O DESENTENDIMENTO ENTRE QUEM SOFRE AS SITUAÇÕES E QUEM NÃO AS CONHECE
A título de exemplo, demos voz a pessoas que diziam sofrer de violência
doméstica, viver na rua sem-abrigo, serem vigarizados pelas seguradoras face a
acidentes de trabalho, perderem a guarda dos filhos face a dificuldade
económica, etc. E mantemo-nos abertos a ouvir os nossos compatriotas, que
queiram fazer-se ouvir no mundo mediático.
Depois de termos relatado vários casos na primeira pessoa, fomos ouvir
os representantes políticos e candidatos a representarem os emigrantes pela
Europa.
Curiosamente, o representante eleito pelo PS, novamente candidato,
mostrou desconhecimento das situações, relevando-se que há aqui uma comunicação
deficiente entre as autoridades portuguesas no círculo diplomático e da Europa.
Contudo, certos candidatos reconhecem que as situações comunicadas são reais e
entendem que há uma certa apatia por parte de quem foi eleito pela Europa
apenas para ir aos bailes e festas da embaixada e consulados, tal o dinheiro
que gastam nessas recepções e convívios!
Os queixosos manifestam que as autoridades diplomáticas, consulados e
embaixadas, não dão resposta às situações; ou há demasiada pressão e/ ou falta
de meios, ou não existe um protocolo de comunicação dos casos a quem deve
intervir a qualquer nível, em função do exposto. O que é facto, é que os
políticos eleitos pela Europa desconhecem os casos, questionando se foram
comunicados! Mesmo nos casos em que as autoridades diplomáticas recebem as
queixas, o que fazem para as resolver e que mecanismos têm ao dispor? O que se
definiu para o âmbito da sua acção? Porque não dão conhecimento aos deputados
eleitos? Ou será que fazem ouvidos de mercador às queixas, pois que o problema
não é com eles, nem com a família? Ou será que os queixosos também deturpam a
situação, para obter algum benefício, o que descredibiliza as próprias queixas,
como se todos tivessem o mesmo procedimento?
Nós, enquanto parte do lado dos problemas de quem sofre realmente,
interessa-nos averiguar, começando por ouvir e confrontar, para
consciencializar as autoridades e pressionar para resolver. E, como sabemos, há
tanto vício e problema em Portugal, ligados aos hábitos de novo riquismo das
elites, que só se resolvem, quando começa a ser público o problema, que tentam
esconder por baixo do protocolo.
Portanto, estaremos sempre do lado da investigação da verdade, ouvindo
e confrontando quem quiser pronunciar-se! No fim aprenderemos muito da forma
como funcionamos como sociedade e somos psicologicamente como pessoas!
José Macedo Barros
Sociólogo político, revisor e conselheiro da
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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