Liberdade de estacionamento ou a multa
Nova Bülach é um recanto onde a vida se mistura em culturas diversas, um mosaico de famílias, visitantes e rostos que trazem consigo histórias e esperanças. Entre as localidades de Im-Guss e Glasi, ao lado da estação de Bülach, ergue-se uma comunidade viva, ainda jovem, mas rica em raízes e tradições.
Neste espaço, o quotidiano pulsa entre supermercados, jardins de infância, creches, cafés, bares, barber shop, lojas de bicicletas, escolas de condução, fotógrafos e estabelecimentos como o Repórter X, Wisli e Tartanium Alte Mann. Há lojas de roupa e de todo o tipo de mercadorias, onde se cruzam olhares e se partilham sorrisos. Contudo, este convívio alegre esbarra na dura realidade do estacionamento.
Os parques subterrâneos existentes são os mesmos das garagens, com acessos nem sempre evidentes para quem vem de fora. Os visitantes, sem conhecer o sistema, acabam por estacionar à superfície, muitas vezes em locais impróprios, e são surpreendidos por multas rápidas e impiedosas. O desconhecimento torna-se um fardo para quem apenas vem visitar familiares, amigos ou fazer compras.
A crítica maior recai sobre a administração do supermercado Coop, cuja rigidez e inflexibilidade contrasta com as necessidades da comunidade. Fechado ao domingo, o supermercado nega também o acesso ao estacionamento, mesmo para aqueles que o frequentam durante a semana. Quem dá lucro diariamente veria com justiça o direito a reservar espaços aos visitantes ao domingo, facilitando assim o convívio e a vida social.
Enquanto a Coop permanece fechada e indiferente, a comunidade deveria sentir-se chamada a castigá-la, escolhendo outros supermercados que saibam ouvir e servir o povo. A reflexão impõe-se: por que não abrir as portas e os parques aos domingos, mesmo que de forma limitada? Quem fecha as portas ao próximo, acaba por se isolar na sua própria prisão.
Liberdade de estacionamento ou a multa. A Coop poderia fazer parte da solução, oferecendo aos moradores e visitantes de Im-Guss e Glasi um acesso mais justo ao espaço de estacionamento que, ao domingo, permanece vazio. Seria um sinal de reconhecimento para com aqueles que, durante a semana, enchem os carrinhos e alimentam os lucros. Com um simples gesto, a Coop poderia transformar um lugar fechado numa praça aberta ao convívio, à família e à vizinhança.
Porque liberdade não se mede apenas pelo trânsito livre, mas pela capacidade de acolher quem chega, sem medo da multa, com lugar para ficar.
autor: Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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