sábado, 30 de julho de 2022

Repórter X: Quero-vos fazer uma pergunta muito séria e que deve ser respondida com seriedade?






















Classificam a Revista Repórter X como:
muito boa?
boa?
mais ou menos boa?
razoável?
fraca?
muito fraca?

O que fariam para melhorar?
Deve a revista manter-se em papel impresso ou online?

A revista tem interesse para a Suíça e para onde está inserida; França. Alemana, Portugal. Liechenstein?
A revista não tem interesse para a Suíça e para onde está inserida; França. Alemana, Portugal. Liechenstein?

O que você fez pela revista?
O que você poderia fazer pela revista?

Vai ajudar a revista a continuar impressa ou vai deixar-la cair apenas para online?

Nota: A todas e quaisqueres respostas tem de as validar para que façam sentido!


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Revista Mensal Nº 124 5 – Julho Agosto 2022 - Ano XI. Tiragem 5.000 Uni































Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Heidihaus Maienfeld

Heidihaus Maienfeld

 


Desde que cheguei à Suíça, andei sempre a adiar ir à terra da Heidi; volvidos 15 anos, resolvi e lá fui eu. Embalei de Büchs, depois de ter-me deslumbrado com a natureza branca da neve e o contraste do Céu azul e de ter usado os divertimentos de Toggenburg; a caminho, lá fui ter a Maienfeld! A cidade de Maienfeld fica no Cantão de Graubünden, inteiramente no território dos Alpes. As línguas oficiais dos de Graubünden, ou Grisões, são o alemão , o romanche e o italiano. Graubünden faz parte da região do Sudeste da Suíça e da região da Grande Suíça Oriental. A maior e principal cidade é Chur. A Heidi é uma personagem fictícia, da qual se escreveu um livro infantil, que tem como autora, a escritora suíça Johanna Spyri. O livro foi lançado em 1880, o que deu lugar à imaginação. A obra é sobre a vida de uma menina órfã da Suíça; eu lembro ainda do tempo da TV a preto e branco em Portugal, que não havia ninguém que não conhecesse a história; ela adquiriu tamanho sucesso, que o desenho animado da Heidi foi vendido em cassetes musicais. A história já rendeu filmes e desenhos animados de sucesso, ao longo dos anos. Quando entrei na velha casa da Heidi, tudo reconstruído, tirei fotos aos livros inéditos da Heidi, ali expostos. Ah, eu fui fotografado dentro da casa museu da Heidi, juntamente com o seu amigo Pedro e fiz de AVÔ. Eu tinha a barba grande e branca, similar ao velhote do filme, pois só estavam os dois sentados na mesa da sala e eu completei! Realizei o meu sonho, embora que tivesse a percepção de outra realidade do local e da forma que tudo é retratado, similar aos três Pastorinhos, muito comercial e superficial. Lembro que está escrito, que foi na pequena aldeia de Aljustrel, situada a cerca de 2 km do santuário de Fátima, que nasceram os três videntes de Fátima – Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta, que com ela partilhavam as tarefas de pastoreio. Para mim, a Heidi e todo o negócio envolvente e outros mais, são cópias uns dos outros com diferentes histórias, à parte de se acreditar ou não na história ou na lenda, religião ou politiquice de cada região, etc. Numa das outras casas museu, porque havia várias casas, ou um agrupamento de casas formando uma aldeia pequena, uma delas tinha uma escola, uma sala de teatro; outras tinham adornos agrícolas, coches antigos, mil e uma coisas de utensílios agrícolas e de animais. Para ser sincero, o mais bonito são as serras bem elevadas, onde a aldeia antiga está encostada e tem uma vista agradável virada para a população, com casas em terreno mais baixo e agrícola. Contudo, é sempre agradável conhecer sítios inimagináveis como a terra da Heidi, história mais conhecida que os tremoços, mas mal conhecido o conteúdo, porque muita gente pensa que a Heidi existiu e ela é ficção.  Existe ainda mais cinco livros da Heidi, não escritos pela autora Spyri, original, mas foram adaptados de outros trabalhos pelo seu tradutor francês, Charles Tritten, na década de 1930, muitos anos depois da sua morte. Portanto, diz o ditado popular que a cada dedo se aumenta um braço e a história da Heidi tornou-se, ano após ano, mais e mais comercial. Cultura é a produção e a criação artística e, entre o que existe ou existiu, ficam dúvidas como as mesmas que temos sobre as Pirâmides do Egipto, de que se construíram dezenas de Pirâmides em pedra nos desertos, onde não há pedra e não havia máquinas para transportar! A Heidi é uma história encantadora; ela ficou registada no cérebro das pessoas, nos anos 60, 70 e 80; mas mais encantador é a forma da reconstrução das casas e o agrupamento nas terras em declínio no sopé da montanha elevadíssima. A caraterística das casas, foram reinventadas das casas velhas existentes. De um andar alto, fizeram dois andares com repartições pequenas, fazendo-se subir por escadas em madeira e tudo caracterizado ao pormenor antigo, incluíndo os móveis, os candeeiros e utensílios de cozinha e de lavoura, tais como roupas de cama e de vestir e calçado. A ficção e a cultura de braços dados, uma vez que cultura passa também por reinventar, para além das tradições populares vividas no passado. Eu e a minha assistente, fizemos uma viagem por terras maravilhosas, que retratamos em fotografia e vídeo para a revista Repórter X e que partilhamos com os nossos leitores e com os leitores do BOM DIA.

 

Nota; A próxima viagem levar-nos-á à Pandemia e, neste momento que os hospitais voltaram a obrigar ao uso da máscara, aqui fica a possível leitura.

 

As férias mais diferentes da tua vida!

Começou a viagem, onde tudo anda em Câmara lenta.

 

João Quelhas


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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Voos Suíça / Lisboa / Punta Cana República Dominicana

Milhares de pessoas viajam desde o aeroporto de Zurique e com falta de funcionários e a crise, acrescendo a manifestações como esta que assisti, tudo se complica. As pessoas vêm para o aeroporto uma ou duas horas mais cedo que o costume e está errado, porque o atendimento de embarque só abre á hora marcada.


 

A sorte de muitos passageiros não perder o próximo voo com escala, caso deste relato na primeira pessoa, Zurique, Lisboa, Punta Cana é ter a diferença de umas três horas de espera entre voos no aeroporto seguinte, acrescendo o atraso do mesmo avião. Aqueles que não tem manobra de tempo ficam em terra!

 

João Quelhas

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sábado, 23 de julho de 2022

Casa do Benfica de Zurique apresenta FADO!

Casa do Benfica de Zurique apresenta FADO!

Unterrohrstrasse 5

8952 Schlieren – Suíça

 

Reservas: Telf: 043 495 08 76 Casa do Benfica de Zurique

Informações: Whatsapp - 076 402 96 16 Revista Repórter X

 

Sexta-Feira, 30 Setembro 2022, hora do jantar, a Casa do Benfica de Zurique recebe o melhor fadista português: António Pinto Basto. “Electrico 28”

 

Ana Parrinha estreia dois belos fados! (a lenda da Maria da Fonte / aí alma para que te quero – Letra; João Quelhas...) a não perder.

 

“entradas com reserva”

 



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Patrocínio César, s AG


terça-feira, 19 de julho de 2022

Democracia real contra a corrupção

Um excerto do meu livro “Democracia real contra a corrupção”, que mostra a repetição da história.



“Portanto, desenvolveu-se a arte da guerra,… O continuar da história das civilizações mostrou que certos povos guerreiros, donos de impérios, desenvolveram-se mais que outros, mas extinguiram-se, fruto sobretudo da quebra da coesão social, pelo acumular de tensões entre classes oprimidas e classes dominantes, fomentadoras da corrupção, e da estratégia de aniquilação dos que faziam inimigos e que eram saqueados, o que obrigou estes a fortalecerem-se em acordos regionais, para fazer frente aos invasores, respondendo com guerra generalizada aos primeiros agressores. Na sequência, outros povos da antiguidade mais recente adoptaram uma nova estratégia de colonização pelo comércio ou subjugação militar e comercial em torno de regiões trans-continentais, como foram os gregos e romanos, que levaram o seu modelo organizacional e tecnológico aos novos territórios menos desenvolvidos e menos armados, fazendo anexações de territórios, mais ou menos fáceis, que passavam a administrar directa ou indirectamente. Mais tarde, as tribos nórdicas começaram a invadir os territórios mais a sul, criando ondas de conquista bárbara e desalojando os impérios mediterrânicos, procurando melhores condições climáticas e de recursos que as suas, em resultado dos períodos climáticos mais agrestes; curiosamente, hoje vivemos uma situação semelhante, fruto da tão propalada alteração climática, escassez de recursos energéticos e surtos migratórios.”

 

José Macedo Barros, Sociólogo político, revisor e conselheiro da revista repórter X


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Sobradelo da Goma: uma terra esquecida no tempo, que o tempo ainda lembra

Sobradelo da Goma: 

uma terra esquecida no tempo, que o tempo ainda lembra

 


Sobradelo da Goma:

uma terra esquecida no tempo, que o tempo ainda lembra

 

Este texto leva-nos numa viagem sobre a história de Sobradelo da Goma e as suas gentes, desde o passado até ao presente, dês que a memória lembre e não atraiçoe, pois, alguma coisa pode ficar esquecido: Estes testemunhos foram tirados todos de pessoas vivas e outras já falecidas.

 

Sobradelo da Goma é uma freguesia situada no Concelho da Póvoa de Lanhoso, Distrito de Braga: no lado onde o Sol nasce, no horizonte pela manhã, indica o Leste, com cerca de 800 habitantes. Era no passado composta pelos seguintes lugares; Alcouce, Berraria, Cabanelas, Carreira, Chêlo, Duquesas, Igreja Velha, Lajes, Outeiro, Pinhel, Penas, Souto Velho, Vaje, Várzeas, Varzielas, Vinha, Ferrador, Lameiras, Belmonte, Ponte, Barbeitos e Carneiros. Godinhos, Vilarinho de Baixo e Vilarinho de Cima. É uma paróquia do Concelho da Póvoa de Lanhoso e da diocese de Braga. Hoje os muitos destes lugares deram lugar a ruas e muitas freguesias juntaram-se, designadas por União de Freguesias, no qual Sobradelo da Goma continua como estava devido a ser uma freguesia grande. Lembro que a electricidade entrou pelo lugar da Vinha e tão rápido chegou à minha casa, a Varzielas, portanto há cerca de 50 anos! A minha casa foi das primeiras a ter luz, nem toda a gente aderiu à electricidade dentro de casa, desde essa altura passamos a ter luz pública para iluminar os caminhos de terra batida, hoje quase todos alcatroados. (meus pais disseram-me; não metas ali nada dentro de metal, mal viraram as costas meti um arame, logo foi sacudido e até vi estrelas, ainda hoje tenho medo à electricidade, nem suporto choques estáticos da roupa ou objectos). Eramos uma sociedade sem luz elétrica, telefone, rádio e TV, eu, e os `putos´ do meu tempo íamos ver TV a preto e branco para a venda do Nelinho, outros para as restantes vendas espalhadas pela freguesia e ao pé de casa via com a minha mãe e meus irmãos a telenovela no Joaquim Dias e Maria Moreira, era da casa do Chedas. Mais tarde uns tempos, lá tivemos TV a preto e branco. Hoje temos Fibra Óptica, energias renováveis, eólicas, estradas em todos os lugares da freguesia, água canalizada no qual 50% é proveniente da Barragem dos Pisões. Quase não haviam automóveis. Algumas motorizadas e algumas bicicletas. Quase não havia socialização na população. Juntávamos para desfolhadas, para vindimas e pisar vinho, para fazermos semeadas de batatas à enxada. Ir à Missa era o mais comum para as pessoas se verem e conversar. Haviam as festas e arraiais para dançar, onde surgiam os engates que vinham a dar em casamento, grande parte dos paroquianos da Goma casavam dentro da freguesia ou com jovens de freguesias vizinhas. Cabia aos paroquianos a manutenção econômica do pároco de qualquer freguesia. Como disse inicialmente, a nossa freguesia era uma das mais populosas do Concelho. Costumava-se dizer que o Padre da freguesia era o lavrador mais rico, recebia dos paroquianos, milho, vinho, azeite, centeio e feijão. Todo o agricultor era obrigado a contribuir com o dízimo em colheitas. A casa paroquial onde vivia o inquilino, ou seja, o Padre da Freguesia, situada no largo da Igreja, tem uns grandes fundos, no qual possuía as arcas em madeira para receber os cereais, vários pipos e grandes barris para depositar o vinho. O azeite costumava ser depositado em ânforas ou talhas de barro. Meus pais contribuíam com um cântaro de vinho, cerca de 15 litros e uma rasa de Milho, cerca de 28 quilos. Já os meus avós, antes dos meus pais, contribuíam com o dobro, na altura que possuíam uma grande Quinta, pois tudo dependia da produção de cada agricultor! Os grandes Senhorios e Caseiros, davam também azeite, cerca de 15 litros, cinco rasas de milho e uma de centeio. A freguesia tinha mais de 100 quintas. O Padre vendia uma parte dos produtos, pois havia muita gente que não possuía Quintas e nem pequenos terrenos e quem não tinha era pobre a não ser que tivesse estudos e tivesse alguns estatutos pessoais e civis! Esses povos tinham outros sustentos e compravam os seus bens essenciais com dinheiro e muitas vezes com trabalho. Era usual usar as medidas através de uma vara ou aos palmos e a chamada braça, abrindo os braços bem abertos de um homem, cerca de 2, 20 metros. As pessoas trabalhavam de sol a sol e no fim do almoço faziam uma sesta para apregoar o cansaço.

  

Mulheres e homens iam à missa, no final as mulheres iam cozinhar e muitos homens aproveitavam o final para irem até às tascas tomar uns copos de vinho, naquela altura ninguém trabalhava aos Domingos, exceto para alimentar o gado e regar os cultivos. O passatempo dantes era jogar a malha, namorar, ir até ás tascas beber ou ir a uma festa local ou de outra freguesia. Haviam alambiques de azeite, haviam lagares de vinho, haviam moinhos, hoje o que há está abandonado à sua sorte!

 

Guerra Mundial

Sargento Joaquim Gonçalves, "Quelhas"

Desde há muitos anos que o nome desta freguesia é conhecido por bons motivos e muitos nomes vão aqui constar: O avô paterno do director da Revista Repórter X, de seu nome Joaquim Gonçalves, foi sargento na guerra mundial na Batalha de La Lys, na região da Flandres, nas Trincheiras em França. Joaquim Gonçalves, na terra conhecido como sargento `Quelhas´, era oriundo de Calvelos, Guilhofrei, casou com Elisa Rodrigues de Sobradelo da Goma. O sargento era família da Mouta de Vilarinho de Baixo e dos Rodrigues de Carreira. O director da revista herdou o apelido “Quelhas” de seu avô, pois nasceu na casa do Quelhas no Lugar de Varzielas. Sobreviveu à guerra mundial e veio para Portugal, trabalhar para o estado. Foi guarda rios e viveu em Braga, onde nasceu Manuel, o pai de Quelhas. Tinha mais dois irmãos, Ernesto, emigrou para o Brasil e lá faleceu e uma irmã, Arlinda, que viveu na Póvoa de Lanhoso, no centro, e tinha a Tasca do Cantinho, mais tarde mercearia, onde hoje se situa a Óptica 1 pertence ao Álvaro Oliveira ou conhecido como Álvaro do Cantinho, é também Provedor do Idoso numa tutela da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso no presente ano 2021. Fez parte de uma filarmónica em Sobradelo da Goma, da qual não há registos, mas segundo conterrâneos mais velhos, efectivamente existiu. Era um homem conceituado, com muitas terras, umas que herdou de uma tia povoense que vivia com a sua irmã, na casa do Cantinho e outras que comprou, e que mais tarde foram penhoradas por um erro de um familiar, que decidiu comprar um camião, quase único em Portugal e correu-lhe mal. (a área era todo o envolvente da ex. Discoteca Isabelinha, aviários da Groba, David Guimarães e do Abel Trolas). Apenas restou a casa de família onde nasceu Quelhas e as terras herdadas e, mesmo assim à morte dos pais, as terras deram um bolo dividido em cinco, na herança daquilo que ficou e que outrora foi habitado e fabricado, no qual viveram cinco irmãos, `Quelhas´ - João Carlos. Arlindo. Maria Augusta. Luís Filipe e Carla Cristina.

 Igreja Nossa Senhora da Goma


Individualidades

Houveram e há ainda entre nós muitas pessoas importantes na terra dos ourives, para além do Sargento, muitos vieram ao de cima quando saíram para a primeira emigração, principalmente para o Brasil, caso da família do Vale, falecidos, os benfeitores da estrada brasileira. Há muitos familiares vivos, caso do Ferreiro, José do Vale! As famílias e o peso dos presidentes de junta desde o 25 de Abril de 1974 até então: Zeca da Groba, falecido. Casimiro da Silva, falecido. Manuel Armando, falecido. David Guimarães, falecido, aqui o Vice-presidente substitui o presidente no activo à sua morte, Claudino Carneiro, presente. Manuel Poças Martins, falecido. Aristides Costa, presente. Abílio Monteiro Rodrigues, presente, é o presidente actual na freguesia de Sobradelo da Goma no ano 2022. O sargento Quelhas, era família do Quinhas  da Venda de Vilarinho de Cima, mãe do Engenheiro Alves, que para além de ter vivido em Sobradelo e transitado para Brunhais com os pais e irmão Carlos que teve e empregou muita gente na confecção têxtil, eram oriundos de Guilhofrei por parte da mãe e dos nossos avós. Tem outros familiares, a Dolores da Casa da Capela do Rebelo em Carreira. Já a esposa Elisa pertencia à família Rodrigues e família do Rego. (A família do Rego é também uma família conceituada, eles teem uma costela da freguesia de Castelões, Guimarães. Conhecidos hoje em dia por trabalham na arte da filigrana, e têm a conhecida Oficina do Ouro no Lugar das Penas daquela freguesia. Também tem um presidente de Junta e um Vereador na Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso até ao ano 2021. No ano 2022 mantém o Presidente de Junta! )

  

A família da Mouta, Gonçalves Veloso, confunde-se como parentescos do Quelhas pela parte da mãe, pois tem o nome VELOSO, Ermelinda Ribeiro Veloso, enquanto o pai, GONCALVES, tem Manuel Rodrigues Gonçalves, logo se cruzam os nomes entre famílias. Reparem, dois nomes na família da Mouta como Gonçalves Veloso! No entanto a mãe Ermelinda, tem sim familiares, conhecida como família do SOL, RIBEIRO, nasceram em Belmonte, no sopé de Várzeas e sobrinhas no Souto Velho, as saudosas irmãs Cidália Ribeiro que foi catequista e era solteira e a Mariazinha Ribeiro que teve muitos filhos; () a Mariazinha Ribeiro casou com o  Poças, sobrinho do Manuel Poças que viveu em Várzeas e no qual tinha um irmão chamado João Poças, que casou com a irmã de minha avó Erminda Ribeiro Veloso, que se chamava Adosinda Ribeiro Veloso. O João Poças e Manuel Poças nada tinha a ver com a família do Sol, apenas se cruzaram nas famílias, o João Poças casou com a Adosinda Ribeiro, irmã de Erminda Ribeiro, no qual as duas foram vizinhas no lugar de Funde Vila em Garfe e eram da Casa do Sol ou apenas a mãe delas nascera em Belmonte e casou para Garfe, suscita aqui a dúvida e por outro lado o Poças sobrinho dos dois, João e Manuel Poças, também casou com a sobrinha, Mariazinha Ribeiro da família do Sol a viver no Souto Velho! Julga-se que talvez a família conhecida por alcunha de Mouta, com o nome Gonçalves Veloso, do lugar de Vilarinho de Baixo, se cruzou também com familiares da Família Ribeiro de Belmonte noutras vertentes do passado. Mas também se põe a hipótese de que a Família Rodrigues do lugar da Berraria, com sobrinhos no Outeiro, António, Celeste e Laurinda Rodrigues do Rego por parte do Pai, se cruzou com a família Gonçalves de Calvelos, para além do Sargento Quelhas que casou para Varzielas com a Elisa Rodrigues, a conclusão foi feita pelo Cientista Veloso que confirmou que as pessoas conheciam-se na missa e nos arraiais das festas da freguesia e também por intermédio de familiares e namoravam e é de todo provável e a confundir, na incerteza, quase certeza, sabe-se que a Felizarda Fernandes era prima de Joaquim Gonçalves (Sargento Quelhas), viveram numa grande casa, na Casa do Cancela na freguesia de Guilhofrei, da mesma família do Guarda cancela que estive no Posta da GNR da Vila da Póvoa de Lanhoso. Felizarda Fernandes era natural de São Silvestre, Vieira do Minho, casou com António Veloso e deste casamento nasceu o pai do cientista António Joaquim Gonçalves Veloso de seu nome Manuel Veloso, que casou com Erminda Gonçalves da Igreja Velha e é de todo impossível ligar exactamente estes parentescos, mas que coincidem, eles coincidem e são certos aos olhos dos vivos ainda hoje, já o ditado popular dizia; que somos todos irmãos…!


  Sargento Joaquim Gonçalves e esposa Elisa Rodrigues

Vou começar por citar personagens fortes de Sobradelo da Goma e que pertencem precisamente à minha família, não só por alguns serem formados, mas para tentar repor a árvore genealógica o mais correcta possível; Dr. José Gonçalves Veloso, Médico Cirurgião no Hospital Geral de Nova Iguaçu, que não é apenas médico; é também professor da maior universidade federal do Brasil e político. O irmão, António Joaquim Gonçalves Veloso, Cientista ambiental, Doutor em geoquímica, Escritor, Professor Universitário na Academia militar do Corpo de Bombeiros RJ, Chefe de Departamento, coordenador de curso na empresa Universidade Federal Fluminense. Em conversa com o professor, cientista, doutor e escritor, António Joaquim Gonçalves Veloso, o mais velho de 12 irmãos, 11 deles vivos, pessoa sábia na cultura e raízes populares, tendo escrito sobre Sobradelo da Goma, numa linguagem expressiva dos tempos que o tempo quase não lembra e que fica para a história e eu, como autodidacta, não quero deixar morrer a história de tudo, da minha terra Natal; as minhas origens, que para além de difíceis de transcrever, tentei encontrar na árvore genealógica da minha família, por certo uma das mais prestigiadas, entre outras, na Freguesia de Sobradelo da Goma e que foge à memória dos mais novos, para além da emigração que deixa esquecer as nossas culturas do passado longínquo e passado recente.

 

Avô - António Veloso

Pai - Manuel Veloso

 

António Veloso com Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa

A trisavó do cientista era proprietária da Casa da Mouta (hoje vive lá a Maria da Mouta), a Maria Fernandes Veloso, e viveu ainda outra irmã, Rosa Fernandes Veloso, que mais tarde herdou uma Quinta em Simães, ao pé da suposta casa da heroína Maria da Fonte, em que a casa e a fonte ainda existem lá, escreveu Camilo Castelo Branco sobre o veredicto. Segundo o Cientista, o seu bisavô emigrou para o Brasil, casou com uma prostituta, depois regressou a Portugal à casa da Mouta e teve um filho; chamava-se António Veloso. Portanto o pai do cientista e irmão das suas tias Maria e Rosa. O bisavô do cientista teve 10 filhos, que morreram todos, antes de completar um ano; ao 11° filho vingou um filho, aquele que veio a ser o Avô do cientista, António Joaquim Gonçalves Veloso. Andou na Primeira Guerra de 1914 a1918 em La Lys, nas Trincheiras da França, tendo sobrevivido, tal como o Joaquim Gonçalves (O cemitério de Sobradelo da Goma tinha uma quarta parte de espaço ao fundo, à esquerda, designada pelo Cemitério dos Anjos, porque naquela altura morriam muitas crianças; não existia médicos, não existia assistência, havia dois médicos que lembra à memoria, um no Entroncamento, Taíde e outro na Vila da Póvoa de Lanhoso. As crianças nasciam em casa e muitas morriam à nascença e nos primeiros cuidados). O Avô, António Veloso, viveu na Mouta; tinha dois irmãos, Joaquim Veloso missionário, economista, no seminário em Valadares, Braga, que tinha estado em Moçambique e também o Casimiro Veloso. O avô, António Veloso, foi para a Guerra Mundial um ano depois já casado, como soldado (Cabo de boca), tendo estado na mesma guerra com o Sargento Joaquim Gonçalves, meu avô paterno, oriundo de Calvelos, Vieira do Minho, a viver na Casa do Quelhas em Varzielas, em comum com Elisa Rodrigues, familiar (da família do Sol). António Veloso deixou a mulher grávida, de seu nome Felizarda Fernandes na Casa da Mouta; ela era natural de São Silvestre, Vieira do Minho. Deste casamente entre Joaquim Veloso e Felizarda Fernandes nasceu o pai de António Joaquim Gonçalves Veloso de seu nome Manuel Veloso, que casou com Erminda Gonçalves da Igreja Velha; deste casamento teve 12 filhos, onde se inclui o CIENTISTA VELOSO.

Nesta altura, 11 dos filhos são vivos; todos vivem no Brasil, como citei; um deles faleceu (O Pai do Cientista, Manuel Veloso, teve em Portugal 4 filhos; o Mais velho António Joaquim Gonçalves Veloso, cientista, escritor, aposentado. 2° Joaquim Gonçalves Veloso, Advogado, activo. 3° Armando Gonçalves Veloso, comerciante padaria (Armando e João sócios na padaria) aposentado. 4° José Gonçalves Veloso, médico Cirurgião, Professor, escritor, activo. No Brasil nasceram 8 filhos; 5° João Gonçalves Veloso, comerciante padaria, falecido. 6° Lino Gonçalves Veloso, comerciante, padaria, aposentado (filho Tenente Coronel da Infantaria da Aeronáutica nacional brasileira da força aérea), 7° Maria de Fátima Gonçalves Veloso, professora Primária, aposentada, 8° Maria da Graça Gonçalves Veloso, doméstica, pensionista. 9° Maria Celeste Gonçalves Veloso, comerciante de Loja, activo. 10° Casimiro Gonçalves Veloso, sub-Tenente de Infantaria da Aeronáutica nacional brasileira (força aérea), aposentado. 11° Maria Luísa Gonçalves Veloso, Funcionária da Segurança Social, aposentada. 12° Maria do Céu Gonçalves Veloso, doméstica aposentada).

  

Manuel Veloso da casa da Mouta em Vilarinho de Cima e Erminda Gonçalves da Casa de João Ferreira na Igreja Velha, onde viveu o Clemente Gonçalves, irmão de Erminda Gonçalves, mãe do Cientista (conheceram-se e apaixonaram-se na missa; tinha sempre muita gente de todos os lugares, portanto um lugar de culto e encontros; conheceram-se no grupo “juventude operário católica” da Igreja matriz actual nas Penas.

 

Relembro que, antigamente os nomes da Mãe não entravam no nome dos filhos; daí ser difícil fazer a árvore geneaológica. Sabe-se que a Felizarda Fernandes era prima de Joaquim Gonçalves (Sargento Quelhas), viveram numa grande casa, na Casa do Cancela na freguesia de Guilhofrei. O Pai de António Joaquim Gonçalves Veloso nasceu na casa da Mouta, época da primeira guerra Mundial de 1917, Manuel da Mouta ou Manuel Veloso, carpinteiro, marceneiro. Contudo, e em pleno Sec. XXI, há inúmeros jovens que estudaram e deram GRANDES senhores em várias actividades laborais e profissionais, muitos na emigração, outros nas grandes metrópoles, alguns poucos na Vila e Concelho de Lanhoso e houve aqueles que resistiram e continuam na rica/ pobre freguesia desertificada da terra dos Gomos, como descreveu Padre Aquilino Pereira no seu livro “Bodas Sacerdotais dos 50 anos na Paróquia da Goma!”. Há quem estudou para Padre e quem foi e é Padre, caso do Padre Manuel da Fonte Carvalho. Enfim tantas profissões, as mais comuns Dentistas, Engenheiros, Professores, Escritores. Lembro o escritor Altino do Tojal, que escreveu o Livro “Os Putos”, que fala em gente de Sobradelo, principalmente no Felisberto Manquinho, no qual o livro passou a filme. Haveria tanta gente a citar, mas que não ocorreu e podem ainda informar, enquanto torno público esta publicação, para assim compor melhor este registo, reintroduzir apontamentos novos, tal como se faz numa biografia.

(sargento Joaquim Gonçalves, `Quelhas´ e esposa Elisa do rego)

 

Uma mensagem do Cientista Veloso:

"Uma das maiores alegrias que tenho é saber que Sobradelo da Goma deixou de ser apenas exportador de mão-de-obra barata e não qualificada para o resto da Europa. Pelos vistos já temos grandes homens e mulheres, que se dedicam a outras actividades e não apenas ao trabalho braçal; cada vez mais importante, mas que não tem influência na Comunidade onde labutamos".

  

 


Grupo Desportivo

Outra referência para a freguesia é o Grupo Desportivo da Goma (GDG), que foi fundado há 35 anos, dia 26 de Março de 1986. Quando fundaram o grupo desportivo, as condições eram bastante precárias, mas nada disso era um entrave. As reuniões realizavam-se no coreto e chegaram mesmo a abrir um bar, que funcionou durante vários anos. Inicialmente, as actividades realizavam-se no campo de cultivo da Veiga, onde a casa permanece desabitada. Aquando da fundação do clube, a modalidade à qual se dedicavam mais era o futebol de 11. Na época, era uma freguesia mais populosa, com muitos jovens, embora já com muita emigração, mas tinham facilidade em formar equipas. Realizavam-se torneios em Sobradelo, Brunhais, Castelões, Guilhofrei, Serafão, entre outros locais das redondezas. Havia uma grande envolvência dos atletas e conterrâneos.

 

Estatutos

Em 1996, foi alterado o estatuto do grupo, e passou a conter constituição, correspondência e certidão. Hoje é uma associação de natureza desportiva, recreativa e sócio-cultural. Entretanto, toda a direcção ambicionava ter melhores instalações, e foi feita uma candidatura para um fundo comunitário, para que se pudessem iniciar as obras. A câmara municipal deu um apoio monetário significativo, mas também houve muito apoio por parte dos emigrantes e conterrâneos, que contribuíram com a organização de campanhas e eventos para angariação de fundos. Foi feito o campo de futebol, um pavilhão e balneários. No ano 2000 terminaram as obras da nova sede, que tinham iniciado por volta de 1998.


 

Modalidades

Durante alguns anos, o CDG organizou provas de motocross, que inclusive faziam parte dos campeonatos regional e nacional, e que juntavam cerca de 600 pessoas por evento. Inicialmente, estas provas realizavam-se em Vilarinho, nas matas do Araújo; depois passou a ser junto do campo de futebol de Vilarinho de Cima (que também estes fizeram lá um campo de futebol independente sem balneários, na fronteira com São Miguel do Monte, Fafe) e mais tarde realizavam-se nas imediações, bem como nas instalações do Desportivo da Goma. Para a realização destas provas faziam lombas no próprio Campo de futebol, e aproveitaram o caminho paralelo à barragem das Andorinhas. O Grupo também apoiou desportistas individuais amadores de ciclismo em estrada batida e de atletismo de estrada.

 

Teatro

Além do futebol, havia muitas actividades para os habitantes, organizadas pelo GDG. A falecida Dona Beatriz Gomes, conhecida por Tisinha, uma senhora culta e sábia, para além da sua função de educadora na escola Primária e Preparatória TV até ao Sexto ano, que serviu alunos da freguesia da Goma e de Taíde, hoje fechada, que desempenhava muito bem, fazia grupos de teatro no salão paroquial, que mais tarde deu lugar ao lar de idosos, Centro Social e Paroquial de Sobradelo da Goma, no tempo do Padre Aquilino Pereira e da Comissão Fabriqueira, hoje extinta. Organizava ainda os jogos sem barreiras no Centro da freguesia ao ar livre (Há ainda hoje a casa, agora particular, que em tempos foi escola, mais conhecida por Escolas Velhas, onde houve um professor muito mau, o Professor Mangas, no tempo dos nossos Pais e que nos lembra num passado mais recente a Professora Emília do Fonseca. Casa que podia ser aproveitada para museu da freguesia, encontrando-se no centro, junto à Igreja Matriz da Goma). Estas actividades passaram a realizar-se mais tarde no campo das Oliveiras, espaço do actual campo de futebol (onde os rapazes jogavam à bola, no qual as próprias oliveiras nos fintavam, pois eram obstáculos). Nessa época, jogávamos também nos largos ou cruzamentos dos lugares de freguesia. Mais tarde, já em 2005, no recinto do GDG realizava-se anualmente a queima de Judas e tinham ainda um grupo de teatro, que encenou várias peças no Theatro Club na Póvoa de Lanhoso. Houve Encenações da Morte de Cristo e uma encenação teve a realização de missa campal, que foi reportada por um canal de televisão da Galiza e pela repórter X, em que o director participou uma única vez nas suas férias da Suíça.

  

Janeiras

- Além destas iniciativas, tinham outras, tais como cantar as Janeiras, onde angariavam um valor considerável, mas também se divertiam e divertiam os habitantes, realizavam os concursos de máscaras no Carnaval, festejavam o dia da Criança e ainda concursos de desenho no aniversário do GDG, que inicialmente eram expostos no coreto, que era antigamente a sede do desportivo, e mais tarde na junta da freguesia. Sempre tentaram envolver todas as faixas etárias nos eventos do grupo (participei com dois livros na escola da Goma, a convite da Junta de Freguesia com O livro da Criança e Inspiração do Compositor, tendo feito autógrafos em todos os livros entregues a todos os meninos).


 Barragemdas Andorinhas





Cicloturismo

- Também organizavam várias iniciativas de cicloturismo, sendo que o primeiro passeio foi às Taipas, e mais tarde a outros locais, como a barragem de Queimadela, Agra, Ermal, entre outros. Havia ainda provas de comidas, torneios de malha, provas de carrinhos de rolamentos, festas de passagens de ano, bike-paper, iniciativa onde corriam a freguesia de bicicleta e tinham que responder a questões sobre a freguesia, e ainda provas de atletismo, onde participavam muitos atletas profissionais. Chegaram mesmo a levar uma comitiva do desportivo a vários cantões da Suíça, entre eles Zurique, onde a revista repórter X esteve presente.

 

Triatlo

Hoje em dia, tudo está diferente, pois não houve renovação. A juventude emigrou e os antigos dirigentes estavam cansados e desgastados, devido a toda a dedicação que sempre tiveram com o clube. Entre 2010 e 2015 houve um vazio completo e ninguém queria agarrar o projecto. Felizmente, os fundadores chegaram a uma decisão final, e optaram por ter um GDG mais pequeno, mas dedicado a actividades federadas, nomeadamente o Triatlo. É hoje uma equipa federada na Federação Portuguesa de Triatlo, participando em várias provas a nível nacional. Juntaram pessoas ligadas à modalidade e realizavam provas nas instalações do desportivo e também na albufeira das andorinhas, onde já realizaram 5 edições do Triatlo das Andorinhas. Também organizam o Trail das Andorinhas, ligado à vertente de enduro. A nível das instalações, têm agora a manutenção de que careciam, pois havia sinais claros de abandono e vandalismo. É hoje considerado dos melhores espaços desportivos do concelho. Ambicionam, em breve, iniciar-se também na modalidade de canoagem.

 

Padroeira da Goma

Apesar da freguesia estar um pouco desertificada, devido à emigração dos jovens, continuam a tentar manter-se algumas tradições, como por exemplo o escotismo; Agrupamento 1365 – Santa Maria da Goma, a desfolhada e a realização da festa da Senhora da Goma, com missa e procissão. Os cafés, as tascas e mercearias eram o ponto de encontro, principalmente aos fins-de-semana, mais propriamente no Centro, quando saíam da Missa dominical, para tomarem o seu galão, para aquecer a alma e pôr a conversa em dia. Hoje, volvidos cerca de 30 a 40 anos, uma grande parte da emigração está a regressar reformada; são pessoas entre os 60 a 65 anos de idade, que ainda podem dar muito à freguesia e quem sabe trazerem os filhos e netos, que em maioria ficaram na emigração!

 

Romarias

Realizavam-se várias romarias, tais como a Senhora da Goma, padroeira da freguesia. A festa do emigrante, ou do Senhor, no centro da freguesia. Em Várzeas, fazia-se a festa na Capela, em honra de Santo António. Na Capela da Igreja Velha, o S. Tiago. Na Capela de Vilarinho, a Senhora do Pilar.

 

Os Andores vinham de todos os lugares da freguesia até ao Centro, junto do cemitério, a 200 m da Igreja paroquial; isto porque muitos Andores eram enormes e bem enfeitados (Actualmente, os Lugares deram lugar a Ruas e, com tantas pessoas importantes, deram nomes arruaceiros a certos destinos, como exemplo; Poça do Brito, da conhecida poça de regadio, e que nem casas tem; tem o lugar de Varzielas, onde ficava bem patente a rua, onde viveu o Sargento Quelhas, na rua que lhes passa à porta, hoje casa da Neta mais nova, Cristina Gonçalves, casada com Nelson natural de Anissó, Vieira do Minho). Eu possuo no local, da minha parte, umas leiras e uma mata, outrora dividida em duas pela estrada brasileira.


 Escuteiros da Goma



Acessos

A estrada da brasileira foi construída por um emigrante no Brasil, família DO VALE, que mereceu um jazigo/capela única na entrada do cemitério da Goma. Uma freguesia, situada entre socalcos e linhas de água, e que tem hoje acessos intermédios com ligação a todos os lugares. Ainda hoje, no turismo, tem o percurso pedestre de Carreira ou do Ribeiro Queimado; é uma passagem pelo património natural, cultural e etnográfico, fauna selvagem, campos verdejantes, flora e gado bovino e caprino em pasto natural, caminhos e casas rurais e senhoriais. O Caminho Pedestre, do Ribeiro Queimado, segue o ribeiro, num trajecto deslumbrante envolvendo a Natureza, tendo vários locais de repouso junto ao Parque de Lazer do Pontão, na Albufeira das Andorinhas - Rio Ave. O percurso estende-se ao Monte do Merouço, que nos leva à visibilidade de outras freguesias e concelhos vizinhos, envolvendo a floresta e os campos, os recursos de água e as árvores, os socalcos e as espécies de fauna e flora, que fazem deste lugar um sonho para a visitar. Temos ainda a estrada municipal, que serve Sobradelo, entre Castelões e Guilhofrei, com acesso pedestre à freguesia de Travassos, pela mesma estrutura da Barragem das Andorinhas. Também à freguesia de Brunhais na ponte do Pontão, a que deu o nome, e à freguesia da Esperança, servida pela ponte Mem Gutierres, que vai dar acesso a Vieira do Minho, Rossas, Cabeceiras de Basto e Arco de Baúlhe. O Pontão tem uma praia Fluvial na cabeça da barragem, envolvida na natureza verde e espelhada pelas águas do Ave na própria barragem das Andorinhas, muito apreciada pelos povoenses e por quem a visita.

 

Frade

Em tempos, viveu na casa “Obra da Mãe do Céu”, hoje apenas com paredes, um Frade em Vilarinho, que inventou santos, que davam castigos aos meninos, e esta estrada ficava cheia de autocarros com pessoas, que a iam ver. Este Frade acabou por ser decapitado perto de Fátima, onde tinha uma segunda casa. Acusaram o padre Aquilino Ribeiro de fazer parte do sistema e por fazer parte da Pide, no passado (foi-me proposto fazer um livro na Repórter X Editora, mas negou-se).

 

Há um grupo de Escoteiros; Agrupamento 1365 – Santa Maria da Goma, cuja data da Fundação é 13-05-2012; pelo que me apercebi, estão na entreajuda à Igreja da freguesia de Sobradelo da Goma. Uma grande parte dos jovens, que já pertenceram ao Agrupamento, emigraram tal e qual como os jovens das lidas do ouro e da filigrana.

 

Hotéis rurais

Para turismo rural, esta freguesia tem a Casa Oceane, em Varzielas. Casa do Outeiro, no Outeiro. Villa Rua de Belmonte, em Várzeas. Casa da Capela do Rebelo e a Casa das Eiras, em Carreira. Estas duas últimas, sendo hotéis; tem a Serra do Merouço a sobrepor o pano de fundo, que tiveram um projecto que nasceu com o objectivo de recuperar os edifícios locais de traça tradicional, onde estão inseridos hotéis rurais.

  

Todas elas casas rústicas muitíssimo bem equipadas e com muitas condições. Havia algumas casas senhoriais, que davam para o mesmo fim; a exemplo destas, entre outras, a casa da Groba nas Duquesas, a casa do Chedas na Igreja Velha, a casa do Araújo em Vilarinho, tal como aconteceu mais recentemente com a casa Oceane, do falecido António Pereirinha, mesmo junto da casa onde eu nasci, ou a Casa do Outeiro e também a Villa Rua de Belmonte, do falecido David Guimarães, ex-presidente de Junta de Freguesia da Goma.

 

Riqueza

Algumas famílias sobressaíam em relação a outras, não se sabendo bem de onde vinham algumas riquezas, para além daquelas que foram feitas na primeira emigração para o Brasil, onde muitos, nesse passado, eram padeiros entre outras profissões. Lembro, num passado bem recente, o Juca Peixoto, genro do Eduardo carpinteiro, homem mestre nas escadas de vindima, e do famoso papagaio trazido ou importado do Brasil, que todos os dias cumprimentava os meninos oriundos dos Lugares de Varzielas, Duquesas e Vinha, ao ir e vir da escola primária, e o António do Pereirinha, cuja casa senhorial se tornou Hotel Rural, Casa Oceane.



  Junta de Freguesia da Goma


Havia muitas Casas senhoriais e as casas dos caseiros:

 

Encravada entre o lugar da Vinha, Duquesas e Varzielas, há a grande quinta da Groba “foi aqui nesta casa que viemos, em democracia, a ter o primeiro presidente da Junta de Freguesia. Zequinha da Groba, assim era conhecido”. A quinta tinha casa senhorial “casa da Groba” e várias casas de caseiros, hoje tudo a paúlo. Antigamente, tinham exploração e comércio de aves de aviário em grande dimensão, o mais variado tipo de frutas para comércio de venda, as vinhas, o milho, o centeio, as hortaliças e todo o derivado agrícola. Os Patrões trabalhavam parte com o tractor, luxo naquele tempo, e os Caseiros trabalhavam a terra à mão e enxada e com as Vacas, que puxavam os arados e as grades, para fresar a terra “um dos caseiros presentes na memória viveu na casa de Varzielas, Gualdino Bota (família e ali criaram vários filhos que labutaram nas terras. Mais tarde foram viver para Várzeas e ficou tudo a paúlo até então).

 

Os da Groba tinham o seu próprio espaço de venda ao público, no qual possuíam também a típica tasca e loja tipicamente portuguesa, e vendiam produtos agrícolas, entre todo o material usual nas quintas e campos e vida de casa. Hoje, a taberna está fechada. Vivem lá os dois filhos, João e seu irmão Joaquim, que ainda hoje comercializam frangos e cuidam da terra junto à casa, enquanto o resto é passado; caso das casas nas Duquesas, onde viveu o Joaquim “Pautilha” e o Afonso Barbosa, “Porras”, também com inúmeros filhos que laboraram as terras. Há uma outra casa, ficou para um neto, que teve renovação, enquanto as outras ficaram sem tecto, excepto a casa de Varzielas que levou telhado novo para nada! Já em Vilarinho de Cima, tem a casa Senhorial do Araújo, envolvendo alguns terrenos em Vilarinho, estendendo-se até Casal d' Estime, freguesia de São Miguel do Monte, Fafe. Possuíam também casa de Caseiros, muitos terrenos que eram cultivados e ainda extensos montes com árvores (em tempos, o motocrosse foi rei nestes terrenos agrestes).

 

A quinta do Vieira tinha os terrenos sobrepostos na barragem das Andorinhas; tinham caseiros, e ali naquela casa enorme e, desde que me lembro, sempre desabitada; numa das cortes tinha um matadouro, onde um familiar mais novo, a viver em Guilhofrei, talhante Adriano Vieira, ali abatias as vacas, bois e bovinos e comercializava a carne ali e fora, com distribuição. Ali encostado, junto das instalações do GDG, no lugar das Duquesas, tínhamos a venda do Aristides, depois Nelinho “funga”; à semelhança da Groba, vendia o que a malta gastasse, principalmente adubos; funcionava um pouco como Drogaria e Tasca separada, para além de, mais tarde, venderem gasolina. A poucos metros dali, tem os escombros da Casa Queimada e um anexo inabitado. Queimada porque lhe atearam fogo; tinha sido uma padaria no passado longínquo da família dos Vieira, que provavelmente deveriam ter vindo do Brasil! Um pouco mais atrás, lugar da Vinha, havia a venda da Arminda Doceira, com tradicionais bolos de pão de Ló. Lembro-me de ouvir dizer que o marido da Arminda apareceu afogado! Apegado era o José Gonçalves, Cesteiro, que da arte fazia cestos de todos os feitios e tamanhos. A Rosa, esposa do José Gonçalves, era padeira porta-a-porta; envergava uma canastra à cabeça. No passado, existiu a família Chedas, na casa que apelidou de Casa do Chedas; depois, viveu lá a família dos Moreiras, que nada tinham a ver com esta família, tendo a casa sido vendida, mais precisamente à família Gonçalves, da casa ao lado, Casa de João Ferreira na Igreja Velha. A casa continua a ser conhecida como a casa do Chedas e pertence agora à Isabel Gonçalves e marido Rui Sousa, natural de Serafão. Esta casa foi construída à semelhança da Igreja do Pilar, Restaurante do Horto e Capelas envolventes, que segundo dizem com pedra do castelo de Lanhoso; a isso acrescenta-se que a casa do Chedas foi construída com grandes pardieiros e pilares de pedras retiradas da Igreja naquele lugar, cujo nome é IGREJA VELHA, hoje uma capela com este nome. A casa da Feliz, junto da Igreja paroquial, no passado foi um convento de freiras, que foi empregada doméstica no Porto; segundo falavam, tivera sido amante do Patrão, e teve um filho que fez medicina; o Patrão comprou-lhe aquela Quinta! A Venda do Felisberto foi antigamente do Joaquim do Inácio; deixou-a a dois irmãos. Um deles era o Armindo Esteves ou Armindo do Inácio, tio do Berto, a viver na Póvoa, cuja esposa, Inês, era enfermeira no Hospital António Lopes e Centro de Saúde da Póvoa de Lanhoso. Esta loja incendiou, o Felisberto foi acusado do crime e cumpriu prisão. O Felisberto casou com a Lúcia, a sobrinha do Padre Aquilino, que era funcionária nas Escolas de Sobradelo mais a Celeste do Rego.

 

Havia a venda da Olimpia e do Abel, mesmo ao pé da igreja Matriz; foi ali instalado o primeiro telefone público da freguesia, por volta de 1953. Aqui há bem pouco tempo funcionou a Oficina do Ouro. A Olímpia era da Família do Professor Augusto Pereira da Fonseca (Professor Galhetas, que batia muito com a régua e uma varinha de bambu ou cana da índia), dona das Escolas Velhas, onde vivia o Minguinhos; na escola separavam os homens das mulheres, sendo estas por volta de 60 alunas. Poucos faziam a 4ª Classe, pois os pais queriam os filhos a trabalhar no campo. Em 1952, houve um decreto do Governo, obrigando as filhas a estudar. As filhas eram dedicadas ao casamento e não livres. Em Cabanelas, havia a casa do Baptista e da Florinda; a filha tinha por volta de 13 anos e a Polícia foi lá e obrigou-os a pôr a filha a estudar, senão iam presos. Na época, quase todas as mulheres eram analfabetas. Haveria mais famílias a descrever, mas não é fácil e a seu tempo, quem sabe, haverá mais informações (Ouvia falar em mais algumas famílias, Passadiço, Sol, Fonseca, Gomes, Vieira.). Por falar em Cesteiro, não me lembro, mas ouvia falar nos Cesteiros de Várzeas! Mas o Germano cesteiro tinha uma tasca, mercearia, importante em tempos na distribuição de correio, em que os CTT e carteiros particulares, como a Virinha Moleira ou o Manuel Rodrigues Gonçalves, numa freguesia enorme, distribuíam cartas; a primeira de porta-a-porta nos lugares de baixo, e o segundo a ponte na ligação entre o Café do Centro, no lugar das Penas, e a tasca e venda do Firmino no lugar de Vilarinho de Cima e a própria venda do Germano. Antigamente, era a Loja do Início, hoje encerrada. Na freguesia, tinha vários pontos estratégicos com vendas de mercearia e tascas, para os homens beberem uns copos e jogarem à malha e cartas. Havia as vendas e as tascas; Loja da Celeste na Igreja Velha; o marido, Manuel “Matachim”, foi carpinteiro de profissão “lembro uma pessoa que o tinham como mauzão, mas era uma excelente pessoa, o Lemos ou conhecido como “tomba lobos”, talvez por ser forte e bufão, mas boa pessoa e, numa das saídas da venda, depois de beber uns copitos com os amigos, teve um acidente de automóvel entre a Igreja Velha e Vilarinho e faleceu”.

  

E, por falar em mauzão, havia ali ao pé da venda, em Carreira, o Hélio, que por sinal também se chamava Lemos, pessoa pacata, mas que ninguém se metesse com ele; levava meia dúzia à sua frente. No lugar de Varzielas havia a mercearia da Mercedes, fechada há muitos anos; era muito baseada em farinhas e produtos típicos e o bacalhau, ambas encerradas. O marido, Aquilino, era o homem mais alto da freguesia no passado presente e lembro o Zé do Cochicho, num passado mais longínquo, que vinha visitar o meu pai, desde Viana do Castelo, a Sobradelo da Goma e fazia-se transportar numa carroça puxada por um burro “coitado do burro”; ele foi vizinho dos meus avós, morou na casa do João Fernandes “melro negro”, mesmo à frente da minha casa, e meus pais diziam que o Zé era tão forte, que fazia a vez de um burro, pois trazia um carro de bois com uma pipa cheia de vinho em cima! Chegou a pernoitar algumas vezes na casa do Quelhas, onde eu nasci.

 

Em Sobradelo da Goma, antigamente havia muitos caçadores e pescadores; uns tinham o vício e outros a necessidade de caçar e pescar para consumo, ou as duas coisas juntas, para alimentar as numerosas famílias, que trabalhavam em maioria no campo, e não era para todos. Ficava caro; os pobres estavam condenados a tudo. Os que tinham mais posses tiravam as ditas licenças de uso e porte de arma, juntando a despesa da compra de arma e canas de pesca e todo o material usado, para matar o coelho bravo e ir à pesca da truta. Havia muitas raposas, javalis e alguns lobos! No tempo dos Tordos, iam aos tordos, procuravam também o pardal bravo e o pombo bravo. Falava-se no contrabando, mas já não é do meu tempo!  Antigamente, antes de mim, a luz era a do dia; a que iluminava a noite era a do pneu de borracha; em casa a vela ou a candeia. Na altura dos primeiros telefones, escrevia-se cartas à mão para a namorada ou familiar e que bem que sabia receber correspondência. Eu já vim no começo da evolução, tive tele-escola preparatórias. Lavrava-se os campos com o arado. Faziam-se estrumeiras, para adubar os campos. Roçar mato e limpar moutas era à enxada, mas surgiram os tractores e as máquinas de cortar, a bateria. Para malhar o milho, havia a malhadeira. Podar vides ainda se mantém igual com a tradicional tesoura de poda. No meu tempo já não havia Moleiros a distribuir farinha; lembro do Vieirinha do Bobeiro que transportava os sacos no burro! Os Lagares de azeite, Prensas de vinho, Moinhos a água e Alambiques de Bagaço estão todos em ruínas. Dantes havia pedras, muitas pedras para além dos muros das bouças e campos; hoje deram lugar a bancos de merendas, principalmente no percurso pedestre do ribeiro queimado. Antigamente, a freguesia era e ainda é constituída de socalcos; havia muitas tempestades de chuva e neve. Hoje, com o degelo glaciar, tudo está a mudar no clima global. Nas épocas festivas vivia-se intensamente com a família na Páscoa, no Natal e Ano Novo. Dantes, nos Velórios não se chorava; as pessoas gritavam pelos seus entes queridos. Não havia casamento que não lançassem confeitos, e era tradicional. Todos os jovens preparavam-se para a Primeira Comunhão e Comunhão Solene; o Baptismo era a cargo dos pais e padrinhos, quando ainda não sabíamos para o que íamos.

 

Comércios encerrados:

Alguns dos comércios são mais recentes e outros antigos e quis salientar todos; para tristeza minha, as escolas novas de Sobradelo da Goma fecharam, espaço com rés-do-chão e um andar com 4 salas amplas em baixo e em cima, e que na altura possuíam mesas com o buraco ou orifícios para o tinteiro da caneta de bico, o qual usei, bem como a lousa, e sou do tempo em que os professores batiam com a cana pelas orelhas abaixo e com a régua; ninguém deve esquecer a Professora Emília do Fonseca. Brincar era à bola e à macaca, jogar aos botões, com a malha e ainda saltar à corda. As casas de banho não tinham sanitas; “cagava-se” na superfície de louça cerâmica e tinha urinóis a feder. Não fazem lá actividades nenhumas, pois que a junta tem sede própria; até para as eleições a escola deixou de servir! No lugar de Várzeas havia a tasca e mercearia da Família Ferreira, loja do Barreirinha, depois de muito tempo nas mãos de Manuel Pereira, que também possuiu um Táxi, hoje fechado. Recordo alguns Cafés e restaurantes, lojas, tascas ou mercearias, como queiram chamar, encerrados; Loja do Neca Revelhe na Barreria. Loja do Aires no Outeiro. Café Restaurante de António Carneiro e Óscar Carneiro no Ferrador. Café dos Godinhos, de José Guimarães. Restaurante As Eiras em Carreira. Cito novamente as transcritas no texto atrás, a Loja da Celeste na Igreja Velha. Mercearia da Mercedes em Varzielas. Loja do Barreirinha em Várzeas. Loja do Inácio, depois loja do Germano. A freguesia teve bastante tempo o Conjunto típico e tradicional Português, Estrelas da Madrugada, em Várzeas, liderado pelo António Dias, “Mansinho”. Ali na Vinha, houve a Discoteca Isabelinha que, em tempos, teve muito sucesso; depois, deu lugar a algumas actividades, uma delas a Casa do Benfica da Póvoa de Lanhoso, que depois mudou para a Vila e ali morreu também. Ali nas Penas, lembro do Venâncio Macedo, que teve uma oficina artesanal de fazer pipos e dornões. Tivemos três praças de Táxis, em Vilarinho o Senhorinha, nas Penas o Manuel Poças Martins, ex. presidente de Junta, na Vinha o Alberto Martins. Nas Penas, na construção, o pioneiro foi o Albino Martins e depois veio o Clemente Abreu, entre outros; uns terminaram a missão e outros abriram pequenas e médias empresas no ramo imobiliário. Em relação a cafés, tivemos, no lugar da Vinha, o café do Arménio Fernandes, “Marçal”, também ourives. No Ferrador, tivemos dois Cafés restaurantes, mesmo na entrada para a freguesia da Esperança, o Café Restaurante de António Carneiro e filho Óscar Carneiro, ambos fechados, em que o último foi explorado pelo “riza”. Fecharam ainda os seguintes comércios; A Drogaria no lugar da Vinha de Joaquim Antunes, fechou recentemente. As Construções Bernardo e Luís Costinha. A Pocilga, do Joaquim do Vale e Domingos da Costa nas Lameiras. A carpintaria do António Mansinho em Várzeas.  A Discoteca Isabelinha na Vinha. Havia os dois irmãos Sapateiros, José e Celestino em Varzielas e o Carlos Manquinho que, para além de sapateiro, animava as festas da freguesia com música nos seus Altifalantes de festas e arraiais, e agora vive em Várzeas. A serralharia do Ferrador está há décadas fechada; era do António Quelhas do Tanque. Há muito tempo, mas ainda vivo, o atelier do Eduardo do Papagaio, que fazia escadas de vindima. O Talho e matadouro do Adriano Vieira, antigamente do Inacinho. Para além de Espaços comerciais e fabris, havia os serviços prestados, tais como entrega de pão e peixe; caso das Sardinheiras, Rosa do Pinhel, a Aida de Cabanelas, a Rosa de Vilarinho. Os Padeiros; Rosa Beija e Silvia Escareie na Vinha, Bino Pesca do Chêlo, Maria Ruas de Várzeas e a Glória e filha Casimira do Outeiro. Os vendedores de Frutas, Zeca Pesca de Varzielas, Silvina e Zé Escareie da Vinha. Os peixeiros Artur Costa nas Penas e António da Costa de Vilarinho. Aviários de António Oliveira (onde era localizado?). Os Seguros Rui Fernandes e Café Arménio Fernandes, irmãos Marçal na Vinha. Café Xico Borges na Vinha. Minimercado Abílio Rodrigues nas Penas. Supermercado de Claudino Carneiro na Vinha, ex. presidente de junta. Luís Antunes, Costinha, nas Lameiras. Lembro a Laidinha do Casimiro, mulher das vacinas, ela que fazia este trabalho por caridade aos Sobradelenses, que lhes pediam. Muita gente, aqui falada, será insubstituível!

 

Mudou-se

Tínhamos a serralharia do Abel Poças, também artesão de peças em talha, que saiu da freguesia para outro local, Vilela, no concelho de Lanhoso. 

 

Comércios ainda abertos

 

Há abertas, ainda, algumas variadíssimas empresas, umas antigas e outras novas; Em Vilarinho de Baixo há ainda a venda da Maria da Mouta, tasca tipicamente portuguesa, da dita família dos Gonçalves Veloso, numerosa e com uma história rica, de emigrantes no Brasil. Ainda abertos, há no Lugar de Várzeas, o mais moderno de todos, o Café Milénio de António Fernandes “Chasco”. O Café Central do Luís do Rego nas Penas. O Café Mercearia Firmino em Vilarinho. O Bar Pontão. Temos ainda um talho do Abílio Rodrigues aberto no lugar das Penas. A Oficina do Ouro, que produz filigrana para o mundo inteiro. Na ourivesaria sobradelense tudo começou pelo “Mandinho” nos trabalhos de bijutarias e prata, elaborados à mão.  A arte espalhou-se à família, apostando cada um em empresas familiares separadas com os filhos, na prata e no ouro; Abel Armando e Silva, Lda. Manuel Armando Rodrigues. Aurélio & Monteiro, Lda; Oficina do Ouro. Depois temos a Ourivesaria Sacramento de João Arménio Fernandes, que agora comercializa. Na Serralharia o “ferreiro” José do Vale, no lugar de Vilarinho de Cima. O José “faroco” Novais, em Varzielas, era um grande artista na arte da ferragem, principalmente na construção de ramadas para as vides. O irmão tinha uma oficina de carpintaria no lugar de Vilarinho de cima, junto ao Frade, que lhe era familiar. No Ferrador a arte das ferraduras para os cavalos, que outrora deu lugar ao nome do Lugar existente! A Drogaria das Penas de Manuel Machado e Manuel Vale. No Ferrador temos um chapeiro e pintor de automóveis.  Em Vilarinho de Cima temos o Ferreiro José Vale da Silva. Na Vinha temos a Mecânica da Goma de Silvério Fernandes. Há os Construtores, Marco de Vilarinho, Gualter Canelas de Várzeas. Os Madeireiros, José Joaquim e Márcio de Várzeas. Os Madeireiros e construtor de Muros, Rui Sousa da Igreja Velha. O Luís Capela tem Tractor para trabalhos agrícolas em Vilarinho. As Terraplanagens de João Freitas Oliveira nas Lameiras. A Terraplanagem de Manuel Lima de Vilarinho de Cima. Os Aviários da Groba nas Duquesas e Vinha. Os aviários de Manuel e Ortense Pires, a Ourivesaria de César Vale nas Lameiras. O Ourives Zé Martins nas Lameiras. A ourivesaria do Filipe na Vinha. Há ainda o António da Pinha, que agora trabalha para o Manuel Armando Fernandes. Já a Fábrica de Confecção de Várzeas de Eduardo Oliveira e Elisa da Fonte Carvalho, neste momento funcionam como armazém. A igreja conta com o Padre Albino Carneiro, natural do Mosteiro, Vieira do Minho. A igreja tem um Coro, onde a Igreja possui um Harmónio. A freguesia tem um grupo de Escoteiros. A Sede da Junta de freguesia substituiu as escolas para o voto nas eleições e no atendimento aos seus conterrâneos.

 

Escritores:

Veio para a paróquia da Goma e permaneceu mais de 50 anos o Padre Aquilino Pereira. Nascidos na Goma; Abel Ribeiro Poças. João Carlos Veloso Gonçalves. Altino do Tojal. Médico, José Gonçalves Veloso. Dr. António Joaquim Gonçalves Veloso.

 

Recursos hídricos

Considera-se que esta freguesia tem excelentes recursos naturais, e poderia ser das mais desenvolvidas do Concelho, e não o é, por não serem aproveitados, nomeadamente pelas autarquias, que a desvalorizam. Tem uma excelente localização e conta com a barragem das Andorinhas, encostada à barragem de Guilhofrei, onde entre ambas corre o rio Ave e fica a Ponte da Esperança, ou de Mem Gutierres, como é conhecida; destaca-se com estruturas medievais e atravessa o Rio Ave, que divide as freguesias de Sobradelo e da Esperança. O rio Ave, em tempos, moveu muitos moinhos. Este rio nasce na Cabreira; tem um afluente que vem de Carreira, atravessa o lugar de Várzeas, passa no Lugar de Souto Velho e chega à praia fluvial do Pontão, ali junto do Lugar do Ferrador e das Duquesas. Ficam, pelo meio, os montes que ficam abaixo da Igreja paroquial da Goma e é mesmo ali que se encontra um moinho movido a água abandonado e outro mais acima no Souto Velho. Sobradelo está encostada ao sopé do Merouço e faz fronteira com Fafe, Vieira do Minho e Guimarães. Na envolvência tem Guilhofrei, Vieira do Minho. São Miguel do Monte, Fafe, Castelões, Guimarães. Na sua margem direita do rio Ave e da barragem das Andorinhas ficam as freguesias de Travassos, Brunhais e Esperança do mesmo concelho da Póvoa de Lanhoso. Tem muitos recursos desaproveitados, como por exemplo o hídrico. Tem ainda um canal a alimentar as turbinas da central eléctrica de Porto d’Ave. Antigamente, também era uma zona de caça e pesca. A praia fluvial do Pontão é uma atracção na época do Verão no desporto, na pesca e para bronzear.

 

Desertificação

Hoje em dia, é uma freguesia pouco habitada, pois os jovens vêem-se obrigados a emigrar, devido à falta de oferta de trabalho. Mesmo os que emigraram há muitos anos, hoje não voltam, pois não querem deixar filhos e netos sozinhos no estrangeiro, e a zona não oferece condições para receber os emigrantes de volta. Os cafés e mercearias também fecharam, devido ao número reduzido de habitantes, bem como o lar de idosos, escolas e várias actividades desportivas! Está na altura de mudarmos de políticas e de sistema político, ter a ambição de puxar mais e mais para a nossa terra, de fazer ver aos ex-emigrantes para apostar na qualidade de vida em Sobradelo da Goma, pois que ficamos a cerca de 8 quilómetros da Vila e para quem tem carro, sair de vez em quando de Sobradelo à sede de concelho, é sair para distrair um pouco e não ficarem bloqueados apenas neste lugar. Sobradelo da Goma terá vida, se nos movimentarmos e fizermos os outros movimentar, trazer riqueza para a terra dos Gomos, investir numa das freguesias mais bonitas do Município de Lanhoso.

 

Ourivesaria

Em tempos, Sobradelo empregou dezenas de ourives, e embora ainda haja alguns, a tradição está a perder-se. Nos últimos anos, a Filigrana tem sido muito valorizada e tem participado em vários concursos a nível nacional e internacional, ligados à cultura. Hoje em dia, o Coração de Viana é muito procurado, tanto a nível nacional como internacional, por ser uma referência à cultura portuguesa. Sobradelo da Goma e Travassos são os maiores produtores, e Viana do Castelo e Gondomar comercializam o produto povoense. Contudo, não posso deixar de dizer o seguinte, com toda a crise instalada de há uns anos para cá, desde que os ourives deixaram a obra de arte da ourivesaria e partiram para a emigração, a Póvoa de Lanhoso deixou de ter ouro suficiente, ouro esse que origina a que os executivos Camarários apelidem Lanhoso de “terra do ouro”, quando há cada vez menos ouro e produção de ouro artístico no concelho de Lanhoso. Cada vez há menos famílias a reproduzir a famosa filigrana, os crucifixos, etc.

 

Fica a história possível

Sobradelo da Goma foi, desde sempre, uma freguesia repleta de grandes iniciativas e eventos, muito rica a nível de cultura, de espaço e de recursos naturais, mas infelizmente tem sido esquecida e cada vez se verifica mais o êxodo dos habitantes para outras terras, que oferecem melhores condições. A população, que ainda lá habita, está envelhecida, há poucos jovens capazes de desenvolverem a zona e apostarem no seu novo crescimento. Os habitantes afirmam também que a freguesia parou no tempo e é triste a forma como se tem verificado esta decadência e desertificação da aldeia. Na perspectiva dos ex-emigrantes regressarem à Casa da família, trazendo alguns filhos e netos que no futuro constituam cá família, com a ajuda das riquezas que muitos trazem, mesmo que uma minoria invista, poder-se-á voltar quase ao passado, mas não me parece que os mais novos queiram fabricar as terras, havendo agora maquinismos e pouca obra braçal, pois as terras são a principal riqueza da região; temos uma terra abundante, cheia de recursos de água e semear para colher, tanto para consumo próprio, assim como para vender para fora. Pode contribuir para que, tudo que fechou, possa abrir num futuro muito próximo e termos mais qualidade de vida, desenvolvendo métodos antigos biológicos da produção, para uma melhor alimentação que se perdeu, com tantos produtos químicos, e alongarmos a nossa qualidade de vida!

 

Havia muitas lendas e ditados populares; aqui neste contexto fomos buscar coisas sérias da história duma terra pacata e das suas gentes, que se estudou e em maioria está presente na memória de quem conta e que ouviu de quem contou e que já não estão no rol dos vivos, que foram os antepassados; quem sabe um familiar seu, que tenha contactado muita gente; alguns se fossem vivos, poderiam ter cerca de 130 anos.

Bülach, Schweiz, 10 Abril 2021

 

Revista Repórter X;

Texto; Quelhas

Participação; António Joaquim Gonçalves Veloso. Abílio Rodrigues.

 

Uma citação do Dr. António Joaquim Veloso:

“É nas pequenas aldeias de "Sobradelo da Goma" onde nascem grandes HOMENS”

Ele cita também o Quelhas, que veio a escrever a Análise e Crítica, num importantíssimo livro (memórias da infância), que ofereceu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa visita a Portugal, no XXXII - Comemoração do Elos Internacional Lusíada - Lisboa 2019 “Um avanço tecnológico fantástico”, em que foi eleito para o Conselho deliberativo.

 

Resumo do Sumário:

Memórias da infância do Cientista Veloso

Tenho o privilégio de escrever a Análise & Crítica; Memórias da Infância do Professor, Cientista, Doutor, Escritor, António Joaquim Veloso “da Mouta” e como diz o nome, em crítica social construtiva, dos tempos em que o tempo agora dita!

 

SOBRADELO DA GOMA

Na minha época, já não era como era antigamente e agora nem para lá caminhamos, a não ser que a crise e a fome e o tempo da PIDE e Ditadura de Salazar volte de novo!

Eu, já na meia-idade, não vivi nem de perto e nem de longe as vivências do Doutor Veloso “meu parente”.

 

Não gramei de todo o trabalho braçal, tal como refere o autodidacta António Veloso, nem andei descalço e a escola já tinha WC (dantes eram escolas velhas, tempo do “Professor Mangas”, porque depois vieram as novas!)

 

Vi muitas raposas e coelhos bravos, o que é estranho naquele tempo não haver; talvez houvesse mais caça grossa, uma vez que havia muita pobreza!

 

Os partos ainda eram feitos em casa; tal como naquele tempo, as parteiras eram mulheres com jeito para a coisa.

 

Na minha época, não se ia para o Seminário e sim para a Universidade; para o Seminário iam os Padres.

 

Lembro do Santiago e das festas anuais da Igreja Velha que, para mim, esta foi sempre Capela; “dizem que as pedras da casa do “Chedas” eram da Igreja e a Câmara Municipal quer apoderar-se dela por esse motivo histórico”; (a Igreja é velha porque depois veio a nova). Entre as festas da Senhora do Pilar, em Vilarinho, as festas de St. António, em Várzeas, e a festa do Senhor e da Senhora da Goma “padroeira da freguesia” nas Penas.

 

A luz era a do dia; a que iluminava a noite era a do pneu de borracha e da candeia.

 

O Ribeiro Queimado, esse nunca ardeu, hoje faz-se por lá caminhadas pedestres e de guia turístico, onde a água corre límpida, entre colinas e calçadas.

 

Lagares e Prensas de vinho conheci, assim como Moinhos de água, mas à semelhança do Veloso, não conheci os Alambiques e nem Lagares de azeite, porque o homem destruiu (tal como a Capela da Igreja velha ou o Castelo de Lanhoso).

 

A Quarta-Classe era feita na freguesia, quando mais tarde e já no meu tempo, houve Tele-Escolas preparatórias, enquanto freguesias grandes e povoadas nunca tiveram.

 

Já os bancos de merendas começaram a existir há pouco; fazem parte da rota turística de Carreira e do Ribeiro Queimado.

 

Sobradelo da Goma; cap. – XIII

Tributo ao Dr. Veloso

 

Moleiros a distribuir farinha, conheci, mas fora da freguesia de Sobradelo da Goma, pois por cá estão em extinção, há muito tempo.

 

Os deslizamentos dos Socalcos eram frequentes pelo tempo muito chuvoso; hoje mudou totalmente, por causa dos distúrbios climáticos, poluição do ar, que é o principal factor de todas as alterações do clima Terrestre.

 

Travassos terra do Ouro e Sobradelo também, porque o Marketing do Pelouro da cultura é quem o dita.

 

Os pinheiros eram mais raros, embora nesse tempo fossem raros, porque agora são raros à semelhança da raposa!

 

Lavrar campos era com o arado de marca “vaca”; hoje nem com tractor!

 

Dantes, nos Velórios, não se chorava; gritavam, até parecia que queriam ir juntos com o caixão.

 

Roçar mato era à enxada e roçava-se as moutas e hoje até os campos têm silvas e ainda se queixam da crise!

 

Se dantes a Páscoa era sinónimo de respeito, ao acolhermos o Padre em casa, hoje qualquer pecador pega na Cruz de Cristo.

 

Telefone e Luz eléctrica chegou a tempo do meu namoro, tempo de escrever cartas, na transição para a internet.

 

Os insectos e principalmente as Vespas eram bravas e as Vaca-Louras eram mais fortes dos “cornos” que os nossos dedos e se fosse hoje atiravam-nos de cangalhas!

 

Malhar milho para além do malho, havia a malhadeira e ainda hoje se malha sem malhar; ai se malha.

 

A poda era só feita por entendidos; hoje chamamos-lhe de artistas, mas como há poucos artistas, estamos a ficar sem vinhas no concelho da Póvoa de Lanhoso.

 

Fruta tínhamos de toda a qualidade nos campos; hoje temos troncos de pé.

 

Os casamentos eram feitos de confeitos; íamos aos casamentos para lamber.

 

O meio ambiente era de “merda”, como dizia o Doutor Veloso; faziam-se estrumeiras, para adubar os campos, que ficavam ali a feder.

 

Nos Natais, as famílias uniam-se; hoje separam-se, em vez de falarem entre elas; estão a falar no Facebook!

Dantes acreditávamos em ditados populares e lendas e hoje nem nos milagres, que dizem ter acontecido no passado.

 

 

Baptismo, contínua igual com o desconsolo da água-benta fria pelas “ventas” abaixo.

 

O contrabando já não é do meu tempo; agora são drogas.

 

O Avô do Doutor António Joaquim Veloso e meu Avô Joaquim Gonçalves, Sargento Quelhas, andaram em Flandres, nas Trincheiras, na Primeira Guerra Mundial de 1914/ 18, na Batalha de La Lys em França; foram dos poucos sobreviventes. Nessa época, em Portugal, havia a Ditadura de Salazar, ou seja, a PIDE ou a polícia Fascista.

 

Observação:

É nas pequenas Aldeias, onde nascem grandes homens! Mesmo de estatura baixa, são grandes homens! Homens com H GRANDE e contam-se seis autodidactas na história duma terra pacata na região do Minho, espalhados pelo Mundo! “Freguesia de Sobradelo da Goma, Concelho da Póvoa de Lanhoso (terra da Maria da Fonte) no Distrito de Braga”. Quelhas, Altino do Tojal, António Veloso, José Veloso, Padre Aquilino Pereira (que viveu mais de 50 anos na paróquia) e Abel Poças, não fogem à excepção.

 

Nota Breve:

Estarei certo de que o passado foi passado e o presente é presente e o futuro o dirá; cada tempo no seu tempo e cada minuto que passa vai ficando para a história!

 

João Carlos Veloso Gonçalves

Zürich, 09 de Maio de 2015

 

FIM

autor: Quelhas

 

 

Publicado em capitulos na Revista Repórter X desde Janeiro a Julho 2022

 

 

 


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