Empresa cobra aquecimento com mais de dois anos de atraso e avisa que ainda poderá cobrar mais:
Gfeller Treuhand envia em 2025 uma factura parcial do aquecimento consumido entre 2022 e 2023. Morador exige explicações. “Quem faz a contagem dos quilowatts? Quem assume responsabilidade?”
Uma cobrança de 478,50 francos, enviada pela empresa Gfeller Treuhand und Verwaltungs AG, caiu este mês nas caixas de correio dos inquilinos de um edifício residencial na cidade de Zurique. A factura refere-se ao aquecimento consumido entre Novembro de 2022 e Junho de 2023, ou seja, mais de dois anos e meio após o início do período facturado.
No próprio aviso de cobrança, a empresa informa que a factura está incompleta, e que faltam ainda custos de aquecimento, relativos aos meses de Novembro de 2022 a Fevereiro de 2023. Caso venha a receber essa parte em falta, a administração promete cobrar mais tarde, através de uma nova factura futura.
A situação revoltou os moradores. Um deles, em carta enviada à empresa, foi claro:
> “As despesas de consumo têm de ser facturadas e lançadas na data certa, para que possamos pagar nos meses correctos da facturação e para não haver confusões. Seja a contagem mensal, bimestral, semestral ou anual, tem de vir no tempo certo.”
Além disso, há uma pergunta objectiva e directa que ficou sem resposta clara:
> “Quem faz a contagem dos quilowatts do aquecimento?”
A Gfeller limitou-se a dizer que existe um contador por apartamento, mas não apresentou qualquer prova, valores, leituras ou documentação técnica. Quando questionada sobre os quilowatts, a resposta foi vaga. Quando questionada sobre a legitimidade da cobrança tão tardia, a empresa manteve o tom administrativo, recusando reconhecer qualquer erro ou irregularidade.
O morador em causa lembra que já apresentou várias reclamações sobre consumo elevado de electricidade, tanto à EKZ como à própria Gfeller, mas sempre foi reenviado de uma entidade para a outra:
> “Uma manda falar com a outra, e ninguém quer assumir responsabilidades. Estou a ficar chateado. Veio cá um técnico, mas eu sei o que foi feito. Tenho provas. No duche, por exemplo, nem borrachas de vedação colocaram, apenas afinaram as portas de vidro.”
Embora outros detalhes técnicos estejam a ser preparados em e-mails separados, o ponto central desta denúncia é este: ninguém explicou quem mede o aquecimento, como se calcula o consumo, e por que razão se cobra tão tarde.
E o mais grave: a factura enviada não é final. Pode ainda vir outra.
Pagamos hoje por um aquecimento de 2022. E nem sequer sabemos se é tudo.
autor: Amílcar Müler
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