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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A pensão entre dois países, quarenta anos de trabalho e um valor que envergonha

A pensão entre dois países, quarenta anos de trabalho e um valor que envergonha:


A pensão começou a ser paga, mas o seu valor continua muito aquém do que representa uma vida inteira de trabalho. Depois de quatro décadas de descontos repartidos entre Portugal e Suíça; vinte e três anos num país, dezassete no outro; o resultado é uma pensão que não assegura a sobrevivência digna de quem trabalhou e descontou sem falhas.

As comunicações oficiais confirmam apenas formalidades, ignorando o essencial. O Centro Nacional de Pensões limitou-se a informar que procedeu à actualização de dados bancários e que os “e-mails foram reencaminhados para a equipa responsável”. Não há resposta técnica às questões apresentadas, nem explicação sobre os valores atribuídos, nem sobre o direito ao complemento social e ao acréscimo legal de subsistência.

O caso expõe a falência de um sistema que, ao invés de proteger, complica. Portugal e Suíça partilham um acordo de coordenação internacional das pensões, segundo o qual cada país paga a sua parte proporcional. Na prática, isso significa que o trabalhador recebe duas pensão separadas, calculadas por dois sistemas que pouco comunicam entre si, deixando o cidadão no meio de uma engrenagem que gira sem alma.

Os serviços suíços reconhecem a existência do processo internacional, mas remetem para Portugal as responsabilidades pela parte portuguesa. Portugal, por sua vez, limita-se a cumprir a sua rotina administrativa, sem corrigir valores e sem reconhecer o percurso contributivo completo. Nenhum país assume o dever de garantir uma pensão justa no total.

Ao fim de quarenta anos de contribuições, vinte e três em Portugal, dezassete na Suíça, o que deveria ser segurança transformou-se em incerteza. Quem trabalhou uma vida inteira entre dois países recebe agora o mínimo possível, sem que nenhum dos dois reconheça plenamente a extensão do seu dever.

O caso não é isolado. Representa o destino de muitos emigrantes que, ao regressarem ou envelhecerem, descobrem que o tempo e o esforço de décadas se diluem nas falhas dos sistemas. A coordenação entre estados, que deveria proteger, tornou-se uma fronteira invisível onde os direitos se perdem.

Enquanto os gabinetes trocam ofícios e relatórios, a pensão chega pequena e fria. O trabalho foi grande, a resposta do Estado é mínima. E a justiça social, que deveria sustentar o fim de vida de quem construiu o seu país e serviu outro, continua adiada.

Autor Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 16 de novembro de 2025

Outono

Outono


Pintar o Outono como o artista pinta um quadro, eis a verdade que os dias curtos anunciam, quando a claridade se encolhe e o mundo se cobre de tons graves. O Outono é muito mais do que folhas a tombar, é a exigência antiga da roupa quente, dos agasalhos resgatados do fundo dos armários, dos aquecimentos que se acendem para vencer a escassez do sol.

As folhas iluminam-se em castanhos, amarelos e cores que só a imaginação conhece, dançam ao vento como pinceladas soltas, e além disso, as folhas caem. Caem. Um momento apenas e entregam-se à terra como quem regressa à origem. Nas alturas, os turistas da neve procuram os alpes, fiéis ao branco que os chama, enquanto nas ruas a presença humana rareia, recolhida ao abrigo do frio. Onde antes havia piqueniques, há agora mesas de restaurante ou o aconchego de casa, onde o lume, o silêncio e a sopa quente mandam nas horas.

E contudo, o trabalho, o esforço, o fôlego diário têm de seguir, porque a vida continua, firme, inevitável, como a pincelada final do artista que sabe que cada estação prepara a seguinte. Assim o Outono se deixa pintar, fiel ao que sempre foi, anunciando que da mudança nasce a coragem de continuar.

Autor: Quelhas, escritor Português

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 15 de novembro de 2025

Estação de Bülach: O brilho novo e o cheiro velho

Estação de Bülach: O brilho novo e o cheiro velho: 


Na estação dos caminhos de ferro de Bülach, há agora bancos novos, modernos, de madeira curva, alinhados com rigor suíço sob o tecto de ripas e luz fria. São bonitos, confortáveis, e mostram o cuidado com a imagem, o investimento visível, o progresso que se quer mostrar, mas um o espaçopúblicoé grande e necessitade mais bancos.

Mas quem procura abrigo do frio, quem se recolhe no espaço envidraçado, encontra outra realidade. O chão está imundo, coberto de beatas e restos de lixo. As paredes e os assentos mostram sinais de uso e esquecimento. E o ar; o ar pesa;

mistura-se em cheiro de mijo, de tabaco, de uísque e vinho derramado.

Ali dentro não há conforto, há abandono. O que devia proteger do frio tornou-se refúgio da sujeira e do desprezo. O espaço mantém-se imundo porque alberga mendigos que ali buscam calor e esquecimento.

Assim vive a estação de Bülach, entre a aparência de modernidade e o cheiro do esquecimento.

autor: Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Pedro, o Grupo Cénico povoense agradece a tua passagem

Pedro, o Grupo Cénico povoense agradece a tua passagem:




🖤 COMUNICADO

É com enorme tristeza e profunda dor que o Grupo Cénico Povoense comunica o falecimento do nosso querido amigo e companheiro Pedro.

O Pedro foi muito mais do que um elemento do grupo. Foi um pilar, uma força incansável, um sorriso sempre presente e um coração gigante que abraçava todos à sua volta. Dedicou-se de corpo e alma ao nosso grupo, ajudando a construir aquilo que hoje somos. A sua entrega, o seu espírito de união e a sua alegria marcaram para sempre cada um de nós.

Perdemos um amigo, um irmão de palco e de vida. Ganhámos, porém, uma memória eterna feita de tudo aquilo que ele nos deu, generosidade, amizade, talento e humanidade.

Neste momento de grande dor, deixamos um abraço sentido à família e a todos aqueles que tiveram o privilégio de cruzar o caminho com o Pedro.

Obrigado por tudo, Pedro.
A tua luz permanecerá sempre connosco.

🖤 Grupo Cénico Povoense


Nota:

O Pedro marcou a minha geração, tinha sempre boas palavras. Há quatro anos fotografou-nos para as autárquicas e disse que era um fotógrafo de todos. Soube que eu tinha uma peça de teatro escrita e interessou-se por ela. Nunca lha enviei, entreguei-a a outro colega que a guardou na gaveta com autorização para a alterar ou adaptar. Ainda esta semana pensei no Pedro e na peça que ele me pediu para enviar, parece-me hoje que foi um aviso. Se o amigo a tirar da gaveta será para homenagear o Pedro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Kiosk roubado trancas à porta

Kiosk roubado trancas à porta:



Encontro-me na madrugada fria da estação de Bülach, diante do quiosque que já perdeu a inocência das portas intactas. A imagem fala antes de mim, mostra a enorme placa de madeira a substituir o vidro que tantas vezes cedeu ao impulso da noite. É ali, naquela porta vencida, que se vê a marca repetida dos assaltos, como se o quiosque tivesse sido escolhido pelas sombras para treino e hábito.

Diz o povo que, quando a porta vai abaixo, tapa-se com o que houver, e aqui está a prova disso, uma prancha áspera, erguida à pressa para segurar o que resta. Partiram o vidro mais uma vez, entraram por ali, e o silêncio da madrugada ainda parece guardar o eco do golpe. No chão, os jornais empilhados aguardam um dia que começa sempre cedo, mesmo quando a noite fez estrago.

Já noutras madrugadas passei por aqui, e senti o cheiro fresco de um assalto acabado de acontecer. Hoje, perto das cinco e meia, encontro apenas o remendo, a ferida coberta mas não curada, o reflexo das luzes no vidro intacto ao lado, e a certeza de que esta porta tem sido posta à prova demasiadas vezes.

Assim vive este canto de Bülach, entre o movimento constante dos comboios e a fragilidade de uma porta sempre recomposta, como quem insiste em levantar-se apesar das quedas. E há nisso um ensinamento, uma promessa, porque mesmo num quiosque ferido se adivinha o futuro, que não é de desistência, mas de quem continua a erguer madeira sobre vidro, até o dia vencer a noite de vez.

Nota de rodapé, a lembrar o que a imagem não mostra. Há ali, encostado aos dias e às noites, um mendigo que dorme sempre naquele canto, enrolado no próprio silêncio, como se o mundo lhe tivesse tirado o peso das horas. Podia ser olhos atentos, podia ser guarda involuntário daquele quiosque que tantas vezes cai, mas não o é, porque dorme de sono inteiro, profundo, bêbado, desses que não vigiam nada nem ninguém, deixando a madrugada entregue ao acaso.

Autor Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua

Propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua:



João Carlos “Quelhas” desiste de pré-candidatura à Presidência da República 
e manifesta desilusão com André Ventura

Propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua


Desde o início, traçou o seu caminho com clareza e determinação: apresentou-se como pré-candidato à Presidência da República Portuguesa, com ideias concretas e um projecto que rompesse com o sistema que domina o país. Não era um sonho, era uma ambição! Queria levar ao debate propostas de mudança profunda em Portugal e debater a diáspora, justiça social e defesa dos emigrantes, mostrando que é possível oferecer uma alternativa séria, honesta e anti-sistema. Partilhou essas propostas com o Deputado pelo Círculo da Europa, no qual levou ao André Ventura na esperança de que o Chega pudesse apoiar um candidato que representasse a voz dos portugueses no estrangeiro e dos que não se conformam com a perpectuação do poder das elites tradicionais, aquelas que chamamos uma PIDE moderna! 



O Deputado inicialmente deixou-me acreditar que havia abertura para este apoio, criando uma esperança que me impulsionou a preparar a pré-candidatura, a contactar pessoas, ter um mandatário com morada em Lisboa, ter uma sala de candidatura em Zurique, fez-o sonhar ao ponto de planear estratégias e a reunir centenas largas de assinaturas. Contudo, disse também que não concordava com a candidatura de André Ventura, porque ele teria de ser primeiro-ministro e que um candidato emigrante seria uma boa opção. Quase tinha a certeza de que, se fosse apoiado pelo Chega, poderia vencer na primeira volta, pois os outros candidatos representam o sistema que tantos rejeitam, e o João Carlos Quelhas seria a alternativa real. 



Infelizmente, a realidade revelou-se dura. Não faz sentido continuar a reunir mais assinaturas: centenas chegam mal preenchidas, muitas sem a cópia do Cartão de Cidadão, e todo o esforço se perde perante um sistema que parece favorecer a burocracia e a indiferença à vontade verdadeira do povo. Desiste, a não ser que surja uma força política que realmente o apoie nesta intenção e neste projecto, valorizando as ideias que propus e o caminho que traçou com seriedade e dedicação. Agradecendo a quem o apoiou... As televisões e jornais são maioritariamente compradas pelos governos. António Costa encheu os bolsos a muitos para os silenciar e irá continuar com Montenegro, desta forma um candidato como o Quelhas, tem as suas causas quase anuladas. Acreditamos que mesmo que conseguisse as Assinaturas, o Tribunal Constitucional iria reprovar enquanto existir este sistema de nojo político. 



A candidatura de André Ventura à Presidência da República veio agravar esta frustração. É, antes de tudo, UM ERRO ESTRATÉGICO e UM GESTO DE VAIDADE PESSOAL. Num regime semi-presidencialista, mesmo que ganhasse a ganhar, teria sempre limitações para MUDAR O SISTEMA. A desculpa apresentada; de que Pedro Passos Coelho não quis arriscar; não passa disso mesmo: UMA DESCULPA ESFARRAPADA. Passos Coelho nunca seria um candidato anti-sistema; pelo contrário, representa tudo o que muitos rejeitam, desde a austeridade imposta à subserviência à Troika. Já antes André Ventura andou atrás de Gouveia e Melo, tal como anunciado no site oficial, (João Carlos Quelhas Rumo à Presidência – João Carlos Quelhas Rumo à Presidência) João Carlos Quelhas criticou o André Ventura por ter tamanha e vergonhosa ideia de conversar com o homem que mais esteve ligado ao Covid e há envolvência indirecta da morte de tantos portugueses.  



Ventura esqueceu-se de algo essencial: O MOVIMENTO QUE O APOIA É MAIOR DO QUE ELE, e os emigrantes são a maior fonte e muitos esperavam que fosse, no futuro, candidato a primeiro-ministro, não que se perdesse numa corrida presidencial SEM RUMO. Este grande erro de André Ventura desiludiu-nos profundamente, mostrando que a vaidade pessoal se sobrepôs ao projecto e à esperança que muitos depositaram. Venturas não soube aproveitar quem, no terreno, estaria pronto a arriscar pelo Chega, como o JOÃO CARLOS VELOSO GONÇALVES, um VERDADEIRO HOMEM ANTI-SISTEMA, capaz de dar corpo à esperança que tantos confiaram neste movimento. Ele que sabe como ninguém sobre a imigração!

Propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua

Quero ser um Presidente da República mais activo do que os anteriores, dialogando com governantes e revendo leis e acordos que afectam todos, especialmente os emigrantes e residentes. Embora um Presidente não tenha toda a capacidade burocrática e política, tem a voz e o ouvido para incentivar o diálogo entre políticos nacionais e estrangeiros na luta contra os problemas que afectam o país.

Defesa dos direitos e justiça social

Defender os direitos humanos, apoiando pais e mães a quem roubaram os filhos para as instituições.

Proteger os lesados por doença e acidente, garantindo o reconhecimento dos seus direitos em caso de invalidez.

Acabar com a imunidade política para combater a corrupção.

Criar leis mais rígidas para responsabilizar quem provoca incêndios.

Defender um sistema de pensões mais justo, assegurando que apenas quem tem direito recebe apoios de invalidez.

Acabar com os subsídios que perpetuam a pobreza e incentivar o trabalho adaptado para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Direitos dos emigrantes

Criar órgãos dentro ou fora dos consulados para apoiar emigrantes em questões jurídicas e protegê-los contra corrupções.

Centralizar esses órgãos para garantir maior eficácia e protecção aos emigrantes.

Aumentar o número de deputados para representar os emigrantes.

Ajudar emigrantes pensionistas a regressar a Portugal com melhores condições fiscais.

Reduzir os prazos de atendimento nos consulados, melhorar a gestão e reformular o sistema electrónico de agendamento, hoje ineficaz e burocrático.

Valorizar os funcionários consulares, especialmente em termos salariais, para que tenham mais abertura com os cidadãos.

Garantir que todos os portugueses e emigrantes sejam automaticamente recenseados e possam votar presencialmente ou electronicamente em qualquer parte do mundo.

Apoiar a comunicação social certificada na diáspora com verbas governamentais.

Defender a igualdade de tratamento para imigrantes das ex-colónias em Portugal, da mesma forma que exigimos respeito e equidade para os emigrantes portugueses no estrangeiro.

Economia e fiscalidade

Acabar com o duplo imposto sobre a riqueza.

Exigir um salário mínimo europeu entre 1.500 e 2.500 euros para Portugal e Ilhas.

Acabar com o IMI, o IUC de carros parados e de colecção e os alugueres dos contadores de água, luz e gás.

Defender o Regime dos Residentes Não Habituais (RNH).

Habitação, segurança e qualidade de vida

Melhorar o acesso à habitação, ajudando quem não pode pagar rendas caras.

Aumentar a segurança com mais policiamento nas ruas.

Melhorar o sistema de saúde, reduzindo o tempo de espera nas urgências e aumentando o número de cuidadores e lares para a terceira idade.

Tornar obrigatório que os desempregados com subsídio de desemprego ou rendimento mínimo prestem serviço comunitário em limpeza e apoio a instituições humanitárias.

Reformas políticas e institucionais

Acabar com a regionalização, separando novamente as uniões de freguesias.

Realizar um referendo para decidir a independência da Madeira e dos Açores.

Acabar com o novo acordo ortográfico, defendendo a língua portuguesa como património histórico.

Posicionamento sobre temas sociais e geopolítica

Contra o aborto, mas a favor da eutanásia, ambos com regras rígidas e acompanhamento profissional.

Fim do apoio financeiro a conflitos internacionais. Sem armas não há guerra, e quem fornece armamento a países em guerra também é criminoso.

Compromisso final


Quero mudar mentalidades políticas, trabalhar pela igualdade, pelos direitos humanos e pelo fim da discriminação social e da pobreza, para um Portugal melhor, onde Portugal somos todos nós.



Nota final

O propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua, firme, justa e necessária. Não se cala a voz de quem defende os esquecidos, não se apaga a esperança de quem acredita num Portugal mais verdadeiro. A todos os que colaboraram, que acreditaram e que se dispuseram a ajudar, deixo a minha sincera gratidão.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

O silêncio que grita, acidente, dor e negligência na suíça

O silêncio que grita, acidente, dor e negligência na suíça:



Era manhã nas obras que levantam a grande genebra, onde o suor se mistura ao ferro e ao pó suspenso no ar. Mas a 15 de novembro de 2017, um homem viu a sua vida mudar num instante, não por queda ao chão, mas por queda no abandono. Uma carga pesada foi lançada do alto de um edifício de cinco andares, atingindo-lhe a cabeça e as costas, deixando-o sem sentidos. O operador da máquina, não habilitado para tal, fugiu sem prestar auxílio e nunca foi interrogado. A verdade ficou soterrada entre o ruído das máquinas e o silêncio das instituições.

Passaram-se anos. A dor tornou-se sombra diária, sempre presente, sempre viva. As consultas sucederam-se, os relatórios multiplicaram-se, mas a justiça ficou à porta. Onde deveria existir cuidado, encontrou-se suspeita. Onde deveria haver investigação, reinou a omissão. A polícia que testemunhou o acidente permitiu que as provas desaparecessem. A suva e a ai exigiram demonstrações de sofrimento como se o corpo humano fosse mentira a provar. O tempo transformou-se numa luta desigual, o homem contra o sistema, a dor contra a negação.

A promessa de cirurgia foi retirada no próprio dia. A fisioterapia, quando ajudava, foi cortada. A incapacidade física foi ignorada, ordenando-se o regresso ao trabalho como se a dor fosse imaginação. Quando o corpo não responde, mas a autoridade obriga, nasce a violência invisível, aquela que destrói devagar, sem ruído, sem testemunhas, apenas com o coração cansado de lutar.

Quantos mais? Quantos trabalhadores, vindos de outras terras, sustentando famílias e sonhos, são reduzidos a números de processo, a relatórios contraditórios, a decisões escritas longe das dores que carregam? O silêncio do poder é sempre maior que o grito do homem simples, mas a verdade não morre só porque tentaram calá-la.

Se a justiça não vier, a palavra virá. Se a porta se fechar, a voz levantará. A dignidade não se mendiga, defende-se. A dor de um trabalhador não é desperdício, nem sobra, nem ruído. É testemunho vivo de uma vida que continua, apesar de tudo.

Aqui fica o relato para memória, através da revista Repórter X para consciência, e para que ninguém diga, amanhã, que não sabia.

autor: Domicio Gomes

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Helder Pacheco é conhecido pela intensidade com que divulga o seu trabalho:

Helder Pacheco é conhecido pela intensidade com que divulga o seu trabalho:


Hélder Miguel de Freitas Pacheco, natural de Creixomil, Guimarães, é um empreendedor português radicado em Genebra, na Suíça, activo no sector do evento, do imobiliário e do aluguer de automóveis de prestígio. Visionário e apaixonado, reúne rigor, elegância e sentido do detalhe em cada projecto que assume, sempre com a disciplina de quem aprendeu a vencer pela persistência.

Como agente imobiliário na rede RE/MAX MOVE NAUTICA, acompanha os seus clientes na concretização de projectos de compra, venda e investimento, oferecendo um acompanhamento personalizado e um elevado nível de exigência, firme na ideia de que a confiança se conquista na entrega, e não no discurso.

Fundador de um serviço de aluguer de automóveis de gama alta, limousine, mercedes, sob a designação CR7 HELDER, coloca ao dispor uma frota luxuosa destinada a eventos de grande porte, a personalidades, estrelas do futebol e ocasiões que exigem presença marcada e distinção. No universo do evento, Hélder Pacheco é reconhecido pela organização de soirées exclusivas e celebrações feitas à medida, recebendo figuras de renome internacional e contribuindo para o estilo de vida selecto tanto na Suíça como em Portugal e no restante da Europa.

Homem de rede e de acção, distingue-se pela capacidade de criar experiências únicas, de construir parcerias duradouras e de valorizar a excelência em cada área onde actua, acreditando que o mundo pertence a quem ousa permanecer visível, constante e determinado.

Nota final, é amplamente conhecido pela intensidade com que divulga o seu trabalho e iniciativas, fazendo publicidade regular a empresas e eventos, enchendo de modo persistente todas as redes sociais, numa estratégia de presença contínua e afirmação pública.

Autor Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial 

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Escola Zé Djambakus – campanha “1€ Pela escola das crianças da Guiné-Bissau”

Escola Zé Djambakus – campanha “1€ Pela escola das crianças da Guiné-Bissau”:



A Escola Zé Djambakus, situada em Ilondé de Bissalanca, Setor de Safim, Região de Biombo, ergue-se como signo de esperança para as crianças da comunidade. O seu promotor, Rogério Tomaz José Sampaio, ex-sindicalista da Syna na Suíça, agora na reforma, homem de palavra e serviço, assumiu esta obra desde o primeiro dia.

Desde o início, contou com o apoio firme da Revista Portuguesa na Suíça Repórter X, através de Quelhas, seu amigo pessoal. Este vínculo não é apenas de solidariedade, é de confiança provada. Por isso, quem doar sabe onde o dinheiro chega e para que serve. Aqui não há mistério, há obra viva.

Durante anos, a escola antiga, construída em madeira frágil, em canas soltas e cheias de frinchas, deixou entrar vento, poeira, chuva e sol. As paredes são peneira, e dentro delas aprendem crianças com os pés descalços e o olhar de quem sonha alto.

Os emigrantes na Suíça foram sustento e alma deste projeto. Enviaram livros, cadernos, mochilas, quadros, bancos, e apoio para que aquela velha escola não desabasse antes da tempo. Mantiveram-na de pé pela força da saudade transformada em gesto.

Agora, a nova escola está a nascer mesmo ao lado:
em blocos sólidos, com varandas bem alinhadas, portas firmes, água prevista, salas que acolhem e não expõem.
Mas falta-lhe o telhado de zinco, para que as crianças não se molhem na estação das chuvas, nem se queimem ao sol do meio-dia.

Se cada um der 1€, a escola fica coberta.
Não se pede caridade, pede-se continuação da obra que já começou.

Contribuição: 1€, ou o valor que cada qual sentir
IBAN: PT50 0007 0304 0004 5520 0050 5
Titular: Rogério Tomaz José Sampaio (Novo Banco)
Referência: Campanha Escola Zé Djambakus

Custos da cobertura:

Cobertura com tecto falso:
3 920 000 CFA ≈ 5 976€

Cobertura sem tecto falso:
2 679 000 CFA ≈ 4 085€

Apenas o tecto falso:
1 892 890 CFA ≈ 1 891€


O custo total da cobertura aproxima-se dos 5 000€.
A estrutura de alvenaria está completa.
A escola está pronta para ser terminada.
Só falta o telhado.


Projeto de Arquitetura – Escola Zé Djambakus
Local: Ilondé de Bissalanca, Safim, Região de Biombo
Promotor: Rogério Sampaio
Projetista: Eng.º Erasmo Silva Mota
Bissau, Dezembro de 2023.

A estrutura é em betão armado, paredes duplas com caixa-de-ar, cobertura prevista em chapa de zinco, pavimentos regulares, paredes interiores e exteriores tratadas e pintadas. Está prevista rede de águas, saneamento e portas metálicas reforçadas, garantindo segurança e durabilidade.

A obra está levantada, sólida, pronta a acolher vida.
Falta o último gesto, aquele que transforma promessa em casa.


Juntos conseguimos:
Que cada qual dê o que puder,
que ninguém fique de fora da construção de um futuro mais justo para estas crianças.

Porque a escola é a luz.
E onde houver luz, há amanhã.



AGRADECIMENTO:

Muito obrigado, caro amigo João Carlos ‘Quelhas’ e à revista Repórter X, pelo apoio desde a primeira hora, porque o vosso gesto ajuda a tocar o coração das pessoas mais sensíveis. O professor já está a dar aulas na nova escola, mesmo sem tecto, porque a antiga está a cair. Vêem-se as crianças sentadas nos blocos, aprendendo com o que há, firmes como sementes à espera de sombra. Deus vos pague e vos proteja.

Deixo também os meus sentidos pêsames pela partida de Zé Djambakus, o homem benemérito que ofereceu a velha escola à comunidade, para que a educação não morresse onde mais fazia falta. Foi enterrado no sábado. Enviei cento e cinquenta euros para ajudar no funeral. Que a sua memória permaneça viva na voz das crianças que aprenderão a ler o mundo dentro da escola que honra o seu nome.

Rogério Sampaio

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 9 de novembro de 2025

Silenciar a verdade: A pressão e o medo como armas contra quem escreve na Repórter X e na comunicação social geral

Silenciar a verdade: A pressão e o medo como armas contra quem escreve na Repórter X e na comunicação social geral:



Há quem tema as palavras mais do que as mentiras.
E há quem use o poder, económico, institucional ou administrativo, como escudo contra a verdade.
Nos últimos dias, a Revista Repórter X foi alvo de pressões que ultrapassam o razoável e tocam os limites da intimidação.
Tudo começou com a publicação de artigos que expunham problemas reais de gestão, manutenção e transparência em edifícios residenciais.
Textos baseados em factos, comunicações oficiais e testemunhos directos, sem uma linha de invenção, sem uma sombra de falsidade.

O que era jornalismo transformou-se, de súbito, em acusação.
Uma empresa de administração imobiliária reagiu com ameaças, cartas de tom jurídico e advertências de tribunal, tentando forçar o silêncio e impor medo.
Mais grave ainda, estendeu as suas represálias a famílias inocentes, arrendatários comuns, com filhos pequenos, ameaçando rescindir-lhes contratos de habitação por causa de notícias escritas por outrem.

Essas famílias nada têm a ver com o trabalho editorial.
Foram arrastadas para o meio de uma disputa que não lhes pertence, vítimas de uma confusão entre o direito de imprensa e a administração privada.
Uma injustiça que fere o espírito da lei e o princípio da humanidade.

A direcção da Revista Repórter X, em gesto de boa-fé e serenidade, decidiu retirar o nome da empresa visada dos textos publicados, mantendo integralmente o conteúdo factual, como prova de respeito e de verdade.
Porque a verdade não depende de nomes, depende de coragem.

Apesar disso, a pressão continua.
As comunicações enviadas pela redacção são ignoradas, as respostas evitadas, as responsabilidades empurradas de um lado para o outro como se o silêncio fosse solução.
Mas o silêncio, quando se repete, é apenas outra forma de violência.

A Revista Repórter X reafirma o que sempre guiou a sua missão:
dar voz a quem não tem voz, escrever o que outros calam, e defender a dignidade do cidadão comum, onde quer que ela seja ameaçada.

As ameaças não nos farão recuar.
Porque a liberdade de imprensa não se negoceia, cumpre-se.
E cada palavra verdadeira escrita contra a opressão é, por si só, uma vitória.

Revista Repórter X - Veloso Gonçalves

Revista Repórter X Editora Schweiz
Inhaber Veloso Gonçalves
„Revista Repórter X / Repórter Editora / Portugiesische Organisation im Dialog in der Schweiz“
Menschenrechtsverteidiger: Kulturzeitschrift zwischen Portugal und der Schweiz sowie der übrigen portugiesischsprachigen Welt.
Journalismus. Kritik. Debatte. Nachrichten. Interview. Reportage. Biografie. Geschichte. Werbung. Politik. Religion. Sport. Gesellschaft. Europa. Welt.
Kulturelle Veranstaltungen: Repórter X Geburtstagsgalas, Fado, Mode, Buchveröffentlichungen der Repórter Editora, Kulturveranstaltungen.

Autor: Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial