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terça-feira, 12 de novembro de 2019

ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DAS LEGISLATIVAS 2019 E PROJECÇÃO POLÍTICA


ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DAS
LEGISLATIVAS 2019 E PROJECÇÃO POLÍTICA

Da leitura dos resultados comparativos podemos especular que o PS está a crescer no eleitorado, à custa da ala mais esquerdista e pragmática do PSD e da ala mais moderada e pragmática do BE e do PCP!
No contexto eleitoral, há apenas três Partidos que se destacam, em crescimento; o Partido dos Abstencionistas com 5.559.610 eleitores (51,43%; de longe, o maior Partido português), o Partido dos brancos e nulos com 255.586 eleitores (2,36%) e o PAN com 174.511 eleitores (1,61%).
Os novos Partidos com assento parlamentar representam franjas muito pequenas da sociedade, assentes em culturas de ódio e de minorias ditatoriais ressabiadas e falsamente oprimidas!
Em termos práticos não interessa ao PCP, embora menos ao BE, sacrificar o seu eleitorado mais pragmático, ajudando o PS a governar! Daí que ambos não queiram comprometer-se em acordos com o governo, preferindo esperar pelo sentido de cada proposta. Logo, teremos um governo a ter de transigir ideologicamente mais aos antigos parceiros, se quiser continuar a governar!
Em alternativa, poderá tentar acordos com o PSD, naquilo que os parceiros de esquerda não aprovarem..., mas sabendo que vão transferir eleitorado para o PSD, ajudando eleitoralmente este numa derrocada governamental!
Contudo, há dois Partidos a disputarem o voto da maior parte dos interesseiros e que fomentaram na sua génese, em resultado de precisarem comprar votos de acto eleitoral para acto eleitoral; o grosso dos votantes são os militantes desses dois Partidos e os que arranjaram emprego na função pública e nas empresas geridas por ex-governantes, ou têm familiares lá desenrascados!
Não é por acaso que esses dois Partidos, em cada acto eleitoral, procuram agradar a simpatizantes, pertencentes a famílias numerosas!
Daí que, contrariamente ao que se diz, o populismo vai enraizar nos Partidos de Poder, pois que foi lá que começou! E vai acentuar-se, pela necessidade de fugir ao medo do aumento da abstenção e da pulverização dos lugares parlamentares por uma miríade de novos partidos, que espreitam a oportunidade de subir a S. Bento! Neste capítulo, a concorrência velada dá os seus frutos de diminuição da importância e peso dos que fizeram o sistema eleitoral e o País que temos! É que não podem comprar todos os votos, pois que os lugares na função pública e nas grandes empresas, sobretudo depois destas terem sido privatizadas, estão a reduzir-se e não são rotativos; só uma lei de despedimento na função pública poderia refrescar o eleitorado a agraciar...! Contas feitas, a geração que está a reformar-se, embora ainda a aquecer o lugar e a preparar o emprego dos filhos, instalou-se após a revolução, o que gerou estabilidade eleitoral aos Partidos que lhe arranjaram o emprego!
Em resultado disto, qualquer governo vai ser forçado a maiores consensos, tanto parlamentares como civis, alargando a concertação social ao efeito da participação denunciante e referendária da comunicação social, agora partidarizada entre os dois polos do bloco central que também a ajudou a singrar, seja pela concessão de licenças, seja pelos apoios orçamentais!
Portanto, a tarefa governativa será cada vez mais difícil para os Partidos que instituiram o sistema! Ironia das ironias...; enquanto aos pequenos projectos partidários resta tentar agraciar os abstencionistas e protestantes do sistema! Uns ficam reféns de minorias, nunca crescendo além de um limite, se tentarem a estratégia de serem partidos de causas minoritárias, e outros têm enorme margem de crescimento para serem o novo Partido maioritário de Portugal, caso estruturem uma boa estratégia de comunicação da visão que resolva Portugal, e que vença o bloqueio da classe mediática instalada pelo sistema!

Sociólogo, Dr. José Macedo de Barros





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