Partido Socialista, em vez de um
Deputado, elegeu dois Deputados pela Europa; Dr. Paulo Pisco
- Nathalie de Oliveira, lusodescendente e
ex-vereadora de Metz e a Dra. Ester
Vargas fica de fora! (ex. Adidas Social na Embaixada de Portugal em
Berna na Suíça). O segundo concorrente pelo PSD, foi Victor Alves Gomes,
trabalha na Bélgica numa Agência da Comissão Europeia e era suplente de Carlos Gonçalves, destituído da
corrida e substituído pela então Dra. Ester Vargas.
Já o PSD venceu no círculo Fora da
Europa com António Maló de Abreu e o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros
de Portugal, Augusto Santos Silva ficou em segundo pelo PS
"Grande vitória!: PS 2 - PSD 0. Está feito! Fizemos o pleno no Círculo da Europa. Tivemos mais de 3 mil votos do que precisaríamos para eleger o segundo. Aos companheiros de lista, a todos quantos estiveram connosco, que participaram nas iniciativas, que nos apoiaram e nos deram a sua confiança com o seu voto, muito, muito obrigado. Esta votação prova que as comunidades não dormem e que valorizam quem as respeita e as considera, como nós sempre fizemos. Ganharam, por isso, as nossas comunidades, que disseram muito claramente que não gostam de ser instrumentalizadas nem enganadas. Juntos repetimos e conseguimos ainda
Quelhas, Revista Repórter X
Deputado Paulo Pisco
Entrevista antes das eleições
Paulo Alexandre de Carvalho Pisco, candidato a deputado à Assembleia da
República portuguesa, pelo círculo da Europa
Paulo Alexandre de Carvalho Pisco recandidatou-se a deputado à Assembleia da
República portuguesa pelo círculo da Europa. Licenciado em Filosofia, com
Pós-Graduação em Estudos Europeus, pertence à Comissão de Negócios Estrangeiros
e Comunidades Portuguesas e à Comissão de Assuntos Europeus.
Passamos a transcrever uma citação do Dr. Paulo “A relação com os portugueses e luso
descendentes que estão fora do país não é fácil, não apenas por causa da
distância e dispersão, mas acima de tudo porque não os conhecemos
suficientemente bem”. O dr. Paulo Pisco, como deputado e como jornalista, sabe
a realidade, qual o posicionamento e as propostas de resolução do grupo de
candidatos do PS, face aos problemas que envolvem os emigrantes lusos, na
diáspora.
Estes e
outros problemas têm tido relevo na revista Repórter X.
R.X.- O que
nos pode dizer em relação a situações de litígio na guarda dos filhos, em
resultado de divórcios conflituosos, que as entidades públicas dos países de
acolhimento não conduzem de forma imparcial, resultando inúmeras vezes na
retirada da guarda da mãe/pai economicamente desfavorecidos?
P.- Essa é
uma realidade que existe muito na Suíça; infelizmente tenho ouvido muitos casos
dessa natureza. É uma situação muito complexa, que deve ser acompanhada pelas
autoridades portuguesas, mas que depende muito das leis próprias do Estado
suíço, e nesse sentido o que há a fazer é acompanhar e tentar perceber se há
casos que possam requerer acompanhamento social por parte dos consulados,
podendo as vítimas também pedir ajuda junto dos mesmos.
R.X.- E em
relação a violência doméstica, cujos casos as autoridades locais conduzem de
forma passiva, no que toca à protecção e consideração da mulher economicamente
desfavorecida?
P.-Infelizmente,
a violência doméstica é um flagelo que atinge todas as nossas sociedades e os
deputados do Partido socialista têm procurado criar sensibilidades em relação a
essas matérias; eu próprio já organizei duas iniciativas em Paris sobre a
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e nas comunidades, e sobre a
violência doméstica que também atinge as comunidades portuguesas residentes no
estrangeiro. O anterior governo colocou em marcha algumas iniciativas no
sentido de sensibilizar as comunidades portuguesas, para que haja um combate à
violência doméstica e isso não seja um fenómeno que se repita nas nossas
comunidades. Infelizmente, a pandemia não permitiu que essas iniciativas
continuassem. Juntamente com o secretário de estado das comunidades, José Luís
Carneiro e também com a secretária de estado da igualdade, Catarina Marcelino,
foram realizadas várias iniciativas nesse sentido.
R.X.- Tem
conhecimento de pais a quem lhes foram retirados os filhos por algumas
entidades?
P.- Esse é um
problema da sociedade Suíça, que é dramática obviamente para as famílias e para
as mães que sofrem esse tipo de situação e, na realidade, essas pessoas carecem
de acompanhamento social e devem-no procurar nas nossas estruturas consulares.
R.X.- Conhece
situações de desproteção dos emigrantes face a situações de sub-emprego e de desemprego
duradouro, que conduz a situação de mendiguez e sem-abrigo?
P.- Haverá
situações de natureza social, que poderão eventualmente requerer a intervenção
do Estado português, mas não é agora um assunto sobre o qual nos tenham chegado
muitos casos desse tipo. Obviamente que há aquelas situações em que os
portugueses procuram uma vida melhor e não conseguem encontrar, ou não têm
sorte e acabam por cair em situações de precariedade social, mas mais uma vez
eu acho que essas situações devem ser reportadas às nossas autoridades/
consulados, para que haja alguma intervenção. Eu julgo que aos cidadãos
portugueses, que eventualmente caiam na situação de dormir nas estações de
comboios, é preciso que se criem condições para que eles possam ser repatriados
e se não têm condições de residir na Suíça.
R.X.- E sobre
a desproteção social face a acidentes de trabalho, que resultam em incapacidade
para o trabalho e muitas vezes originam casos de falsidade dos factos revelados
pelos serviços médicos junto das seguradoras, para impedir o assumir de
indemnizações e compensações ao trabalhador acidentado?
P.- Tive hoje
conhecimento pela primeira vez, de algumas situações dessa natureza, e de que
havia essa atitude por parte das seguradoras; de qualquer maneira, comprometi-me
com quem falei, de transmitir essa situação às autoridades suíças e politicas,
com quem também me encontrei hoje e falamos sobre diversos assuntos
relacionados com a comunidade portuguesa aqui na Suíça, e esse será um dos
temas, que acrescentarei à lista de problemas, a abordar em reuniões futuras
com as mesmas.
R.X.- Actualmente, existe uma falta de resposta dos
serviços consulares e diplomáticos, no sentido de articular as queixas junto
das autoridades governamentais, diplomáticas e administrativas dos países de
acolhimento, para activar planos de emergência que tratem das necessidades
imediatas dos compatriotas atingidos pelas infelicidades.
P.- Nos casos
de precariedade social, eu julgo que é importante que as autoridades
portuguesas tenham conhecimento das situações em que essas pessoas se encontram
e possam ser repatriadas para Portugal. Eu julgo que quando há casos de grandes
dificuldades, como essas que são relatadas, é necessário que haja uma
intervenção.
R.X.-
Repatriados, mas não de mãos a abanar e sim com os seus direitos.
P.- Se
tiverem direitos na Suíça, é óbvio que têm o direito de reivindicar os mesmos.
R.X.- Como
sabe os médicos e seguradoras, por vezes, omitem a verdade, para não pagar
direitos.
P.- Isso são
dados de natureza objectiva e existem aqui na Suíça várias entidades, que
ajudam os portugueses a enfrentar esse tipo de situações e é óbvio que tudo que
é legitimo e de Lei tem que ser atribuído pela Lei e não pode haver nenhum tipo
de fuga às responsabilidades, por parte das autoridades suíças.
R.X.- Como nos
pode esclarecer quanto à falta de serviço administrativo nos consulados e
embaixadas, que resolvam os problemas administrativos dos emigrantes em
Portugal, para poderem tratar na diáspora dos assuntos e obrigações com os
serviços do Estado português, nomeadamente Finanças, Ministério da Justiça e
Serviços Municipais?
P.- O Partido
Socialista e os candidatos do PS pelo círculo da Europa têm um manifesto
eleitoral, que em 10 pontos resume todas as nossas propostas e, portanto, essas
propostas têm a ver com todas as questões relacionadas com a vida da nossa
sociedade. São questões relacionadas com o ensino do Português no estrangeiro,
atendimento consular, movimento associativo, facilitação da participação dos
portugueses residentes no estrangeiro nas eleições, investidores na diáspora,
questões culturais, fiscais e da segurança social.
R.X.- Todos
estes pontos aqui ditos, foram comunicados aos Consulados de Portugal na Suíça,
Embaixada de Portugal em Berna, Secretaria de Estado das Comunidades
Portuguesas, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Câmaras Municipais suíças,
sem que houvesse qualquer feedback.
Falei,
através de uma chamada telefónica, para o Gabinete da Dra. Berta Nunes,
Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas e levei a cabo reuniões com o
Sindicato Unia e o Consulado de Zurique. Existem muitas perguntas sem resposta!
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