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quinta-feira, 13 de março de 2025

Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar

Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas,

O Grupo Parlamentar do CHEGA vem, nos termos regimentais aplicáveis, requerer a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Cesário, e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, Denis Knobel, no âmbito das denúncias de alegadas situações de retirada de crianças portuguesas na Suíça pelo organismo KESB e pelo SPJ, que têm gerado grande preocupação entre a comunidade emigrante portuguesa.

O objetivo desta audição é obter esclarecimentos sobre as medidas que têm sido tomadas pelo Governo português para proteger os direitos das famílias portuguesas na Suíça e sobre a atuação das autoridades suíças nestes processos.

Solicitamos a V. Exa. que esta audição seja agendada com a máxima brevidade possível, dada a urgência e gravidade das denúncias apresentadas.

Com os melhores cumprimentos,

José Dias Fernandes
Deputado do CHEGA

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Resposta da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar – Indeferimento

Exmo. Senhor Deputado José Dias Fernandes,

Acuso a receção do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do CHEGA, solicitando a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, sobre a questão das retiradas de crianças portuguesas na Suíça pelo KESB e pelo SPJ.

Após discussão e votação em sede da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, foi decidido indeferir o pedido de audição parlamentar.

Agradecemos o interesse demonstrado na proteção das comunidades portuguesas no estrangeiro e informamos que o Governo continua a acompanhar estas matérias no âmbito das suas competências.

Com os melhores cumprimentos,

Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 12 de março de 2025

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:


Os funcionários da ERZ – Entsorgung + Recycling Zürich, responsável pela gestão de resíduos e limpeza urbana na cidade de Zurique, têm vindo a denunciar más condições de trabalho e um ambiente hostil dentro da empresa. Entre as principais queixas estão a sobrecarga laboral, a falta de reconhecimento e um sistema que, segundo os trabalhadores, está estruturado para favorecer a administração em detrimento dos direitos dos empregados.

Os trabalhadores recorreram ao Provedor da Justiça e enviaram uma carta à Câmara Municipal de Zurique, expondo as suas reclamações. No entanto, a resposta das autoridades tem sido evasiva. A Direcção do ERZ e o Departamento das Infraestruturas e Gestão de Resíduos descartaram qualquer necessidade de uma investigação mais profunda, considerando que o processo de mediação interna seria suficiente para resolver os problemas relatados.

A administração da ERZ mantém uma posição firme, argumentando que a empresa cumpre com todas as normas estabelecidas e que qualquer descontentamento deve ser tratado internamente. No entanto, os funcionários relatam que os processos de mediação não passam de uma formalidade sem efeitos práticos, servindo apenas para silenciar os trabalhadores sem realmente resolver os problemas estruturais.

A Revista Repórter X vê a Suíça como um país incorrecto quando os tribunais estão sempre do lado das grandes empresas, como a ERZ, mas também entidades como a SUVA, a IV/AI, a AHB, o SVA, a EKZ, a KESB, a RAV, a Sozialamt, a Betreibungamt, a Spitex, a Strassenverkehrsamt, a Caritas, a Mobility, a Ecap, a SBB, as Redes Móveis e TV, as Telecomunicações, os Seguros, os Bancos e os Hospitais, etc. Pouco ou nada vale a pena reclamar, porque os tribunais raramente são a favor de funcionários ou clientes. Tudo o que esteja encostado ao Estado, seja empresas públicas ou entidades que beneficiam de influência estatal, acaba por ser protegido, enquanto os trabalhadores e cidadãos comuns enfrentam um sistema injusto e impenetrável.

Na prática, reclamar ou não reclamar resulta no mesmo: um sistema fechado e intocável que continua a operar sem qualquer escrutínio real. Os funcionários da ERZ acusam mesmo a empresa de assédio moral e psicológico. A Revista Repórter X reforça a ideia de que a Suíça tem um sistema injusto que mais parece uma bola de neve dos Alpes suíços, já sendo uma frase consistente no nosso vocabulário para criticar o sistema que lesa o cidadão comum e protege o país. Na Suíça, nem tudo o que reluz é ouro, pode ser luz do gelo.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida


A Suíça, um país conhecido pelo seu elevado nível de vida, esconde por trás da sua imagem de prosperidade um sistema de segurança social que empurra muitas famílias para a pobreza e para a exclusão. O cálculo das pensões de invalidez, em vez de garantir uma vida digna aos seus beneficiários, tem-se revelado um mecanismo de injustiça e precariedade.

Muitos cidadãos que contribuíram regularmente para o sistema de segurança social ao longo de anos descobrem que os seus descontos não são integralmente considerados. Há casos em que, apesar de terem trabalhado em várias empresas na Suíça e descontado para a segurança social, apenas parte desses descontos é contabilizada no cálculo da pensão. Este tipo de erro ou manipulação reduz drasticamente os rendimentos das pessoas afectadas, impedindo-as de cobrir despesas básicas como habitação, alimentação e cuidados de saúde.

Além disso, o sistema insiste em incluir os rendimentos do cônjuge e de outros familiares no cálculo da pensão, mesmo quando esses rendimentos são temporários ou irregulares. Esta prática injusta ignora a realidade dos pensionistas, que deveriam receber os seus direitos independentemente da situação financeira de terceiros. O resultado é uma distribuição desigual e arbitrária das pensões, prejudicando os que mais necessitam.

O impacto desta política é devastador. Muitas pessoas são empurradas para a miséria, tornando-se sem-abrigo e recorrendo ao álcool, às drogas e até à prostituição para sobreviver e esquecer a realidade cruel que enfrentam. Casais são obrigados a divorciar-se para conseguirem um valor de pensão mais digno, criando um ciclo vicioso que destrói famílias.

A Suíça exige que as pessoas trabalhem até ao limite das suas forças, até à exaustão e, em muitos casos, até à morte. A falta de apoio empurra muitos para a depressão e, em situações extremas, para o suicídio. Apesar de se apresentar como um país de direitos e igualdade, a Suíça conduz milhares de pessoas ao abismo, levando mesmo muitos cidadãos suíços reformados a procurar outros países da Europa onde possam viver com mais dignidade.

Não se pode aceitar que um país com tantos recursos trate os seus pensionistas como um fardo descartável. A luta por justiça social na Suíça é mais urgente do que nunca, e as vítimas deste sistema não podem continuar a ser silenciadas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 11 de março de 2025

ÁGUIA E MENINA CEGA

ÁGUIA E MENINA CEGA


1. A MONTANHA E SEU SILÊNCIO

O vento sussurrava entre os pinheiros da montanha, levando consigo os ecos de um mundo distante. Sofia, uma menina de 8 anos, estava sozinha. Sua cegueira não era o único peso que carregava; tinha sido abandonada por aqueles que a deveriam proteger. Enrolada em um cobertor raído, o seu corpo pequeno tremia com cada rajada gelada.

A montanha parecia indiferente, mas não estava deserta. Sobrevoando os picos de neve, uma águia careca observava o panorama. Majestosa e poderosa, tinha testemunhado a dureza da vida, mas aquela figura minúscula, sentada à beira da ravina, capturou sua atenção.

A águia, que os moradores chamavam Falcão por seu tamanho e acuidade, desceu lentamente. Com uma batida suave, aterrissou a poucos metros de Sofia. Ela virou a cabeça sentindo o vento provocado pelas asas, mas não mostrou medo.

"Quem está aí? " murmurou a menina, sua voz apenas um sussurro na imensidão. Falcão, claro, não podia responder, mas o instinto dele o empurrou a aproximar-se.

2. UM ENCONTRO INESPERADO

Falcão deu alguns passos em direção a Sofia, seu olhar fixo nela, como se pudesse entender sua fragilidade. A menina estendeu a mão com cautela, sentindo o ar, e a águia, surpreendentemente, não se afastou. Em um ato que desafiou a própria natureza, Sofia conseguiu tocar as penas macias do seu peito.

"Você é um anjo? " perguntou com um vislumbre de esperança na sua voz. Para ela, o calor que emanava de Falcão era uma resposta. O pássaro abaixou a cabeça, como se entendesse o seu desespero.

A noite começou a cair e a temperatura baixou ainda mais. Falcão, em um movimento quase instintivo, abriu uma das suas asas e colocou-a em volta da menina. Aquela imagem era algo que nenhum humano teria acreditado possível: uma águia cuidando de uma criança cega.

Enquanto a escuridão envolvia a montanha, Sofia adormeceu, segura pela primeira vez em dias. Hawk ficou acordado, vigiando os arredores, protegendo-a como se fosse sua cria.

3. A TRAVESSIA PARA O VALE

Ao amanhecer, Sofia acordou com o canto das aves. Embora não pudesse ver, sabia que o mundo estava vivo ao seu redor. Falcão, inquieto, começou a caminhar em direção a um caminho. A menina, como se compreendesse a intenção do pássaro, levantou-se e seguiu-o, seus pezinhos apertando o chão.

O caminho era difícil, cheio de pedras e galhos. Sofia tropeçava muitas vezes, mas sempre que caía, Hawk esperava pacientemente, emitindo um leve som, como se a encorajasse a continuar.

Em um momento, ao chegar a uma clareira, Falcão deixou escapar um grito agudo. Do alto, outras águias responderam. Era como se estivesse a pedir ajuda. Momentos depois, um bando de pássaros começou a sobrevoar a área, guiando Sofia para o vale.

A viagem durou horas, mas ao cair da tarde, Sofia ouviu algo que a fez acelerar o passo: o murmúrio de um rio e vozes humanas à distância.

4. O MILAGRE NA CIDADE

Quando Sofia chegou à beira da cidade, as pessoas ficaram paralisadas ao ver a cena: uma menina cega, guiada por uma águia e seguida por outras aves. A imagem era quase sobrenatural.

Um homem, Andrés, 42 anos, correu para ela. "Estás bem, pequena? " perguntou, ajoelhando-se diante dela. Sofia sorriu pela primeira vez em dias.

"Estou bem graças a Hawk", respondeu, apontando para o pássaro, que agora estava pousada em uma rocha próxima. Andrés levantou os olhos para a águia, impressionado. Era como se o pássaro entendesse tudo o que estava acontecendo.

Os habitantes da aldeia, comovidos com a história de Sofia, decidiram cuidar dela. Ela foi acolhida por Clara, uma mulher de 50 anos que tinha perdido a filha anos atrás. Clara levou-a para casa, e a partir desse momento, Sofia encontrou não apenas um lar, mas uma família que a amava.

5. UM NOVO COMEÇO

Meses depois, a história de Sofia e Falcão tornou-se uma lenda. A águia continuava visitando-a, posando na árvore em frente à sua janela, como se quisesse ter certeza de que ela estava bem.

Com o tempo, Sofia aprendeu a se adaptar à sua cegueira. Andrés, que acabou por ser um músico, ensinou-o a tocar guitarra. Clara lia-lhe livros e ensinava-lhe sobre o mundo através das palavras.

Um dia, enquanto tocava uma melodia em frente à cidade, Hawk apareceu mais uma vez, lançando um grito que ecoou nas montanhas. Para Sofia, aquele som não era apenas um chamado; era uma promessa de que eu nunca estaria sozinha.

A menina abandonada encontrou numa montanha gelada o calor de um protetor improvável e, em uma pequena cidade, um amor que curou todas as suas feridas.

FIM 
NC
Namastê

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul

Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul


Uma família portuguesa residente na Suíça enfrentou dificuldades no Consulado-Geral de Portugal em Zurique para obter o Cartão de Cidadão e o Passaporte do seu filho menor. A impossibilidade de marcar uma consulta online impediu o início do processo burocrático, levando a família a contactar repetidamente os serviços consulares sem sucesso.

O caso só foi resolvido após a intervenção direta do Cônsul Dr. Gonçalo Motta, que, ao ser informado da situação, garantiu um agendamento para a contribuinte. Este episódio levanta uma questão preocupante: quando os cidadãos informam o Consulado de que não conseguem aceder ao portal do governo para marcação de serviços, a resposta automática deveria ser a marcação imediata da consulta, em vez de manter uma insistência no erro e criar dificuldades desnecessárias.

Burocracia impede acesso a documentos essenciais

A urgência do pedido devia-se ao facto de a criança precisar dos documentos portugueses para realizar duas viagens já programadas: uma dentro da Europa, na Páscoa, e outra para o sul da América. Sem o Passaporte e o Cartão de Cidadão, a criança não poderia viajar nem sequer ir a Portugal para resolver presencialmente a questão.

A família cumpria todos os requisitos para o registo da criança e a emissão dos documentos. No entanto, a impossibilidade de marcar a consulta online tornou-se um obstáculo intransponível. Os pais enviaram vários e-mails ao Consulado, explicando a situação e solicitando um agendamento manual, mas apenas receberam respostas evasivas.

Intervenção do Cônsul foi decisiva

Perante a falta de resposta concreta, a família recorreu ao Cônsul Dr. Gonçalo Motta, pedindo que os serviços consulares entrassem em contacto diretamente com a contribuinte para resolver a questão. Inicialmente, os serviços tentaram ligar-lhe durante o horário de trabalho, quando esta não podia atender. Foi necessário um novo contacto, solicitado pela Revista Repórter X, para que se conseguisse finalmente marcar a consulta.

O Cônsul esclareceu que o processo burocrático segue quatro passos fundamentais:

1. Registo do casamento dos pais no sistema português;


2. Registo de nascimento da criança;


3. Emissão do Cartão de Cidadão;


4. Emissão do Passaporte.



Alertou ainda que os documentos de viagem só podem ser emitidos após a conclusão dos registos necessários e recomendou que não fossem marcadas viagens sem que, pelo menos, o Cartão de Cidadão estivesse emitido.

O problema da marcação online e a necessidade de mudança

Apesar da solução encontrada para este caso em particular, a situação continua a evidenciar um problema maior: o sistema de marcação online do Consulado não funciona de forma eficiente para todos os cidadãos. Muitos emigrantes portugueses enfrentam dificuldades semelhantes, sem conseguir ultrapassar os entraves burocráticos e sem obter respostas concretas dos serviços consulares.

A Revista Repórter X tem vindo a acompanhar vários casos de cidadãos que, perante a ineficácia do portal de marcação, são obrigados a recorrer a contactos diretos e insistência prolongada para conseguir o atendimento a que têm direito.

A grande questão que se coloca é: por que motivo os funcionários não asseguram uma marcação imediata assim que recebem um pedido justificado por e-mail? A insistência em manter um sistema ineficaz causa frustração desnecessária aos cidadãos e sobrecarrega o próprio Consulado com trocas de mensagens que poderiam ser evitadas com um simples agendamento manual.

Este caso demonstra que há margem para melhorias nos serviços consulares, especialmente no que diz respeito ao atendimento de casos urgentes. A eficiência do Consulado não pode depender apenas da intervenção direta do Cônsul, mas sim de um sistema funcional que garanta respostas rápidas e eficazes para todos os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

segunda-feira, 10 de março de 2025

Escola básica da Gandra em Ermesinde em risco devido a lixo próximo:

Escola básica da Gandra em Ermesinde em risco devido a lixo próximo:
 

Denúncia de problemas sanitários na cidade de Ermesinde, concelho de Valongo.

Chegou à redação da Revista Repórter X, por parte de uma instituição pública de Valongo, a seguinte informação:

"Na Rua Portocarreiro 551, encontra-se um imóvel ocupado ilegalmente por indivíduos que têm vindo a depositar lixo nas traseiras da propriedade, incluindo resíduos domésticos e excrementos. Tal prática tem gerado condições propícias para a proliferação de pragas, nomeadamente ratos e outros vetores de doença.

A situação tem-se agravado ao ponto de colocar em causa a segurança sanitária dos residentes da área envolvente, bem como da Escola Básica da Gandra, localizada nas proximidades, onde estudam diversas crianças da 1.a à 4.a classe, sujeitas a potenciais riscos de saúde devido à contaminação ambiental.

Até ao momento, os proprietários do imóvel em questão, não tomaram qualquer iniciativa para resolver a situação, muito por receio de represálias, pois os ocupantes já demonstraram ser violentos, estando mesmo sinalizados por tráfico de armas pela Polícia de Segurança Pública. Tal inação em cumprir com as suas responsabilidades legais não pode afetar o bem estar da comunidade. Por este motivo, solicito a intervenção urgente da Câmara Municipal de Valongo para proceder à desinfestação e desratização da referida propriedade e adoção de medidas necessárias para eliminar a fonte de contaminação e garantir a segurança sanitária da comunidade.

Face à gravidade da situação, solicita-se ainda a avaliação da possibilidade de aplicação de sanções aos infratores pelo incumprimento das suas obrigações legais, conforme previsto na legislação aplicável.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O fim de uma era baseada em valores

O fim de uma era baseada em valores


Paulo Pisco

A União Europeia está desorientada com a mudança radical da nova Administração norte-americana. Os Estados Unidos mudaram de campo e estão agora alinhados com a Rússia e claramente determinados em enfraquecer a UE. Como já tinha demonstrado no primeiro mandato, Donald Trump admira mais as autocracias do que as democracias e isso terá repercussões funestas em todo o mundo. O alinhamento dos EUA com a Rússia, depois de três anos de destruição e morte com a invasão da Ucrânia, só pode causar choque e pavor.

Se o mundo estava perigoso, agora pode mesmo estar à beira do abismo. A UE baseou sempre a sua ação na defesa do multilateralismo, do direito internacional, dos direitos humanos e numa ética global, mesmo com as suas imperfeições. O oposto total do que Trump agora impõe na geopolítica, a que se acrescenta um desprezo pelos aliados históricos.

Está hoje muito claro que os EUA estão dispostos a abandonar não apenas a Ucrânia, o que já mostraram com o congelamento da ajuda militar, mas também a UE, com consequências muito imprevisíveis devido a um maior envolvimento que os europeus terão de assumir nos esforços de guerra e na instabilidade e incerteza que isso vai criar nas nossas sociedades.

A degradante encenação em direto da humilhação do Presidente Zelensky na Sala Oval revela não apenas indiferença pelo destino da Ucrânia e por todo o sofrimento causado pela guerra, mas também uma forma de desprezo pelos europeus e pelos esforços que têm sido feitos para salvar a relação transatlântica, de que os recentes encontros de Emmanuel Macron e Keir Starmer com Donald Trump são apenas um exemplo. É o fim de um consenso no mundo ocidental que nasceu dos escombros da Segunda Guerra Mundial e da construção da União Europeia.

A questão agora é saber até onde poderão ir os EUA neste alinhamento com a Rússia, que pode trazer humilhações irreparáveis e tensões muito mais graves do que as guerras comerciais com o aumento das tarifas ou mesmo com as absurdas propostas de anexar o Canadá, expulsar dois milhões de palestinianos da Faixa de Gaza ou usar a força para ficar com a Gronelândia. À conta dos caprichos e delírios do Presidente dos Estados Unidos, a situação geopolítica está cada vez mais instável e a transformar-se num pesadelo a nível global.

O grande problema é que a UE não tem apenas inimigos e adversários fora do seu espaço geográfico. Eles estão também entre os Estados-membros e dentro deles, que surpreendentemente e paradoxalmente são os amigos da Rússia e fazem o seu jogo de querer destruir a UE, e também do Presidente Trump e do que ele representa, como claramente o demonstram os partidos de extrema-direita e as suas agendas radicais inspiradas nas autocracias, nos fascismos, nos nacionalismos e no ultraconservadorismo, que têm destruído a coesão das nossas sociedades, sempre apoiados na manipulação dos factos e na desinformação.

Trump tem poder e está a usá-lo de maneira imperial, obrigando todos a seguirem-no como nas autocracias e fazendo purgas que envergonham qualquer democracia. Como grande potência global democrática, ou pós-democrática, já não se sabe bem, os Estados Unidos tinham o dever de proteger uma ética global em defesa da democracia, da Carta das Nações Unidas e dos direitos humanos.

Em vez disso, um poder muito inquietante está a consolidar-se nos EUA, com raízes na supremacia branca, com alianças com quem despreza o direito internacional e faz prova de desumanidade extrema, como a Rússia ou Israel. É um sinal de como as forças destrutivas estão a marchar contra as democracias, as liberdades e os direitos dos povos e das nações. Os EUA estão a destruir a atual ordem global assente em regras e valores, no multilateralismo como forma de evitar e apaziguar conflitos e trazer estabilidade, justiça e desenvolvimento.

Este é o momento, pois, para os europeus estarem unidos, preencherem o vazio deixado pelo afastamento dos Estados Unidos e também para todos aqueles que seguem a extrema-direita internacional perceberem que, se o mundo tal como o conhecemos ruir, também eles ficarão debaixo dos escombros.

Deputado do PS

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 9 de março de 2025

Atrocidades medievais

Atrocidades medievais
 

Sentado em agonia: o legado escuro da cadeira de ferro em tempos medievais.
Nas sombras da história medieval espreita um dispositivo tão assustador que ainda arrepia os espinhos daqueles que ouvem a sua história. A Cadeira de Ferro, um trono de tormento, é um lembrete sombrio da capacidade da humanidade para a crueldade.
Imagine uma cadeira, não de conforto, mas de pura angústia. Centenas de espigões afiados adornaram a sua superfície, prontas para perfurar a carne à menor pressão. Mas o horror não acabou aí. Debaixo do assento, um fogão aceso, transformando esta engenhoca já de pesadelo em um verdadeiro inferno de sofrimento.
Entre as muitas vítimas deste dispositivo brutal, um nome ecoa através do tempo: Jean Calas. Protestante na França católica do século XVIII, Calas foi falsamente acusado de assassinar o próprio filho. Apesar de suas inabaláveis afirmações de inocência, ele foi submetido ao abraço implacável da Cadeira de Ferro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Aumento do preço da electricidade na Suíça gera preocupação

Aumento do preço da electricidade na Suíça gera preocupação:

A Revista Repórter X recebeu recentemente uma resposta oficial da EKZ (Elektrizitätswerke des Kantons Zürich) que confirma um aumento de aproximadamente 48% nas tarifas de electricidade na Suíça desde 1 de Janeiro de 2024. A principal razão apontada para esta subida é o elevado custo da aquisição de energia, que a EKZ realiza com dois anos de antecedência. O período de compra do fornecimento para 2024 decorreu entre Maio de 2021 e Abril de 2023, e os preços elevados do mercado energético em 2022 e 2023 reflectem-se agora no custo final para os consumidores.


Além disso, o aumento das tarifas para serviços gerais da Swissgrid e a introdução de uma reserva estratégica de electricidade pelo governo suíço para garantir o abastecimento no Inverno também contribuíram para o acréscimo dos custos.


Um dos problemas estruturais da Suíça na produção de electricidade é a sua geografia. Apesar de possuir muitos lagos, o país não tem uma vasta rede de rios como Portugal e Espanha, que permitem a construção de canais para movimentar turbinas hidroeléctricas. Além disso, a Suíça ainda conta com poucas centrais eólicas para compensar a sua dependência de energia importada.


Para tentar reduzir essa dependência, o país tem apostado nos painéis solares. No entanto, devido ao seu clima gélido, ao Verão curto e ao Inverno rigoroso, essa solução não é a mais eficiente para garantir um abastecimento energético estável ao longo do ano.


Os consumidores têm sentido o impacto directo destes aumentos. Numa reclamação enviada à EKZ, um cliente questionou o atraso na recepção da factura e a contínua escalada dos preços da electricidade. Apesar das queixas, a empresa reforçou que os preços seguem a tendência do mercado energético europeu e, que o envio da factura por e-mail foi pedida, o que é mentira, talvez lhes interessa para ganhar mais uns milhões a poupar nos correios!?


A Revista Repórter X continuará a acompanhar este tema e a trazer actualizações sobre o impacto dos custos energéticos na vida dos cidadãos.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 8 de março de 2025

Carta aberta: Caros membros do Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso

Caros membros do Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, eleitos pelo Partido Socialista


A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso tomou posse de um terreno para construir uma estrada de acesso a um parque de estacionamento sem consultar todos os moradores. Esse terreno, avaliado em mais de 200 mil euros, foi obtido gratuitamente pela Câmara. O caso está em tribunal, mas, infelizmente, sabemos como funciona a justiça em Portugal e que há tendência para favorecer o poder político. Pedimos ao executivo e ao tribunal o documento que dizem ter encontrado nos arquivos velhos na Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, que, segundo um carrasco, diz possuir e que o mesmo diz que o terreno é público, mas não o apresenta, porque não existe e, caso apresente, é falso e os problemas aumentarão com a justiça por alguma possível falsificação de documentação sobre o referido terreno.

Pedimos ao Executivo que apresente provas de um documento que um certo elemento da Câmara alegou ter encontrado num fundo de arquivos antigos. No entanto, nem a Câmara nem o tribunal apresentam esse documento. Os vereadores também não respondem. Apenas o tal "carrasco", que sempre se intrometeu em tudo e que, vezes sem conta, se dirigiu de forma arrogante ao telefone.

A única pessoa que demonstrou alguma disponibilidade foi a Vereadora da Cultura, mas mesmo ela se contém devido à pressão imposta por esse "carrasco". Aliás, suspeitamos que seja ele quem impede que os e-mails cheguem aos seus verdadeiros destinatários, o que é ainda mais grave do que simplesmente não lhes responder.

Quer o Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso abrir as portas ao diálogo e esclarecer esta situação?

Fico a aguardar uma resposta. Obrigado.

João Carlos Veloso Gonçalves
Glasis
8180 Bülach


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial