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sábado, 4 de abril de 2020

As fraquezas de Cabo-Verde e a ignorância de sucessivos Governos, na voz de uma adolescente


As fraquezas de Cabo-Verde e a ignorância de sucessivos Governos, na voz de uma adolescente

Chamo-me Geovânia Marilda Semedo Mendes, Filha de Martina Lopes Semedo Mendes e de Domingos Ramos Mendes. Tenho 18 anos de idade. Sou cabo-verdiana, vivo na Cidade da Praia.

Em 09/05/2016, faleceu o meu Pai; sofri muito porque éramos muito amigos, ele sofria da doença Hanseníase e usava muito álcool. “A Hanseníase, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crónica, transmissível e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.” A família Semedo sofreu essas represálias.

Os sinais e sintomas mais frequentes da Hanseníase ou Lepra são muitos; devem pesquisar na Internet para se inteirarem dos factos, caso tenha interesse!

Geovânia Marilda e seu Irmão, únicos infectados pelo seu Pai, estiveram em tratamento durante um ano, mas ainda não sabem o resultado final, porque fica caro aos bolsos da família Semedo fazerem essas análises. Embora o tratamento tivesse sido grátis, não se percebe porque as análises também não são grátis! Pois, confessa a pequena Marilda, que as Análises não podem ser grátis, porque as análises têm de ser feitas em Clínicas e enviadas para Portugal (tudo comercial, até a saúde). Como a crise em Áfricas é tremenda, com Governos suicidas, com interesses próprios, como tantas vezes vemos nos telejornais, o que custava pagar 95 Euros cada Análise para cada pessoa cabo-verdiana saber se continuam infectada ou não, com risco de morrer cedo e ou ter uma infecção transmissível! O pior de tudo é que Lisboa aceitou o tratamento e Cabo-Verde rejeitou simplesmente, porque dizem que a doença podia ser tratada em território nacional, mas Marilda diz que em Lisboa era mais confiante e já saberiam o resultado final que tanto esperam.

(a Geovânia Marilda Semedo Mendes apela a que possam pagar directamente as duas Análises para se certificarem da patologia da sua doença e se devem estar descansados ou voltar a fazer tratamento, uma vez a menina já não tem manchas, mas o menino ainda tem algumas manchas)

“O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em referências. O tratamento da doença é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de anti-microbianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).”

A Geovânia Marilda Diz; somos 6 Filhos (quatro rapaz e duas meninas).

Depois da morte do meu Pai, a família já não existia mais, somente Irmãos e a minha Mãe, tivemos que desistir da escola por causa de condições financeiras, que pena não é! O meu sonho era ser Advogada ou ter o meu próprio salão de beleza, mas infelizmente não é possível.

No ano 2018 descobriram-nos, a mim e ao meu Irmão a Hanseníase/ Lepra na pele, tal como teve o meu Pai, mas disseram-nos que éramos jovens e que íamos ser tratados rapidamente, porque somos jovens. Tivemos um Ano de tratamento, e isso complicou com os meus estudos, porque o medicamento era forte e eu esquecia de todas as coisas e ficava nervosa.

A minha Mãe era sozinha a criar todos os filhos e ainda tinha problemas de saúde; eu ficava triste por causa do sofrimento dela e resolvi desistir da escola e trabalhar, para ajudar na casa.
Mais aqui, em Cabo-Verde, o trabalho não é muito, ainda mais para uma menina menor de idade, naquela altura, e agora com 18 anos de idade e ainda com problema de saúde não é! Nós em Cabo-Verde estamos abandonados pelo Governo à nossa mercê; não há grandes possibilidades de emprego. A agricultura ajuda, mas é uma pequena fasquia; onde está a chuva, exclama Marilda!? As ilhas de Cabo-Verde têm o clima desértico. A temperatura durante o dia é muito quente, já à noite poderá ser fria. A chuva aqui é escassa e, por esse motivo, a agricultura também é uma crise por falta de rega; se não fosse a temperatura, grande parte dos cabo-verdianos não passavam fome de cão.

Em Cabo-Verde, o turismo tem sido um dos sectores de foco para o novo Governo, como forma de promover o desenvolvimento do País. Realizaram-se uma série de actividades na Cidade da Praia, presididas pelo Governo que tem mencionado as FRAQUEZAS que o País tem de eliminar para que o sector se possa desenvolver.

A Pequena Marilda reflecte que tem o mar como uma grande fonte para o Turismo e está mal explorado!

As Principais Oportunidade de negócios são; Hotéis, Resorts e Similares, Transporte aéreo “Low cost”, MICE, Turismo rural e Ecoturismo, Turismo de Cruzeiros, Desportos náuticos, Tracking, Turismo de Saúde, Cultura de Rua, Cultura geral e, a acrescentar, as vendas nas lojas e ambulantes disparavam para o sustento de qualquer família ter uma boa qualidade de vida, mas está tudo morto. Moribundo. Tudo, devemos a “As fraquezas de Cabo-Verde e a ignorância de sucessivos Governos”

“Chamo-me Geovânia Marilda Semedo Mendes, Filha de Martina Lopes Semedo Mendes e de Domingos Ramos Mendes. Tenho 18 anos de idade. Sou cabo-verdiana, vivo na Cidade da Praia.”


A Geovânia Marilda disse à repórter X: “Eu já dormi na rua, passei fome, mas mesmo assim não desisto.”
Nós quisemos saber o porquê e claramente tentámos que tudo fluísse normalmente, mas apercebi que nem tudo estava a ser contado com vergonha! É evidente que a Marilda tem sentimentos e auto-estima, em que lhe dei os parabéns pela coragem de se expor; penso que muito lutadora e muito inteligente; basta ler o texto escrito pela própria, escreve bem e é observadora.

Então, a pequena Marilda disse o seguinte:
Eu arrumei um namorado, e sofri muito por causa dele, porque ele não trabalhava e só dormia e comia e não se importava se eu comia ou não; ele queria apenas ter aproveitamento sexual de mim. Cheia disto, um dia brigámos e tive que dormir na rua; não queria que a minha mãe soubesse disso!
Eu faço tudo por minha mãe e não a queria chatear, porque foi o caminho que eu escolhi.
Eu também fui muito enganada pelo sistema, porque eu estava iludida para ganhar dinheiro para comermos em família, ter uma vida digna e sem fome. Ganhava 50 Euros por mês num Bar, senti-me muito cansada e explorada a trabalhar de sol a sol e não dava para comermos; pelo que desisti. Pai falecido, Mãe doente, irmão doente, eu própria com a Lepra, que felizmente foi curada. Muitos irmãos. Terras secas com agricultura reduzida. Pouco turismo. É claro que as dificuldades aumentaram, a qualidade de vida em Cabo-Verde é miserável. Poucos vivem bem, a maioria vive o dia-a-dia com dificuldades. Eu, desta altura, sinto-me muito triste por não poder ajudar a minha família, não há emprego. De momento, faço umas tranças a algumas pessoas que têm uma qualidade de vida melhor, que trabalham! As pessoas que têm emprego devem venerá-lo.

Palavra puxa palavra, depois de a Marilda contar um pouco da sua vida, foi ganhando confiança e com calma perguntei sobre a Internet:

Sabes, João, havia amigos do Facebook que me faziam propostas para enviar fotos nuas e que em troca me enviariam dinheiro, e eu acreditava e fazia isso, fazia para ter dinheiro para comer, para ter dinheiro para ajudar a minha Mãe! Nunca recebi dinheiro, deixei de confiar e nunca mais mandei fotos!

Tive de perguntar se fazia sexo virtual; negou.
Perguntei se fazia prostituição de rua; negou.

Bem, quem sou eu para julgar a Marilda, apenas queria saber a vida dos cabo-verdianos! Falou talvez na terceira pessoa do singular e noutras meninas e meninos, homens e mulheres. Eu sabia bem que as meninas africanas, quando ligam muitas vezes a Câmara, mostram logo o rabo a abanar, ao estilo cabo-verdiano ou ritmo africano, fazendo jogo de cintura e é claro que a ideia é seduzir para que recebam algum valor para comprar bens, falo de meninas mais experientes em relação à Marilda; meninas que vestem bem, pintam-se, passeiam, estudam. O lema é pedir dinheiro para alguns pequenos luxos do dia-a-dia, para andarem bonitas (já são bonitas), para um telemóvel melhor, com boa câmara, para saldo do mesmo, para computador, para trabalhos de escola, um pouco à imagem que todos sabemos, ter o que desejamos. Daí advém o sexo virtual, mas fazem uma vez, tal como a Marilda diz fazer com as fotos de nus; assim não serão enganadas pela promessa de não receberem pela sua exposição; a primeira vez é grátis, para fascinar, digamos.
Quando pedi à Marilda para falar de meninas e não dela, ficou aliviada:
Confessa que a grande causa da prostituição em Cabo-Verde é a Internet, aliada à necessidade de sobrevivência e à pobreza extrema e a alguns luxos que podem obter disso.

Aqui, em Cabo Verde, existem muitas meninas menores de idade que já estão com filhos e passam por muitas dificuldades. Os rapazes só querem sexo! Por isso, digo que não devem fazer isso, porque colocar uma criança no mundo para sofrer não é justo.
  
E os rapazes só querem fazer as meninas sofrer e colocar bebé na barriga e ir à procura de outras, quantas mais melhores, depois têm filhos em todas elas e não assumem nenhum; assim está o estado da Nação.

É triste ter filho e o filho ver os Pais separados por causa de um bebé não planeado.
Muitos e muitos meninos e meninas estão sem escola como eu, por vários motivos; no meu caso por doença a seguir da pobreza, e em que me dizem; sem escola como vai ser o vosso futuro?
Como vamos comer o que queremos?
Os nossos sonhos vão para o lixo, não é?
Nunca é tarde para recomeçar uma nova vida; por isso temos tempo para ter filho, para ter um amor, para ter o nosso futuro; mas, para tudo isso, é preciso estudar.

A prostituição vem daqui; quando não temos condições de ter filhos, um dia vamos ter e ainda dizem o "pão é Deus quem dá"; como Deus vai dar trabalho se para ter trabalho é preciso que estudamos não é? O futuro passa por termos certificados; aqui, a terra sem chuva não nos alimenta, senão vivíamos da agricultura e criávamos animais.
E os nossos filhos crescem com necessidades; vejam amigos, como funciona sem ter um Pai e uma Mãe com condições mínimas de sobrevivência digna de um ser humano?
E quando tem idade de ir p’rá escola não tem condições de pagar estudos?
E isso leva a pessoa a fazer prostituição para ajudar a família não é?

E o Governo não quer nem saber das necessidades dos outros, das crianças que estão na rua a beber e a usar drogas. Há Pais a alimentar os bebés com álcool, em vez de leite, para enganar a fome. Agora vejam se é ou não quase obrigatório prostituir?
É assim a sociedade cabo-verdiana, que vai complicando todos os dias. Tens de sobreviver; o contrário é a morte com doenças e sem defesas de proteínas.

E qual é o exemplo dos Pais que têm filhos menor de idade e sem condições?
É a mesma coisa que anda a acontecer com os filhos. Prostituição!

Vou-me perguntando a mim mesma; a prostituição vai aumentando por causa de ilusão, quer ter boa roupa, bom sapato e um bom perfume?
Será que não pode ter isso sem a prostituição?
Hoje em dia está difícil não é?
E o aborto vai aumentando, cada dia mais por causa de sexo desprevenido.

Para terminar, daqui desta história dá perfeitamente para pensar que muita menina vem para a Europa ao engano e cai na prostituição, principalmente nos países em que a Prostituição é livre, como na Suíça.

Agradecia à Marilda por todo o seu esforço e disse que a compensaria com um pequeno valor, Respondeu; “Se espero por esse dinheiro para comer morro de fome!”

Senti-me mal várias vezes pelo testemunho escrito sobre estas notas, mas este último deu-me uma volta tão GRANDE à barriga que vou pegar uma das primeiras frases e vou aqui deixar o testemunho repetido sobre a doença que sofreram com a Lepra.

(a Geovânia Marilda Semedo Mendes apela a que possam pagar directamente as duas Análises para se certificarem da patologia da sua doença e se devem estar descansados ou voltar a fazer tratamento, uma vez que a menina já não tem manchas, mas o menino ainda tem algumas manchas).

Como se aperceberam, está aqui um texto genuíno a falar das fraquezas de Cabo-Verde e a ignorância de sucessivos Governos, na voz de uma adolescente, na fome extrema, na droga, na prostituição, no aborto, no abuso, no poder e na fraqueza de um ser humano que teve o azar de nascer no sítio errado dependendo da sua cor, politica ou religião e que inocentemente, embora escreva bem, conta algo que muitos europeus nem lhe passa pela cabeça, em que pedem uma mísera ajuda para fazerem análises, para saberem se os dois irmãos estão completamente curados da Lepra!

- Eu vou pedir ajuda a todos vocês para esta família, através da conta Repórter X, e assim controlar despesas; caso enviem pequenos donativos enviarei para a conta da Mãe da pequena Marilda, mostrando prova de recebimento como de envio, que assim seja e aguardo que possam ajudar com valores pequenos, pois se muitos o fizerem pode dar mais valor. Obrigado.

Revista Repórter X

IBAN CH59 0900 0000 8937 0140 6
BIC POFICHBEXXX

Gussstrasse 20
8180 Bülach

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