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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Paje; Entrevista ao Professor João Pedro

Dr. João Pedro é professor na Universidade de Coimbra e presidente da associação PAJE.

 


Deslocou-se à Suíça, para participar na iniciativa solidária para angariação de fundos para a associação, contando com a ajuda da igreja de São Félix e Regula, bem como da Casa do Benfica. Durante esta visita, foi entrevistado por Susana Teixeira. A comunidade portuguesa, na Suíça, tem mostrado que está com a PAJE, já desde há vários anos, o que permite que possam ajudar ainda mais jovens. As ajudas são prestadas nas mais diversas áreas, nomeadamente procura de emprego, ajudas a nível psicológico, pois muitas vezes são vítimas precoces de vários tipos de violência, combate à solidão, alojamento, situações burocráticas, entre outras. As comunidades portuguesas, pelos vários países, têm sido bastante sensíveis às iniciativas desta associação, pois compreendem que os jovens que crescem nas instituições, quando atingem a idade adulta, saem sem um ponto de retaguarda, e identificam-se, pois, como emigrantes, também precisaram de ajuda na sua integração. Desenvolver competências de autonomia básicas, como por exemplo capacidade para orientar uma casa, cozinhar, tratar das lides domésticas, ir às compras, gerir um ordenado, coisas banais para a maioria dos cidadãos, é um dos pontos abordados; no entanto, são desenvolvidas capacidades a nível interior, como por exemplo, aprender a tomar pequenas decisões, para que um dia possam fazê-lo com grandes decisões.

 

A pandemia causou a muitos jovens uma instabilidade muito grande, pois a falta de apoio a nível familiar e a solidão vigoraram, e muitos jovens, já ajudados antes, voltaram a procurar apoio junto da PAJE, para que se pudessem sentir mais seguros e amparados.

 

A PAJE está a trabalhar activamente para que sejam alterados alguns aspectos na legislação, e da mesma forma que, por exemplo, vítimas de violência doméstica e ex-presidiários são apoiados na sua reintegração, sejam estes jovens também apoiados. O acesso a habitações, estágios profissionais, integração no mercado de trabalho, acesso bonificado às questões de saúde mental, são algumas das questões em que o Estado poderia contribuir de forma activa. O trabalho, no âmbito da saúde mental, é fundamental, pois os jovens que vivem em instituições, são privados da vida familiar, muitos deles de instituição em instituição, sem qualquer estabilidade emocional; levam consigo uma bagagem intelectual marcada negativamente para a vida.

 

Entrevista; Susana Teixeira

Transcrição; Patrícia Antunes

 

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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