Ser mulher; sem tabus
Hoje, cada vez mais vejo mulheres a ocuparem cargos profissionais de
grande relevância; passámos de donas-de-casa e mães, para multifacetadas, ou
será que sempre fomos assim e só agora é que se fala nisso?
Cada vez mais me orgulho em ser mulher; somos capazes de enfrentar as
maiores dores que um corpo humano é capaz de resistir, sobreviver à privação do
sono durante meses, despertar o nosso lado altruísta como mais ninguém.
Provámos, época após época, o quanto somos capazes, o que conseguimos, a
capacidade que nós temos de nos adaptar, o que somos e simplesmente somos
mulheres, as mesmas de sempre. Em pleno séc. XXI ainda somos vítimas de
preconceito; o nosso corpo ainda é visto como um pecado mortal. Cada vez mais
as redes sociais, a moda e o quotidiano tem-nos permitido mostrar o corpo
feminino, mas isso é algo que ainda é considerado promíscuo por muitas pessoas.
Quando partilho fotos, a mostrar o meu corpo, sou considerada provocadora,
ousada, mas é só um corpo, o corpo de uma mulher. Ainda há tanto a fazer,
talvez nunca seja possível mudar as mentalidades e isso até nos permita viver
num certo equilíbrio social, mas não me conformo; conquistámos a liberdade que
nunca nos devia ter sido tirada, aprendemos a ouvir as nossas vontades e a
seguir o nosso livre arbítrio, aprendemos a conduzir carros, famílias inteiras
e empresas, somos de carne e osso, com os mesmos direitos de todos.
Não vou privar-me de dançar twerk, de publicar fotos de bikini,
lingerie, ou tudo o que me apetecer; acho que já todos ouviram aquela frase
“Depois não querem ser violadas”. Revolta-me imenso esta frase, até porque já a
ouvi de muitas mulheres; se eu posso dar voz a uma resposta a todas as pessoas
que já disseram ou vão dizê-la, digo então que a maldade que se vê nos actos
dos outros é como um espelho. Desmitificando isto, significa que a maldade que
essas pessoas vêem, quando alguém faz o que quer que seja, é uma maldade
intrínseca, está nelas e em mais nada.
Dra. Mariana
Lopes Coelho
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