Um mundo cada vez mais desprovido de empatia, amor, liberdade.
Um mundo que retira, dia após dia, direitos às mulheres. Direitos que demoraram séculos a conquistar e que se desmoronam em segundos. Um mundo cheio de fake news, fake friends, fake marriages, fake everything. Um mundo que se recusa a ser tudo menos aquilo que o verdadeiramente distingue: humano. Não somos donos dele, nem do espaço, nem do tempo. Acho que neste caminho da evolução, só estamos a ter sucesso na regressão. Nas escolas, nos hospitais, nos tribunais... Tudo está do avesso. Nunca fui muito adepta de futebol, até porque o que há de especial em chutar uma bola? Tudo. Coisa simples: uma bola e um sonho. E com ela, nasceu a realização do caminho para ser não só o melhor do mundo em campo como fora dele. Ronaldo bate todos os recordes impossíveis e mesmo assim nunca será suficiente. Ronaldo doa milhões para que pessoas com doenças ou que estejam em fome extrema possam sonhar com um melhor amanhã. Mas não é suficiente. Perdeu um filho e mesmo assim, continuou a tentar dar o seu melhor. Não foi o suficiente. Ronaldo e a selecção conseguiram colocar nos nossos corações e pensamentos o sonho do mundial. Mas não é o suficiente.
Por muito que alguém faça, existirá sempre alguém que critique. São mais aqueles que dizem que está pronto para pendurar as sapatilhas do que aqueles que querem aprender com ele e dizem: "obrigada por me fazeres sonhar". Já se esqueceram da importância do sonho? Provavelmente porque andam demasiado adormecidos e descontentes. Se não fosse um sonho, Ronaldo não seria uma lenda do futebol. Se não fosse um sonho, os portugueses não teriam chegado ao Brasil ou à Índia. Se não fosse um sonho, nunca existiria um presidente americano de cor (como se branco tbm não fosse uma cor, deixemo-nos de racismo, coisa que deveria pertencer à pré-história), Barack Obama. Se não fosse um sonho, não estaríamos a voar através de aviões ou a ir ao espaço e descobrir ainda mais vida. Se não sonhamos, de que vale a pena viver? Viver é para quem arrisca o suficiente e sonha. O resto é só existência.
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