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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Ser mulher; sem tabus - Dra Mariana Lopes Coelho

Ser mulher; sem tabus

 

Chamo-me Mariana, vivo em Portugal, tenho 31 anos e formei-me na área de Psicologia Clínica. Hoje escrevo como mulher, representante de mim mesma e de um pouco de todas as outras mulheres. Somos casa, o nosso ventre carrega vida, somos força!

Hoje, cada vez mais vejo mulheres a ocuparem cargos profissionais de grande relevância; passámos de donas-de-casa e mães, para multifacetadas, ou será que sempre fomos assim e só agora é que se fala nisso?

Cada vez mais me orgulho em ser mulher; somos capazes de enfrentar as maiores dores que um corpo humano é capaz de resistir, sobreviver à privação do sono durante meses, despertar o nosso lado altruísta como mais ninguém. Provámos, época após época, o quanto somos capazes, o que conseguimos, a capacidade que nós temos de nos adaptar, o que somos e simplesmente somos mulheres, as mesmas de sempre. Em pleno séc. XXI ainda somos vítimas de preconceito; o nosso corpo ainda é visto como um pecado mortal. Cada vez mais as redes sociais, a moda e o quotidiano tem-nos permitido mostrar o corpo feminino, mas isso é algo que ainda é considerado promíscuo por muitas pessoas. Quando partilho fotos, a mostrar o meu corpo, sou considerada provocadora, ousada, mas é só um corpo, o corpo de uma mulher. Ainda há tanto a fazer, talvez nunca seja possível mudar as mentalidades e isso até nos permita viver num certo equilíbrio social, mas não me conformo; conquistámos a liberdade que nunca nos devia ter sido tirada, aprendemos a ouvir as nossas vontades e a seguir o nosso livre arbítrio, aprendemos a conduzir carros, famílias inteiras e empresas, somos de carne e osso, com os mesmos direitos de todos.

Não vou privar-me de dançar twerk, de publicar fotos de bikini, lingerie, ou tudo o que me apetecer; acho que já todos ouviram aquela frase “Depois não querem ser violadas”. Revolta-me imenso esta frase, até porque já a ouvi de muitas mulheres; se eu posso dar voz a uma resposta a todas as pessoas que já disseram ou vão dizê-la, digo então que a maldade que se vê nos actos dos outros é como um espelho. Desmitificando isto, significa que a maldade que essas pessoas vêem, quando alguém faz o que quer que seja, é uma maldade intrínseca, está nelas e em mais nada.

 

Dra. Mariana Lopes Coelho

 

 

 

 



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