O Almirante sem raízes, que quer ser dono da nação portuguesa:
O País aproxima-se destas presidenciais com o coração inquieto, e no centro deste turbilhão ergue-se o Almirante Gouveia e Melo, que milhares de portugueses consideram o candidato mais fraco de todos, o mais vazio, o mais distante das raízes que definem a alma nacional.
Nasceu em Moçambique, terra que nunca foi Portugal, apenas colónia sustentada por um império que já não tinha fôlego para se manter. Não nasceu em território português, não respirou o chão que molda o sentir da pátria, não traz no berço o pulsar antigo das aldeias, das serras e das cidades que fazem de um Presidente o guardião da identidade nacional. A lei pode ampará-lo, mas o simbolismo não o reconhece como filho da terra.
A sua imagem pública ficou marcada pelo período da Covid-19. Muitos portugueses não esquecem a sua presença firme na grande operação de vacinação, lado a lado com uma movimentação que envolveu estruturas e organizações que deixaram suspeitas e inquietações entre aqueles que sofreram, perderam e choraram. Houve quem o visse como parte de engrenagens opacas, sem compaixão visível, sem escuta, sem a humanidade que o povo esperava num tempo tão cruel.
E agora aparece como candidato, sem experiência política, sem conhecimento profundo do terreno democrático, sem a delicadeza necessária para unir um país fracturado. Para muitos, será uma mistura infeliz, um Cavaco sem profundidade e um Marcelo sem brilho, combinação desastrada que nem inspira, nem lidera, nem aponta caminho algum.
Quelhes, antigo pré-candidato que desistiu da corrida mas não da visão, vê no Almirante um símbolo de desajuste, um homem deslocado no papel que quer ocupar. Ele, e tantos milhares, acreditam que o País merece melhor do que uma figura dura, desencarnada, moldada pela farda e não pela alma portuguesa.
Estas presidenciais expõem um vazio. E no centro desse vazio está o Almirante, desenraizado, seco, incapaz de tocar o coração da nação. Portugal conhece-o, pesa-o e percebe que não é dele que surgirá a luz. Porque para ser Presidente não basta a legalidade, é preciso a alma. E essa, o Almirante nunca trouxe consigo.
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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