Póvoa de Lanhoso quer vincar a importância do 25 de Abril
O ano de 2024 ficará marcado, na Póvoa de Lanhoso, pelas comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril.
As Comissões Executiva e de Honra, constituídas para o efeito, participaram na elaboração de um programa de dimensão concelhia, que visa envolver as diferentes instituições e agentes locais e atingir todos os públicos, em que as pessoas mais jovens terão uma importância acrescida.
Durante todo o ano, para além das iniciativas institucionais, haverá ainda momentos de partilha de testemunhos, exposições, teatro, música, cinema, inaugurações, desporto, debates e um colóquio de autarcas, entre outras propostas.
O programa, que decorre até dezembro de 2024, procura maximizar o envolvimento da comunidade nas atividades, através das diversas instituições concelhias (escolas, associações e grupos, sociais ou culturais e recreativas ou desportivos).
Pretende-se que tenha impacto nos jovens e promova ações intergeracionais, pois o trabalho da educação junto dos jovens é certamente o melhor contributo para uma apreensão e interiorização de valores e princípios. A sustentação em testemunhos e vivências, ainda possíveis na primeira pessoa, de cidadãos/ãs comuns, das suas e nossas comunidades, poderão constituir memórias marcantes da história das pessoas concidadãs.
“Queremos deixar vincada a importância que teve para a Póvoa de Lanhoso e para o nosso país, o 25 de Abril”, referiu Frederico Castro, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e presidente da Comissão Executiva das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Amândio Basto de Oliveira, Presidente da Comissão de Honra destas Comemorações e figura povoense reconhecida pelos seus percursos profissional e político exemplares, também partilhou, no momento da apresentação do programa, que decorreu em Janeiro passado, a sua satisfação por fazer parte “das Bodas de Ouro do 25 de Abril, desta data histórica que marcou irreversivelmente a vida de todos os/as povoenses”.
O Município quer envolver e comprometer toda a comunidade com esta data histórica, e para os próximos dias de Abril, são lançadas iniciativas que chamam todos os/as povoenses, desde os/as mais jovens e que apenas “ouviram dizer” até aos/às que viveram esses dias e sentiram o medo na pele, a dizer “presente”.
As Comemorações arrancaram em Janeiro
O Programa das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril cumpre-se desde Janeiro e vai prolongar-se até ao final do ano. Desde o primeiro domingo de 2024 que começaram a ser partilhadas nas redes sociais do Município imagens de memórias povoenses. Até ao final do ano serão publicadas, semanalmente, imagens relativas a cada ano, de um evento ou iniciativa marcante do mesmo, assinalando assim o percurso do concelho, em diferentes dimensões, nestes 50 anos da Revolução dos Cravos.
A decorrer está já também a recolha dos testemunhos de povoenses que tenham “Memórias de Abril” que queiram partilhar, quer para a preparação de um vídeo final, quer para memória futura das gerações vindouras. Esta ação está a ser dinamizada com a colaboração das Juntas e Uniões de Freguesia e as gravações já estão no terreno desde Fevereiro.
O mês de Março ficou profundamente marcado para todos/as com as Festas de S. José de grande nível, e, em grande parte, também, porque do programa delas fez parte o Cortejo Histórico “Abril: Passado, Presente e Futuro”, com a participação da quase totalidade das Juntas e Uniões de Freguesia. Os 21 carros alegóricos contaram e retrataram momentos que tiveram na Revolução dos Cravos a mais alta inspiração, tendo sido mais de 600 os/as figurantes envolvidos nesta iniciativa.
A concentração de motas anteriores a 1974, que também integrava o programa das Festas de S. José foi uma grande atração para amantes e curiosos que tiveram oportunidade de admirar os inúmeros exemplares de diferentes marcas e modelos que participaram.
Abril
Sendo Abril o mês, por excelência, das comemorações, não tivesse a “madrugada mais esperada” acontecido a 25, há uma maior concentração de dinâmicas. Envolvendo a comunidade escolar, são várias as atividades preparadas para “ensinar o significado do 25 de Abril” aos/às mais pequenas e aos/às mais jovens, iniciativas essas que partem dos Agrupamentos de Escolas do Concelho e da EPAVE.
Foi o caso do concerto “Cantar Abril: Ontem, Hoje e Sempre” apresentado pelo Grupo Primo Convexo que decorreu no Cine-fórum dos Salão dos Bombeiros Voluntários na passada sexta-feira, 12 de Abril. Tratou-se de uma verdadeira viagem ao reportório do singular “Zeca Afonso”, orientado pelo sentimento de que a música não tem Pátria!
Por seu lado, o Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio dinamiza a iniciativa “Ler a Liberdade”, no dia 18, que conta com a participação de todos/as os/as alunos/as dos estabelecimentos de ensino que dele fazem parte, que são cerca de 1500. Depois de se concentrarem no Parque do Pontido pelas 11h00 vão desfilar em direção ao Monumento do Foral e daí para a Praça Eng.º Armando Rodrigues, onde serão lidos textos e cantadas canções de Abril. Dentro desta iniciativa realizar-se-ão, em cada escola, nos dias 22, 23 e 24 de Abril a dinâmica “Liberdades” preparada no âmbito do Domínio de Autonomia Curricular.
As manifestações culturais foram sempre o expoente máximo da exteriorização de sentimentos, de felicidade, de sofrimento, de revolta, de angústia… Querendo proporcionar também momentos de união e de partilha, algumas propostas apelam às memórias intimistas, como é o caso de “Abril ao Piano” em CandleLight, no dia 20 de Abril, pelas 21h45. Será o palco do Theatro Club que vai receber este concerto intimista da povoense Patrícia Ferreira, cujo repertório se irá limitar a temas alusivos ao 25 de Abril.
Nesse mesmo dia, mas pelas 17h, no Castelo de Lanhoso, será apresentado o Livro “O Pio do Mocho”, de António Assunção.
Para o dia 22, pelas 16 horas, está marcada a inauguração da exposição “O Livro Proibido”, na Casa do Livro, que ficará patente até 31 de Maio.
“Aqui onde o Mar acaba e a Terra começa” é o tema do concerto em que “Zeca canta Zeca”, pelas 21h30 de 24 de Abril, na Praça Eng.º Armando Rodrigues.
O dia 25 de Abril é o dia maior de Festa, mas é também o dia de todas as formalidades, com o Hastear da Bandeira, a Sessão Solene e a Largada de Pombos durante a manhã; para o período da tarde está marcada a inauguração da Recriação do Monumento ao 25 de Abril, a abertura da Exposição no Theatro Club “Confidências do Estado Novo” e a iniciativa “Aromas de Abril”, na Praça Eng.º Armando Rodrigues. Este evento, cultural e artístico, é aberto à livre participação da comunidade e promete enriquecer o programa com momentos inspiradores e marcantes. A exposição “O Dia 25 de Abril”, de Alfredo Cunha, nos Claustros dos Paços do Concelho, será o último momento do dia.
No dia 26 de Abril, sexta-feira, será lançada a 1.ª pedra do Jardim do Mural que será criado na Avenida da República em homenagem ao cinquentenário da Democracia e serão dinamizadas as iniciativas “Manifesta-te” e “Flor de Abril”, pela comunidade educativa da EPAVE.
O espetáculo de teatro “Animais”, terá lugar no dia 27 de Abril, às 21h45, encenado pelo jovem povoense Bruno Laborinho, promete deliciar os amantes do teatro. É um espetáculo criado a partir da obra “A Quinta dos Animais” de George Orwell, publicada em 1945, que transporta para a atualidade a sua mensagem.
As manifestações desportivas são também parte destas comemorações, retomando-se a realização da Milha da Liberdade, agendada para o dia 28 de Abril. A partida será do Espaço Jovem, envolvendo a comunidade escolar com uma participação massiva de alunos/as dos estabelecimentos de ensino do concelho.
Em finais de Abril, será lançado um concurso de fotografia com o título “Olhares da Liberdade” cuja organização está cargo do Espaço Jovem, apelando à massa criativa e ao olhar crítico dos/das nossos/as Jovens. Será uma oportunidade criada para aproximar a juventude povoense da realidade presente, concretizando uma estratégia de dinâmica e participação, incidindo na consciencialização de são eles e elas que têm a decisão do futuro nas suas mãos.
O mês de Abril termina, mas, no entanto, as comemorações continuam nos meses seguintes com novas iniciativas, destacando-se as Assembleias Municipais Jovens, o Festival de Bandas Filarmónicas, o Acampamento Jovem e o Colóquio de Autarcas, entre muitas outras, até à sessão de encerramento, marcada para 7 de Dezembro.
As artes que, tantas vezes, durante 50 anos, constituíram e assumiram a única forma de contestação à repressão que oprimia toda a sociedade, serão o mote transversal ao Programa destas comemorações que se querem abrangentes e participadas por todos/as os/as povoenses.
Melhores cumprimentos,
Cláudia Oliveira da Silva