Maria Beatriz
Rocha-Trindade:
uma vida de
trabalho académico sobre migrações
No decurso das últimas décadas o estudo sobre o fenómeno migratório tem
sido profusamente enriquecido com um conjunto diversificado de atividades e
trabalhos que têm dado um importante contributo para o conhecimento da
emigração portuguesa.
Neste conjunto diversificado de atividades e trabalhos, onde se cruzam os
olhares interdisciplinares das ciências sociais, encontram-se, entre outros,
livros, artigos em revistas científicas, congressos, conferências, relatórios,
dissertações de licenciatura, mestrado e doutoramento.
Autora, prefaciadora, coordenadora e colaboradora de várias obras
relacionadas com a emigração portuguesa, Maria Beatriz Rocha-Trindade (esq.) apresentou em 2017 o
livro “Terras de Monte Longo” do historiador Daniel Bastos (dir.)
Autora de uma vasta bibliografia sobre matérias
relacionadas com as migrações, onde se destacam, entre outros, os livros Sociologia
das Migrações (1995), Migrações - Permanência e Diversidade (2009), A Serra e a Cidade - O Triângulo Dourado do
Regionalismo (2009) ou Das Migrações às Interculturalidades (2014).
E colaboradora habitual de revistas científicas internacionais neste domínio,
Maria Beatriz Rocha-Trindade, nascida
em Faro, é Doutorada pela Universidade de Paris V (Sorbonne) e Agregada
pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH).
Professora Catedrática Aposentada na Universidade
Aberta, foi responsável pela fundação nos inícios dos anos 90, nesta
instituição de ensino superior público, do Centro de Estudos das
Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI). Um centro pioneiro na área das
Migrações e Relações Interculturais, que conta atualmente com mais de meia
centena de investigadores, e que tem dinamizado ao longo dos últimos anos uma
intensa pesquisa interdisciplinar e formação avançada na área das migrações e
das relações interculturais em contexto nacional e internacional.
O pioneirismo da insigne académica e investigadora
está igualmente expresso na introdução em Portugal do ensino da sociologia das
migrações, primeiro na Universidade Católica, no curso de Teologia, em 1994, e
dois anos depois, na Universidade Aberta, a nível de licenciatura e de
mestrado.
Membro de diversas organizações científicas portuguesas e estrangeiras,
designadamente da Comissão Científica da Cátedra UNESCO sobre Migrações, da
Universidade de Santiago de Compostela, do Museu das Migrações e das Comunidades, criado em 2001 por
deliberação do Município de Fafe, e da
Comissão Científica do Centro de Estudos de História do Atlântico/CEHA, a Professora Maria Beatriz Rocha-Trindade, coordena
presentemente a Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de
Lisboa.
Constituída por membros oriundos de vários quadrantes da sociedade que
têm estudado e refletido sobre o fenómeno migratório, emigração/imigração, a
Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, uma
das mais relevantes instituições culturais do país, tem sido responsável pela dinamização de relevantes
iniciativas no campo do fenómeno migratório. Como por exemplo, em 2019, quando realizou o colóquio “CPLP -
que presente e que futuro?”, ou no ano anterior, o “Fórum Luso-Estudos/ Edição
2018”, o seminário “Enologia, Mobilidade e Turismo” e a conferência “Jornalismo
para a Paz em contexto de mobilidade”.
O percurso de vida singular e o trabalho académico laborioso da Professora
Catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, Titular da Ordre National
du Mérite, de França, com o grau de Chevalier, da Medalha de Mérito
do Município de Fafe e da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, de Portugal,
estão sublimemente sintetizados nas palavras do docente e investigador Jorge
Malheiros, no prefácio da obra Das Migrações às Interculturalidades: “a
investigação em migrações em Portugal não seria a mesma coisa sem a Professora
Maria Beatriz Rocha-Trindade”.
Professor; Daniel Bastos
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