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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Entrevista a Paulo Alexandre de Carvalho Pisco, candidato a deputado à Assembleia da República portuguesa, pelo círculo da Europa.

Deputado Paulo Pisco

 

Entrevista a Paulo Alexandre de Carvalho Pisco, candidato a deputado à Assembleia da República portuguesa, pelo círculo da Europa.

 

Paulo Alexandre de Carvalho Pisco recandidatou-se a deputado à Assembleia da República portuguesa pelo círculo da Europa. Licenciado em Filosofia com Pós-Graduação em Estudos Europeus, pertence à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e à Comissão de Assuntos Europeus. Citamos Dr. Paulo que, ligado aos assuntos dos nossos emigrantes, afirmou “A relação com os portugueses e lusodescendentes que estão fora do país não é fácil, não apenas por causa da distância e dispersão, mas acima de tudo porque não os conhecemos suficientemente bem.”

 

Dr. Paulo Pisco, como deputado e como jornalista, sabe a realidade, qual o posicionamento e as propostas de resolução do grupo de candidatos do PS, face aos problemas que envolvem os emigrantes lusos, na diáspora. Estes e outros problemas têm tido relevo na revista Repórter X.

 

R.X.- O que nos pode dizer em relação a situações de litígio na guarda dos filhos, em resultado de divórcios conflituosos, que as entidades públicas dos países de acolhimento não conduzem de forma imparcial, resultando inúmeras vezes na retirada da guarda da mãe/ pai economicamente desfavorecidos?

 

PP.- Essa é uma realidade que existe muito na Suíça; infelizmente tenho ouvido muitos casos dessa natureza. É uma situação muito complexa, que deve ser acompanhada pelas autoridades portuguesas, mas que depende muito das leis próprias do estado suíço, e nesse sentido o que há a fazer é acompanhar e tentar perceber se há casos que possam requerer acompanhamento social por parte dos consulados, podendo as vítimas também pedir ajuda junto dos mesmos.

 

R.X.- E em relação a violência doméstica, cujos casos as autoridades locais conduzem de forma passiva, no que toca à protecção e consideração da mulher economicamente desfavorecida?

 

PP.-Infelizmente a violência doméstica é um flagelo, que atinge todas as nossas sociedades e os deputados do partido socialista têm procurado criar sensibilidades em relação a essas matérias; eu próprio já organizei duas iniciativas em Paris sobre a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e sobre a violência doméstica. A covid não permitiu que fosse dada continuidade a essas iniciativas do governo junto das comunidades portuguesas, no sentido de diminuir a realidade que é a violência doméstica. Juntamente com o secretário de estado das comunidades, José Luís Carneiro e também com a secretária de estado da igualdade, Catarina Marcelino, foram realizadas várias iniciativas.

 

R.X.- Conhece situações de desprotecção dos emigrantes, face a situações de sub-emprego e de desemprego duradouro, que conduz a situação de mendiguice e sem-abrigo?

 

PP.- Haverá situações que requerem a intervenção do Estado, mas não nos têm chegado muitos casos desse tipo. Há situações em que os portugueses procuram melhores condições e não conseguem encontrar, mas mais uma vez essas situações devem ser reportadas às nossas autoridades/ consulados, para que haja alguma intervenção. Relativamente aos portugueses que dormem nas estações de comboios, devem ser ajudados a ser repatriados, actuando nos seus direitos, uma vez que na Suíça não têm condições de vida.

 

R.X.- E sobre a desprotecção social face a acidentes de trabalho que resultam em incapacidade para o trabalho, e muitas vezes originam casos de falsidade dos factos revelados pelos serviços médicos junto das seguradoras, para impedir o assumir de indemnizações e compensações ao trabalhador acidentado?

 

PP.- Tive hoje conhecimento, pela primeira vez, de que havia essa atitude por parte das seguradoras; no entanto, comprometi-me com quem falei, a reportar a situação às autoridades suíças e políticas, e será um dos temas que acrescentei à lista de problemas a abordar em reuniões com as mesmas.

 

R.X.- Actualmente, existe uma falta de resposta dos serviços consulares e diplomáticos, no sentido de articular as queixas junto das autoridades governamentais, diplomáticas e administrativas dos países de acolhimento, para activar planos de emergência que tratem das necessidades imediatas dos compatriotas atingidos pelas infelicidades.

 

PP.- É importante que as autoridades portuguesas sejam informadas dos problemas associados, e tudo aquilo que é de Lei deve ser assumido pelas autoridades suíças.

 

R.X.- Como nos pode esclarecer quanto à falta de serviço administrativo nos consulados e embaixadas, que resolvam os problemas administrativos dos emigrantes em Portugal, para poderem tratar na diáspora dos assuntos e obrigações com os serviços do Estado português, nomeadamente Finanças, Ministério da Justiça e Serviços Municipais?

 

PP.- Os candidatos do PS pelo círculo eleitoral da Europa têm 10 pontos que resumem todas as nossas propostas e, portanto, essas propostas têm a ver com todos os assuntos relacionados com as comunidades portuguesas, nomeadamente deste assunto que referiu bem como movimentos associativos, participação de portugueses nas eleições e investidores na diáspora, questões culturais, fiscais e da segurança social.

 

Fátima recebe o Dr. Paulo Pisco no seu aniversário, que discursou aos presentes.

 

 

Recandidato; Assembleia da República portuguesa pelo círculo da Europa

 

R.X.- Todos estes pontos aqui ditos, foram comunicados aos Consulados de Portugal na Suíça, Embaixada de Portugal em Berna, Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Câmaras Municipais suíças, sem que houvesse qualquer feedback. Falei através de uma chamada telefónica, para o Gabinete da Dra. Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas e levei a cabo reuniões com o Sindicato Unia e o Consulado de Zurique. Existem muitas perguntas sem resposta!

 

 

 

A Revista Repórter X tem feito um trabalho digno de informação sobre casos sociais e económicos graves na emigração, como discriminação, abuso de poder, racismo, corrupção, mentira, fome, desespero, endividamento, falta de socialização, vergonha, suicídio, ida embora para Portugal sem nada, depois de pagar impostos uma vida inteira. Isto só acontece porque a Suíça não lhes pagou os seus direitos e o Governo Português nada fez para ajudar em casos burocráticos, e que apenas faz valer o jogo de interesses do Acordo Bilateral ou do acordo de Xangai, para extorquirem o valor em impostos triplicadamente cobrados; questionamo-nos onde está o respeito humano para com a emigração?

 

PP.- Certamente, existem situações em que é necessário o Estado intervir, e quando o Estado tiver conhecimento das mesmas; tenho a certeza que o Estado irá reagir e tem todo o interesse em resolver todo o tipo de questões, como já aconteceu com questões fiscais, em que o governo se deslocou à Suíça para resolver. Sou deputado desde 2009, e nunca me esqueci dos nossos compatriotas espalhados por toda a Europa. Procuro sempre ir ao encontro deles e conhecer as suas necessidades e expectativas.

 

R.X.- A votação nos Consulados deixou de funcionar bem, porque obrigam o eleitorado a inscrever-se para votar e penso que poucos o fazem!

 

PP.- Essa afirmação não é precisa, pois há diferentes meios de votação para as diferentes eleições. Para a Assembleia da República vota-se por correio e para a Presidência da República as pessoas têm que se deslocar. Para serem eleitores, têm que se inscrever no recenseamento eleitoral.

 

R.X.- Sei que o Dr. Paulo Pisco defende o voto electrónico; no entanto defende que esse voto electrónico deve ser para as Presidenciais e Legislativas, mas penso que também devia ser para as Autárquicas, pois o nosso apego à terra Natal é tão importante ou mais que o país e eu, como cidadão e como Candidato por um Partido à Assembleia Municipal da Póvoa de Lanhoso, fui impedido de votar lá, porque estou inscrito em Zurique e fui impedido aqui na Suíça, porque não há o voto electrónico!

 

P.P.- A única vez que foi realizada uma votação electrónica para as Autárquicas foi em Espanha, e esse acto foi imediatamente abandonado, por ser algo problemático. O voto nas autárquicas é por si só um voto de proximidade e grande parte das freguesias tem a maioria dos seus conterrâneos a residir no estrangeiro. Quanto ao voto electrónico será feita uma experiência para o Conselho das Comunidades, e se correr bem pode ser utilizado na votação dos emigrantes para a Assembleia da República.

 

As questões foram feitas pelo:

 

Sociólogo político, revisor:

Dr. José Macedo de Barros

Director/ Chefe de Administração:

Ângela Tinoco

Presidente:

Quelhas, João Carlos Veloso Gonçalves

 

 


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