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sábado, 1 de janeiro de 2022

Vidas descambadas – nº 4


Vidas descambadas – nº 4

 

No quarto episódio desta crónica que relata problemas graves, que portugueses na Suíça atravessam, acusando grandes instituições, como por exemplo, sistemas de saúde e seguradoras, de corrupção, tivemos um debate, onde foram discutidas opiniões. Estiveram presentes alguns lesados, que já habitualmente participam, bem como Ana Maria Pica, representante do sindicato UNIA de Luzern e do PS de Zürich, e Vítor Alves Gomes, desde Bruxelas, Concelheiro Nacional do PSD pela Emigração na Europa e foi 1° Suplente do Deputado, Carlos Gonçalves, do PSD pelo Círculo da Europa na Assembleia da República. A presença destes dois membros, teve como objectivo dar-lhes a conhecer esta dura realidade, para que possam unir esforços e solucionar questões. Toda a divulgação feita, quer por membros, quer por meios de comunicação social, tem surtido efeito, e este assunto foi levado, além de canais suíços com grande impacto, também ao consulado geral de Portugal em Zürich. Realizou-se uma reunião com o Dr. Paulo Maia e Silva, e o Dr. João Castro, que por sua vez receberam amavelmente João Quelhas representante máximo da Revista Repórter X e Rui Fialho. Ambos ficaram estupefactos com o cronograma gravíssimo que recai sobre estes emigrantes acidentados, que se sentem lesados e desamparados pela justiça e pela saúde.

 

O objectivo destes emigrantes, que infelizmente cresce todos os dias, mas felizmente esse crescimento torna estas pessoas cada vez mais fortes e coesos, e com capacidade de fazer com que os lutadores levem o seu objectivo a bom porto, que é, ver os seus direitos reconhecidos. Estão dispostos a fazer tudo o que se verificar necessário, para conseguir fazer justiça por todos, e por consequência, talvez, conseguir mudar o sistema corrupto que afecta tantos portugueses, e tantos emigrantes de outras nacionalidades, e o futuro da área da saúde se revele mais risonho.

Alexandre, uma das vítimas desta situação, esteve presente nesta conferencia, e expôs a sua questão directamente a Ana Maria Pica, uma vez que esta trabalha no sindicato UNIA, pois, este lesado, sindicalizado nesta instituição, contava há mais de um ano com a ajuda de uma jurista desta mesma entidade, e após esse período à espera de uma resposta, foi informado pela própria, que o seu ordenado não permitia que seguisse para tribunal. Segundo esta jurista, depois de ter consultado a sua hierarquia superior, constataram que o vencimento anual do lesado, não permite que este seja defendido pela justiça, indo contra a sua seguradora. Segundo Alexandre, vários membros do grupo vidas destroçadas também sindicalizados na UNIA, estão a passar pela mesma situação. Ana Maria Pica esclareceu Alexandre quanto a essa situação, e informou, que o valor anual não interfere com o apoio jurídico. O único facto que anula o direito ao apoio jurídico, é se a data de sindicalização é anterior ou posterior ao acidente e também, se a área de actuação tem ou não um contrato colectivo de trabalho. Para as áreas sem contrato colectivo de trabalho, como é o caso da agricultura, onde Alexandre trabalhava, não qualquer tipo de direito, perante as leis suíças. Alexandre também referiu que mesmo assim, tem outros colegas de diferentes áreas, em que as tabelas são as mesmas e também alegam não ter direitos, ao que Ana respondeu que nesses casos há deturpação de informação. No entanto, afirma que este lesado tem direitos, apenas é preciso apurar o que tem que ser feito. Ana mostrou-se disponível para receber Alexandre, de forma a conhecer o seu processo, e poder ajuda-lo. (esta questão que foi muito falada, quer pelos injustiçados, quer pelo Sindicato Unia e pela opinião pública, vai ter direito a reunião levada a cabo pelo Quelhas, representante da Revista Repórter X, que convidou novamente Rui Fialho, com a visada Ana Maria Pica do Sindicato de Luzern e Dra. Marília Mendes do Sindicato de Berna, juntando também o Cônsul, Sr. Dr. Paulo Maia e Silva, que pediu para participar em conversa com as representantes daquele Sindicato, preocupado com os portugueses da Suíça, depois da reunião no consulado com o Quelhas e Rui Fialho e à posterior com membros do Grupo Vidas Destroçadas.

Alexandre questionou ainda Ana Pica e a posição da UNIA relativamente aos emigrantes, que se intitula de maior grupo de apoio dos direitos dos mesmos, mas estes continuam a sentir-se desamparados pela mesma.

Ana Maria Pica, afirma que, em muitos dos casos, as seguradoras descartam responsabilidades, pois aparecem formulários direcionadas à mesma mal preenchidos. Esse mau preenchimento acontece, pois muitas vezes, os relatórios médicos são deturpados. De qualquer forma, afirma ainda que qualquer relatório médico que afirme que há um problema que impede um lesado de trabalhar, não há qualquer lei que se sobreponha a isso, mas estes lesados, por sua vez, afirmam que nenhum médico se opõe a um advogado.

Vitor Alves Gomes, esteve presente, pois tem interesse em ajudar os portugueses e as comunidades a resolver as suas questões sociais. A Suíça, é um dos países que menos conhece, e dessa forma é de seu interesse conhecer estas situações, das quais, até aqui, não tinha conhecimento. Como emigrante, Vítor, sente-se privilegiado por ser filho de pais emigrantes, mas reconhece as dificuldades a que muitos portugueses estão sujeitos.

 

Este Concelheiro Nacional do PSD pela Emigração na Europa, após conhecer as dificuldades, Poderá ter um papel importante, sendo intermediário dos lesados perante as forças políticas e de governo, para que sejam ajudados, fazendo chegar até eles o ponto grave da situação... Como conselheiro, aconselha, não tem poder executivo, mas acredita na justiça e no bom trabalho dos consulados e embaixada e do governo. Passando estas informações para os órgãos do governo, espera uma resolução dos problemas. Também acredita que a Dra. Ana Maria Pica irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para os ajudar. (Lembramos que Victor Gomes, na caída do Deputado Carlos Gonçalves, passa a candidato pelo Círculo da Europa na Assembleia da República, nestas eleições Legislativas de 30 de Janeiro 2022)!

 

João Quelhas, enviou cerca de 100 e-mails para consulados e responsáveis políticos, Câmaras Municipais da Suíça, dos quais não obteve resposta. Apenas teve resposta por telefone e E-mail do gabinete da Dra. Berta Nunes, secretária de estado das comunidades portuguesas.

Rui Fialho, afirma que se sente vítima de corrupção, e no país dos direitos humanos, vê situações desumanas acontecerem a nível da saúde, da política, dos sindicatos, das seguradoras e todas as áreas que envolvem a questão em que se encontra inserido. A sua emigração para terras helvéticas não teria acontecido, se soubesse o que sabe hoje.

Rui Fialho, tem uma resposta antiga de uma assessora do presidente da república, que na altura afirmava que os seus problemas ultrapassavam as capacidades do presidente. Nesta fase, Rui apenas pede a Vítor Alves Gomes que faça chegar esta situação a todos quantos lhe seja possível, pois a falta de união dos portugueses, também é um entrave na resolução de muitos problemas.

A Revista Repórter X também irá continuar ao lado dos lesados, hoje tem contacto com 4 grupos, que irá ser parcial com todos e será também apoio de outros grupos de portugueses na Suíça que queiram ser ajudados. O trabalho junto dos responsáveis continuará a ser feito com a mesma dedicação, para que em breve possamos noticiar bons desenvolvimentos nesta área, que, com certeza, serão uma vitória para todos os emigrantes.

 

Temos falado na situação de muitos ex. emigrantes terem enganado no passado o sistema de saúde suíça, conseguindo reformas ou pensões chorudas no qual muitos em Portugal ficaram sem elas pelo motivo de as autoridades suíças terem investigado situações de ex. emigrantes inaptos para o trabalho, serem encontrados a trabalhar na sua terra Natal. A isto queremos dizer que à conta de uns, agora paga o pecador, que realmente precisa e não consegue facilmente a pensão de invalidez, uma vez que muitos a levaram por manhosice, hoje apelam ao acidentado um trabalho adaptado até 30 ou 40 % para sobrevivência, para não lhes pagar o direito á invalidez, que por certo muitos mereciam, enquanto outros no passado levaram essa invalidez por uma pequena coisa, que não os impedia de trabalhar no mesmo ramo de sempre. Temos também tido queixas de alguns que se dizem lesados do sistema e que infiltrados estão a tentar a sua sorte como a sorte de alguns no passado, aqueles que foram dados como inválidos e ao cortarem-lhes a Pensão voltaram á Suíça. Pergunto, onde está a invalidez destes habilidosos!? Hoje muitos passam dificuldades, porque o sistema de saúde suíço apertou e vale tudo para recusar direitos, deitando a culpa uns aos outros, entre a IV, SUVA, outras seguradoras, médicos, advogados, etc… para não falar de quem preenche mal a papelada no serviço de socorros e saúde, desde o acidente ao internamento e à posteriori os papeis burocráticos e respostas a cartas na linguagem suíça proveniente de cada Cantão pelos chamados chicos- experts que tem agências e são malformados na área.

 

Patrícia Antunes

Dr. Barros, Sociólogo

 

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