali junto de casa.


- Ângela, você pensa acabar a sua vida um dia em Portugal?


- Talvez irei de vez para Portugal depois dos 50 anos para tentar gozar a vida depois de longos anos de trabalho na Suíça.


- Fale-nos da crise em Portugal?


- Crise! Não vejo crise nenhuma, ora veja; em férias só vejo bons automóveis e os restaurantes cheios de gente e telefones de alta geração. LOL, Não tenho muito tempo para verificar em tempo de férias o que se passa depois nos meses a seguir, apenas vejo e oiço as notícias na TV na Suíça, por isso não sei bem a real situação…


- Ângela, para terminar deixe-nos uma mensagem generalizada a todos os portugueses?


- Quero aproveitar de enaltecer o jornal Repórter X, por ser um jornal desta dimensão, que faz notícia na primeira pessoa e dá a dão da palavra com isenção a todos quantos queiram expor algo transparente. Quero também dizer a todos os portugueses imigrantes na Suíça, que aproveitem o melhor que a Suíça nos dá e quantos os portugueses em geral, desejo sorte na vida a todos, mas façam por isso, nada caí do Céu.


Ângela Rodrigues Fernandes no Repórter X
http://www.jornalculturaexpressaoportuguesa.com/

segunda-feira, 3 de março de 2014

Entrevista: Anabela Duarte Pereira GB Nails Fashion GmbH


Entrevista: Anabela Duarte Pereira GB Nails Fashion GmbH

Sou uma mulher apaixonada pelo mundo da estética!...



Anabela Duarte Pereira nasceu a 27/06/1971, é natural da cidade de Mafra, no distrito de Lisboa, Portugal e reside na cidade de Zürich desde 1989!

Profissional de estética, na sua própria empresa, designada por GB Nails Fashion GmbH

Anabela, actualmente, é Divorciada e tem 2 Filhos, Ruben de 22 Anos e Fábio de 10 anos.

- Anabela, quando veio para a Suíça e porquê?

- Vim para a Suíça em 1989, para conhecer o meu Pai, por quem fui abandonada com um ano de idade. A vida trouxe-me muitas surpresas, desagrados, experiências, mas também muitas coisas boas, lutas e derrotas, mas que superei sempre com a vontade idónea de vencer sempre os fracos.

- Qual foi o seu primeiro emprego?

- Quando cheguei a Zürich, trabalhei para uma família, em casa privada, em Zollikon, durante 8 meses! A seguir fui funcionária num restaurante Italiano em Urdorf Zürich mais 2 Anos…, “entretanto fui Mãe do Ruben”!
Três meses após o parto, fui trabalhar para uma Residencial de idosos, como encarregada do pessoal, na área da limpeza e lavandaria, na qual permaneci mais onze anos, nesses serviços!
Nesse período divorciei-me do Pai do Ruben e, volvidos 2 anos, ele faleceu de doença.

- Ter sido Mãe, sem ter um Pai para apoiar um Filho, foi difícil?

- Sim, é sempre difícil; nessa altura fazia horas extras na limpeza e, para piorar, de caminho para casa, tive um acidente de carro que modificou a minha vida totalmente. Fiquei com a coluna vertical torta do lado esquerdo do corpo, pelo que fui obrigada, pelos médicos,, a deixar de trabalhar. Consistente, teimosa e porque tinha um filho para manter e educar, continuei a fazer as mesmas horas extas que tinha até então! Um certo dia, uma dita “AMIGA” foi-me denunciar aos serviços a dizer que eu estava a trabalhar e recebia seguro de acidente! Ficou-me cara a “aventura”; resumindo, tive uma multa de mais de 80.000 CHF e fiquei sem a renumeração da invalidez, até hoje!

- A Anabela não tornou a casar, ou teve alguém para apoiar seu filho?

- Sim, casei a segunda vez, desta feita com o Pai do Fábio, mas foi outra desilusão na minha vida, porque ele era uma pessoa que seguiu outros caminhos, que não são os meus princípios, pelo que posteriormente tive muitos problemas e dificuldades de viver e alimentar os meus dois filhos, por causa do último casamento, mal premeditado. Ele decidiu voltar à sua terra Natal, Espanha, e eu fiquei aqui sozinha e desesperada com os meus dois filhos, despesas e dívidas acumuladas, mas nunca baixei os braços e, mesmo sem poder trabalhar, bati a muitas portas, para arranjar trabalho e, com o problema de saúde que tivera tido anteriormente, não me davam trabalho.

- Qual foi a sua solução, num país como a Suíça, que se paga até o ar que se respira, a Krankenkassen obrigatória e renda de casa, etc?

- Como referi atrás, sou lutadora, apesar de todos os males que me aconteceram, meti na cabeça e montei uma firma de limpeza por minha conta. Aguentei sete anos e, depois como um azar nunca vem só, entrei em depressão e tive de abandonar tudo!

- Anabela, então depois disto tudo, ainda continua a lutar, não desistiu, não pensou ir para Portugal?

- Continuo sempre a mesma Anabela, a mesma mulher a mesma sonhadora, lutar para vencer e prova disso são os meus dois filhos e, agora que eles estão grandes e a estudar, para ter um futuro melhor que a mãe e já naturalizados suíços, o Ruben a fazer o serviço militar e o Fábio no 5º ano, nunca mais vou para Portugal, nem pensar (vamos de férias porque gostamos de Portugal). Por eles, e com ajuda de Deus, continuo sim a lutar e, por eles, fiz o esforço de tirar um curso de cosmética e unhas de gel, massagem, visagem, tratamento de pés; de hobby passou a profissão, pois sou uma mulher apaixonada pelo mundo da estética!

- Porque não fez de profissão esta arte de beleza, anteriormente?

- Nunca é tarde, só surgiu agora, finalmente faço o que gosto, porque amo o que faço e adoro ter clientes e amigos e por isso respeito-os, com muita consideração e estima.

- Quais são os seus projectos futuros?

- Neste momento quero expandir o meu negócio, com novos projetos, mas quero dar um passo de cada vez, para que tudo, agora, corra finalmente bem; acredito que sim, estou no bom caminho e com perspectivas muito boas, porque o futuro me espera “Pois acho que também mereço por tudo que já passei”!

Anabela Duarte Pereira afirmou, ao Repórter X, que foi assim e com grande sofrimento, e uma luta constante, que chegou até esta etapa e sempre sem baixar a cabeça nem os braços; venceu!

“Luto todos os dias com a ajuda de Deus e ao lado dos meus filhos.”

- Deixe uma última mensagem aos seus amigos e clientes e povo, em geral, na comunidade portuguesa na Suíça!

- Aqui deixo o meu forte abraço e muito carinho para toda comunidade portuguesa, e estrangeiros em geral, com um conselho de Amiga; nunca desista dos seus sonhos e nunca pense que é só você que tem problemas; há pessoas que estejam muito piores que você.


Anabela Duarte no Repórter X por Quelhas


               
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