Nazaré
Recentemente,
ao fazer o meu percurso de férias, passando pela bonita zona balnear da Nazaré,
deparei-me com duas senhoras, de seus nomes Noémia Borda de Água e sua amiga
Maria Rosa.
“A
Nazaré é uma vila portuguesa, do distrito de Leiria, sede do município homónimo
e com cerca de 10 300 habitantes. Situa-se na antiga província da Estremadura e
integra a Comunidade Intermunicipal do Oeste e a região do Centro.”
Estavam
sentadas na rua com duas placas nas suas mãos que diziam “Alugam-se casas e
quartos”, enquanto Dona Noémia, a senhora mais comunicativa, cantava uns
lindos fados com sua brilhante voz (que nos tempos de sua mocidade, se
alguém da área a encontrasse, de certeza que a contratariam). Então,
sentei-me ao pé delas e “puxei paleio”, porque logo senti que seria
interessante uns momentos de prosa com tais simpáticas senhoras. Assim que me
sentei, puxei do telemóvel e pus a gravar a maravilhosa conversa, para que não
perdesse nenhum pormenor interessante. No desenrolar da mesma procurei saber um
pouco mais sobre a história cultural desta terra, questionando a Dona Noémia.
Perguntei:
-
Como era há uns anos atrás a vida do mar?
-
Era de pobreza, daquela que se queria comer e não havia, era uma sardinha para
três pessoas e quando era.
-
O que vai no coração das mulheres e famílias dos pescadores?
-
É uma vida negra e amarga de uma enorme ansiedade e com medo que não regressem.
-
Quanto tempo ficavam no mar?
-
Há pesca todos os dias, como também existia a pesca ao bacalhau, que durava
seis meses lá para a Noruega, em que estes ficavam longe de tudo e de todos.
-
Além do mar quais são os outros meios de subsistência da vossa terra?
-
Além da pesca, é o turismo e o comércio; são os três meios principais.
-
Ouvi dizer que houve um marco histórico muito importante da política para a
Nazaré, o qual veio ajudar no desenvolvimento da vossa terra; é verdade,
querem-me falar sobre isso?
-
Sim. Se não fosse o antigo Presidente da República, o Sr. Mário Soares (naquela
altura), que resolveu construir um porto de abrigo, para melhorar a
segurança de muita gente. Foi motivo para a Nazaré ter um futuro melhor, mais
seguro, mais tranquilo e com mais qualidade de vida.
Assim,
numa conversa curta e objectiva; e assim terminamos a nossa conversa com a Dona
Noémia e sua amiga Maria Rosa. Foi gratificante este encontro com pessoas tão
simples, que o que têm no coração, têm na boca e como complemento o seu sorriso
contagiante. Como costumo dizer, “um sorriso multiplica milhões de sorrisos
bem como nos seus olhos aguacentos de um passado amargo, mas com o espírito de
luta e guerreirismo”. No final, para nos deliciar, Dona Noémia
presenteou-nos com mais um fado intitulado “O Xaile de minha mãe”.
“O
topónimo "Nazaré" está intrinsecamente ligado à Lenda de Nossa
Senhora da Nazaré.
Ao
longo do século XX, a Nazaré evoluiu progressivamente de uma vila piscatória
para uma vila dedicada ao turismo, tendo sido um dos primeiros pontos de
interesse turístico internacional em Portugal. A indústria do turismo é hoje
uma das principais empregadoras da vila.
Faz
parte da tradição nazarena o uso de sete saias pelas suas mulheres. A
explicação não é consensual, mas está intimamente ligada à faina; as nazarenas
tinham o hábito de esperar os maridos e filhos, da volta da pesca, na praia,
sentadas no areal, passando aí horas em vigília. Usavam as várias saias para se
cobrirem, as de cima para proteger a cabeça e ombros da maresia e as restantes
para tapar as pernas.
As
sete saias das mulheres e a camisa de flanela e barrete preto dos homens
atraíram, durante os anos 50 e 60, do século passado, nomes como Lino António,
Jorge Barradas, Stanley Kubrick ou Cartier-Bresson, que documentaram, em
pintura e fotografia, o dia-a-dia do povo nazareno.
É
hoje impossível falar da Nazaré, sem referir o recorde mundial da maior onda já
surfada, de 30 metros, estabelecido por Garrett McNamara, na Praia do Norte, em
Novembro de 2011.
Devido
à projecção mundial que têm as ondas gigantes da Nazaré, a vila tornou-se na
anfitriã dos maiores campeonatos internacionais de surf e recebe muitos
desportistas dessa modalidade, assim como milhares de curiosos e de turistas
que vêm apreciar as suas corajosas demonstrações.”
Fernando
Leão
Representante
Repórter X em França
Sem comentários:
Enviar um comentário