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sexta-feira, 11 de julho de 2025

ARBEIT, KEINE ALMOSEN — Lebe immer mit WÜRDE - das grausame Labyrinth der helvetischen Institutionen

ARBEIT, KEINE ALMOSEN — Lebe immer mit WÜRDE

Revista Repórter X
Von Quelhas

Im Herzen eines der reichsten Länder Europas kämpft ein portugiesischer Arbeiter mit dem grausamen Labyrinth der helvetischen Institutionen. In seinem Körper trägt er die Narbe einer Nierentransplantation, in seiner Seele die Kraft eines Mannes, der der Arbeit niemals den Rücken gekehrt hat.

Heute arbeitet er temporär in einer Druckerei – einer Umgebung, die hart, anstrengend und physisch unvereinbar mit seinem Gesundheitszustand ist. Einige Monate arbeitet er, in anderen bleibt er gezwungen zu Hause, weil es keine Arbeit gibt. In dieser Zeit überlebt er mit Unterstützung des RAV, bei dem er offiziell angemeldet ist, um bei Arbeitslosigkeit Anspruch auf Arbeitslosenentschädigung zu haben.

Jetzt bleiben ihm nur noch wenige Tage, bis diese Unterstützung endet.

Man sagt ihm, seine Ansprüche seien erschöpft. Obwohl er die zwei Jahre Bezugsdauer noch nicht erreicht hat, behauptet man, die monatlichen Zahlungen seien „höher“ gewesen, weshalb der Anspruch früher endete. Doch man ignoriert, dass er in dieser Zeit mehrere Monate gearbeitet hat – mit ordentlichen Beiträgen, die sein Arbeitgeber in die Versicherung einbezahlt hat. Diese Beiträge müssten nach logischer Gerechtigkeit und geltendem Recht die Anspruchsdauer verlängern.

Es handelt sich nicht um jemanden, der seine Arbeit verloren hat. Es geht um jemanden, der sich stets bemüht hat, im Berufsleben zu bleiben – selbst unter prekären Bedingungen und gesundheitlichen Risiken. Sein Ziel ist klar und ehrenhaft: Die temporäre Tätigkeit in der Druckerei, die er respektiert, aber gesundheitlich nicht mehr erträgt, hinter sich zu lassen, um eine angepasste Arbeit mit einem Pensum zwischen 50 % und 100 % zu finden, wo er weiterhin täglich, aufrichtig und nützlich beitragen kann.

Doch das Schweizer System reagiert kalt. In der Stiftung Wisli sieht er eine mögliche Arbeitsstelle, die seiner Gesundheit entspricht. Doch um dort arbeiten zu dürfen, müsse er angeblich IV (Invalidenversicherung) beziehen – auch wenn er willens und fähig ist zu arbeiten. Für jegliche Unterstützung verweist man ihn auf die Sozialhilfe. Ein institutionelles Netz, das statt Türen zu öffnen, in die Ausgrenzung und das Stigma der Nutzlosigkeit führt.

Aber er will keine IV.
Keine Sozialhilfe.
Kein RAV mehr.
Er will nur eine menschenwürdige Arbeit, die seiner körperlichen Verfassung gerecht wird.

Er will eine Zukunft, keinen Zuschuss.

Die Revista Repórter X prangert mit Nachdruck die Missachtung legitimer Beitragsleistungen dieses Arbeiters an das System an. Sie klagt die Absurdität an, jemanden in die Frühinvalide zu drängen, der noch arbeiten kann, will und muss.

Wir fordern von den kantonalen und eidgenössischen Behörden, vom RAV Bülach, von der UNIA, vom SECO und von der Stiftung Wisli eine transparente, gerechte und menschliche Antwort.

Denn ein System, das jene verachtet, die arbeiten wollen, ist kein System des Fortschritts, sondern ein Instrument der Kontrolle und Ausgrenzung.

Der Fall von Mário do Carmo ist kein Einzelfall.
Doch er ist ein Beispiel. Ein Symbol. Ein Aufschrei.
Und er wird nicht schweigen.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

É preciso mudar para melhor: Segurança Social mantém sistema confuso e pouco acessível

É preciso mudar para melhor: Segurança Social mantém sistema confuso e pouco acessível


Revista Repórter X · Julho de 2025


A edição de Julho da Newsletter Cidadãos da Segurança Social Portuguesa foi enviada esta semana aos subscritores, sob o título genérico de Newsletter #21. Contudo, o conteúdo, embora informativo, esbarra mais uma vez no maior obstáculo que os cidadãos enfrentam: um sistema labiríntico, cheio de termos técnicos, funcionalidades dispersas e plataformas que mais confundem do que ajudam.

O boletim, enviado no dia 10 de Julho, resume algumas novidades, mas falha na clareza, na utilidade directa e na adaptação à realidade de muitos utentes, sobretudo os mais idosos, os emigrantes, e todos os que não têm literacia digital.

A Revista Repórter X insiste: não basta enviar newsletters, é preciso simplificar o acesso à informação, garantir respostas claras, personalizadas, e criar um sistema onde o cidadão não se perca.

A verdade é esta: a segurança social deveria ser uma ponte, não um muro.

📬 Recebeste o boletim e não entendeste? Não estás só.
📢 Envia-nos o teu testemunho. A tua voz importa.

O futuro começa quando a burocracia deixa de ser um labirinto.

autor: quelhas
Revista Repórter X


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Youtube: Revista Repórter X — Julho em revista

Youtube: Revista Repórter X — Julho em revista


Julho passou como um trovão de consciência, e com ele chegou mais um capítulo do nosso caminho partilhado.

No canal Revista Repórter X Editora Schweiz, 20 novos vídeos ganharam voz, memória e verdade.
A tempestade que desabou subitamente — "De repente desabou uma tempestade de vento e chuva Nr.° 2" — foi o mais visto. Nada por acaso. O mundo escuta quando a denúncia é feita com coragem.

16 novos subscritores juntaram-se à nossa travessia.
3.227 visualizações.
4.037 minutos de atenção viva.
375 visualizações em Shorts, 9 gostos, 4 partilhas.

Passo a passo, vamos fazendo da verdade um eco mais difícil de calar.

🎬 Assista, partilhe, subscreva: [link do canal Livro: Sobradelo da Goma, uma terra esquecida no tempo que o tempo ainda lembra na RTP autor Quelhas]

🌐 Acompanhe também os nossos artigos e investigações em https://revistareporterx.com

Juntos, com palavras como lanças e olhos bem abertos, faremos da imprensa aquilo que sempre foi:
o grito dos que não têm microfone, a memória dos esquecidos, o incómodo dos instalados.

autor: quelhas
Revista Repórter X


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 10 de julho de 2025

À atenção da Segurança Social – Unidade de Processamento de Prestações com Acordos Internacionais Instituto da Segurança Social, I.P. – Centro Nacional de Pensões

À atenção da 
Segurança Social – Unidade de Processamento de Prestações com Acordos Internacionais 
Instituto da Segurança Social, I.P. – Centro Nacional de Pensões - Lisboa, Portugal e os demais aqui citados nos e-mails

Assunto: Reclamação formal e exigência de rectificação da pensão de velhice atribuída à cidadã portuguesa 

Exmos. Senhores, 

Serve a presente para apresentar reclamação formal relativa ao processo de cálculo da pensão de velhice atribuída à cidadã supra-identificada, emigrada na Confederação Suíça desde 2008, e com carreira contributiva iniciada em Portugal no ano de 1984. 

Em resposta anterior, datada de 2024, V. Exas. comunicaram que a pensão portuguesa atribuída tem por base o registo de descontos desde 1987, ignorando injustamente os anos de descontos efectuados entre 1984 e 1987, anos esses durante os quais a referida cidadã se encontrava activa em território nacional, exercendo funções como empregada doméstica e assistente em consultório dentário. 

Cumpre esclarecer que os descontos para a Segurança Social foram entregues directamente pela própria, valores entregues pelos empregadores numa filial da Segurança Social localizada na Póvoa de Lanhoso, sendo os mesmos realizados em nome da esposa do empregador, prática comum à época, tolerada e até incentivada por falta de regulamentação rigorosa. 

Mais se acrescenta que nos anos em causa — 1984 a 1987 — os serviços da Segurança Social, sobretudo no distrito de Braga, recorriam a utentes do Fundo de Desemprego para preencher lacunas de pessoal nos próprios serviços administrativos, o que deu origem a inúmeros erros, registos falhos, duplicações e omissões, cujas consequências ainda hoje afectam negativamente os legítimos direitos dos cidadãos. 

É, por isso, inaceitável que a responsabilidade pelos registos ausentes seja agora imputada à cidadã, sugerindo-se que esta — 40 anos depois, emigrada na Suíça, e perante o encerramento da firma e o desaparecimento da documentação — apresente comprovativos dos descontos realizados. Tal exigência é juridicamente absurda e humanamente revoltante, pois pune o contribuinte pelas falhas do Estado. 

Assim sendo, exigimos, com carácter de urgência, que: 

  1. Se proceda à revisão completa da carreira contributiva da cidadã, incluindo os anos de 1984, 1985, 1986 e 1987, e depois até ao ano 2007, com cruzamento de dados arquivados nas filiais da Segurança Social de Braga e da Póvoa de Lanhoso. 

  1. Se reconheça formalmente o direito ao complemento social por carreira contributiva superior a 20 anos, como previsto na lei portuguesa, mesmo após o cômputo da pensão atribuída pela Suíça, a qual se encontra em litígio judicial, por também ter omitido tempo de descontos efectuados enquanto inscrita na SUVA. 

  1. Se determine a abertura de um inquérito interno ao funcionamento dos registos da Segurança Social da Póvoa de Lanhoso nos anos de 1984 a 1987, e se apurem responsabilidades pelos erros sistemáticos cometidos à data. 

  1. Se corrija de imediato o valor da pensão portuguesa, actualmente fixado em 122,99€, montante manifestamente ofensivo para quem descontou uma vida inteira, primeiro em Portugal (23 anos), e depois na Suíça (17 anos), perfazendo quase 40 anos de contribuição activa. 

Caso esta situação não seja devidamente corrigida, reserva-se a signatária, por meu intermédio enquanto mandatário, o direito de acionar os meios legais e judiciais contra o Instituto da Segurança Social e contra o Governo da República Portuguesa, por omissão, má-fé administrativa e atentado aos direitos adquiridos de uma trabalhadora emigrante. 

Mais se informa que o presente caso foi comunicado ao grupo parlamentar CHEGA, estando igualmente a ser preparado dossier de denúncia pública para organismos internacionais de defesa dos direitos dos emigrantes. 

Na expectativa de resposta célere e resolução efectiva, 

Com toda a seriedade, 

autor: Quelhas 
Mandatário da cidadã em causa
Revista Repórter X 


ANEXO:

A Segurança Social e o silêncio que rouba os pensionistas: 

Entendemos bem a vossa carta e vimos rectificar as falhas. Na primeira página (de 19 de Junho de 2025), o ponto a) explica que: 

"Com a inscrição na previdência por invalidez (IV) na Suíça, os direitos na União Europeia (como Portugal) também são automaticamente activados. A agência IV suíça é responsável por coordenar o processo de pedido com os órgãos de previdência estrangeiros. Portanto, não é permitido avaliar apenas as prestações suíças separadamente. Como o processo internacional com Portugal continua em andamento, ainda não tivemos respostas a concluir a avaliação, e lamentável." 

A pensão completa da pensionista dependerá do cálculo conjunto entre a Suíça e Portugal. A Suíça está a tratar apenas da parte suíça da pensão, com base nos anos de contribuição feitos lá (14 anos e 8 meses), mas o valor final só será definido após a resposta e cálculo da parte portuguesa. (Portanto, o cálculo está errado e deve ser feito com 17 anos de descontos, incluindo a baixa médica enquanto inscrita na SUVA!) 

Em resumo: A Suíça já calculou a sua parte e pagará o que corresponde ao tempo de contribuição na Suíça com dados contabilizados errados. (A IV está equivocada, pois faltam contabilizar cerca de 2 anos e 4 meses.) 

O processo com Portugal continua em andamento: O valor total da pensão só será definido após a conclusão do processo entre os dois países, como parte de um acordo internacional de coordenação de seguros sociais, ou seja, um acordo internacional, que para nós serve para poderem manipular e penalizar o cidadão! 

Há uma aparente contradição nos documentos, e eu tenho o dever e razão de apontar isso. 

Vamos esclarecer: 

  1. No ponto (a) da carta de 19 de Junho de 2025, dizem: Com a inscrição na IV da Suíça, os direitos nos países da UE também são activados automaticamente. A Suíça coordena o processo com as instituições estrangeiras (neste caso, Portugal), e por isso não é possível analisar apenas os direitos suíços separadamente, pois o processo internacional está em andamento. Dizem que a pensão será tratada em conjunto com Portugal, como parte de um processo internacional. Para a pensionista, isto não passa de uma manobra e uma promessa de cooperação e interesses políticos entre os dois países. 

  1. Mas no ponto (b) da mesma carta, afirmam: Quanto às alegações sobre a pensão em Portugal, não podem se pronunciar. Essa questão não é objecto deste processo de queixa. Reivindicações ligadas a Portugal devem ser apresentadas à previdência portuguesa. Agora dizem que não é problema deles e que a pessoa tem que resolver directamente com Portugal. 

Como interpretar isso? 

Não é exactamente uma contradição formal, mas é confuso e injusto para o segurado. Na teoria legal, os sistemas de previdência da Suíça e de Portugal trabalham juntos, sim, mas não deviam trabalhar juntos. Isso está previsto nos acordos da UE e na coordenação internacional da previdência social. Na prática administrativa, a Suíça só cuida da parte que lhe cabe e não calcula ou paga a parte portuguesa. Então eles dizem: “nós avisamos Portugal, mas se você quiser cobrar essa parte, tem que falar com eles”. 

Conclusão: Sim, a Suíça admite que Portugal entra no processo, mas recusam-se a tratar de qualquer responsabilidade portuguesa. 

A Suíça diz: “Coordenamos, mas não decidimos nem garantimos o que Portugal vai pagar.” Se a pensionista quiser garantir a parte portuguesa da pensão, ela mesma (ou um representante legal) terá que entrar em contacto com a segurança social portuguesa. 

Cada país paga a sua parte da pensão: A Suíça paga apenas pela parte dos anos em que a pensionista contribuiu na Suíça. Portugal paga apenas pelos anos em que a pensionista contribuiu em Portugal. 

Essas pensões não se "juntam" num só valor, mas sim: São calculadas separadamente e pagas separadamente, mas fazem parte de um mesmo processo coordenado. 

E como funciona esse processo coordenado? 

Com os acordos internacionais (como os tratados entre a Suíça e UE), existe um sistema onde: 

  • Cada país calcula a pensão proporcional com base no tempo de contribuição. 

  • Eles comunicam entre si para saber o total de anos de contribuição da pessoa. 

  • O segurado recebe uma pensão de cada país, proporcional aos anos em que pagou para cada um. 

Exemplo prático e correcto (hipotético): a pensionista contribuiu: 

  • 23 anos em Portugal 

  • 17 anos na Suíça 

Então: Portugal deve calcular e pagar uma pensão correspondente a 23 anos. Suíça deve calcular e pagar uma pensão correspondente a 17 anos. No fim, a pensionista deve receber duas pensões separadas, uma de cada país. 

Por que parece que querem pagar menos? 

Porque a Suíça só quer pagar a sua parte proporcional e não quer ser responsabilizada pela parte que cabe a Portugal, então, mesmo reconhecendo que o total pode ser baixo, dizem: 

“Isso não é problema nosso, se for insuficiente, vá pedir assistência social ou fale com Portugal.” (Esta é uma frase incoerente e manipuladora. Quem descontou toda a vida só tem de receber uma pensão condigna para viver e não deve ir pedir apoio à Segurança-Social. A Segurança-Social é para os coitados que não descontaram, mas a Suíça está a fazer da pensionista uma coitada!) 

Ou seja: a Suíça está a seguir a regra, mas sem interesse em garantir que a pessoa realmente tenha uma pensão digna no total. 

Resumo final: 

Sim, cada país paga a sua própria parte da pensão, de forma proporcional. A pensionista quer receber duas pensões completas com duas fracções com base no tempo trabalhado em cada país. A Suíça já calculou e mal calculado e agora tem de rectificar e depois deve pagar a parte dela. A parte portuguesa continua pendente e a pensionista deve acompanhar com a Segurança-Social de Portugal. Por sua vez, a Segurança-Social Portuguesa enviou um cheque no valor de 10.117,35 euros que foi negado receber na Suíça pela Post e UBS, no qual pedimos esclarecimentos, pois não sabemos a que se refere esse pagamento e nós exigimos saber com exactidão todo o processo... 

Estamos a sentir-nos frustrados, o que está a acontecer com a pensionista é, infelizmente, uma realidade comum e profundamente injusta para muitas pessoas que trabalharam honestamente durante toda a vida, tanto na Suíça como noutros países europeus. 

 

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 9 de julho de 2025

BANCO BLOQUEIA ACESSO À CONTA DE CLIENTE E IGNORA PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO

BANCO BLOQUEIA ACESSO À CONTA DE CLIENTE E IGNORA PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO:

Chegou à nossa redacção mais uma denúncia inquietante, desta feita relacionada com a actuação do Novo Banco, instituição que se pretende moderna e eficiente, mas que, segundo o relato recebido, tem protagonizado situações de profundo desrespeito por clientes que apenas exigem o mínimo: acesso funcional à sua conta e resposta às suas solicitações.

O caso é simples, mas revelador. Um cliente viu-se, de forma repentina e sem explicação, impedido de aceder à sua conta bancária online. Enviou e-mails para o serviço Novo Banco Directo e para o balcão da Póvoa de Lanhoso, mas ninguém respondeu. Nem uma palavra. Nem uma justificação. Nem um pedido de desculpas.

Depois de insistentes tentativas, o acesso foi finalmente restabelecido. Contudo, nem isso serviu para despertar a responsabilidade institucional da entidade bancária, que continuou a ignorar os contactos anteriores. Mais recentemente, ao solicitar um comprovativo de NIB/IBAN, o cliente recebeu um e-mail a garantir que o documento vinha em anexo — mas o anexo não existia. E, como se não bastasse, o próprio conteúdo da mensagem parecia antecipar esse erro, como se fosse norma o incumprimento.

Perante a sucessão de falhas e omissões, levanta-se uma questão legítima: como confiar numa instituição bancária que trata os seus clientes com tamanha displicência? E, mais ainda: quantos mais cidadãos estarão a enfrentar problemas semelhantes, sem voz e sem resposta?

A Revista Repórter X continuará a dar eco a denúncias como esta, pois o silêncio cúmplice é o primeiro aliado da impunidade. Não se trata de publicidade, trata-se de justiça.

Se teve experiências semelhantes com esta ou outra instituição bancária, contacte-nos. Damos voz a quem não a tem.

João Carlos Veloso Gonçalves
Direcção Editorial 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Cantor, João Seabra - Por isso vai

TRABALHO, NÃO ESMOLA — Vive sempre com DIGNIDADE - o labirinto cruel das instituições helvéticas

TRABALHO, NÃO ESMOLA — Vive sempre com DIGNIDADE

Revista Repórter X
Por Quelhas

No coração de um dos países mais ricos da Europa, um trabalhador português enfrenta o labirinto cruel das instituições helvéticas. Carrega no corpo a marca de um transplante renal, mas também a força interior de quem nunca virou a cara ao trabalho.

Hoje, labora em regime temporário numa gráfica, ambiente duro, extenuante, fisicamente incompatível com a sua condição. Trabalha durante alguns meses, e noutros vê-se forçado a permanecer em casa por falta de ocupação. Durante esse tempo, subsiste com o apoio da RAV, onde está legalmente inscrito para receber os subsídios de desemprego sempre que o trabalho escasseia.

Agora, faltam-lhe apenas alguns dias para esse apoio terminar.

Dizem-lhe que os seus direitos chegaram ao fim. Alegam que, apesar de não ter ainda cumprido dois anos de apoio, os pagamentos mensais foram “mais elevados”, e por isso o Fundo-desemprego foi antecipadamente esgotado. Ignoram, porém, que trabalhou vários meses nesse período, com os devidos descontos para o seguro feitos pelo empregador, o que, pela lógica da justiça e da legalidade, deveria prolongar o tempo de direito ao subsídio.

Mas não se trata de alguém que perdeu o emprego. Trata-se de alguém que sempre quis manter-se ligado ao mundo laboral, mesmo em condições precárias e sob risco para a saúde. O seu objectivo é claro e digno: abandonar o trabalho temporário e a gráfica, que respeita mas já não pode suportar, e conseguir um trabalho adaptado, com carga horária entre 50% e 100%, onde possa continuar a contribuir de forma íntegra, útil e diária.

O sistema suíço, porém, responde com frieza. Ele identificou na Fundação Wisli uma possível oportunidade de emprego compatível com a sua saúde. Mas, para ali trabalhar, dizem-lhe que tem de estar no IV (invalidez), mesmo estando apto e disposto a trabalhar. Para receber algum tipo de apoio, apontam-lhe a assistência social (Sozialhilfe). Uma teia institucional que, em vez de abrir caminhos, empurra para o abismo da exclusão e do carimbo da inutilidade.

Mas ele não quer IV.
Não quer Sozialhilfe.
Não quer RAV.

Quer apenas um posto de trabalho digno e compatível com a sua condição física.

Quer um futuro, não um subsídio.

A Revista Repórter X denuncia, com veemência, o desrespeito pelas contribuições legítimas feitas ao sistema por este trabalhador. Denuncia o absurdo de empurrar alguém para a reforma antecipada por invalidez, quando esse alguém ainda pode, quer e precisa de trabalhar.

Exigimos das autoridades cantonais e federais, da RAV de Bülach, da UNIA, do SECO, e da Fundação Wisli, uma resposta transparente, justa e humana.

Porque um sistema que destrata quem quer trabalhar não é sistema de progresso, mas sim instrumento de controlo e exclusão.

O caso de Mário do Carmo não é isolado.
Mas é exemplo. É símbolo. É grito.

E por isso não ficará calado.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 8 de julho de 2025

Cidadão de Zurique denuncia fragmentação do sistema de pensões na Suíça: “É como um polvo de mil e um braços”

Cidadão de Zurique denuncia fragmentação do sistema de pensões na Suíça: “É como um polvo de mil e um braços” 

ZURIQUE – Julho de 2025  

Um cidadão residente no Cantão de Zurique, em representação da sua família, dirigiu-se a várias instituições do sistema de previdência profissional suíço (2.º pilar), denunciando a extrema fragmentação e opacidade da estrutura de gestão de fundos de pensões. Segundo este cidadão, que prefere manter o anonimato por razões de privacidade, o sistema suíço assemelha-se a “um polvo de mil e um braços”, onde cada braço conduz o cidadão a um novo labirinto burocrático sem saída clara. 

A família, cujos membros trabalharam em diferentes empresas ao longo dos anos, tentou reunir, de forma transparente e estruturada, todos os créditos e direitos acumulados nos diversos regimes profissionais de pensões. O pedido foi inicialmente dirigido ao Zentralstelle 2. SäuleSicherheitsfonds BVG, organismo que deveria, em teoria, centralizar e fornecer uma visão unificada desses fundos. Porém, a resposta não só se revelou evasiva como delegou a responsabilidade em quatro instituições distintas, entre elas a Tellco PK, Swiss Life, AXA e a Stiftung Auffangeinrichtung BVG. 

“Fica claro que o objectivo é dificultar o processo, fazendo com que o cidadão desista e o dinheiro acabe por permanecer nas mãos das seguradoras”, denuncia o cidadão, em declarações escritas à nossa redacção. “Solicitei ajuda para mim e para a minha família, e em vez de um extrato consolidado, recebi uma lista de portas fechadas.” 

A central de compensação recusou-se a contactar directamente as entidades gestoras e obrigou o cidadão a repetir, individualmente, o mesmo pedido junto de cada instituição. Esta ausência de articulação e de transparência, num sistema que mexe com os direitos fundamentais dos trabalhadores emigrantes, levanta sérias preocupações sobre a ética institucional vigente na Suíça. 

“O mais grave é que não há uma entidade independente que assegure que os nossos direitos estão protegidos e que o nosso dinheiro não se perde nos corredores invisíveis da burocracia suíça.” 

A Revista Repórter X continuará a acompanhar este e outros casos semelhantes, dando voz aos cidadãos que enfrentam o silêncio institucional e a fragmentação deliberada de sistemas supostamente criados para proteger o trabalhador. 

 


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