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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Poema; Aqui. A sós. Sem ti. Nem mim.

Aqui. A sós.  Sem ti. Nem mim.

 

É aqui. Nesta cama, neste quarto

No escuro, que eu me sei

Quando as forças me escorregam

E as pernas me atraiçoam

É então aqui que me tenho

Enfrento a sombra, medo que vive

Garra que grita a dor que eu calo

 

Aqui

A sós

Sem ti

Nem mim

 

Então eu percebo o corpo que existe

Que luta e se ergue, se quebra e falha

Resvala nos dias que passam lá fora

Fugindo de mim p'ra eu nos ver

E temem que os chame, que entrem e fiquem

Não querem coitados, os dias que passam

Ficar neste quarto, na cama em que sou

Lembrança que o tempo a todos foge

E apenas se estica a quem pode andar

Mas é neste quarto, no escuro, na cama

Que eu me enfrento e olho p'ra mim

 

Aqui

A sós

Sem ti

Nem mim

 

Por isso não venhas querer desvendar

Aquela que sou, que penso e fui

Eu sou esta sombra que espera o sol

Dos dias que ficam com quem quer andar.

A sós

Sem mim

Nem ti

Aqui

 

Maria da Lua

Ventos Sábios - Ruth Collaço


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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