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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Entrevista ao deputado Carlos Gonçalves


Eleições Europeias

Entrevista ao deputado Carlos Gonçalves


Maria Kosemund - O que achou ou pensa destas Eleições Europeias?

Carlos Gonçalves - A primeira conclusão a retirar das eleições europeias, que decorreram no passado dia 26 de Maio, foi a forte abstenção verificada, o que a todos nós deve preocupar.
Assim, quando vejo algumas das análises que foram feitas, após a publicação dos resultados eleitorais, e independentemente das leituras políticas que se devem retirar, é sobretudo importante que nós possamos questionar sobre as razões de tão grande distanciamento entre os portugueses e a participação política.

Maria Kosemund - O que devem fazer ou exigir, para alterar as distâncias das mesas de voto nas Comunidades?

Carlos Gonçalves - No que diz respeito às Comunidades portuguesas, as recentes alterações introduzidas à Lei do Recenseamento Eleitoral, propostas pelo Governo e pelo Grupo Parlamento do PSD permitiram aumentar de forma exponencial os universos de eleitores dos círculos da emigração. No entanto, como sempre defendi, não era recomendável aumentar desta forma o universo eleitoral, sem acompanhar esta medida de uma nova metodologia do exercício do direito de voto. Infelizmente, a proposta que o PSD apresentou, de associar o voto presencial ao voto por correspondência para todas as eleições, foi chumbado na Assembleia da República, sendo apenas aceite este modelo para as eleições legislativas e depois de muita discussão que atrasou até aprovação do diploma. Assim, os portugueses que residem no estrangeiro, que pretenderam votar no passado dia 26, tiveram que percorrer dezenas, centenas ou milhares de quilómetros, consoante o lugar onde residem. Acresce que, em países de forte emigração como por exemplo Alemanha, Franca ou Austrália, tivemos menos mesas de voto que em actos eleitorais anteriores.
Maria Kosemund - Opinião sobre os resultados do PSD nas Comunidades?

Carlos Gonçalves - Por esta razão, os motivos da "esmagadora" abstenção nos círculos da emigração deve-se a razões técnicas. Alguém acredita que um eleitor faça milhares de quilómetros para se dirigir a uma mesa de voto para exercer o seu direito cívico? Tivemos mesmo países, onde vivem portugueses em que não havia mesas de voto. Não culpem as comunidades pela abstenção. Culpem, sim, aqueles que por razões de ordem estratégica não aprovaram a proposta do PSD de associação do voto por correspondência ao voto presencial. Mas estes resultados também têm leituras políticas. O Partido Socialista venceu as eleições de forma clara, apesar de ser com valores relativamente baixos e o meu Partido atingiu um resultado semelhante ao das eleições de 2014. A comparação destes resultados deve merecer uma profunda reflexão por parte do PSD, que se deve agora mobilizar para um combate diferente no qual deve aparecer com um projecto alternativo para o  País. Um projecto no qual os portugueses se possam rever e que permita inverter a actual tendência de um País que não tem estratégia para o futuro e que vê todos os seus indicadores internos e externos a depreciarem-se.

Os portugueses merecem um País diferente e o PSD deve marcar essa diferença

Cordiais cumprimentos,
Maria Kosemund, representante
Revista Repórter X na Alemanha

 Revisão editorial; Sociólogo político
Dr. José Macedo de Barros

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